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Cirurgia - Risco cirúrgico

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
Avaliação do risco cirúrgico 
Objetivos 
• Identificar comorbidades: é muito importante: 
❖ Quantificar sua gravidade: Tem algumas 
comorbidades que vão impedir que se faça uma 
cirurgia eletiva; até mesmo uma cirurgia de 
urgência pode ser impedida por alguma 
comorbidade. 
• Otimizar evolução peri e pós-operatória: Tanto o 
peri quanto o pós-operatório tardio. O que 
conseguir identificar antes pode evitar eventos 
catastróficos para a cirurgia. 
Principal função da avaliação do risco cirúrgico: 
Reduzir morbimortalidade. 
Conceitos 
❖ Pré-operatório: tudo que vai anteceder a cirurgia: 
história da doença, história familiar, indicação da 
cirurgia ... até o momento da cirurgia. 
❖ Perioperatório: é a partir do momento que o 
paciente entrou na sala: início da anestesia até as 
48h após a cirurgia. Se acontecer alguma coisa com 
o paciente nessas primeiras 48h, provavelmente foi 
por algum evento adverso dentro da cirurgia. 
❖ Pós-operatório: a partir das 48h após até 30 dias 
após a cirurgia. 
Risco cirúrgico 
Não existe cirurgia com risco zero. Até mesmo 
cirurgias pequenas, com anestesia local, geram risco. 
1. Risco no procedimento: Alto risco: longos, com 
perda sanguínea considerável, que vão mexer com 
via aérea. Baixo risco: procedimentos que não vão 
trazer uma REMIT grande para o paciente; 
2. Risco anestésico: geral, raquimedular, local com 
sedação, se um bloqueio. Cada tipo de anestesia vai 
trazer um risco diferente – gerais e locais; 
3. Risco individual: comorbidades. 
Avaliação pré-operatória 
1º: Anamnese minuciosa: É necessário entender o porquê 
que o paciente está operando/qual a história dele. 
Assim, consegue saber mais ou menos quais são as 
comorbidades do paciente e com o que precisa se 
preocupar. 
2º: Exame físico pormenorizado: atenção principal para 
o sistema cardiovascular e respiratório; a depender do 
tipo de cirurgia, o exame físico do local onde será 
operado. 
3º: Exames complementares: nem todos os pacientes. 
Anamnese 
• História da doença atual e do tratamento: tempo 
e forma do tratamento; idas ao médico; Isso 
mostra o grau de confiabilidade da sua informação; 
• Tolerância ao exercício: é preciso saber se o 
paciente aguenta a cirurgia. Às vezes, passar por 
uma cirurgia, é como se fosse passar por uma 
maratona; a REMIT, a resposta metabólica, é como 
se a pessoa estivesse correndo, então tem que 
pensar se o coração e o pulmão vão aguentar; 
• Medicações em uso e história pessoal ou familiar 
de alergias: é importante saber se o paciente vai 
poder utilizar alguma medicação que eventualmente 
seja necessária na cirurgia ou no pós operatório; 
• História social do paciente: uso de drogas ilícitas, 
álcool ou tabaco; duração; se abstêmio, há quanto 
tempo? 
• Doenças crônicas: principalmente cardiovascular, 
pulmonar, hepática, renal, endócrina e 
neurológica; 
• Antecedentes anestésicos e cirúrgicos: 
internação; operação; tipo de operação; tipo de 
anestesia; complicações; sangramentos; 
transfusão sanguínea; febre; reações adversas; 
terapia intensiva; presença de gengivorragia. 
Perguntar tudo sobre cirurgias prévias; 
• Sangramentos e cicatrização: saber se ele tem uma 
cicatrização eficaz, principalmente se suspeita 
diabetes mellitus (cicatrização ruim). 
Capacidade funcional 
• É medida pelo MET - coeficiente metabólico. 
• 3,5mL/Kg/min de O2: é mais ou menos o que um 
homem adulto de 70kg gasta (consumo de oxigênio) 
em um minuto de atividade. 
• O MET apresenta relação com o consumo de O2 e os 
tipos de atividade praticadas pelo paciente. 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
Consumo 
de O2 em 
equivalente 
metabólico 
 
Tipos de atividade 
 
1 MET 
- Comer, vestir-se, usar o banheiro; 
- Caminhar dentro de casa; 
- Pouca atividade; 
- Caminhadas curtas (X quarteirões) com 
velocidade de no máximo 4,8km/h. 
 
