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Avaliação Pré-Anestésica

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Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
Prof. Lilia Perez – Anestesia - 02/03/2021 
Conceitos 
Definição: processo de abordagem clínica que 
preenche a administração de anestésicos para 
procedimentos cirúrgicos e diagnósticos. 
Importante para: 
• Conhecer o paciente e suas comorbidades 
• Possíveis dificuldades que possam ocorrer 
• Medicações em uso 
o Possíveis interações medicamentosas 
com as medicações usadas na 
cirurgia. 
• Cirurgias prévias 
o Complicações? 
• História familiar de complicações? 
• Transfusão sanguínea 
o Reações? 
Perguntas relevantes 
Diferenças de avalição e Consulta? 
• Consulta 
o Realizada em consultório ou 
enfermaria. 
o Mais completa 
o Procedimentos eletivos 
• Avaliação 
o Feita em qualquer momento antes da 
cirurgia. 
Caso o paciente tenha feito uma consulta pré-
anestésica com outro profissional, o anestesista 
deve fazer uma avaliação¸ que é mais sucinta. 
A realização da APA é obrigatória? 
É obrigatória antes de procedimentos eletivos. 
(Resolução CMF de 2174). 
Deve ser feita nos procedimentos de urgência de 
forma sucinta. 
Emergência → Paciente inconsciente. Avalição é 
feita com acompanhante. 
Quem deve realizá-la? 
O profissional da anestesiologia e os que estão 
envolvidos no manejo pré-operatório. 
Se não houver anestesista, outro profissional pode 
fazer o manejo solicitando exames. 
Qual o melhor momento? 
• Cirurgia eletiva → Semanas de 
antecedência. 
Ideal que seja feita antes da cirurgia, para que se 
possa programar, solicitar materiais especiais que 
possam ser úteis durante a cirurgia. 
Por que fazer APA? 
Objetivos 
• Elaborar um plano anestésico adequado 
• Avaliar riscos e complicações relacionados 
ao paciente/procedimento 
• Desenvolver um plano para otimização 
clínica. 
o Medicações 
o Jejum 
o Exames a serem solicitados 
Reduz morbidade e mortalidade cirurgia → Previne 
complicações 
Diminui: 
• Nível de ansiedade de pacientes e 
familiares → Na APA será bem explicado 
como será o procedimento, o que reduz a 
ansiedade. 
• Número de procedimentos 
adiados/cancelados no dia → Com a APA, 
dificilmente terá motivos para cancelar. 
o Menos custo para o hospital 
• Tempo de hospitalização e custos 
hospitalares → menos complicações. 
Aumenta 
• Aceitação anestesia regional (Raqui e Peri) 
→ quando explicado os benefícios, 
geralmente melhora a aceitação. 
• Nível de satisfação do paciente 
• Segurança do procedimento 
APA 
Anamnese → Foca na parte perioperatória e 
cirúrgica 
Exame físico 
Lista de comorbidades 
Educação do paciente → orientações do que deve 
ser feito no perioperatório. 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
Otimização clínica → Ajuste de medicação e 
controle de comorbidades. 
TCLE 
Avaliação de VA 
Risco cirúrgico: relacionado ao paciente e 
procedimento. 
Risco anestésico. 
Relatório de Especialista → cardiologista, se for 
cardiopata, por exemplo. 
História Anestésica → Pessoal e familiar, buscando 
complicações de origem genética ou não, como a 
hipertermia maligna. 
Medicações contínuas 
Planejamento do ato anestésico. 
Classificação da ASA 
Classifica o estado físico do paciente. 
Linguagem universal dos anestesistas. 
Prediz mortalidade nas cirurgias 
 
ASA I: 
• Etilismo social → Já não é mais ASA I. 
• Tem baixíssimo risco de mortalidade 
intraoperatória 
o Não deve ser negligenciado 
o A maior parte das complicações 
evitáveis acontecem nesse tipo de 
paciente que acabam sendo 
negligenciados. 
