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Tinamiformes A ordem Tinamiformes abrange duas subfamílias, a Tinaminae que possui aves com a característica de narinas com abertura em sua metade rostral e a subfamília Rhynchotinae, com as aves apresentando abertura das narinas na porção inicial do bico. São aves de porte variado, com corpo volumoso, cabeça pequena, com fossas nas narinas, membros torácicos bem desenvolvidos e chegando a pesar até 2 quilogramas e medindo até 50 centímetros. Possuem um dimorfismo sexual discreto, com uma vocalização característica especialmente nos períodos reprodutivos que variam conforme a espécie e habitat. Ocorrem no Brasil cinco gêneros e 23 espécies de tinamídeos, como o perdiz (Hynchotus rufescens), algumas espécies de codornas (Nothura spp.) e o inhambus (Crypturellus spp.) que são especialmente abundantes na Amazônia (MARQUES, 2014). Anseriformes A ordem é composta pelas famílias Anatidae, Anseranatidae e a Anhimidae, sendo representados por aves que habitam ambientes aquáticos. No Brasil, há a presença das espécies anhuma (Anhima cornuta) e duas espécies de tachãs (Chauna torquata e C. chavaria) além de ser encontrados os marrecos (Anas plathyrhynchos), patos (Cairina moschata), gansos (Anser anser/A.cygnoides) e demais aves migratórias. Possuem o bico adaptado para alimentação na água com serrilhas e as plumagens densas, adaptadas para passarem muito tempo na água. Os membros pélvicos possuem membranas interdigitais, possibilitando a natação e o mergulho aquático. A maioria das espécies é herbívora, se alimentando de plantas, algas, sementes e ocasionalmente peixes e demais vertebrados,nos casos dos onívoros. O dimorfismo sexual é discreto e ausente em algumas espécies, sendo geralmente apontado pelo tamanho maior do macho em relação à fêmea e cores das plumas mais abundantes (CÂNDIDO, 2014). A ordem Struthioniformes possui como representantes o avestruz (Struthio spp.), emu (Dromaius spp.) e casuar (Casuarius spp.) que apresentam familiaridade com a ema (Rhea spp.), a representante da ordem Rheiformes. Todas essas aves têm em comum um nome popular: ratitas. A palavra ratis no latim significa jangada e é uma referência a uma característica anatômica com o esterno achatado e ausência de quilha, o que lembra uma jangada. Possuem membros pélvicos bem desenvolvidos, já que são aves que não voam; vivem em grupos com exceção do casuar; se reproduzem entre a primavera e verão e geralmente os machos cuidam dos filhotes após o nascimento (LOVATO; SANTOS, 2014). Rheiformes e Struthioniformes O Brasil apresenta 1.919 espécies de aves registradas que são classificadas em diversas ordens, famílias, gêneros e espécies. Há uma grande variedade de características como os habitats, forma de locomoção, hábitos alimentares (carnívoras, herbívoras, frugívoras, nectarívoras, insetívoras, granívoras, onívoras, etc), comportamentos sociais, comportamentos reprodutivos e hábitos noturnos ou diurnos que as diferem entre si (WERTHER, 2004, CBRO, 2021). Principais Ordens de Aves no Brasil Sphenisciformes São aves que vivem grande parte da vida no mar, e possuem uma estrutura anatômica adaptada, com o corpo no formato afusado e os membros torácicos e pélvicos curtos, com ossos não pneumáticos. Habitam o Hemisfério Sul, especialmente a Antártida, sendo divididos em 18 espécies. No Brasil, é mais comumente encontrado o pingüim-de- Magalhães (Spheniscus magellanicus) durante seu período migratório no litoral brasileiro. Vivem em colônias, emitem grandes vocalizações e se alimentam de peixes e pequenos invertebratos, variando a dieta conforme a época. Constroem os ninhos no continente ou ilhas e machos e fêmeas fazem a incubação, sendo que após o nascimento, o filhote necessita de cuidados intensivos dos pais, que são monogâmicos sazonais. O dimorfismo sexual é através do tamanho do macho, que é maior que da fêmea, mas não é confiável como único método para diferenciação (FILHO; RUOPPOLO, 2014). Galliformes Galliformes é uma ordem com grande número de espécies com a divisão de cinco famílias: Megapodiidae, Phasianidae, Numididae e a Família Odontophoridae e Cracidae que são as únicas presentes no Brasil, com a representação dos mutuns (Pauxi spp.), jacus (Penelope spp.) entre outros. Os galináceos possuem tamanhos e coloração de plumas diversas com tons acizentados, pardos e amarronzados. São onívoras e a dieta se baseia na ingestão de pequenos invertebrados e muitas sementes