 
4 METs 
- Subir escadas; 
- Caminhar a 6,4km/h; 
- Correr pequenas distâncias; 
- Limpar assoalhos ou móveis; 
- Atividade recreativa moderada: dançar, jogar 
tênis em dupla. 
 
>10 METs 
- Participar de espertos extenuantes: natação, 
tênis individual, basquete, futebol. 
Repouso e atividades leves – 1-4 METs: Se o paciente 
consegue alcançar pelo menos 4 mets (ex. subir uma 
escada), já se imagina que ele tem uma capacidade 
funcional relativamente boa para fazer a cirurgia. Se 
for menor que 4 mets, deve-se ficar preocupado. 
Risco anestésico-cirúrgico 
• Classificação ASA (American Society of 
Anesthesiologist – 1941): Essa escala vai te dar mais 
ou menos a mortalidade operatória. 
➢ Paciente ASA 1: melhorzinho; sem 
comorbidade; no geral, tem uma mortalidade 
operatória <1%. 
➢ Paciente ASA 4: pacientes mais graves; com 
comorbidades; ruim; mortalidade >7%. 
 
• O ASA observa muito o estado físico e as 
comorbidades do paciente. É muito utilizada! 
• Críticas: avaliação subjetiva, não olha o tipo de 
cirurgia, órgão-inespecífica (é como se um 
hepatopata fosse igual a um nefropata), não leva em 
conta a idade (um paciente de 18 anos vai ter a 
mesma recuperação/morbimortalidade de um 
paciente de 75 anos?). 
 
1. ASA I: paciente sem comorbidade nenhuma; 
2. ASA II: é uma comorbidade leve e compensada, que 
não traz limitação funcional para o paciente; é no 
caso de uma DM ou uma HAS, mas que o paciente 
toma sua medicação, ou seja, mantém a doença 
controlada. Outros exemplos são: obesidade, 
gestação e anemia; 
3. ASA III: doença sistêmica moderada ou grave que 
traz limitação funcional, porém, sem incapacidade 
funcional. EX: DM (com complicações), IAM prévio 
(mas que segue bem), HAS não controlada, IR 
crônico e obesidade mórbida; 
4. ASA IV: paciente com doença sistêmica grave, que 
possui uma incapacidade funcional ou que 
representa ameaça a vida. EX: ICC (várias idas a 
emergência, vários EAP) e pacientes com angina 
pectoris instável. 
5. ASA V: paciente moribundo; não é esperado que 
sobreviva com ou sem a cirurgia proposta, ou seja, 
é aquele paciente a beira da morte. EX: ruptura de 
aorta, hemorragia intracraniana com PIC elevada; 
6. ASA VI: paciente com morte cerebral; a cirurgia 
será feita apenas para retirada de órgãos. 
Em casos de emergências, deve se acrescentar um E 
ao número do ASA. EX: ASA IIE ou ASA IIIE. 
Risco cardiovascular 
É um dos mais importantes, pois causas cardíacas são 
as principais causas de morte no perioperatório (intra 
e pós operatório). EX: IAM, FV (fibrilação ventricular), 
BAVT (bloqueio átrio ventricular). Então, é entender que 
o risco cardíaco está associado as taxas de morte em 
uma cirurgia, pois para aguentar o trauma de uma 
cirurgia, o coração precisa estar numa boa forma. 
Para determinar o risco cardiovascular existem diversos 
critérios, um dos mais usados são os critérios de Eagle. 
• Critérios de EAGLE: fala o tipo de risco a depender 
do procedimento que será feito; com isso, será 
avaliado diversas cirurgias, desde procedimentos 
simples e ambulatoriais até complexas. 
❖ Alto (risco cardíaco >= 5,0%): Cirurgias vasculares 
(aórtica, grandes vasos e vasculatura periférica). 
Cirurgias de emergência e urgência. 
❖ Intermediário (Risco cardíaco >= 1,0% e <5%): 
Cirurgias de cabeça e pescoço, intratorácicas, 
abdominais, ortopédicas, prostáticas. 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
❖ Baixo risco (risco cardíaco <1%): procedimentos 
simples e ambulatoriais. Ex. cirurgia de mama, 
endoscopias, catarata ... 
 