ASA II: O paciente tem uma doença sistêmica leve, 
porém controlada. 
ASA III: doença sistêmica gera uma limitação 
funcional ou o paciente está mal controlado. 
ASA IV: 
• Falência renal COM de hemodiálise → ASA 
III. 
• Pacientes renais crônicos não dialíticos → 
ASA IV. 
Desvantagens: 
• Leva em consideração apenas 
características do paciente 
• Interpretação individual e variada 
• Não avalia os riscos cirúrgicos do 
procedimento 
Vantagens 
• Facilidade de classificação 
• Amplamente difundido 
Apesar de ter relação com mortalidade, NÃO é um 
bom preditor, porque não leva em consideração 
outros fatores. 
Capacidade Funcional 
Atividade física pode ser quantitificada em 
equivalentes metabólicos. 
Múltiplos da taxa metabólica basal: avalia 
quantidade de o2 utilizada para cada tarefa. 
• Equivale a energia suficiente para o 
individuo manter o corpo em repouso. 
1 MET 
• Taxa metabólica basal → Necessária para 
nos manter vivos 
• Equivale a um consumo de o2 (VO2) de ± 3,5 
ml/kg/min (Consumo basal de um adulto) 
1 a 3 METs: comer, se vestir, trabalhar em um 
computador. 
4 METs: subir lance de escada, subir uma ladeira, 
andar dois quarteirões. 
4 a 10 METs: corrida leve, arrastar móveis pesados, 
esfrefgar o chão 
>10 METs: esforços vigorosos. 
Importante: estimar a capacidade funcional porque 
nem todos conseguem realizar a ergoespirometria 
(exame ideal para avaliar a capacidade funcional) 
Qual a importância de avaliar a capacidade 
funcional? 
Prevê desfechos e complicações perioperatórias: 
menor capacidade funcional → maior agressão da 
cirurgia e menos reserva ele terá para sair do 
estresse. 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
Capacidade > 4 MET (Baixo risco de 
complicações) 
• Capacidade funcional ideal → Equivalente a 
uma cirurgia 
• Não precisa de exames adicionais, em 
relação a capacidade funcional 
Capacidade de 1 a 4 METs 
• Não é possível determinar a capacidade 
funcional 
• Avaliação com o cardiologista 
• Ex: Paciente restrito ao leito, esperando 
cirurgia por muito tempo, grau de informação 
baixo. 
Orientar a necessidade de avaliação mais 
profunda. 
Pacientes que não foi possível determinar a 
capacidade funcional 
• Avaliação com o cardiologista ou solicita 
Eco com estresse farmacológico (simula 
atividade física). 
A capacidade funcional por METs é determinada 
pela Anamnese 
História Clínica 
Componentes 
• Identificação 
• Procedimento planejado 
• HMA e IS 
• Comorbidades 
• Antecedentes anestésicos/cirúrgicos 
• Medicamentos em uso 
• Alergia a substâncias → qualquer substância, 
não apenas medicamentos 
o Alergia a látex → Catastrófico! Tudo 
na sala, praticamente, é de látex. 
• Tabagismo, etilismo, drogas → repercussões 
absurdas na anestesia, com complicações 
fatais. 
• História de Via Aérea Difícil → paciente já 
passou por uma cirurgia e ninguém conseguiu 
intubá-lo. 
o É preciso preparar todo material 
para evitar que essa situação ocorra 
novamente. 
• Capacidade funcional 
• Uso de prótese/dispositivos → marcapasso, 
prótese metálica. 
Exame Físico 
Direcionado pela Anamnese e Fatores de risco 
Etaapa obrigatória e importante da APA 
Componentes 
• Dados vitais e antropométricos: peso 
atualizado e altura para cálculo de 
superfície corpórea. 
o Algumas medicações são feitas por 
peso e outras por m2 de superfície 
corpórea. 
