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COBRANÇA PELO USO DA GUA

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Cobrança pelo Uso de 
Recursos Hídricos no País
Oficina de Trabalho do CERHI/RJ
Rio de Janeiro/RJ, 04/12/15
28 diferentes domínios das águas: 
Consequência, 28 legislações de água:
• Lei 9.433/97: Lei Nacional das Águas;
• Lei 3.239/99: Lei Fluminense das Águas;
• 26 Leis dos demais Estados e DF.
múltiplos procedimentos de gestão.
Constituição/88
POLÍTICAS DE RECURSOS HÍDRICOS
(1 nacional, 26 estaduais, 1 distrital)
• resultado de um desejo da sociedade em ter modelo de gestão das
águas descentralizado e participativo
• a cobrança pelo uso de recursos hídricos está prevista como
instrumento de gestão em todas estas políticas de recursos hídricos
RESGATE: “o uso comum das águas (dos bens públicos) pode ser gratuito ou retribuído, conforme 
as leis e regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencerem (estabelecido legalmente 
pela entidade a cuja administração pertencerem)”.
• § 2º, art. 36, Decreto nº 24.643/34 – Código de Águas
• art. 103, Lei nº 10.406/02 – Código Civil
UNIDADES DE GESTÃO DE 
RECURSOS HÍDRICOS
(UGRH INTERESTADUAIS)
Resolução CNRH nº 109/2010
10 CBHs INTERESTADUAIS
(bacias compartilhadas entre União e Estados)
Cobrança:
Paraíba do Sul: desde 2003
Bacias PCJ: desde 2006
São Francisco: desde 2010
Doce: desde 2011
Panorama da
Cobrança
Na União
Comitê de Bacia Hidrográfica (CBHs): 
i) propõe ao CNRH os usos
insignificantes (isentos da outorga);
ii) estabelece os mecanismos de
cobrança e sugere os valores a serem
cobrados (a definição é pelo CNRH).
Lei nº 9.433/97
CBH PARTICIPA DA DEFINIÇÃO 
“DE QUEM COBRAR”, “COMO 
COBRAR” E “QUANTO COBRAR” 
SÃO OS PROTAGONISTAS
Comitê/CRH 
(deliberativo)
Agência 
(executivo)
Órgão Gestor 
(regulador)
Usos insignificantes:
lançamentos
l/s m3/dia DBO/dia
1,0 86,4 
0,1 5,0 
4,0 345,6 
0,5 43,2 1 Kg
território mineiro 1,0 86,4 
território capixaba 1,5 129,6 
1,0 86,4 1 Kg
 1- “ainda não há uma metodologia clara para definição de usos insignificantes”.
 2- dispõe sobre critérios para definição de “usos insignificantes”:
Resolução ANA 1.175/20132
Bacia
Doce
PBS
PCJ
SF
VG
Usos Insignificantes1
captações
Valor = base de cálculo x preço unitário x [coefici entes]
Mecanismos de cobrança (fórmulas) - estrutura básica
Valor = base de cálculo x preço unitário x [coefici entes]
AJUSTES
introduzidos para 
atingir objetivos 
específicos
boas práticas,
enquadramento,
capacidade pagamento 
dos usuários
O QUE SERÁ COBRADO
quantifica os diferentes
usos da água:
a captação,
o consumo,
o lançamento de poluentes
QUANTO COBRAR
programas de 
investimento dos
planos de bacia
+
agência de água
+
processo de 
negociação política
Mecanismos de cobrança (fórmulas) - estrutura básica