 
OS OUTROS ÍNDICES SÃO SÓ PARA SE TER UMA 
NOÇÃO DE EXISTÊNCIA. 
❖ GOLDMAN (1977): primeiro modelo para 
complicações cardíacas envolvendo diversos fatores. 
❖ DETSKY (1986): aprimorou Goldman e acrescentou a 
angina ou história de IAM ou EAP prévios. 
 
 
 
 
▪ Levados em consideração: IAM, B3, pontos de 
gasometriaarterial, tipo de cirurgia, idade. 
Então, é entender que são multifatoriais. 
▪ Será somado e visto em qual classe o paciente se 
encaixa, porém esses dois índices não são muito 
utilizados atualmente. 
Atualmente, os mais utilizados são os 3 seguintes: 
• Algoritmo ACP (1997) 
• Critérios de LEE: (IRCR – Índice de risco 
cardiovascular revisado – 1999); Mais utilizados 
atualmente na prática médica. 
• Estudo multicêntrico de avaliação perioperatória 
(EMAPO – 2007) 
 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
 
 
• Critérios de Lee: são os mais simples. Levam em 
consideração o tipo de cirurgia do paciente, onde 
será vista se o tem histórico de doença cérebro 
vascular, IC, DAC, creatinina pré operatória para 
saber se tem uma doença renal. 
 
 
 
Obs: Não precisa gravar os scores, apenas ter uma 
noção básica (GRAÇAS A DEUS!) 
 
Avalição do paciente com RCV (risco cardiovascular): 
ECG (primeira coisa a ser pedida) - para ver a questão 
de arritmias, sejam elas tratadas ou não para ver se 
será preciso cuidar durante a cirurgia. 
▪ A depender, será avaliado alguns testes não 
invasivos, por exemplo, o teste ergométrico: em 
casos de pacientes de alto risco ou que tenha 
alguma doença ativa, EX: ICC. 
▪ Avaliar uma intervenção coronariana: pode ser o 
paciente que sente uma angina durante o teste 
ergométrico. É um paciente que não consegue 
alcançar determinado MEETS. Então, será 
necessária uma intervenção, pois se paciente tiver 
com um distúrbio coronariano será necessário fazer 
uma angioplastia e colocar o STENT. Neste caso, 
antes de se fazer a cirurgia que estava marcada, 
será necessário fazer uma angioplastia para tratar 
a coronária e otimizar o paciente. 
Hoje, o algoritmo mais usado é esse do ACC/AHA 
(2014), demonstrado na figura abaixo. 
 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
 
EXPLICANDO O ALGORITMO: primeira coisa é se for 
uma cirurgia de emergência → SO (sala de cirurgia); 
• Se não for cirurgia emergência, deve perguntar se 
o paciente já fez uma cirurgia de revascularização 
em até 5 anos ?? Se sim → SO; 
• Se não fez ... o paciente tem alguma avaliação 
coronariana recente? Se sim e estiver boa → SO; 
• Se não tiver nenhuma avaliação ou o resultado 
estiver ruim, você vai avaliar! Se for um paciente 
que não tiver nenhum preditor clínico, mas tiver 
ritmo do ECG anormal ou outro que não sinusal, 
será avaliado o MEET. Se o paciente tiver a 
capacidade do MEET moderada ou boa (>4meet) → 
SO; 
• Se não tiver o MEET bom (<4meet), será avaliado 
o tipo de risco do paciente. Se for uma cirurgia de 
baixo risco ou intermediário → SO; se for uma 
cirurgia de alto risco, faz exames não invasivos e 
depois uma angiografia coronariana. E então, o 
tratamento vai depender dos resultados 
encontrados. Se for necessário, será feito uma 
angioplastia e adiamento do procedimento 
 