• Avaliação de VA: 
o Preditores de VAD → preocupação 
universal dos anestesistas em relação 
ao manejo de VA dos pacientes. 
o Preditores de ventilação difícil 
• Alinhamento da coluna vertebral: Paciente 
tem desvio de coluna, ou se já fez cirurgia de 
coluna → talvez seja preciso abordar a 
coluna para fazer uma raquianestesia ou 
peridural. 
• Acessos periféricos: se o paciente é 
multipuncionado, fez quimioterapia, pode 
haver dificuldade de se conseguir o acesso 
periférico e talvez seja necessário pegar o 
acesso central. 
• Ausculta cardiopulmonar: principalmente se 
o paciente tiver alguma queixa. 
oEx: paciente tabagista com queixa 
de dispneia; paciente portador de 
arritmia. 
Avaliação de VA 
Parte mais importante da APA 
Componentes 
• Condição dos dentes 
o Dente mole 
o Dentes em precário estado de 
conservação 
o Falta de unidades dentárias 
• Mover incisivos mandibulares para frente 
(teste de mordida do lábio superior): Solicita 
que o paciente projete a mandíbula para 
frente. 
o Morder o lábio superior com a parte 
superior → Bom sinal! 
• Tamanho da língua 
o Macroglossia (Língua grande) → 
Preditor importante de dificuldade de 
intubar. 
• Comprimento dos incisivos superiores → 
“dentuços” maior dificuldade de 
laringoscopar sem causar traumas. 
• Conformação do palato (Classsificação 
de Mallampati) → Mallampatis 3 e 4. 
• Protusão voluntária da mandíbulas 
• Distância interincisivos 
o Abertura da boca de no mínimo 3 
dedos (3 a 4 cm) → Suficiente para 
passar o laringoscópio. 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
o Menos de 3 dedos → Abertura de 
boca limitada. Causará dificuldades. 
• Visibilidade da úvula (Teste de Mallampati) 
• Distância tireomentoniana e 
esternomentoniana: Solicitar ao paciente 
que estenda o pescoço. O ideal é: 
o Distância tereomentoniana → > 6cm 
o Distância esternomentoniana → 
>12cm 
o Paciente pescoço curto → > 
dificuldade de manejar VA. 
• Diâmetro cervical → Circunferência cervical 
>40 cm, preditor de dificuldade 
• Mobilidade atlanto-axial: Pacientes que 
tem limitação da extensão cervical. (pescoço 
duro ou que não podem mexer) preditor de 
dificuldade. 
Classificação de Mallampati 
Pedir ao paciente para abrir a boca e colocar a 
língua para fora. 
O teste clássico não tem fonação (falar “AAA”). 
• Mallampati 1 → visualiza todas ou quase 
todas as estruturas (úvula, pilares 
amigdalianos, palato mole, palato duro) 
• Mallampati 2 → não há visualização de 
pilares amigdalianos, mas é possível visualizar 
a úvula, o palato mole e o palato duro. 
• Mallampati 3 → visualizar somente a base 
da úvula e o palato duro. 
• Mallampati 4 → ó é possível visualizar o 
palato duro. 
Mallampatis 3 e 4 → Preditores de dificuldade. 
• Isoldamente, preditores fracos. Se não tiver 
associação com outro preditor, 
provavelmente não será uma VA difícil. 
Examinador deve ser posicionar no mesmo nível do 
paciente. 
Via aérea difícil 
É aquela que o profissional treinado e experiente 
tem dificuldade de intubar, manter ventilação manual 
sob máscara (AMBU). 
Intubação difícil: quando há mais de três 
tentativas ou que demore mais de 10 minutos para 
ser realizada. 
• Essa situação faz parte da VAD. 
Pior situação na anestesiologia → VA difícil não 
prevista. 
