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Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo Prof. Lilia Perez – Anestesia - 02/03/2021 Conceitos Definição: processo de abordagem clínica que preenche a administração de anestésicos para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos. Importante para: • Conhecer o paciente e suas comorbidades • Possíveis dificuldades que possam ocorrer • Medicações em uso o Possíveis interações medicamentosas com as medicações usadas na cirurgia. • Cirurgias prévias o Complicações? • História familiar de complicações? • Transfusão sanguínea o Reações? Perguntas relevantes Diferenças de avalição e Consulta? • Consulta o Realizada em consultório ou enfermaria. o Mais completa o Procedimentos eletivos • Avaliação o Feita em qualquer momento antes da cirurgia. Caso o paciente tenha feito uma consulta pré- anestésica com outro profissional, o anestesista deve fazer uma avaliação¸ que é mais sucinta. A realização da APA é obrigatória? É obrigatória antes de procedimentos eletivos. (Resolução CMF de 2174). Deve ser feita nos procedimentos de urgência de forma sucinta. Emergência → Paciente inconsciente. Avalição é feita com acompanhante. Quem deve realizá-la? O profissional da anestesiologia e os que estão envolvidos no manejo pré-operatório. Se não houver anestesista, outro profissional pode fazer o manejo solicitando exames. Qual o melhor momento? • Cirurgia eletiva → Semanas de antecedência. Ideal que seja feita antes da cirurgia, para que se possa programar, solicitar materiais especiais que possam ser úteis durante a cirurgia. Por que fazer APA? Objetivos • Elaborar um plano anestésico adequado • Avaliar riscos e complicações relacionados ao paciente/procedimento • Desenvolver um plano para otimização clínica. o Medicações o Jejum o Exames a serem solicitados Reduz morbidade e mortalidade cirurgia → Previne complicações Diminui: • Nível de ansiedade de pacientes e familiares → Na APA será bem explicado como será o procedimento, o que reduz a ansiedade. • Número de procedimentos adiados/cancelados no dia → Com a APA, dificilmente terá motivos para cancelar. o Menos custo para o hospital • Tempo de hospitalização e custos hospitalares → menos complicações. Aumenta • Aceitação anestesia regional (Raqui e Peri) → quando explicado os benefícios, geralmente melhora a aceitação. • Nível de satisfação do paciente • Segurança do procedimento APA Anamnese → Foca na parte perioperatória e cirúrgica Exame físico Lista de comorbidades Educação do paciente → orientações do que deve ser feito no perioperatório. Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo Otimização clínica → Ajuste de medicação e controle de comorbidades. TCLE Avaliação de VA Risco cirúrgico: relacionado ao paciente e procedimento. Risco anestésico. Relatório de Especialista → cardiologista, se for cardiopata, por exemplo. História Anestésica → Pessoal e familiar, buscando complicações de origem genética ou não, como a hipertermia maligna. Medicações contínuas Planejamento do ato anestésico. Classificação da ASA Classifica o estado físico do paciente. Linguagem universal dos anestesistas. Prediz mortalidade nas cirurgias ASA I: • Etilismo social → Já não é mais ASA I. • Tem baixíssimo risco de mortalidade intraoperatória o Não deve ser negligenciado o A maior parte das complicações evitáveis acontecem nesse tipo de paciente que acabam sendo negligenciados. ASA II: O paciente tem uma doença sistêmica leve, porém controlada. ASA III: doença sistêmica gera uma limitação funcional ou o paciente está mal controlado. ASA IV: • Falência renal COM de hemodiálise → ASA III. • Pacientes renais crônicos não dialíticos → ASA IV. Desvantagens: • Leva em consideração apenas características do paciente • Interpretação individual e variada • Não avalia os riscos cirúrgicos do procedimento Vantagens • Facilidade de classificação • Amplamente difundido Apesar de ter relação com mortalidade, NÃO é um bom preditor, porque não leva em consideração outros fatores. Capacidade Funcional Atividade física pode ser quantitificada em equivalentes metabólicos. Múltiplos da taxa metabólica basal: avalia quantidade de o2 utilizada para cada tarefa. • Equivale a energia suficiente para o individuo manter o corpo em repouso. 