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1 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo Meios de resolução de conflito de interesses Os bens disponíveis na sociedade para satisfazer nossas necessidades são escassos, ocorrendo conflitos de interesse para sua posse. Para garantir uma convivência harmônica, são necessárias normas que regulamente o comportamento humano. Onde há sociedade há Direito e vice-versa. O Direito Processual Civil tem como objetivo a resolução desses conflitos. A seguir serão apresentados os meios extrajudiciais: 1. Autotutela: É o emprego da força ou inteligência de um oponente sobre o outro. Os próprios sujeitos satisfazem seus interesses, resolvem seus conflitos diretamente sem um terceiro. Exercício arbitrário quando está fora das hipóteses legais. É uma forma primitiva, não há regras objetivas nesse meio. O Direito veda a sua utilização, sendo criminalizada no artigo 345 do Código Penal. Art. 345 CP: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite. Sua utilização legal no Direito acontece, com limitações, na legítima defesa para preservar o bem jurídico vida e no desforço imediato para preservar a propriedade privada. 2. Autocomposição: Não é resolvido mediante a força ou inteligência, é um acordo entre pessoas sem a necessidade de um terceiro para solução do conflito. a) Renúncia – Quando o titular do interesse abre mão/desiste, solucionando o conflito. b) Submissão – Quando um sujeito aceita se submeter ao interesse do outro, deixa de resistir. c) Transação – Renúncia e submissão parciais, ambas as partes cedem o seu interesse originário, concessão recíproca. Não importa se alguém cedeu mais. Quando os indivíduos não conseguem resolver por autocomposição, ou seja, quando os sujeitos envolvidos no conflito são ineficientes na atuação de resolver, existem outros meios extrajudiciais, sendo eles de heterocomposição. Neste, um terceiro participante participa para ajudar a solucionar o conflito de interesse. São eles: 3. Conciliação e Mediação: São meios extrajudiciais de poder, pois não dependem do poder judiciário. Em ambos a resolução do conflito continua dependendo primordialmente da vontade dos sujeitos envolvidos. O terceiro participante não resolve o conflito, ele não tem poder decisório. Sua função é de informar, conscientizar, estimular e explicar sobre os inconvenientes, as consequências e o custo da manutenção do conflito para as partes, a fim de que estas resolvam sem precisar recorrer ao poder judiciário. Art. 165º CPC: Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 2 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. Nesse caso o que importa é só o conflito. Exemplo: Acidente de trânsito. O terceiro deve fazer propostas. § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Nesse caso os sujeitos não conseguem observar o conflito devido a fatores alheios, desejando, muitas vezes, vingança ou a irritação o outro. Não é só o bem o motivo da disputa. Exemplo: Divisão de bens no divorcio gerado por traição de uma das partes, pensão alimentícia. O terceiro não deve fazer propostas, deve ser mais discreto. Tomar um lado a favor ou contra pode ser ruim. Esses dois métodos não dependem do poder judicial, mas suas atividades podem conviver com o ato de jurisdição, não há impedimento que eles sejam utilizados no curso de um processo judicial. Eles são necessários para a regularidade de qualquer ato judicial, são a ultima tentativa que as partes encontram para entrarem em acordo e evitarem um processo que consumiria recursos e tempo do poder judiciário. Art. 334º CPC: Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 4. Arbitragem: Também extrajudicial e heterocompositiva. Nela o(s) terceiro(s) é escolhido pelas partes e ele resolve o conflito pela decisão formal, com um laudo ou sentença arbitral, que são feitos por meio de um contrato, escrito ou incerto. Embora as partes não cheguem a um fim, elas não desejam recorrer ao poder judiciário. Não é necessário que o conflito já tenha acontecido para ocorrer a arbitragem, muitas vezes ela é feita justamente para não haver futuros conflitos. A partir do momento que a arbitragem ocorre, não é possível que o conflito seja levado ao poder judiciário, ou seja, a arbitragem renuncia a jurisdição. O arbitro se torna juiz de fato e de direito, sem a necessidade de seguir homologação legal. Ele possui a liberdade de apreciar as disposições do conflito e decidir. O arbitro não possui poder coercitivo, então caso uma das partes não cumpra o contrato, a outa poderá recorrer ao poder judiciário e este não revisará e discutirá a decisão do arbitro, apenas fará a execução de sentença do laudo arbitral, “empresta” ao arbitro a força coercitiva. O contrato, sendo um negócio jurídico, é subordinado de alguns