Preditores de IOT difícil (por laringoscopia direta) 
• Intubação difícil prévia 
• Distância interincisivos < 4 cm 
• Distância tireomentoniana < 6 cm 
• Distância esternomentoniana < 12 cm 
• Extensão da cabeça/pescoço reduzida < 
30º 
• Classificação de Mallampati 3 ou 4 
• Protusão mandibular reduzida 
• Circunferência cervical > 40 cm 
• Complacência submentoniana reduzida 
Preditores de Ventilação difícil 
• Idade ≥ 55 anos: é um preditor 
independente de dificuldade de ventilar. 
• IMC > 26: Tendem a ter queda de base de 
língua, obstruindo a VA. 
o O ideal é colocar uma Guedel, 
retificar a VA, para que se consiga 
ambuzar esse paciente. 
• Ausência de dentes: alteração da 
anatomia da face, dificultando o 
acoplamento da máscara. 
• Barba: dificulta o acoplamento da máscara. 
o Na APA há a possibilidade de pedir 
ao paciente para retirar a barba. 
• História de ronco → apneia obstrutiva do 
sono (AOS) 
STOP BANG 
Questionário usado na Consulta Pré-Anestésica 
relacionado à AOS 
• S: Você ronca alto? 
• T: Você frequentemente sente-se cansado, 
fatigado ou sonolento durante o dia? 
• O: Alguém já observou você parar de 
respirar ou se engasgando/sufocando 
durante o sono? 
• P: Você tem ou está sendo tratado por 
pressão alta? 
• B: IMC > 35 kg/m2? 
• A: Idade > 50 anos? 
• N: Circunferência cervical ≥ 43 cm em homens 
ou ≥ 41 cm em mulheres? 
• G: Sexo masculino? 
Critérios de pontuação para população geral: 
• Baixo risco de AOS: Sim para 0-2 questões 
• Intermediário risco de AOS: Sim para 3-4 
questões 
• Alto risco de AOS: Sim para 5-8 questões OU 
Sim para 2 ou mais das STOP + gênero 
masculino OU Sim para 2 ou mais das STOP 
+ IMC > 35 OU Sim para 2 ou mais das STOP 
+ circunferência cervical ≥ 43 cm em homens 
ou ≥ 41 cm em mulheres 
AOS → Pacientes com suspeita ou diagnosticados 
que serão submetidos a cirurgias, principalmente 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
eletivas, é sugerido que tragam seus aparelhos de 
CPAP para usarem na recuperação pós-anestésica. 
• São pacientes com alto risco de obstrução 
pós-anestésica. 
Pacientes com trauma de face → Podem ter edema 
de laringe e VA. Dificuldade na manipulação de VA. 
RN com síndrome genética → Ex: paciente 
micrognata. 
Paciente com Angina de Ludwig → Abcesso 
dentário que evolui para região cervical. Pode estar 
relacionado ao trismo e o paciente não abre a 
boca. Pode haver edema de VA e partes moles 
próximos a laringe. Pode cair pus na VA durante a 
manipulação. 
Paciente vítima de TRM→ Não é aconselhado 
estender o pescoço para intubar. 
• Provável manejo: 4 mãos (tira o colar cervical, 
estabiliza o pescoço, enquanto outro médico 
tenta intubar). 
Gestante: hormônios gestacionais podem causar 
edema de VA. 
• Estômago cheio → esvaziamento gástrico 
lento, aumentando o risco de 
broncoaspiração. 
Exames Complementares 
Solicitação de acordo com o contexto clínico, e não 
os de rotina. 
Hb/HT (Hemograma) → mais comum de se pedir 
• Hematológicos 
• Doença renal → pacientes renais crônicos 
(Hb mais baixa), a chamada anemia de 
doença crônica. 
• Sangramento → ex: mulher com mioma 
sangrante. 
• QT/RT → risco de aplasia medular, risco de 
alterações no hemograma. 
• Corticoide 
• Anticoagulante 
• Desnutrição → associação com anemia. 
• Grande porte 
Função renal: solicitar quando o paciente for 
portador de alguma comorbidade que possa afetar 
sua função renal. 
• DM/HAS → principais causas no mundo de 
DRC. 