1 MET • Taxa metabólica basal → Necessária para nos manter vivos • Equivale a um consumo de o2 (VO2) de ± 3,5 ml/kg/min (Consumo basal de um adulto) 1 a 3 METs: comer, se vestir, trabalhar em um computador. 4 METs: subir lance de escada, subir uma ladeira, andar dois quarteirões. 4 a 10 METs: corrida leve, arrastar móveis pesados, esfrefgar o chão >10 METs: esforços vigorosos. Importante: estimar a capacidade funcional porque nem todos conseguem realizar a ergoespirometria (exame ideal para avaliar a capacidade funcional) Qual a importância de avaliar a capacidade funcional? Prevê desfechos e complicações perioperatórias: menor capacidade funcional → maior agressão da cirurgia e menos reserva ele terá para sair do estresse. Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo Capacidade > 4 MET (Baixo risco de complicações) • Capacidade funcional ideal → Equivalente a uma cirurgia • Não precisa de exames adicionais, em relação a capacidade funcional Capacidade de 1 a 4 METs • Não é possível determinar a capacidade funcional • Avaliação com o cardiologista • Ex: Paciente restrito ao leito, esperando cirurgia por muito tempo, grau de informação baixo. Orientar a necessidade de avaliação mais profunda. Pacientes que não foi possível determinar a capacidade funcional • Avaliação com o cardiologista ou solicita Eco com estresse farmacológico (simula atividade física). A capacidade funcional por METs é determinada pela Anamnese História Clínica Componentes • Identificação • Procedimento planejado • HMA e IS • Comorbidades • Antecedentes anestésicos/cirúrgicos • Medicamentos em uso • Alergia a substâncias → qualquer substância, não apenas medicamentos o Alergia a látex → Catastrófico! Tudo na sala, praticamente, é de látex. • Tabagismo, etilismo, drogas → repercussões absurdas na anestesia, com complicações fatais. • História de Via Aérea Difícil → paciente já passou por uma cirurgia e ninguém conseguiu intubá-lo. o É preciso preparar todo material para evitar que essa situação ocorra novamente. • Capacidade funcional • Uso de prótese/dispositivos → marcapasso, prótese metálica. Exame Físico Direcionado pela Anamnese e Fatores de risco Etaapa obrigatória e importante da APA Componentes • Dados vitais e antropométricos: peso atualizado e altura para cálculo de superfície corpórea. o Algumas medicações são feitas por peso e outras por m2 de superfície corpórea. • Avaliação de VA: o Preditores de VAD → preocupação universal dos anestesistas em relação ao manejo de VA dos pacientes. o Preditores de ventilação difícil • Alinhamento da coluna vertebral: Paciente tem desvio de coluna, ou se já fez cirurgia de coluna → talvez seja preciso abordar a coluna para fazer uma raquianestesia ou peridural. • Acessos periféricos: se o paciente é multipuncionado, fez quimioterapia, pode haver dificuldade de se conseguir o acesso periférico e talvez seja necessário pegar o acesso central. • Ausculta cardiopulmonar: principalmente se o paciente tiver alguma queixa. oEx: paciente tabagista com queixa de dispneia; paciente portador de arritmia. Avaliação de VA Parte mais importante da APA Componentes • Condição dos dentes o Dente mole o Dentes em precário estado de conservação o Falta de unidades dentárias • Mover incisivos mandibulares para frente (teste de mordida do lábio superior): Solicita que o paciente projete a mandíbula para frente. o Morder o lábio superior com a parte superior → Bom sinal! • Tamanho da língua o Macroglossia (Língua grande) → Preditor importante de dificuldade de intubar. • Comprimento dos incisivos superiores → “dentuços” maior dificuldade de laringoscopar sem causar traumas. • Conformação do palato (Classsificação de Mallampati) → Mallampatis 3 e 4. • Protusão voluntária da mandíbulas • Distância interincisivos o Abertura da boca de no mínimo 3 dedos (3 a 4 cm) → Suficiente para passar o laringoscópio. Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo o Menos de 3 dedos → Abertura de boca limitada. Causará dificuldades. • Visibilidade da úvula (Teste de Mallampati) • Distância tireomentoniana e esternomentoniana: Solicitar ao paciente que estenda o pescoço. O ideal é: o Distância tereomentoniana → > 6cm o Distância esternomentoniana → >12cm o Paciente pescoço curto → > dificuldade de manejar VA. • Diâmetro cervical → Circunferência cervical >40 cm, preditor de dificuldade • Mobilidade atlanto-axial: Pacientes que tem limitação da extensão cervical. (pescoço duro ou que não podem mexer) preditor de dificuldade. Classificação de Mallampati Pedir ao paciente para abrir a boca e colocar a língua para fora. O teste clássico não tem fonação (falar “AAA”). • Mallampati 1 → visualiza todas ou quase todas as estruturas (úvula, pilares amigdalianos, palato mole, palato duro) • Mallampati 2 → não há visualização de pilares amigdalianos, mas é possível visualizar a úvula, o palato mole e o palato duro. • Mallampati 3 → visualizar somente a base da úvula e o palato duro. • Mallampati 4 → ó é possível visualizar o palato duro. Mallampatis 3 e 4 → Preditores de dificuldade. • Isoldamente, preditores fracos. Se não tiver associação com outro preditor, provavelmente não será uma VA difícil. Examinador deve ser posicionar no mesmo nível do paciente. Via aérea difícil É aquela que o profissional treinado e experiente tem dificuldade de intubar, manter ventilação manual sob máscara (AMBU). Intubação difícil: quando há mais de três tentativas ou que demore mais de 10 minutos para ser realizada. • Essa situação faz parte da VAD. Pior situação na anestesiologia → VA difícil não prevista. Preditores de IOT difícil (por laringoscopia direta) • Intubação difícil prévia • Distância interincisivos < 4 cm • Distância tireomentoniana < 6 cm • Distância esternomentoniana < 12 cm • Extensão da cabeça/pescoço reduzida < 30º • Classificação de Mallampati 3 ou 4 • Protusão mandibular reduzida • Circunferência cervical > 40 cm • Complacência submentoniana reduzida Preditores de Ventilação difícil • Idade ≥ 55 anos: é um preditor independente de dificuldade de ventilar. • IMC > 26: Tendem a ter queda de base de língua, obstruindo a VA. o O ideal é colocar uma Guedel, retificar a VA, para que se consiga ambuzar esse paciente. • Ausência de dentes: alteração da anatomia da face, dificultando o acoplamento da máscara. • Barba: dificulta o acoplamento da máscara. o Na APA há a possibilidade de pedir ao paciente para retirar a barba. • História de ronco → apneia obstrutiva do sono (AOS) STOP BANG Questionário usado na Consulta Pré-Anestésica relacionado à AOS • S: Você ronca alto? • T: Você frequentemente sente-se cansado, fatigado ou sonolento durante o dia? • O: Alguém já observou você parar de respirar ou se engasgando/sufocando durante o sono? • P: Você tem ou está sendo tratado por pressão alta? • B: IMC > 35 kg/m2? • A: Idade > 50 anos? • N: Circunferência cervical ≥ 43 cm em homens ou ≥ 41 cm em mulheres? • G: Sexo masculino? Critérios de pontuação para população geral: • Baixo risco de AOS: Sim para 0-2 questões • Intermediário risco de AOS: Sim para 3-4 