• Voltando na parte de cima do fluxograma: se o 
paciente não fez uma avaliação coronariana ou o 
resultado não estiver bom, caso seja um paciente 
grave (com angina instável, ICC descompensada, 
arritmia significativa, doença valvar grave) será 
necessário fazer o adiamento da cirurgia, tratar o 
paciente, tentar modificar os fatores de risco, 
fazer uma angiografia (a depender do resultado → 
angioplastia) e futuramente cirurgia eletiva. 
• Obs: dar uma olhada no fluxograma que é pra 
entender como conduzir o paciente com RCV. 
 
• PA <180x110mmhg não eleva risco perioperatório 
de eventos cardiovasculares. Mesmo que seja um 
paciente hipertenso, se ele tiver assintomático, 
será um paciente que, geralmente, não estará em 
urgência hipertensiva; 
• BB é utilizado para pacientes coronariopatas, para 
prevenção de IAM e arritmias malignas pós 
operatóros. O BB só é feito para os 
coronariopatas, pois ele está associado ao risco de 
um AVC isquêmico (ainda não se sabe os motivos). 
• IAM recente ou pós angioplastia coronariana: só 
poderão ser operados após 4-6 semanas do evento, 
a não ser que tenha alguma outra contra indicação 
que necessite esperar mais tempo. Lembrando que 
isso é para cirurgias eletivas!!! Cirurgias de 
emergência e urgência serão feitas. 
Risco pulmonar 
Programar estratégias em pacientes de alto risco 
 
Todas as vezes que o paciente necessita realizar 
anestesia geral ou ser intubado, o paciente pode 
apresentar uma complicação ou até mesmo pegar uma 
pneumonia por conta da IOT. 
 Existem alguns tipos de cirurgia, de doenças e 
comorbidades que irão aumentar o risco pulmonar. 
 Tipo de cirurgia: Andar superior do abdome. Está 
mais próximo e pode trazer uma reação 
inflamatória maior para os pulmões, apresentando 
uma chance maior de atelectasia. São cirurgias que 
apresentam um elevado risco pulmonar. 
 Pacientes que apresentam alguma IC, idosos, 
cirurgias que apresentam duração >3 horas, 
desnutridos, doenças pulmonares crônicas ou 
infecção de via aérea superior e tabagistas-. 
 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
 Espirometria ou Rx pré-operatório: 
• Asma ou DPOC; 
➢ VEF1 (volume expiratório) <30% do previsto – alto 
risco para afecções respiratórias; 
• Não estimam o risco em rotina. 
• Não é necessário em todos os pacientes. 
 Tabagismo: Cessar 8 semanas antes. Não pode ser 
2/3 dias antes, pois pode aumentar a reação 
inflamatória pulmonar, com aumento na produção de 
secreção. 
 Asma/DPOC: Enviar para avaliação do pneumo, no 
pré e pós operatório. Na maioria das vezes, 
relacionado a asma e DPOC graves, é necessário o 
uso de broncodilatadores e corticóides nas 24 
horas pré/pós-operatório, para tentar otimizar a 
função pulmonar do paciente no momento. 
❖ Tratar pneumonias previamente: se o paciente 
apresenta uma pneumonia prévia, é necessário fazer 
o tratamento dela primeiro. Paciente operado com 
pneumonia pode aumentar até 50% a mortalidade. 
Primeiro tem que tratar a pneumonia, verificar a 
melhora clínica do paciente e depois operar. 
❖ Lembrando que uma das principais respostas da 
REMIT é sobre o pulmão; pode ser atelectasia (uma 
das principais), derrame pequeno. 
Risco nutricional 
▪ Perda de 10% em 6 meses ou 5% em 1 mês → 
desnutrição grave. 
▪ A desnutrição pode ser medida com alguns 
marcadores: 
➢ Albumina (Meia-vida 14-18d); Se o paciente 
estiver desnutrido acima desse tempo, ele terá uma 
albumina baixa. É a mais utilizada na prática. 
➢ Transferrina (Meia-vida 7d) 
• NPT pré-op (7-10d) 
➢ Somente em gravemente desnutridos. 
 