Valor = base de cálculo x preço unitário x [coefici entes]
O QUE SERÁ COBRADO
quantifica os diferentes
usos da água:
a captação,
o consumo,
o lançamento de poluentes
captação lançamento
◄ consumo ►
≠
Mecanismos de cobrança (fórmulas) - estrutura básica
QUANTO COBRAR
programas de 
investimento dos
planos de bacia
+
agência de água
+
processo de 
negociação política
AJUSTES
introduzidos para 
atingir objetivos 
específicos
boas práticas,
enquadramento,
capacidade pagamento 
dos usuários
Preços Unitários Vigentes (PPUs):
Tipo
de Uso
Preços
(PPU)
desde/15 2016 desde/10 2015
Captação de
água bruta
PPUcap
(R$/m3)
0,0109 0,0127 0,01 0,03
Consumo de
água bruta
PPUcons
(R$/m3)
0,0218 0,0255 0,02 -
Lançamento de 
carga orgânica 
(DBO) 
PPUlanç
(R$/Kg)
0,0763 0,1274 0,07 0,16
Transposição de 
água
PPUtransp
(R$/m3)
- 0,0191 0,015 0,04
RJ R$/m
3
PPUcap 0,008 
PPUcons 0,02 
agrícola 40xmenos
Coeficientes:
Volume PBS PCJ SF VG Doce
outorgado X
medido X
outorgado/medido X X X
Classes PBS PCJ SF VG Doce
classe especial 1,10 1,15 
classe 1 1,00 1,00 1,10 1,10 1,10 
classe 2 0,90 0,90 1,00 1,00 1,00 
classe 3 0,80 0,90 0,90 0,90 0,90 
classe 4 0,70 0,70 0,80 0,80 0,80 
2015/2017 2018
Ipd ≤ 20% 0,85 0,85 
20% < Ipd ≤ 25% 0,90 0,90 
25% < Ipd ≤ 30% 0,95 0,95 
30% < Ipd ≤ 35% 1,00 1,00 
35% < Ipd ≤ 40% 1,00 1,05 
Ipd > 40% 1,00 1,10 
não informado 1,00 1,10 
Escassez: Kescassez
VG
Kescassez = 100/(100-Ruso)
Perdas: Kpd-saneamento
Base de Cálculo
Índice de Perdas
PBS
Enquadramento: Kclasse
Tecnologia de Irrigação PBS PCJ SF VG Doce
generalizado 2,5% 2,5% 2,5%
gotejamento 5% 5%
microaspersão 10% 10%
pivô central 15% 15%
tubos perfurados 15% 15%
aspersão convencional 25% 25%
sulcos 40% 40%
inundação 50% 50%
não informado 50% 50%
não irrigante 10% 10%
arroz 5%
Redutor Setor Agropecuário: Kt
Cobrado Arrecadado Cobrado Arrecadado
Paraíba do Sul mar/03 11,65 11,59 122,58 119,79 
Paraíba do Sul (Transposição PBS/Guandu) jan/07 - 1,24 - 14,16 
Piracicaba, Capivari, Jundiaí (PCJ) jan/06 18,01 17,13 146,52 144,11 
São Francisco jul/10 22,49 23,07 99,61 94,54 
Doce nov/11 9,82 9,75 28,56 19,69 
61,97 62,78 397,28 392,30 
Cobranças Interestaduais
Cobrança em Bacias Hidrográficas Interestaduais, em R$ milhões
Cobranças Implementadas Início
2014 Desde Início da Cobrança
Total
Os valores arrecadados são aplicados:
Lei nº 9.433/97
ii) custeio administrativo
do SINGREH
(até 7,5% do arrecadado)
i) ações dos Planos
de Recursos Hídricos
Comitê de Bacia Hidrográfica (CBHs):
i) aprova e acompanha execução do plano
de recursos hídricos da bacia;
ii) define o plano de aplicação dos recursos
arrecadados.
Lei nº 9.433/97
CBH PARTICIPA DA DEFINIÇÃO 
“DE QUEM COBRAR”, “COMO 
COBRAR”, “QUANTO COBRAR” E 
“COMO APLICAR RECURSOS 
ARRECADADOS”
SÃO OS PROTAGONISTAS
Comitê de Bacia Hidrográfica (CBHs): 
i) solicita a criação da agência de água.