questões • Alto risco de AOS: Sim para 5-8 questões OU Sim para 2 ou mais das STOP + gênero masculino OU Sim para 2 ou mais das STOP + IMC > 35 OU Sim para 2 ou mais das STOP + circunferência cervical ≥ 43 cm em homens ou ≥ 41 cm em mulheres AOS → Pacientes com suspeita ou diagnosticados que serão submetidos a cirurgias, principalmente Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo eletivas, é sugerido que tragam seus aparelhos de CPAP para usarem na recuperação pós-anestésica. • São pacientes com alto risco de obstrução pós-anestésica. Pacientes com trauma de face → Podem ter edema de laringe e VA. Dificuldade na manipulação de VA. RN com síndrome genética → Ex: paciente micrognata. Paciente com Angina de Ludwig → Abcesso dentário que evolui para região cervical. Pode estar relacionado ao trismo e o paciente não abre a boca. Pode haver edema de VA e partes moles próximos a laringe. Pode cair pus na VA durante a manipulação. Paciente vítima de TRM→ Não é aconselhado estender o pescoço para intubar. • Provável manejo: 4 mãos (tira o colar cervical, estabiliza o pescoço, enquanto outro médico tenta intubar). Gestante: hormônios gestacionais podem causar edema de VA. • Estômago cheio → esvaziamento gástrico lento, aumentando o risco de broncoaspiração. Exames Complementares Solicitação de acordo com o contexto clínico, e não os de rotina. Hb/HT (Hemograma) → mais comum de se pedir • Hematológicos • Doença renal → pacientes renais crônicos (Hb mais baixa), a chamada anemia de doença crônica. • Sangramento → ex: mulher com mioma sangrante. • QT/RT → risco de aplasia medular, risco de alterações no hemograma. • Corticoide • Anticoagulante • Desnutrição → associação com anemia. • Grande porte Função renal: solicitar quando o paciente for portador de alguma comorbidade que possa afetar sua função renal. • DM/HAS → principais causas no mundo de DRC. • Desidratação → é uma das causas de IRA pré-renal. • Doença cardíaca • Doenças renais • QT recente Coagulação: • Coagulopatia (fator V de Leiden, doença de Von Willebrand) → história pessoal ou familiar • História de sangramento → perguntar na anamnese se ao escovar os dentes há sangramento de gengiva (suspeita de um distúrbio de coagulação). • Doença hepática • Desnutrição • Anticoagulantes ECG: • História de DAC • HAS/DM/ICC/AVC • Dor torácica • Síncope • Palpitação • Edema/dispneia sinais de ICC • Idade > 50 ou 55 anos → Controverso. o Alguns guidelines indicam o ECG nesses pacientes em casos de cirurgias eletivas. o O nível de evidência para solicitar ECG pela idade não é alto, mas algumas instituições seguem esse protocolo, pois essa é uma faixa etária de maior chance de ter uma alteração ou doença cardíaca ainda desconhecida. o Diz respeito a Medicina Defensiva, principalmente se o paciente for ASA I. Teoricamente, não se pede nenhum exame para ASA I pelo paciente, mas sim pelo porte cirúrgico (paciente sem comorbidades se leva em consideração o porte cirúrgico). Radiografia de tórax: • Ausculta respiratória alterada • Desordens pulmonares: HAP/DPOC/PAC • Suspeita de massa mediastinal → como dissecção de aorta, que pode levar a alargamento de mediastino. • Avaliar desvio de traqueia • Aneurisma de aorta Paciente ASA I, em teoria, não precisa de exames se for submetido a um procedimento de pequenoporte (ex: Pcte, ASAI, 35 anos, cirurgia de hérnia). Estratificação do risco Morte x complicações x eventos adversos → ao estratificar o risco, leva-se em consideração o risco de morte, complicações e eventos adversos. Risco inerente ao procedimento cirúrgico: • Grau de urgência Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo • Porte da cirurgia Risco associado à condição clínica do paciente Considerando apenas o risco do paciente, deixando de lado o risco cirúrgico, a