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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIA MECÂNICA HELDER CASSIANO ROCHA LIMA ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS PONTE DE MACARRÃO São Paulo 2020 HELDER CASSIANO ROCHA LIMA EM9P01 T4276B-8 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS PONTE DE MACARRÃO Relatório da disciplina “Atividades Práticas Supervisionadas” do curso Bacharel em Engenharia Mecânica, apresentado a Universidade Paulista – UNIP como complemento de nota. Orientador: Prof. Mirtes V. Mariano. São Paulo 2020 SUMÁRIO 1 OBJETIVOS DO TRABALHO ..................................................................... 4 2 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 3 METODOLOGIA ......................................................................................... 7 4 PONTE DE MACARRÃO - PROJETO ........................................................ 9 4 1 OBJETIVOS DO TRABALHO O presente trabalho proposto pela Universidade Paulista – UNIP será utilizado como forma de avaliação da disciplina de Atividades Práticas Supervisionadas do ciclo básico. Ele tem como objetivo o desenvolvimento e utilização do conjunto de conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer do curso. A partir da utilização de poucos materiais e um conjunto de regras e medidas. Os alunos deverão realizar a construção teórica de uma “ponte de macarrão” que passará por um teste de resistência de peso. Para realizar o teste de resistência a ponte seria colocada entre dois apoios e deveria vencer um vão livre de 1,0 metro e um vergalhão seria colocado no ponto médio para dar sustentação no momento de colocação dos pesos. Como em virtude da situação pandêmica atual, este trabalho será desenvolvido em âmbito teórico. . 2 INTRODUÇÃO Para a humanidade sempre existiu a necessidade de deslocar-se de um lugar para outro. Desde quando éramos nômades, vivendo de região em região em busca de suprimentos, e também quando passamos a ser sedentários, ou seja, termos moradia fixa e vivermos da agricultura. Nessa época, quando a civilização ainda estava se estabelecendo, existiam muitos obstáculos de locomoção, como rios e vales, que eram um empecilho para a crescente expansão. Com essa necessidade de se ir cada vez mais além, surgiram as pontes. No início elas eram rudimentares, feitas de troncos de árvores ou pedras compridas, depois, começaram a ser feitas de cipós ou cordas. 5 A construção de pontes evoluiu conforme a ascensão da própria humanidade. Pode-se dizer que, para cada período da história, temos uma ponte de grande importância. Em civilizações antigas como Mesopotâmia e Egito eram construídas pontes de pedra como a Ponte Arkadiko que foi feita por vota do ano de 1.450 a.C. na Grécia. Os romanos foram os primeiros a construir pontes de arco como a Ponte Alcântara que foi construída por eles no ano de 106. Porém, foi no século XVIII que o modo como as pontes eram construídas precisou ser reinventado. Na Inglaterra, em 1779, a cidade de Coalbrookdale, que era o centro industrial do país, estava com o crescimento a todo vapor graças a Revolução Industrial até que surgiu um problema: o profundo e veloz rio Sevem. De um lado da margem ficava a cidade e, do outro, a matéria prima para as indústrias. Grandes balsas eram usadas para atravessar pessoas e material, no entanto, com o aumento crescente no tráfego, elas não conseguiam mais suprir toda a necessidade da região. A solução era construir uma ponte, contudo, o vão de 30 metros entre uma margem e outra era grande demais para as pontes de arco de pedra usadas na época, pois a ponte sucumbiria ao próprio peso. O único meio foi encontrar um material que suportasse o mesmo peso e fosse mais leve e fácil de manejar: o ferro fundido. Ele poderia ser derretido e tomar a forma de qualquer molde e, assim, foram feitas as 1700 peças de ferro que deram origem a primeira ponte de ferro fundido do mundo. Um legado que ainda é evidente nas modernas pontes atuais. Nos dias de hoje foram obtidos avanços tecnológicos consideráveis, o que possibilitou que diversos modelos estruturais de pontes fossem aplicados ao redor do mundo. Cada modelo é usado conforme a necessidade da região onde será efetuado o projeto, pois, cada um aguenta uma quantidade peculiar de peso e cobrem vãos de distâncias específicas. Dentre eles temos as pontes em viga que, basicamente, são estruturas retas apoiadas sobre duas extremidades. Esse é o modelo mais antigo e foi construído ao longo do tempo usando os mais diversos materiais, desde madeira até o ferro, porém, o peso nesse tipo de estrutura é aplicado para baixo no meio o que faz com que, quanto mais longas elas sejam, mais frágeis se tornem. Estima-se que o limite de comprimento do tabuleiro de uma ponte em viga seja de 