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1 8ª semana de gestação: início da produção de folículos ovarianos (por meio da multiplicação mitótica de células germinativas) 20ª semana: atinge n° máximo de folículos primordiais → apoptose celular (início do envelhecimento do sistema reprodutivo) Até o nascimento: 70% do pool folicular será perdido Puberdade: 300-500 mil folículos Os folículos crescem e sofrem atresia continuamente, até seu esgotamento na pós-menopausa A vida reprodutiva feminina é dividida em 3 principais categorias: reprodutiva, transição menopausal e pós- menopausa. Climatério Período de transição: perimenopausa, menopausa e pós-menopausa Modificações endocrinológicas, biológicas e clínicas no organismo feminino Contínua falência da função ovariana na ausência de causa patológica Transição menopausal Variabilidade hormonal + ovulação inconstante → irregularidade do ciclo menstrual Diminuição do número de folículos → diminuição da inibina B → desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando secreção de FSH e aumentando o recrutamento folicular Níveis elevados de FSH → aceleração da depleção folicular As dosagens hormonais nesse período não têm valor na avaliação e no diagnóstico das pacientes Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida! Sem alterações no LH Estradiol elevado na fase inicial e diminuído após 2 A continua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol, que não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando os ciclos ovulatórios. Sem ovulação, não há mais produção de corpo lúteo, nem progesterona. Menopausa Perda da função ovariana → interrupção definitiva da ovulação Última menstruação → fim da capacidade reprodutiva Reconhecida após 12 meses de amenorreia Os ovários deixam de funcionar e a produção de esteroides e peptídeo hormonal diminui Sem produção de estrogênio e progesterona → elevação de FSH e LH Maior produção de androgênio em relação ao estrogênio Aromatização dos androgênios → conversão periférica: testosterona, estrona e androstenediona (principal androgênio produzido pelo ovário) Idade média: 51 anos. Pode ser acelerada por alguns fatores como o tabagismo. Menopausa precoce: antes de 40 anos. Menopausa tardia: após 55 anos. Pós-menopausa De 12 meses após a menopausa até 65 anos Produção nula de progesterona. Já os estrogênios continuam sendo produzidos, porém em níveis muito menores se comparados à menacme. FSH e LH altos nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento Na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de GnRH e secreta grandes quantidades de gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. Diminuição da massa folicular → aumento no estroma ovariano (responsável pela produção de testosterona e androstenediona). Apesar da diminuição da síntese desses hormônios, a produção remanescente é suficiente para manter os ovários ativos com a produção dos esteroides androgênicos. Esses androgênios servem como substrato para a aromatização periférica e formação de estrona. Quadro clínico Há receptores estrogênicos em: pele, ossos, vasos, coração, cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga Irregularidade menstrual Fogacho (80%) – mais frequente e intenso em pacientes com ↑ massa corporal e tabagistas Distúrbios do sono – menor duração, menor eficácia e despertar noturno Alterações do humor – depressão e ansiedade (perda da capacidade reprodutiva, envelhecimento...) Atrofia vulvovaginal o Redução de lactobacilos → pH alcalino → infecções o Ressecamento vaginal → dispareunia e sinusorragia o Diminuição da libido Sangramento uterino anormal Alterações cognitivas – esquecimento e perda de atenção Doença cardiovascular o O estrogênio tem fator protetor para eventos endoteliais – estimula produção de prostaglandinas e óxido nítrico (efeito vasodilatador e antitrombótico) e inibe a oxidação de LDL Osteoporose Mastalgia: devido à flutuação dos níveis de estrogênio Alterações na pele e cabelos: diminuição do colágeno 3 Obs ⇨ mulheres obesas: maior produção de estrona sem oposição da progesterona maior proliferação endometrial maior risco de hiperplasia e câncer de endométrio Diagnóstico Diagnóstico retrospectivo → não é necessário dosagem hormonal para diagnóstico Diagnóstico laboratorial: FSH > 40 mUI/mL, E2 > 20 pg/ml, ↓ inibina, amenorreia, fogachos Mulheres usuárias de ACO: dosar FSH no último dia da cartela e repetir a dosagem 30 dias depois Avaliação da mulher climatérica Anamnese e exame físico completos Exame físico ginecológico, exame preventivo para o câncer de colo do útero e registro do IMC Investigação de tireoidopatias (TSH) Densitometria óssea a partir dos 65 anos ou antes, se houver história de fratura na pós-menopausa ou presença de um ou mais fatores de risco para osteoporose Mamografia anual Exames laboratoriais de perfil lipídico e glicêmico anuais Orientações: imunizações, necessidades nutricionais, atividade física, prevenção de lesões, função urinária e sexualidade Rastreio do câncer colorretal a partir dos 50 anos (se sem fatores de risco) Avaliar endométrio se houver presença de sangramento uterino anormal Recomendações para a mulher no climatério Consultas de revisão Exercício físico Dieta com aporte nutricional Cessar tabagismo Manter peso corporal adequado Controle de comorbidades associadas Tratamento Terapia de reposição hormonal (TRH) Indicação: sintomáticas < 60 anos que estejam na perimenopausa ou com menos de 10 anos de menopausa e sem contraindicações Tratamento de sintomas vasomotores, atrofia urogenital e osteoporose Vias de administração: o Oral: pacientes de baixo risco. Está associada a ↑ dos fatores pró-trombóticos (metabolismo de primeira passagem hepática, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona) o Transdérmico: pacientes de baixo ou moderado risco o Vaginal: para síndrome geniturinária isolada Estrogênio: primeira linha Estrogênio + progestogênio: em mulheres com útero → proteção endometrial contra hiperplasia e câncer de endométrio Contraindicações: o Câncer de mama e endométrio o Sangramento vaginal de causa desconhecida o Lesão precursora para câncer de mama o Porfiria e doenças hepáticas descompensadas o Doença coronariana e cerebrovascular 4 o Passado de doença tromboembólica venosa o Lúpus eritematoso sistêmico o Meningioma (contraindicado para TRH com progestogênio) Terapias não hormonais Terapias não farmacológicas: perda de peso e mudanças no estilo de vida Terapias farmacológicas: o Inibidores seletivos da receptação da serotonina e inibidores seletivos da receptação da serotonina e noradrenalina são as primeiras opções no tratamento de fogachos em pacientes contraindicadas a usar métodos hormonais o Superiores ao placebo, mas piores que TRH Referências bibliográficas PASSOS, E. P. et al. Rotinas em Ginecologia. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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