avaliação fica enviesada. O contrário também se aplica. Risco cirúrgico O procedimento pode ser classificado pelo nível de urgência do paciente. Emergência → Risco de vida • Ir direito para o Centro cirúrgico o foco aqui é tratar as descompensações. • Tentar otimizar o máximo o paciente no intra operatório Ex: Oclusão arterial aguda (risco de perder o membro), ruptura de aneurisma/HSA. Urgência → você terá 6h (ou 12 dependendo da literatura) para ajustar medicações e otimizar o paciente • Ex: Cirurgia de apendicite → Caso o paciente não seja operado nas próximas 12/24h terá o risco de morbimortalidade aumentado. • Importante a solicitação de uma exame específico antes do procedimento. o Se para conseguir a intervenção desejada, demorará um tempo de 6 a 12hs e com isso mudar a conduta (manejo de anestésico e preparo intraoperatório) → A cirurgia pode ser adiada por 6 a 12hs. o Ex; Pcte cardiopata com apendicite → Solicitar o ECG, para decidir qual droga será utilizada na indução. Eletiva • Paciente deve entrar na sala nas melhores condições possíveis. • Caso seja identificado na APA, é possível adiar o procedimento para otimizar as condições clínicas do paciente. • Ex: Cirurgia plástica, hérnia. Porte Pequeno (mortalidade < 1%, sem levar em consideração o risco do paciente): • Superficial: procedimentos endoscópicos • Mama • Dentária • Tireoide • Olho • Reconstrutiva • Carótida • RTU próstata Médio (1-5%): • Cirurgia abdominal ou torácica • Endovascular: aorta, DAOP • Cabeça e pescoço • Neurocirurgia • Ortopedia • Renal Alto (> 5%): • Vasculares (abertas) • Whipple • Hepatectomia • Esofagectomia • Perfuração intestinal • Adrenalectomia • Cistectomia radical • Pneumectomia • Transplante hepático ou pulmonar Risco Cardiovascular Situação: paciente marcado para cirurgia com fatores de risco para DAC. PASSO 1: A cirurgia é de emergência? • Sim → proceder com cirurgia • Não → ir para a próxima etapa PASSO 2: paciente possui cardiopatia ativa (angina instável, IAM recente, arritmias significantes, ICC descompensada, valvopatias severas)? • Sim → adiar cirurgia até estabilização • Não → ir para próxima etapa PASSO 3: estratificação de risco cirúrgico • Baixo (<1%) → proceder com cirurgia • Médio/alto → ir para próxima etapa PASSO 4: avaliar capacidade funcional • ≥ 4 METs → proceder com cirurgia • < 4 METs/desconhecido → ir para a próxima etapa Passo 5: preditores clínicos Classificação de Goldman • Creatinina > 2, • IC • DM insulinodependente, • Cirurgia intratorácica, • Intra-abdominal ou vascular supra-inguinal, am de ave ou ait, • Doença isquêmica cardíaca Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo • 0 preditores (baixo risco cardiovascular) → proceder com cirurgia • 1-2 preditores (risco cardiovascular intermediário) → avaliar necessidade de testes, como eco ou RM cardíaca (se for mudar conduta) • ≥ 3 preditores (alto risco cardiovascular) solicitar testes ou pedir avaliação do cardiologista. Orientações aos Pacientes REMIT: Citocinas e hormônios estressores. • Cirurgia → Trauma • Anestesia → minimizar a REMIT Jejum • Minimizar a REMIT abreviando o tempo de jejum → O pcte deve ficar o mínimo de tempo possível. • Induz um estado catabólico (proteinólise, lipólise, glicogenólise) → Acaba consumindo a reserva do paciente. o PTN (proteinólise) + Lipólise o Queda de glicogênio o Pós-absrotivo → Jejum aumenta a translocação bacteriana. Jejum pré-operatório Crianças → NÃO devem ficar em jejum prolongado. São prioridade na sala cirurgia. SUS → Dificuldade de entendimento dos pacientes. Por isso, orienta-se jejum de 8 horas¸ para simplificar. Manejo de medicamentos Continuar: • Anti-hipertensivos → sua suspensão pode acarretar numa crise hipertensiva. • Medicações cardíacas • Psiquiátricas • Tireoidianas • Anticoncepcionais → Orientar o paciente que pode haver interação medicamentosa e pode anular o efeito do AC. • Anticonvulsivantes • Corticoides → provavelmente será preciso fazer dose de estresse na cirurgia. • Estatinas Suspender/Modicar • Diuréticos que não estejam sendo usados como anti-hipertensivos • Medicações tópicas → principalmente em pacientes que serão submetidos a anestesia geral, porque a quantidade de sangue que vai para pelo ou subcutâneo é menor. o Então a absorção desse tipo de medicação fica errática. o O ideal é trocar a posologia dessa medicação ou suspender. • Aspirina → se estiver sendo usada em dose preventiva, mantém (ex: paciente com RCV alto em uso de AAS 100mg/dia), o Exceto→ cirurgias oftalmológicas e neurocirurgias, porque qualquer sangramento mínimo nessas cirurgias é catastrófico. • Tienopiridinas • Insulina → paciente insulinodependente ficará em jejum para cirurgia. o É preciso modificar seu esquema de insulinoterapia, se não ele fará hipoglicemia no pré-operatório. o A insulina regular deve ser suspensa o A insulina NPH deve ser mantida (1/2 dose no dia anterior à cirurgia e 1/3 dose no dia da cirurgia). o Todo paciente diabético deve ser orientado quanto a sinais de hipoglicemia e tratamento (bebida açucarada, massagem de açúcar na bochecha), principalmente se morar sozinho. • Hipoglicemiantes orais → principalmente a metformina. o Cirurgias de grande porte ou se for utilizar contraste (TC com contraste): a metformina deve ser suspensa 24 horas antes pelo risco de acidose lática e disfunção renal. • Sildenafil e similares → devem ser suspensos, pela liberação de óxido nitroso que faz vasodilatação. Medicina FTC – 2021.1 Catarina Viterbo o A vasodilatação pode fazer uma hipotensão severa no intraoperatório e até parada cardíaca. • Cumarínicos e AINEs → devem ser suspensos 3 a 5 dias antes de procedimentos cirúrgicos, pois podem alterar a coagulação. o Fazem uma alteração temporária da COX, que pode interferir na agregação plaquetária. AAS: na dose profilática mantém, exceto para neurocirurgia, oftalmo (suspender 7 dias). HNF: aguardar 4 horas para bloqueio de neuroeixo. HBPM: dose profilática → 12 horas/dose terapêutica → 24 horas Cumarínicos → suspender 3-5 dias; RNI ≤ 1,5. Considerar terapia ponte. Álcool: suspender 4 semanas antes (8-12 semanas para regressão completa do risco) Tabagismo: suspender 4 semanas antes; terapia com nicotina (evitar crise de abstinência violenta) qualquer tempo que interromper o tabagismo antes da cirurgia já traz benefícios. Hipoglicemiantes orais: suspender 1 dia antes. AINEs: suspender 48-72 horas antes. Fitoterápicos: são substâncias que alteram a coagulação. Seu uso deve ser ativamente questionado na anamnese e orientada a suspensão, pois aumenta o risco de sangramento no intraoperatório. Situações Específicas Em quanto tempo devo adiar cirurgia eletiva após angioplastia? Pacientes angioplastados recentemente (ex: infartou e precisa de cirurgia) são pacientes que já saem dasala de hemodinâmica com dupla antiagregação (AAS e clopidogrel). Essas duas medicações aumentam bastante o risco de sangramento. • Angioplastia por balão → adiar o procedimento por 14 dias • Stent convencional → adiar o procedimento por 4 semanas-3 meses • Stent farmacológico → adiar o procedimento por 12 meses Quando não for possível suspender a dupla antiagregação: fazer terapia ponte • Suspender clopidogrel e ticagrelor por 5 dias e prasugral por 7 dias e retornar à terapia o mais rápido possível + substituir por heparina e suspendê-la 12 horas antes (terapia ponte) → dessa forma, minimiza o tempo que o paciente ficará sem anticoagulação, prevenindo fenômenos tromboembólicos. • Considerar inibidores da glicoproteína IIb/IIIa
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