• Pacientes que apresentam doenças crônicas, câncer 
são cronicamente denutridos e, muitas vezes, 
necessitam de cirurgia. Lembrar: magreza (ele pode 
ser desde sempre magro) não é sinal de 
desnutrição. Falar de desnutrição NÃO é saber se 
o paciente está gordo ou magro, e sim saber o 
quanto de peso ele perdeu recente. O paciente 
pode apresentar gordura, mas ter uma perda 
proteica grave. 
• O manejo do paciente desnutrido depende do tipo 
de cirurgia da morbidade cirúrgica. Se for feita 
uma cirurgia em um paciente que se apresenta 
gravemente desnutrido, principalmente se for uma 
cirurgia grande, é interessante realizar uma 
nutrição pré op. - nutrição suplementar com NPT. 
• Alguns desses paciente apresentam desnutrição por 
uma tolerância como uma pancreatite grave e não 
apresentam intolerância ao alimento. Dessa forma, 
é possível realizar uma nutrição parenteral ou 
nutrição enteral, mas com suplementação. 
• Essa conduta modifica muita a sobrevida do 
paciente: relação coma cicatrização, com a chance 
de infecção em ferida operatória. 
• A nutrição do paciente é o principal fator que irá 
indicar se a cirurgia vai ocorrer bem ou não. 
Paciente desnutrido, normalmente, apresenta 
complicações cirúrgicas. 
Risco hematológico 
É importante pesquisar a anemia e saber quando é 
necessário realizar a transfusão.• Transfundir CH: 
➢ Hb <6g/dl → Transfusão. Às vezes, o paciente 
apresenta uma hemoglobina de 2 e encontra-se 
assintomático. Às vezes, é uma anemia menor de 
longa data. No intraoperatório, o paciente começa a 
perder sangue e, no peri operatório ele perde líquido 
para o 3º espaço, podendo piorar a situação. Então, 
a ideia é transfundir. 
➢ 6-10g/dl → Não é necessária a transfusão. É feita 
SOMENTE se o paciente apresenta alto risco para 
um IAM ou doença cerebrovascular ou cirurgia de 
grande porte com uma perda estimada de >30% da 
volemia ou mais de 1.500ml de sangue; 
• Plaquetas: 
➢ <100.000 para oftalmológicas e neurocirurgia; 
➢ <50.000 para qualquer cirurgia. 
 