pressupostos em lei, devendo obedece-los para ter eficácia e validade. A arbitragem evita um processo que consumiria recursos e tempo do poder judiciário e ainda é uma boa escolha para conflitos particulares que 3 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo demandam um conhecimento técnico sobre um assunto particular que um juiz provavelmente não saberia. Art. 1º Lei 9307/96: As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Para conflitos que envolvem direitos indisponíveis, aqueles dos quais as pessoas não podem abrir mão, é obrigatório o controle judicial (processo necessário). Por exemplo: Processo de adoção. Os conflitos resolvidos no âmbito jurisdicional pertencem às relações jurídicas. Relação é o vinculo entre duas ou mais pessoas, e no vinculo jurídico os direitos, deveres, ônus e faculdades são disciplinados pelo Direito (por leis). Exemplo: A relação do namoro se difere da relação jurídica do casamento. Neste, os indivíduos possuem direitos e deveres determinados por lei, como o dever de fidelidade, a possibilidade de usar o sobrenome do cônjuge, direito de família, amparo financeiro e etc. Esses conflitos surgem porque há uma dúvida entre as partes, uma incerteza quanto ao conteúdo, ou porque uma das partes não cumpre a obrigação, é inadimplente. No segundo conflito, chamado de lide ou litígio pelo Direito Civil, um dos sujeitos tem uma pretensão e o outro não se subordina, é objeto de resistência, não se subordina. A palavra “jurisdição” vem da expressão em latim juris dictio, que significa “dizer o direito”. Ela nada mais é do que a aplicação do direito em uma relação para a solução de problemas. Essa atividade estatal é caracterizada pela inércia, só atua se for provocada nos limites de sua provocação, que se dá por meio do exercício do direito de ação. O direto de ação é o direito de provocação da função jurídica para a análise de uma pretensão. Ele tem caráter bilateral, coexiste um direito de defesa e resistência a um de pretensão formulado pelo primeiro sujeito (ação xdefesa). A ação, jurisdição e exceção são desenvolvidas observando uma determinada sequencia de atos. Há uma sequencia especifica para o exercício de direito de ação, para a afirmação do direito que será realizada pelo Poder Judiciário e para o direito de defesa. Essa sequencia necessária é o processo. Este nada mais é do que uma disciplina de forma organizada praticada pelo autor, réu e Estado (juiz). Os institutos fundamentais do Direito Processual Civil são, portanto: Direito de ação, exceção, jurisdição e processo. Relações jurídicas de direito material e processual Para algumas relações os direitos e deveres dos sujeitos que delas participam estão disciplinados no Direito Civil (relação jurídica material), e outros no Direito Processual (relação jurídica processual). Para diferenciar essas duas relações se identificam os: 1. Objeto: O que essas relações disciplinam. As relações jurídicas civis têm por objeto algum bem da vida, utilidade, necessidade, pretensão para satisfação dos interesses. Já as relações jurídicas de direito processual tem por objeto solucionar um conflito de interesses. 4 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo Exemplo: No contrato de compra e venda o objeto é a coisa comprada/vendida, contrato de locação o objeto é a coisa alugada. 2. Sujeito: Sujeitos que participam das relações. Nas relações jurídicas civis os particulares que celebram sem a intervenção do Estado. Exemplo: Contrato de compra e venda quem têm direitos e deveres são o comprador e o devedor; no ato ilícito quem participa é quem causou e quem sofreu. Nas relações jurídicas de direito processual cujo objeto é solucionar o conflito, o Estado por meio do exercício da função soberana participa das relações, sobressaindo a sua vontade. Os sujeitos dessa relação são: autor, réu e Estado. Exemplo: Quando um dos sujeitos das relações civis descumpre sua obrigação, a relação de direito processual resolve esse conflito. 3. Pressupostos: Requisitos estabelecidos. Nas relações jurídicas civis os pressupostos são estabelecidos pela lei civil. Os sujeitos devem ser capazes, os objetos devem ser lícitos e a forma deve ser disciplinada em lei (não vedada por ela). Nas relações jurídicas processuais os pressupostos são estabelecidos pela legislação processual, sendo eles positivos ou negativos. Os pressupostos positivos devem ser preenchidos para que a relação jurídica processual exista e tenha validade. Pressupostos de existência: 1- A relação se inicia apenas com a provocação formal do autor ao poder judiciário com o exercício do ato processual chamado de petição inicial. 2- A própria natureza jurisdicional de quem recebe a petição inicial, ou seja, a petição inicial deve ser entregue ao Estado jurisdicional. 