Lei nº 9.433/97
CBH PARTICIPA DA DEFINIÇÃO 
“DE QUEM COBRAR”, “COMO 
COBRAR”, “QUANTO COBRAR” , 
“COMO APLICAR RECURSOS 
ARRECADADOS” e “QUEM VAI 
APLICAR”
SÃO OS PROTAGONISTAS
Comitê de Bacia Hidrográfica (CBHs):
i) solicita a criação da agência de água.
Lei nº 9.433/97
CBH PARTICIPA DA DEFINIÇÃO 
“DE QUEM COBRAR”, “COMO 
COBRAR”, “QUANTO COBRAR” , 
“COMO APLICAR RECURSOS 
ARRECADADOS” e “QUEM VAI 
APLICAR”
SÃO OS PROTAGONISTAS
Lei nº 10.881/04 (contratos de gestão):
assegura a transferência de 100% das receitas da
cobrança à entidade delegatária, sem nenhum
contingenciamento.
67
103
45
8
223
69
61
45
4
179
144
174
108
20
446
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
V
al
o
re
s 
e
m
 R
$
 m
ilh
õ
e
s
Repasse/Rendimento e Desembolso das Entidades Delegatárias
Desembolso Comprometido Repasse + rendimento
47% 59% 42% 40%
50%
95%
94%
83%
60%
90%
Fonte: EDs
Aterro
Sanitário
Planos
Resíduos
Sólidos
Combate às Perdas
Monitoramento hidrológico
Esgotamento Sanitário
Esgotamento
Sanitário
Recuperação Hidroambiental
Planos de Saneamento
Uso Racional na Agricultura
(irrigâmetros)
Planos Municipais
de Saneamento Básico - PMSB
Na União:
• não tem Lei de Cobrança (exceto para UHEs);
• não tem fundo de recursos hídricos;
• CNRH nunca definiu cobrança sem proposta de CBH;
• da cobrança aprovada via CBH/CNRH:
a) 0% destina-se ao órgão gestor (ANA);
b) 100% vai para a entidade delegatária;
c) CBH decide onde aplicar 100% dos recursos
(no RJ, a Lei RJ 5.234/08 dispõe: 70% do arrecadado sobre saneamento ser aplicado
em coleta/tratamento de esgoto, até que 80% seja coletado/tratado na regiãohidrográfica).
Panorama da
Cobrança
no País
União:
• Paraíba do Sul
RJ,SP,MG
• Bacias PCJ
SP,MG
• São Francisco
AL,PE,MG,BA,DF,SE,GO
• Doce
MG,ES
Estados:
• CE
todas as bacias do estado
• RJ
todas as bacias do estado
• SP
PBS, PCJ, Sorocaba/Médio
Tietê, Baixada Santista, Baixo
Tietê,AltoTietê
• MG
PJ, Velhas, Araguari,
Piranga, Piracicaba, Santo
Antônio, Suaçuí, Caratinga,
Manhuaçu, Pomba/Muriaé,
Preto/Paraibuna
• PR
Alto Iguaçu/Afluentes do
Alto Ribeira
• PB
todas as bacias do estado
Setor elétrico:
• todas UHEs do País
Estabeleceu a cobrança das UHEs de todo o País
(via compensação financeira: Leis nos 7.990/89 e 9.648/98):
Lei nº 9.984/00
Cobrança
das UHEs
Destinado ao MMA para aplicação na implementação da Política e do SINGREH
Cobrança Início 2014 Total
UHEs 2001 185,53 1.827,49 
Cobrança Setor Hidrelétrico, em R$ milhões
Destinado aos planos de recursos hídricos e custeio do SINGREH
Cobrado Arrecadado Cobrado Arrecadado
Paraíba do Sul mar/03 11,65 11,59 122,58 119,79 
Paraíba do Sul (Transposição PBS/Guandu) jan/07 - 1,24 - 14,16 
Piracicaba, Capivari, Jundiaí (PCJ) jan/06 18,01 17,13 146,52 144,11 
São Francisco jul/10 22,49 23,07 99,61 94,54 
Doce nov/11 9,82 9,75 28,56 19,69 
61,97 62,78 397,28 392,30 
Ceará (1) nov/96 77,66 76,82 503,89 483,73 
Rio de Janeiro (1) jan/04 30,60 15,13 223,19 161,85 
São Paulo (2) jan/07 58,62 51,57 238,91 222,36 
Minas Gerais (3) mar/10 33,19 30,06 109,12 103,23 
Paraná (4) set/13 2,41 2,29 3,36 3,24 
202,48 175,86 1.078,48 974,41 
264,45 237,40 1.475,76 1.352,55 
(1) todas as bacias.