• Desidratação → é uma das causas de IRA 
pré-renal. 
• Doença cardíaca 
• Doenças renais 
• QT recente 
Coagulação: 
• Coagulopatia (fator V de Leiden, doença de 
Von Willebrand) → história pessoal ou familiar 
• História de sangramento → perguntar na 
anamnese se ao escovar os dentes há 
sangramento de gengiva (suspeita de um 
distúrbio de coagulação). 
• Doença hepática 
• Desnutrição 
• Anticoagulantes 
ECG: 
• História de DAC 
• HAS/DM/ICC/AVC 
• Dor torácica 
• Síncope 
• Palpitação 
• Edema/dispneia sinais de ICC 
• Idade > 50 ou 55 anos → Controverso. 
o Alguns guidelines indicam o ECG 
nesses pacientes em casos de 
cirurgias eletivas. 
o O nível de evidência para solicitar 
ECG pela idade não é alto, mas 
algumas instituições seguem esse 
protocolo, pois essa é uma faixa 
etária de maior chance de ter uma 
alteração ou doença cardíaca 
ainda desconhecida. 
o Diz respeito a Medicina Defensiva, 
principalmente se o paciente for ASA 
I. Teoricamente, não se pede nenhum 
exame para ASA I pelo paciente, mas 
sim pelo porte cirúrgico (paciente sem 
comorbidades se leva em 
consideração o porte cirúrgico). 
Radiografia de tórax: 
• Ausculta respiratória alterada 
• Desordens pulmonares: HAP/DPOC/PAC 
• Suspeita de massa mediastinal → como 
dissecção de aorta, que pode levar a 
alargamento de mediastino. 
• Avaliar desvio de traqueia 
• Aneurisma de aorta 
Paciente ASA I, em teoria, não precisa de exames se 
for submetido a um procedimento de pequenoporte 
(ex: Pcte, ASAI, 35 anos, cirurgia de hérnia). 
Estratificação do risco 
Morte x complicações x eventos adversos → ao 
estratificar o risco, leva-se em consideração o risco 
de morte, complicações e eventos adversos. 
Risco inerente ao procedimento cirúrgico: 
• Grau de urgência 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
• Porte da cirurgia 
Risco associado à condição clínica do paciente 
Considerando apenas o risco do paciente, deixando 
de lado o risco cirúrgico, a avaliação fica 
enviesada. O contrário também se aplica. 
Risco cirúrgico 
O procedimento pode ser classificado pelo nível de 
urgência do paciente. 
Emergência → Risco de vida 
• Ir direito para o Centro cirúrgico o foco aqui 
é tratar as descompensações. 
• Tentar otimizar o máximo o paciente no intra 
operatório 
Ex: Oclusão arterial aguda (risco de perder o 
membro), ruptura de aneurisma/HSA. 
Urgência → você terá 6h (ou 12 dependendo da 
literatura) para ajustar medicações e otimizar o 
paciente 
• Ex: Cirurgia de apendicite → Caso o 
paciente não seja operado nas próximas 
12/24h terá o risco de morbimortalidade 
aumentado. 
• Importante a solicitação de uma exame 
específico antes do procedimento. 
o Se para conseguir a intervenção 
desejada, demorará um tempo de 6 
a 12hs e com isso mudar a conduta 
(manejo de anestésico e preparo 
intraoperatório) → A cirurgia pode 
ser adiada por 6 a 12hs. 
o Ex; Pcte cardiopata com apendicite 
→ Solicitar o ECG, para decidir qual 
droga será utilizada na indução. 
Eletiva 
• Paciente deve entrar na sala nas melhores 
condições possíveis. 
• Caso seja identificado na APA, é possível 
adiar o procedimento para otimizar as 
condições clínicas do paciente. 
• Ex: Cirurgia plástica, hérnia. 