3- O autor por meio da petição inicial provoca a jurisdição, esta responde e confere ao outro sujeito (réu) ciência/informação da sentença e oportunidade de responder aos termos de petição inicial. Este ato processual concedido ao réu é nomeado citação. 4- Capacidade postulatória refere-se ao conhecimento técnico sobre a prática de atos para representação do autor ou do réu. A atuação do autor e do réu deve ser realizada por meio de um profissional legalmente habilitado, que tenha conhecimento dos termos de uma relação processual. Exemplo: Advogados, membros do ministério público, defensoria pública, procuradores e etc. A Lei 9099/95 disciplina nos atos especiais cíveis aos juizados um procedimento específico para a solução de conflitos, orientada por uma série de princípios. Para a garantia destes, o legislador acabou dispensando a capacidade postulatória como requisito para as ações cujo valor da causa não exceda 20 salários mínimos. Ou seja, nessa Autor Jurisdição Réu Petição inicial Citação 5 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo exceção o autor e o réu podem praticar atos dentro do processo sem a necessidade da representação por um profissional. Isso não significa que acontece a dispensa de observância dos requisitos necessários, passa a ser de responsabilidade direta das partes. Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. Pressupostos de validade: 1- Requisitos legais da petição inicial. Art. 319 CPC. Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Caso esses requisitos não sejam observados/preenchidos, o juiz fixa um prazo para a correção desses vícios, e se após desse prazo não forem corrigidos o processo é extinto. 2- Citação válida do réu, ato processual formal, deve ser feita nas hipóteses legais segundo as modalidades de citação. Cada uma das modalidades será utilizada em alguma situação concreta, nas hipóteses em que ela seja autorizada. A citação pessoal é a mais usual, aquela feita diretamente, por correio, digital ou por oficial (servidor) de justiça. A citação por hora certa é uma modalidade utilizada quando o réu está se ocultando para não ser citado. O oficial de justiça percebe que o réu está se escondendo para não receber a ação e descreve no seu mandado de citação o motivo de achar que ele está se escondendo e marca data e hora para a citação do réu e informa o endereço. Caso o réu não esteja se ocultando e mesmo assim seja feita a citação por hora certa, essa citação não será válida. Art. 252 do CPC. Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da 6 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. A citação por edital é realizada quando não se sabe o endereço do réu e foram esgotadas as tentativas de sua localização para a citação pessoal. É publicado em editais de jornal citando o réu, informando os dados do processo. Art. 319 CPC § 1º. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 3- Capacidade de ser parte. Art. 70 do CPC. Exige que tanto o autor quanto o réu possam figurar no polo ativo e passivo da relação processual, se eles possuem capacidade de ser parte. Ela é uma consequência de uma capacidade de direitos, ou seja, qualquer ente que é titularde direitos e obrigações devem ter a possibilidade de reivindica-los ou responder por eles em uma relação processual. Possui relação com a capacidade de ser titular de direitos e obrigações, a qual qualquer pessoa natural, pessoa jurídica, aqueles que não têm personalidade jurídica, capacidade civil podem ter. Exemplo: Menor (incapaz) ajuíza ação de alimento contra o seu genitor. Exemplo: O espólio (conjunto de bens, direitos e obrigações deixado pelo morto, sem personalidade jurídica) pode se figurar no polo ativo (receber créditos do morto) e passivo (responder débitos do morto). Exemplo: Massa falida (conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa jurídica que faliu) pode se figurar no polo ativo e passivo. Exemplo: Mesa da câmara dos vereadores e dos deputados (órgão de gestão da Casa Legislativa que não possui personalidade jurídica) pode se figurar no processo como parte defendendo os interesses da Casa. Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Nascituros pode ser parte. Animais não pode ser parte, pois estes não são objetos de direito e não podem responder por danos que causam. 4- Capacidade processual ou de estar em juízo. Art. 71 do CPC. Relaciona- se com a capacidade civil, permite que pessoalmente o autor e o réu pratiquem os atos do processo sem necessidade de assistência ou representação por alguém capaz. Capacidade de titularidade dos maiores capazes. Exemplo: Menor que ajuíza ação de alimentos tem capacidade de ser parte, sendo ele o autor por ser dele o direito de receber alimentos. Ele não pode participar pessoalmente e deve ser representado ou assistido por alguém, pois não possui capacidade processual. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Capacidade de ser parte e capacidade processual se diferencia da capacidade postulatória. Esta diz respeito à habilitação técnica. 7 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo 5- Inexistência de incompetência absoluta. A jurisdição é uma função soberana do Estado dividida em inúmeros órgãos do poder judiciário. Atribui-se uma parcela desse poder a cada um deles, chamada de competência, delimita-se o tipo de conflito que cada órgão vai resolver. O órgão jurisdicional ao qual foi direcionada a petição inicial não pode ser absolutamente incompetente, pois se for significa que aquele órgão não tem autorização legal para a resolução daquele tipo de conflito. Art. 64 CPC. Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 6- Inexistência de suspeição ou impedimento do juiz. Para que o órgão jurisdicional possa validamente resolver o conflito de interesses ele deve ser parcial. O legislador estabeleceu um rol de situações em que o juiz não pode atuar ou que devem ser analisadas para não ter imparcialidade. Art. 144 impedimento e 145 do CPC suspeição. Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 8 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo § 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. § 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. Art. 145. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. Os pressupostos negativos são os que não devem ocorrer, não devem estar presentes, e caso esteja, o processo deve ser extinto (não pode seguir invalidamente). 1- Coisa julgada. Art. 502. Uma ação já foi definitivamente julgada, repetição ao juízo de uma ação idêntica a outra anteriormente proposta e definitivamente julgada. Consumiria recursos do Poder Judiciário Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. 2- Litispendência. Art. 337, parágrafos 3º e 4º. Lite pendente de solução. Repetição em juízo de uma ação idêntica a outra anteriormente proposta que ainda está em curso, ou seja, que não foi julgada. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. 3- Perempção. Art. 486, parágrafo 3º. Perda do direito de ação. O autor não pode mais provocar o Poder Judiciário para a solução de um mesmo conflito, e essa perda é uma sanção que o ordenamento jurídico processual confere a esse autor em virtude do fato de que por três 9 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo vezes o autor propôs a mesma ação e deu causa a extinção do processo por culpa dele. Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. Observações dos pressupostos: Pressupostos processuais são matérias de ordem jurídica, aquelas cuja relevância interessa aopróprio órgão jurisdicional, pois dizem respeito à própria existência com validade do processo. Por essa razão, o seu conhecimento pode ser feito por qualquer órgão jurisdicional que o processo esteja independentemente de alegação das partes. Ainda que as partes não identifiquem nenhum vício, o órgão deverá verificar e tomar providencia para a sua correção ou extinguir o processo. As matérias de ordem pública, além da apreciação e ofício, não se sujeitam a um fenômeno jurídico chamado de preclusão, definida esta como a perda da faculdade de se praticar um ato processual. As matérias de ordem pública podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de jurisdição. Exemplo: Se o menor ajuíza uma ação de alimentos e não existe no processo um representante, ainda que haja uma sentença de primeiro grau, o tribunal de justiça verifica e reconhece a nulidade desde o início. Modalidades de preclusão: 1. Preclusão temporal: Tem o objetivo de disciplinar a perda do prazo de praticar um ato do processo ou a pratica de um ato após o prazo. É a perda da oportunidade. 2. Preclusão consumativa: A perda da oportunidade de se praticar o ato do processo se dá porque o ato já foi consumado, o titular que tinha a faculdade já exerceu dentro do prazo. Não é possível a repetição, complementação ou retificação desse ato, ainda que dentro do prazo assinalado para sua prática. Exemplo: A parte tem o prazo de 15 dias para a interposição do recurso de apelação e o faz no 5º dia útil, não poderá nos 10 dias subsequentes complementar, ratificar ou retificar o recurso que já foi interposto. 3. Preclusão lógica: A perda da faculdade de se praticar um ato no processo deve-se ao fato de que o titular da faculdade praticou antes de seu exercício um ato logicamente incompatível com a faculdade a ser exercida. Antes de praticar o ato X a parte que tinha a faculdade de pratica-lo praticou um ato Y que é incompatível com a faculdade do ato X. Exemplo: Um dos pressupostos recursais é o inconformismo com a decisão recorrida em seu desfavor. Se proferida a decisão judicial a parte no dia seguinte voluntariamente a cumpre, ela não pode interpor um recurso impugnando a decisão, haja vista que ela a cumpriu sem ter a obrigação legal. 