Risco hepatobiliar – Cirrose 
• Estado nutricional: é um paciente que tem uma 
diminuição da função hepática; a albumina vai lá 
pra baixo; cirurgias muito mais complicadas. 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
• Discrasias sanguíneas: geralmente o TP está largo; 
facilidade de sangramento muito maior; fazem 
plaquetopenia. 
CHILD-PUGH: CLASSIFICAÇÃO A, B E C 
❖ CHild A: hepatopata que hoje é normal; o fígado 
consegue suprir. 
❖ Child B: pesar se vale a pena. 
❖ Child C: Hepatopatas (mais grave); contraindicar 
cirurgias eletivas. Só é indicada se tiver real 
necessidade, pesando o risco benefício. Tais 
pacientes têm um risco alto de mortalidade – 80%. 
Tentar medidas conservadoras. 
HERNIORRAFIAS: Muitas vezes fazem ascite, que 
predispõe a hérnias da parede abdominal, 
principalmente a umbilical, que pode romper e liberar 
ascite cronicamente e, consequentemente, complicar 
infeções. Assim, surge uma controvérsia da contra 
indicação da cirurgia nesse caso que, no geral, é 
indicada. 
Risco renal 
Paciente renal crônico tem distúrbios metabólicos e 
hidroeletrolíticos, apresentando tendência a fazer 
hipercalemia, acidose metabólica. Nesse caso uma 
gasometria intraoperatória pode ajudar o paciente. 
Creatinina > 2mg/dl: fator de risco INDEPENDENTE 
para complicações cardíacas. 
Terapia de substituição renal: paciente dialítico 
(terapia de substituição renal) que vai operar, é preciso 
fazer a hemodiálise 24 horas antes do procedimento, 
e avaliar uma nova hemodiálise após o procedimento. 
Todo paciente que sofre trauma (a cirurgia é um trauma) 
faz uma hipercalemia por conta disso e, por isso, é 
necessário a hemodiálise antes e após o procedimento 
para melhor controle de K+ e volemia. 
Exames pré-operatórios 
Aspectos médicos-legais: não é necessário pedir todos 
os exames pré-operatórios para todos os pacientes. 
Na maioria das vezes, só precisa de 1, 2 exames. Basta 
ter uma boa anamnese e um bom exame físico. 
Geralmente, as alterações que são encontradas nos 
exames, não irão aumentar a morbidade 
perioperatória. 
Quando pedir os exames pré-
operatórios – Cobrado em provas 
HEMOG RAMA 
❖ Pacientes com suspeita de anemia; 
❖ Pacientes com suspeita de insuficiência renal; 
❖ Pacientes com esplenomegalia (identificada no 
exame físico) ou história de esplenomegalia; 
❖ Pacientes em uso de anticoagulantes; 
❖ Pacientes em vigência de infecção; 
❖ Pacientes que fizeram radioterapia ou 
quimioterapia recentes. 
COAGULOG RAMA 
❖ Pacientes com história de sangramento (mesmo que 
pequeno. Ex: todas às vezes que escova os dentes 
sangra; epistaxe frequente); 
❖ Pacientes que irão fazer uma cirurgia vascular, 
oftálmica ou neurocirurgia; 
❖ Pacientes que irão fazer uma circulação extra 
corpórea (CEC); 
❖ Pacientes com hepatopatias (alteração do TP); 
❖ Pacientes com esplenomegalia; 
❖ Pacientes com neoplasias avançadas; 
❖ Pacientes com má absorção. 
TIPAG EM SANGUÍNEA 
❖ Só pede se achar que vai ser necessário fazer uma 
transfusão sanguínea. Ex: em grandes cirurgias 
vasculares, em que o paciente sangra muito, é 
necessário pedir, pois pode ser que seja preciso 
transfundir durante a cirurgia. 
❖ Quando perda estimada de >30% ou 1500ml. 
GL ICEMIA 
❖ Pacientes acima de 70 anos; 
❖ Pacientes com diabetes mellitus ou com história 
familiar; 
❖ Pacientes em uso de corticoides; 
❖ Pacientes com pancreatopatias; 
❖ Pacientes com uso de NPT. 
CREATININA (FU NÇÃO RENAL) 
❖ Pacientes acima de 74 anos; 
❖ Pacientes com história pessoal ou familiar de 
nefropatia; 
❖ Pacientes hipertensos ou diabéticos; 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
ELETRÓL ITOS 
❖ Pacientes nefropatas; 
❖ Pacientes com insuficiência cardíaca ou hepática; 
❖ Pacientes que fazem uso de diurético ou corticoide; 
❖ Pacientes que tem hiperaldosteronismo. 
TGO/TGP 
❖ Pacientes que tem hepatopatias; 
❖ Pacientes etilistas; 
RAIO X DE TÓRAX 
❖ Pacientes acima de 74 anos; 
❖ Pacientes cardiopatas ou pneumopatas; 
❖ Pacientes com alguma neoplasia; 
❖ Pacientes tabagistas (acima de 20 maços/ano). 
ELETROCARDIOGRAMA 
❖ Pacientes acima de 40 anos (homem) e de 50 anos 
(mulheres); 
❖ Pacientes com doença sistêmica associada a 
patologia cardíaca (DM, HAS, doenças vasculares, 
LES, dislipidemias); 
❖ Pacientes que fazem uso de alguma droga 
cardiotóxica (ADT). 
 