60 metros entre os pilares. Temos também as pontes suspensas que são, 6 essencialmente, tabuleiros suspensos por cabos de aço seguros em duas ou mais torres. Nesse exemplo, o peso nos tabuleiros é transferido para as torres e dissipado no solo. A pontes suspensas modernas podem vencer um vão de até 2.100 m entre os seus suportes. Existem também as pontes em arco, pontes balanço, entre outras. Para o nosso protótipo o modelo estrutural escolhido foi a treliça, pela sua praticidade e resistência. O professor de engenharia civil Colin O’Connor da universidade de Queensland descreveu as treliças como “um conjunto de triângulos formados por peças retas e articulados entre si”. De fato, as treliças têm formas triangulares para que a estrutura seja fortalecida. As extremidades de cada viga são ligadas por pontos chamados nós, onde são aplicadas as forças. Treliças são estruturas que possuem utilidade muito abrangente. Elas podem ser aplicadas em estruturas de telhado, estruturas de pontes ferroviárias e podem também exercer funções diferentes em outros tipos de pontes. Isso é muito bem exemplificado na ponte Akashi-Kaikyo, no Japão, que é a mais longa ponte suspensa do mundo com 4 quilômetros de comprimento. Ela precisava ser estável mediante os fortes ventos do Estreito de Akashi e, para isso, o deck lateral que representa um obstáculo para a passagem das correntes de ar, foi montado em treliças formando uma estrutura em caixa muito difícil de torcer. Essa estrutura de treliça em caixa aberta permite que o vento passe sem resistência sobre a estrutura, permitindo que a ponte Akashi-Kaikyo possa resistir em uma região de tufões onde os ventos podem chegar a 290 km/h. 7 3 METODOLOGIA A competição de pontes de macarrão vem se expandindo por diversas regiões, bastante comum em escolas e universidades do mundo afora. No Brasil a primeira instituição a realizar a competição foi a UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde, no ano de 2004, foi aplicada como um trabalho prático aos alunos de Engenharia Civil. Para os professores, atividades praticas desse tipo possibilitam que os alunos façam uso do conjunto de conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e os executem na pratica. O recorde brasileiro atual é de 234 kgf e foi estabelecido pela UFRGS em 2011, sendo o mundial de 176 kgf obtido pela Okanagan University College, nos Estados Unidos.·. Regras estabelecidas para a construção • Macarrão tipo espaguete Nº7 da marca Barilla; • Qualquer cola (quente ou fria), desde que seja transparente. • A ponte deverá vencer um vão livre de no mínimo 1m e no máximo 1,10m entre sua extremidade; • Não ultrapassar a massa total superior á 1kg; • A altura máxima de até 50 cm, medida verticalmente desde seu ponto mais baixo até o mais alto; • Largura mínima de 5cm e de 20cm no máximo, ao longode todo seu comprimento; • Suportar carga mínima de 2,0 kg e máxima de 20kg; • Não podendo ter nenhum tipo de revestimento ou pintura; Ao termino do trabalho os alunos deverão estar aptos para utilizar determinados programas de computadores, desenvolver projetos, resolver determinados cálculos matemáticos, projetar sistemas estruturais simples e praticar a comunicação verbal e escrita em grupo além de estabelecer divisões de tarefas e regras para execução do projeto e, principalmente, exercitar a criatividade em conjunto. 8 Passo a passo para a construção da PONTE DE MACARRÃO Material teórico utilizado para projeto Ftool: • Macarrão Barilla nº7; • Cola Araudite de secagem 10 minutos; • Cola quente; • Pistola para cola quente; • Lixa d’água nº220; • Lixa comum nº100; • Tesoura; • Régua e escalímetro em mm; 9 4 PONTE DE MACARRÃO - PROJETO Esboço do projeto Esboços devidamente cotados e com os valores dos ângulos. 10 Memória de Calculo Para os cálculos de forças nos nós, foi utilizado o software “FTool“, com o intuito de definir os locais onde teria uma maior concentração de forças, pois seria preciso aumentar a quantidade de macarrões na localidade. Para confecção dos cálculos de modelo teórico, utilizei como base os ensaios desenvolvidos pela UFRGS De acordo com o site: http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/dados.html, estão disponíveis dados relacionados à resistência à tração, compressão e flambagem, conforme abaixo: Dados analisados: Número médio de fios de espaguete em cada pacote: 500 Diâmetro médio: 1,8 mm Raio médio: 0,9 mm Área da seção transversal: 2,545 x 10-2 cm2 Momento de inércia da seção: 5,153 x 10-5 cm4 Comprimento médio de cada fio: 25,4 cm Peso médio de cada fio inteiro: 1 g Peso linear: 3,937 x 10-2 g/cm Módulo de Elasticidade Longitudinal: 36000 kgf/cm2 Carga de ruptura por tração: A carga de ruptura por tração para um fio de espaguete, independe do comprimento do fio, e foi determinada