(2) bacias Paraíba do Sul, PCJ, Sorocaba/Médio Tietê, Baixada Santista, Baixo Tietê, Alto Tietê.
(3) bacia PJ, Velhas, Araguari, Piranga, Piracicaba, Santo Antônio, Suaçuí, Caratinga, Manhuaçu.
(4) bacia do Alto Iguaçu/Afluentes do Alto Ribeira.
Cobranças Interestaduais
Cobrança em Bacias Hidrográficas Interestaduais, em R$ milhões
Cobranças Implementadas Início
2014 Desde Início da Cobrança
Total
Cobranças Estaduais
Total
COBRANÇA TOTAL NO PAÍS
RJ R$/m
3
PPUcap 0,008 
PPUcons 0,02 
agrícola 40xmenos
01/06/2015
Resolução CONERH nº 2/15
Decreto CE nº 31.734/15
0,041 
0,124 
0,376 
0,543 
1,868 
de 1.440 até 18.999m
3
/mês 0,001 
a partir de 19.000m
3
/mês 0,004 
de 1.440 até 46.999m
3
/mês 0,010 
a partir de 47.000m
3
/mês 0,016 
0,004 
0,016 
0,045 
0,125 
0,378 
Abastecimento 
público
Indústria
Irrigação
Piscicultura/ 
Carcinicultura
Outros
sem adução ou adução parcial COGERH
pressurizada por bombeamento COGERH
tanque escavado sem adução COGERH
tanque escavado com adução COGERH
tanque rede
sem adução COGERH
com adução COGERH
sem adução ou adução parcial COGERH
com adução completa COGERH
sem adução COGERH
na RMF ou de adução gravitária
pressurizada por bombeamento COGERH
Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos no Estado do Ceará, em R$/m
3
Usuários
Política Recursos Hídricos (descentralizada/participativa):
� conquista da sociedade;
Forma de definição da Cobrança pelo Uso de Recursos
Hídricos:
� conquista dos CBHs/CRHs;
Aplicação dos valores arrecadados:
� conquista do SINGREH.
POLÍTICA PÚBLICA 
DIFERENCIADA Pará
� cria cultura pelo pagamento pelo uso da água;
� processo participativo e descentralizado;
� gera recursos para investimentos na bacia;
� implementação lenta/desgastante/custosa;
� valores equivalentes entre as bacias do País (R$ 0,01/m3) -
EXCETO CEARÁ;
� foco no inciso III do art. 19 da Lei nº 9.433/97;
� pouca atenção ao inciso II do art. 19 da Lei nº 9.433/97;
� valores cobrados são baixos e não são incitativos (amplo
acordo / vigora premissa de não causar impacto).
Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos
Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos
Desafios / Necessidades de evolução
• financiamentos (reembolsáveis x fundo perdido);
• acesso aos entes privados com fins lucrativos;
• acelerar a cobrança a outras bacias/domínios;
• diferenciar valores em bacias críticas ou trecho de rio
(criticidade demanda/oferta - situações de crise hídrica);
• cobrar outros parâmetros de lançamento;
• prazo para CBH decidir;
• prazo para revisão periódica OU atualização dos valores.
+ informações: www.ana.gov.br/cobranca
www.youtube.com/anagovbrwww.twitter.com/anagovbr
Obrigado(a)!
Marco Antônio Mota Amorim
Especialista em Recurso Hídricos
marco.amorim@ana.gov.br | (+55) (61) 2109-5554
www.ana.gov.br
www.facebook.com/anagovbr

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