 
❖ Paciente <40 anos, que vai ser feita uma anestesia 
regional, não é necessário pedir exame. 
❖ Para mulher é colocado aqui o HB e o Beta Hcg, mas 
é controverso (não é obrigado a pedir). 
Independente da faixa etária: cirurgia cardíaca, 
vascular da aorta, neurocirurgia, cirurgias extensas 
da coluna vertebral, ressecções pulmonares e 
intestinais: creatinina, glicemia, ECG e radiografia de 
tórax. 
Avaliação medicamentosa 
• Medicações que são necessárias suspender 
previamente: AAS; clopidogrel; anti inflamatórios 
(1 – 3 dias); anti coagulantes orais. 
• No dia anterior: suspender antidiabético oral (ele 
pode dar algum grau de lesão hepática), diuréticos 
(para não alterar a volemia do paciente no peri 
operatório). 
• Medicações que devem ser mantidas durante a 
cirurgia: anti-hipertensivos, psicotrópicos, 
anticonvulsivantes, drogas pulmonares, 
levotiroxina. 
 
Anticoagulantes orais 
• Suspender 5 dias antes. Mensurar RNI no pré-
operatório imediato. Reiniciar 12 horas pós 
operatório. 
• Paciente de alto risco: suspender o oral e iniciar a 
heparina sistêmica até 6 horas antes da cirurgia. 
• Cirurgia de emergência (que não teve tempo de 
suspender o anticoagulante oral): considerar usar 
plasma fresco, vitamina K ou protamina no paciente 
para diminuir seu risco cirúrgico. 
 
Antiplaquetários (aspirina e clopidogrel) 
• Depende do risco da cirurgia e do paciente. 
• Pacientes de baixo risco: devem ser mantidos. 
• Pacientes de risco moderado: se for como 
profilaxia secundária → manter; se for como 
profilaxia primária → suspende por 7 dias. 
• Nem sempre vai precisar suspender. 
• No geral, suspende, mas não é necessário, 
principalmente para cirurgias de baixo risco. 
 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
Tricotomia 
• Não realizar, ou realizar apenas no momento da 
cirurgia (às vezes, com o paciente já anestesiado). 
❖ Já foi evidenciado que fazer tricotomia um dia 
antes ou na noite anterior aumenta o risco de 
infecção. Ao realizar a tricotomia, é criado um grau 
de inflamação na região que propicia o surgimento 
de bactérias. Então, não é interessante, a menos 
que seja no momento da cirurgia. 
Sondagem vesical 
❖ Caso seja necessário monitorizar perfusão 
tecidual: paciente grave - monitorização da diurese 
do paciente o tempo inteiro no intra-operatório.; 
cirurgias longas com mais de 4 horas); 
❖ Cirurgias pélvicas ou de vias urinárias; 
❖ Laparoscopias*: Muito comum; esvaziar a bexiga e 
diminuir os riscos ao passar o trocáter, 
principalmente se for passagem pélvica (pra não 
pegar na bexiga). 
• Não precisa fazer em todos os pacientes! 
Antibioticoprofilaxia 
 