4. Preclusão pro-judicato: O órgão judicial não tem a faculdade de agir no processo, mas sim um dever legal, não podendo se eximir deles por conta do decurso do prazo. Se o juiz pratica um ato no processo, em 10 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo regra ele não pode modifica-lo. Ressalva-se a hipótese do recurso embargos de declaração, tendo por objetivo informar o órgão jurisdicional de alguma omissão, contradição, obscuridade ou erro material em uma manifestação judicial. Este busca, portanto, aperfeiçoar uma manifestação com algum defeito. Normas processuais Classificação das normas processuais: 1. Normas processuais congentes: Buscam atender dentro do processo um interesse público. Por essa razão não se admite que as partes disponham, negociem ou deixem de observar o conteúdo de uma norma processual congente. Elas não podem ser modificadas por vontade das partes, já que o legislador as estruturou buscando atingir o melhor para otimização do serviço publico, e não o que seria mais conveniente às partes. Exemplo: Quando o legislador fixa uma norma de competência em razão da matéria, as partes não podem deixar de seguir essa norma. 2. Normas processuais dispositivas: Buscam atender ao interesse particular das partes. O legislador buscou facilitar o exercício de alguma faculdade da parte. Não obstante, se a parte concretamente percebe que aquela disposição legal não lhe convém, ela pode simplesmente dispor do conteúdo da norma para facilitar seu exercício. Para isso ela convenciona com a outra parte outra norma. Em regra, as partes podem celebrar os chamados negócios jurídicos processuais, sendo estes convenções celebradas entre as partes que dispõem sobre suas prerrogativas processuais, negociando faculdades ou direitos processuais. 3. Normas processuais: Estão no CPC. Regulamentam algum comportamento dentro do processo. Indicam para o juiz como ele deve proceder ao processo, a sequencia dos atos, forma, elementos, requisitos, prazos e etc. Se o juiz deixa de observar uma norma processual ele cometeu um erro de procedimento. Caso isso aconteça, anula-se o ato processual e refaz-se. 4. Normas materiais: Estão no CC. Regulamenta o acesso a bens da vida ou pretensões que satisfazem nossos interesses materiais. Oferece ao juiz o critério de julgamento, que norma aplica-se a aquela solução do conflito. Ao final do processo o juiz precisa aplicar corretamente a norma civil, e se não observa-la corretamente cometerá um erro de julgamento. Caso isso aconteça, aplica-se outro critério de julgamento modificando a decisão final (procedente ou não procedente). Para diferencia-las é necessário observar o objeto da norma, o que ela regulamenta. 5. Normas codificadas: Normas processuais que estão incluídas no CPC. Foi conferida a elas uma sistematização em um código normativo específico. 6. Normas extravagantes: Previstas em outras leis especiais, em outros diplomas normativos. Embora esses códigos a princípio disciplinem 11 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo direitos materiais, é possível encontrar nestes, normas que disciplinem prerrogativas processuais (não isso elas não são materiais). Exemplo: CDC, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 9099/95. 7. Normas processuais: São aqueles que têm como conteúdo a disciplina de alguma prerrogativa processual, dispõe sobre direitos, deveres e ônus do autor, do réu e do juiz no curso de uma relação processual. Sempre que uma norma disponha sobre o direito de ação, de defesa, sobre a jurisdição e sobre o processo é considerada processual. Seu conteúdo é um instituto fundamental do direito processual. São de competência da União, ela legisla sobre o processo, normas processuais uniformes para todo o território nacional. 8. Normas de organização judiciária: Aquelas que não possuem como conteúdo disciplinar prerrogativas processuais das partes ou de institutos processuais. Elas apenas organizam/disciplinam a prestação da atividade dentro do Estado. As partes e os advogados não dependem da observância dessas normas para pratica de normas, já que estas apenas organizam a prestação da jurisdição dentro dos Estados. Exemplo: Disciplinam quantas comarcas serão estabelecidas dentro do Estado, quantos órgãos judiciais haverá em cada comarca, se haverá distribuição de trabalho nas comarcas de acordo com as áreas específicas do direito (vara da família, valência e etc.). 