Porte 
Pequeno (mortalidade < 1%, sem levar em 
consideração o risco do paciente): 
• Superficial: procedimentos endoscópicos 
• Mama 
• Dentária 
• Tireoide 
• Olho 
• Reconstrutiva 
• Carótida 
• RTU próstata 
Médio (1-5%): 
• Cirurgia abdominal ou torácica 
• Endovascular: aorta, DAOP 
• Cabeça e pescoço 
• Neurocirurgia 
• Ortopedia 
• Renal 
Alto (> 5%): 
• Vasculares (abertas) 
• Whipple 
• Hepatectomia 
• Esofagectomia 
• Perfuração intestinal 
• Adrenalectomia 
• Cistectomia radical 
• Pneumectomia 
• Transplante hepático ou pulmonar 
Risco Cardiovascular 
Situação: paciente marcado para cirurgia com 
fatores de risco para DAC. 
PASSO 1: A cirurgia é de emergência? 
• Sim → proceder com cirurgia 
• Não → ir para a próxima etapa 
PASSO 2: paciente possui cardiopatia ativa (angina 
instável, IAM recente, arritmias significantes, ICC 
descompensada, valvopatias severas)? 
• Sim → adiar cirurgia até estabilização 
• Não → ir para próxima etapa 
PASSO 3: estratificação de risco cirúrgico 
• Baixo (<1%) → proceder com cirurgia 
• Médio/alto → ir para próxima etapa 
PASSO 4: avaliar capacidade funcional 
• ≥ 4 METs → proceder com cirurgia 
• < 4 METs/desconhecido → ir para a próxima 
etapa 
Passo 5: preditores clínicos 
 Classificação de Goldman 
• Creatinina > 2, 
• IC 
• DM insulinodependente, 
• Cirurgia intratorácica, 
• Intra-abdominal ou vascular 
supra-inguinal, am de ave ou ait, 
• Doença isquêmica cardíaca 
 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
• 0 preditores (baixo risco cardiovascular) → 
proceder com cirurgia 
• 1-2 preditores (risco cardiovascular 
intermediário) → avaliar necessidade de 
testes, como eco ou RM cardíaca (se for 
mudar conduta) 
• ≥ 3 preditores (alto risco cardiovascular) 
solicitar testes ou pedir avaliação do 
cardiologista. 
Orientações aos Pacientes 
REMIT: Citocinas e hormônios estressores. 
• Cirurgia → Trauma 
• Anestesia → minimizar a REMIT 
Jejum 
• Minimizar a REMIT abreviando o tempo de 
jejum → O pcte deve ficar o mínimo de tempo 
possível. 
• Induz um estado catabólico (proteinólise, 
lipólise, glicogenólise) → Acaba consumindo 
a reserva do paciente. 
o PTN (proteinólise) + Lipólise 
o Queda de glicogênio 
o Pós-absrotivo → Jejum aumenta a 
translocação bacteriana. 
 
Jejum pré-operatório 
 
Crianças → NÃO devem ficar em jejum prolongado. 
São prioridade na sala cirurgia. 
SUS → Dificuldade de entendimento dos pacientes. 
Por isso, orienta-se jejum de 8 horas¸ para simplificar. 
Manejo de medicamentos 
Continuar: 
• Anti-hipertensivos → sua suspensão pode 
acarretar numa crise hipertensiva. 
• Medicações cardíacas 
• Psiquiátricas 
• Tireoidianas 
• Anticoncepcionais → Orientar o paciente 
que pode haver interação medicamentosa 
e pode anular o efeito do AC. 
• Anticonvulsivantes 
• Corticoides → provavelmente será preciso 
fazer dose de estresse na cirurgia. 
• Estatinas 
Suspender/Modicar 
• Diuréticos que não estejam sendo usados 
como anti-hipertensivos 
• Medicações tópicas → principalmente em 
pacientes que serão submetidos a anestesia 
geral, porque a quantidade de sangue que 
vai para pelo ou subcutâneo é menor. 
o Então a absorção desse tipo de 
medicação fica errática. 
o O ideal é trocar a posologia dessa 
medicação ou suspender. 