• Para entender de antibioticoprofilaxia, o primeiro 
passo é classificar o tipo de cirurgia: 
•Limpa: Sem manipulação do TGI, GU, respiratório 
“nem nada”. Exemplo: hérnia, plástica. Só vai ser 
manipulado pele, TSC, músculo e fáscias. Risco de 
infecção 1-2%. 
• Limpa-contaminada: Cirurgias em que acaba 
invadindo, mas não tem uma contaminação 
grosseira. EX: Cirurgias do TGI (gastrectomia – 
NÃO vai abrir o estômago. Vai clampear, fazer a 
ressecção do tumor ou o que quer que seja e depois 
suturar). Quando ocorre extravasamento, é 
mínimo. Se contaminou é pouco. Outros exemplos: 
cirurgias de orofaringe (contato com saliva, com a 
boca - que é contaminada). Então, vai ser 
classificada como uma cirurgia limpa 
potencialmente contaminada. R. de infecção 2-4%. 
• Contaminada: A contaminada de verdade, 
geralmente, teve uma quantidade relevante de 
secreção no TGI. Por exemplo: O cara levou um tiro 
que perfurou uma alça intestinal e o conteúdo 
dessa alça está extravasando ali dentro. Outros 
exemplos: cirurgias que vai se operar urina ou bile 
(ex. colecistite) que possam estar contaminadas. 
Risco de infecção 7-10%. 
• Infectada: É o paciente que tem uma infecção 
estabelecida, geralmente com pus ou início de 
formação de pus. EX: Apendicite. Risco de infecção 
– 10-40%. 
Quando realizar 
A antibioticoprofilaxia, geralmente, é realizada no 
intraoperatório até 24h. Se passar disso vira terapia. 
• Cirurgia limpa: geralmente, não precisa fazer. 
➢ Prótese (ex. tela) ou grande morbimortalidade. 
➢ Ex. cirurgia cardíaca, neurocirurgia, cirurgia 
vascular de grande porte. São limpas, mas será 
catastrófico se houver infecção. 
• Contaminada ou potencialmente contaminada: 
deve-se realizar SEMPRE. 
➢ Sabe-se que pode ter caído secreção ali; pode ter 
bactérias, contaminação do abdome (que era livre 
de bactérias); contaminação do meio estéreo com 
bactérias do TGI. Mesmo que seja pouco ou mesmo 
na hora do corte ... Contaminou! Ex. Paciente que 
levou PAF no estômago. 
• Infectada: Não se faz antibioticoprofilaxia, mas 
sim antibioticoterapia. Se ele já tem uma infecção 
estabelecida, ele já está ou deveria estar em uso 
de antibiótico. Por isso, não vai usar somente no 
intraoperatório, mas também depois. Tem que tratar 
a infecção. 
 
❖ 1º dose na indução anestésica: 
➢ Repetir em 1 a 2 meias-vidas da droga; 
➢ Manter até o fim do procedimento ou no máximo 
24horas. 
❖ A cada droga, é necessário ver qual é a meia vida. Ex. 
Cefazolina (4 horas). Então, a cada 4 horas de 
cirurgia, repete o antibiótico. Mantém até o fim do 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Cirurgia – Avaliação do risco cirúrgico 
procedimento ou envia para a enfermaria em uso 
de ATB por até 24 horas. 
Profilaxia tromboembolismo 
• Importantíssimo! Uma das últimas considerações 
necessárias para a avaliação cirúrgica do paciente, 
para minimizar o seu risco cirúrgico. 
É a principal causa de mortalidade intra-hospitalar 
passível de prevenção. 
 
FATORES DE RISCO 
• Paciente neoplásico, grandes cirurgias, cirurgia que 
faz imobilidade, cirurgias ortopédicas no geral, 
paciente de grande trauma (principalmente de 
MMII, por causa da imobilidade), obesidade, 
gestante, idoso, compressão venosa pelo tumor, 
hematoma... 
Profilaxia geral 
• 1º: Avaliação do porte da cirurgia: 
❖ Se é de pequeno porte, com menos de uma hora e 
internação prevista de menos de 2 dias → 
geralmente - somente deambulação precoce, sem 
necessidade de profilaxia química. Ex: 
hernioplastia. 
❖ Porte médio e grande: vai depender da idade. 
Paciente menor que 60 anos, menor de 40 anos, 
sem risco (não entra naqueles fatores de risco) → 
deambulação precoce e casa depois. Se tiver mais 
de 60 anos, ou entre 40 e 60 com risco → ver se 
tem alguma contra indicação para profilaxia 
medicamentosa; Se não tiver contra indicação, faz! 
Se tiver contra indicação, faz métodos mecânicos 
(Ex. meia pneumática). Então, risco médio faz 
profilaxia química e/ou a mecânica. 
• Risco alto: geralmente faz as duas profilaxias. E 
sempre, se o paciente puder: Deambulação precoce.

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