9. Normas regimentais: Cada tribunal possui o seu regimento, mas sem normas processuais. A princípio esses regimentos apenas disciplinam a atividade administrativa dentro do tribunal, apresentando quem são seus respectivos presidentes e vices que respondem pelas atribuições administrativas do tribunal, como são divididas suas turmas/câmaras, ordem de processos, substitutos dos magistrados, ministros ou desembargadores que se afastam e etc. Nada do que dispõe os regimentos dos tribunais a princípio repercute ou reflete sobre aquilo que podemos fazer dentro do processo. As prerrogativas disciplinam internamente a prestação da jurisdição do tribunal, e a rigor os seus destinatários são os próprios membros do tribunal que precisam conhecer o seu regimento. Uma norma regimental pode passar do seu limite disciplinado e interferir nas normas processuais, o que é um problema, já que apenas a União legisla em um processo. Portanto, não poderia um tribunal por meio de uma norma administrativa estabelecer algo que possa interferir em uma prerrogativa de um processo. Normas que interferem na prerrogativa processual da parte devem ser declaradas inconstitucionais, com exceção as elaboradas pelo STF. Fontes das normas processuais: A princípiosão encontradas no CPC, normas processuais codificadas. A constituição disciplina genericamente por meio de princípios todo o direito, ocorrendo da mesma forma com o Direito processual. No rol de direitos e garantias fundamentais do artigo 5º da CF há diversos princípios do direito fundamento, como o do devido processo legal, da ampla defesa, da isonomia, publicidade dos atos processuais e etc. A CF é, portanto, uma fonte direta de normas processuais. 12 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo As leis processuais extravagantes são normas processuais encontradas em leis processuais, como o CDC, ECA, Lei 9099/95 e etc.. Elas disciplinam os direitos materiais específicos, mas também normas processuais. Normas processuais podem também decorrer de tratados internacionais. O Brasil é signatário de inúmeros compromissos internacionais celebrados por meio de tratados que dispunham em seu rol normas processuais. Exemplo: Pacto de San Jose da Costa Rica, artigo 8º que disciplina uma série de garantias processuais. Praxe forense, prática adotada no fórum, pode gerar uma norma processual. Entretanto, as partes não têm direito de exigir a prática de um ato nos termos do costume do fórum, ainda que todos os juízes realizem dessa maneira. Exemplo: O juiz, para não perder tempo proclamando uma sentença, dá para as partes o prazo de cinco dias para apresentarem suas alegações finais e em seguida da à sentença, convertendo os debates que deveriam ser orais em alegações escritas. Isso é mais conveniente para ambas às partes. O código disciplina que a audiência é una (instrução, debates e julgamento), não devendo o advogado deixar de debater com a intenção de apresentar as legações finais apenas por memorial. Quando o juiz modifica algum procedimento do código, só é declarada a nulidade daquele ato se esse causou algum prejuízo às partes. Doutrina não é fonte de norma processual, tendo em vista que para serem feitas levam em consideração as leis. Elas apenas estimulam a criação de normas processuais, atendendo as necessidades específicas, e interpretam. Atualmente, decisões judiciais ostentam o status de interpretações autenticas que podem ser aplicadas nos processos. Tipos específicos de decisões judiciais, como súmulas, súmulas vinculantes, precedentes e etc. apresentam importância para os operadores do direito, e estes atribuem a eles status semelhante da lei, pois passa a exigir a observância da jurisprudência com o mesmo vigor que se exige a observância da lei processual. Essa tendência busca uniformizar interpretações legais para que todos os jurisdicionados tenham aplicado a mesma interpretação. Eficácia da norma processual: a) No espaço: A norma processual resulta do exercício de uma função soberana, a legislativa. Assim sendo, é uma prerrogativa absoluta do estado soberano criar normas, leis processuais, e, portanto, o âmbito especial em que essas leis são aplicadas é o mesmo em que o Estado exerce a sua soberania, qual seja o território nacional. As leis processuais brasileiras são aplicadas no território nacional, incluindo o aéreo e marítimo de 12 milhas náuticas. Vigora o principio da territorialidade, segundo o qual se aplica a lei processual brasileira em território nacional. b) No tempo: Conforme a regra geral disposta da constituição sobre a eficácia das normas aplica-se o princípio da irretroatividade. A constituição veda como regra a retroatividade das leis, ressalvando a lei penal mais benéfica. As leis não retroagem inclusive as processuais. Todos os processos que já tenham sidos encerrados sob a vigência de uma determinada norma processual não serão alcançados por uma nova norma processual posterior. Exemplo: 13 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo Processos que foram concluídos antes da entrada em vigor do novo código não retroagem. Todos eles são considerados atos jurídicos perfeitos, ou seja, foram constituídos e tiveram seu desenvolvimento observando a legislação que estava vigente no momento de sua prática. A lei processual civil também não tem ultratividade, ou seja, não possui efeitos para além de sua vigência. O antigo CPC produziu efeitos até a entrada em vigência do novo, não disciplinando nenhum ato posterior ao dia 17 de março. Ainda que a lei processual revogada seja mais benéfica que a lei atual, ela não será aplicada aos atos processuais posteriores ao encerramento. O problema de sucessão de normas processuais com o processo em andamento (sendo que os que já se encerraram foram utilizados a lei que revogou e os que não se iniciaram serão utilizados a nova lei) é resolvido com três teorias que possibilitam a identificação da norma aplicável. Sistemas para identificação das normas: 1. Sistema da unidade processual: O processo sob uma perspectiva finalista objetiva atender uma finalidade que é a da solução dos conflitos em andamento. O processo é então uma unidade que deve ser disciplinado por uma única norma processual. A norma processual que era vigente no inicio do processo deverá disciplina-los até o seu termino, ainda que no seu curso surja uma nova norma processual. Todos os processos que se iniciaram até o dia 17 de março de 2015 serão disciplinados até o seu termino pelo CPC de 1973. Esse sistema traz diversas complicações, como a ofensa do princípio da isonomia e a insegurança jurídica aos operadores do direito em razão da necessidade de que se aplique dois sistemas processuais diferentes. 2. Sistema das fases processuais: A fase processual, e não o processo inteiro que deve ser disciplinado por uma única norma processual. Entrando em vigor uma nova norma processual ela será aplicada a esse processo, mas somente a fase processual seguinte. O processo seria dividido nas seguintes fases: postulatória, saneadora, instrutória, decisória e de cumprimento da sentença. Os processos que se iniciaram no dia 17 de março serão disciplinados pelo CPC de 73 até acabar a fase que o processo se encontra. Esse sistema aplica a regra da unidade, mas apenas dentro de cada fase, diminuindo o período de ultratividade da lei revogada. Ainda assim, haveria largos períodos de tempo que o processo seria disciplinado por uma lei que foi revogada. Exemplo: Fase decisória se inicia com a sentença e perdura até o transito e julgado do processo, logo, todos os recursos que estavam na fase decisória no dia 17 deveriam ser disciplinados até o seu final pela lei revogada, podendo demorar uma década. Essa proposta limita o período de ultratividade da lei que foi revogada até a conclusão da fase que o processo se encontra e minimiza os problemas que decorrem da regra da unidade. Ainda limitado esse período, haveria a aplicação da lei revogada por um período considerável de tempo e 14 Bianca Marinelli – Direito Processual Civil I – 3º termo processos tramitando simultaneamente observando leis diferentes (violação do princípio da isonomia). 3. Sistema do isolamento dos atos processuais (sistema do tempus regit actum): Os atos processuais vinculados uns aos outros em razão do mesmo objetivo de solução da lide possuem autonomia de modo que cada ato praticado em um processo deve observar as disposições regulamentais aplicáveis vigentes no momento da sua prática, de modo que não existe retroatividade ou ultratividade benéfica. Assim sendo, os atos praticados em um processo até o dia 17 de março são atos juridicamente perfeitos se forem praticados conforme o CPC de 1973. Os atos praticados nesses mesmos processos a partir de 18 de março são juridicamente perfeitos se forem praticados conforme o CPC de 2015. Todos os processos vigentes até o dia 17 de março que não foram concluídos até esse dia passarão a ser aplicados com o CPC 2015. O código revogado não foi mais usado para processos não finalizados antes de sua revogação. Existe uma exceção construída de forma jurisprudencial que define que em matéria de recursos tem-seentendido que o recorrente (parte que deseja impugnar a decisão) tem o direito processual adquirido de recorrer conforme a norma vigente no momento da publicação da decisão impugnada se ela facilitava ou ampliava o exercício do duplo grau de jurisdição, ainda que o ato do recurso seja praticado na vigência da nova lei. A lei revogada teria ultratividade para disciplinar o recurso se ela facilitava o exercício de recorrer. Exemplo: Foi publicada uma sentença no dia 17 de março, ultimo dia de vigência do CPC de 1973, tendo prazo de interposição do recurso (no caso de recurso de apelação de 15 dias).
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