• Aspirina → se estiver sendo usada em dose 
preventiva, mantém (ex: paciente com RCV 
alto em uso de AAS 100mg/dia), 
o Exceto→ cirurgias oftalmológicas e 
neurocirurgias, porque qualquer 
sangramento mínimo nessas cirurgias 
é catastrófico. 
• Tienopiridinas 
• Insulina → paciente insulinodependente 
ficará em jejum para cirurgia. 
o É preciso modificar seu esquema de 
insulinoterapia, se não ele fará 
hipoglicemia no pré-operatório. 
o A insulina regular deve ser suspensa 
o A insulina NPH deve ser mantida (1/2 
dose no dia anterior à cirurgia e 
1/3 dose no dia da cirurgia). 
o Todo paciente diabético deve ser 
orientado quanto a sinais de 
hipoglicemia e tratamento (bebida 
açucarada, massagem de açúcar na 
bochecha), principalmente se morar 
sozinho. 
• Hipoglicemiantes orais → principalmente a 
metformina. 
o Cirurgias de grande porte ou se for 
utilizar contraste (TC com contraste): 
a metformina deve ser suspensa 24 
horas antes pelo risco de acidose 
lática e disfunção renal. 
• Sildenafil e similares → devem ser suspensos, 
pela liberação de óxido nitroso que faz 
vasodilatação. 
Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo 
o A vasodilatação pode fazer uma 
hipotensão severa no intraoperatório 
e até parada cardíaca. 
• Cumarínicos e AINEs → devem ser suspensos 
3 a 5 dias antes de procedimentos cirúrgicos, 
pois podem alterar a coagulação. 
o Fazem uma alteração temporária da 
COX, que pode interferir na 
agregação plaquetária. 
AAS: na dose profilática mantém, exceto para 
neurocirurgia, oftalmo (suspender 7 dias). 
HNF: aguardar 4 horas para bloqueio de neuroeixo. 
HBPM: dose profilática → 12 horas/dose 
terapêutica → 24 horas 
Cumarínicos → suspender 3-5 dias; RNI ≤ 1,5. 
Considerar terapia ponte. 
Álcool: suspender 4 semanas antes (8-12 semanas 
para regressão completa do risco) 
Tabagismo: suspender 4 semanas antes; terapia 
com nicotina (evitar crise de abstinência violenta) 
qualquer tempo que interromper o tabagismo antes 
da cirurgia já traz benefícios. 
Hipoglicemiantes orais: suspender 1 dia antes. 
AINEs: suspender 48-72 horas antes. 
Fitoterápicos: são substâncias que alteram a 
coagulação. Seu uso deve ser ativamente 
questionado na anamnese e orientada a suspensão, 
pois aumenta o risco de sangramento no 
intraoperatório. 
Situações Específicas 
Em quanto tempo devo adiar cirurgia eletiva após 
angioplastia? 
Pacientes angioplastados recentemente (ex: 
infartou e precisa de cirurgia) são pacientes que já 
saem dasala de hemodinâmica com dupla 
antiagregação (AAS e clopidogrel). 
Essas duas medicações aumentam bastante o risco 
de sangramento. 
• Angioplastia por balão → adiar o 
procedimento por 14 dias 
• Stent convencional → adiar o procedimento 
por 4 semanas-3 meses 
• Stent farmacológico → adiar o 
procedimento por 12 meses 
Quando não for possível suspender a dupla 
antiagregação: fazer terapia ponte 
• Suspender clopidogrel e ticagrelor por 5 
dias e prasugral por 7 dias e retornar à 
terapia o mais rápido possível + substituir 
por heparina e suspendê-la 12 horas antes 
(terapia ponte) → dessa forma, minimiza o 
tempo que o paciente ficará sem 
anticoagulação, prevenindo fenômenos 
tromboembólicos. 
• Considerar inibidores da glicoproteína IIb/IIIa

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