através do ensaio de 6 corpos de prova submetidos a tração até a ruptura. A carga média de ruptura obtida em ensaios foi de 4,267 kgf. http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/dados.html 11 Proposta de Roteiro de Cálculo para Dimensionamento das Barras A partir dos resultados de 6 testes de tração (realizados pelo Prof. Inácio Morsch) e dos resultados de 93 ensaios de compressão de corpos de prova de diferentes comprimentos e formados por diferentes números de fios de espaguete (realizados pelo Coordenador da Competição, Prof. Luis Alberto Segovia González, com seus alunos Luis Henrique Bento Leal, Mário Sérgio Sbroglio Gonçalves, Bruna Guerra Dalzochio, Rafael da Rocha Oliveira e Carlos Eduardo Bernardes de Oliveira), foi redigido pelo Prof. João Ricardo Masuero um roteiro de cálculo para o dimensionamento das barras das treliças das pontes. Os dados e gráficos publicados nesta página estão baseados nos ensaios mencionados e podem ser utilizados livremente, desde que seja citada a fonte e sejam devidamente mencionados todos os autores dos ensaios realizados. Barras em tração Para encontrar o número de fios de espaguete necessário, basta dividir o Esforço Normal de tração calculado, pela resistência de cada fio: Barras em compressão Para encontrar o número de fios necessários, consideremos que a flambagem ocorre em regime elástico linear, seguindo a equação de Euler. Os dados dos testes de flambagem foram condensados na curva de flambagem abaixo, onde os pontos em azul representam os resultados experimentais, a curva em preto um ajuste de função potência, com coeficiente de determinação de 94%, e os pontos em amarelo 12 os resultados para diversos índices de esbeltez, considerando-se a curva de Euler com um Módulo de Young E = 36000 kgf/cm2 ou 3600 Mpa (N/mm2). A equação de Euler é: Onde PCR é o Esforço Normal de compressão que a barra deve suportar, A é a área da seção transversal, l é o índice de esbeltez da barra, lfl é o comprimento de flambagem da barra, r é o raio de giração e I é o momento principal central de inércia da seção. Considerando-se que a partir de um certo número de fios de espaguete, a seção transversal tende para uma seção circular, pode-se escrever: 13 e que, em barras rotuladas-rotuladas, o comprimento de flambagem é igual ao comprimento real ou distância entre nós, obtém-se: Mesmo que os nós não sejam rotulados, mas rígidos com uniões coladas, a consideração anterior é conservativa pois não se pode garantir o engastamento perfeito das barras nos nós, levando a uma situação intermediária entre a considerada e a engastada-engastada. O número de fios pode ser obtido dividindo-se a área necessária pela área de cada fio. onde r é o raio de um fio de espaguete. Assim, para os dados do espaguete, a equação acima fica: para N em kgf, l e r em cm para N em N, l e r em mm A partir desses dados foi possível simular no Ftools a resistência da ponte teórica. 14 Através do Ftool é possível analisar que em alguns pontos a força resultante seria de tração (forças positivas) e sendo o macarrão mais resistente à tração é possóvel considerar uma quantidade menor de macarrão para os locais com resistência a tração. Com essa informação é possível definir a distribuição das quantidades de macarrões para cada peça na estrutura. Além do exposto: - Para 1 caixa de macarrão temos 500gr, nessa caixa temos em média 500 filetes de macarrão, desta forma, podemos constatar que um fileto, com em média 32cm pesa 1gr. - Sempre em diante, é possível utilizar uma “regra de três simples” conforme a necessidade do projeto. 15 Exemplo para a peça com 24cm: 32cm _______ 1gr 24cm_______ X 32.X = 24.1 X= 24:32 X= 0,75gr Desta forma podemos distribuir o peso correto para cada peça de acordo com sua necessidade. OBS. Considerando o peso da cola e eventuais desvios como sendo 30% do peso total da ponte, por este motivo, o peso total teórico calculado em macarrão é de 1,4Kg. 5 CONCLUSÃO É possível admitir, de acordo com simulações feitas no software FToll que a ponte teórica suportaria até 27Kg antes de iniciar o regime de deformação elástica, entrando em colapso de ruptura aos aproximados 36kg. 16 6 BIBLIOGRAFIA Documentário Gigantes da Engenharia – Ponte Akashi-Kaikyo. National Geographic (Disponível no YouTube) https://marisadiniz.wordpress.com/2020/05/21/pontes-que-ligam-o-mundo/ http://www.educacional.com.br/especiais/niemeyer/includes/arqCalculos/como funciona_texto_include.asp http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/coal.htm http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/dados_compressao.html http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/coal.htm http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/dados_compressao.html
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