presentes no solo, os bicos são fortes e curvados, adaptados para os hábitos alimentares. Os membros pélvicos são desenvolvidos para subirem em poleiros e ciscarem a terra. O dimorfismo sexual está presente nas cores das plumagens e dos bicos, variando de espécie em espécie (MARQUES, 2014). Procellariiformes e outras aves de ambientes marinhas A ordem Procellariiformes abriga aves marinhas como os albatrozes (Thalassarche spp.) e no Brasil ocorrem as ordens Phaethontiformes, representada pelo rabo-de-palha (Phaethan spp.); Suliformes como os atobás (Sula spp.), Pelecaniformes como os pelicanos (Pelecanus spp.) e a Charadriiformes com as gaivotas (Larus spp.) Podem ser encontradas durante todo o ano, em diferentes épocas migratórias, vivendo em colônias. Alimentam-se de peixes e invertebrados que conseguem caçar nos ambientes marinhos e aquáticos, sendo consideradas ótimas mergulhadoras e predadoras oportunistas. O bico possui formatos que variam conforme a espécie, mas que é adaptado para a captura das presas e a filtração da água. Possuem a glândula de sal, responsável por excretar o sal ingerido junto com a água marinha; as asas são fortes e desenvolvidas para alcançar vôos e os membros pélvicos apropriados para natação e pouso sob a água (SERAFINI; LUGARINI, 2014). Ciconiiformes, Gruiformes e Cariamiformes No Brasil, a ordem Ciconniforme pode ser representada pelo jaburu (Jabiru mycteria), a ordem Gruiforme pelo colhereiro (Platalea ajaja) e a Cariamiforme pela seriema (Cariama cristata). São aves que variam de pequeno a grande porte, dependendo da espécie e possuem membros pélvicos longos, adaptados para lagos, rios e ambientes subaquáticos. Possuem dieta onívora, com bicos longos e finos ou curvados, adaptados para a ingestão de peixes e pequenos vertebrados. O dimorfismo sexual se baseia na coloração das plumagens e porte maior presente em machos ou fêmeas, de acordo com cada espécie (FONTENELLE; BARROS, 2014). Accipitriformes, Falconiformes e Strigiformes Estas ordens são popularmente conhecidas como as aves rapinantes. No Brasil, como representante da ordem Accipitriformes, pode-se considerar o gavião-carijó (Rupornis magnirostris); representando a Falconiformes o falcão-peregrino (Falcus peregrinus) e a coruja-buraqueira (Athene cunicularia) pertencente à ordem Strigiformes. As características que as aves de rapina têm em comum são as fortes garras nos membros pélvicos, que são utilizadas na caça e alimentação das presas, os bicos fortes em formatos pontiagudos ou mais curvados e as asas bem desenvolvidas para vôos altos e rápidos. A maioria possui hábitos noturnos e dieta carnívora, a base de pequenos mamíferos. O dimorfismo sexual em grandes espécies se aplica com a fêmea maior que o macho, ocorrendo em algumas espécies também alteração de cor nas penas (JOPPERT, 2014). Psittaciformes A ordem é composta por cerca de 332 espécies, sendo muito presente no Brasil, com cerca de 80 espécies nativas. No Brasil, as ocorrências na clínica veterinária de pets não convencionais possuem como os maiores exemplares o agapornis (Agapornis roseicollis e Agapornis personata), a calopsita (Nymphicus hollandicus) o periquito-australiano(Melopsittacus undulatus) e o papagaio- verdadeiro (Amazona aestiva), que é nativo do país. Há a ocorrência em alguns biomas brasileiros dos periquitos (Brotogeris spp.), arara canindé (Ara ararauna) e arara-vermelha (Ara chloroptera). Apresentam fortes colorações nas penugens, comportamentos altamente sociais, inteligência aguçada e vocalizações com a capacidade de imitar a voz humana. Oformato do bico é curto com a sua base larga e na região superior é mais longa e curvada se encaixando na inferior, sendo essencial para a adaptação da alimentação de sementes e frutos. A plumagem é rígida e colorida, variando de cores conforme as espécies, sendo que as cores são importantes como mecanismos de camuflagem para se esconder de predadores. Nos papagaios e periquitos neotropicais, por exemplo, a cor predominante é o verde, pois auxilia a camuflagem entre as árvores. As mudas de penas acontecem uma vez por ano, onde a primeira acontece até os 10 meses de idade e após a estabilização da vida adulta, ocorre sempre após o final da época de reprodução. O dimorfismo sexual não é nítido em todas as espécies, mas é considerado na maioria, através da intensidade da coloração dos machos (GRESPAN, RASO, 2014). Columbiformes Os columbiformes são bem representados no Brasil pela espécie pombo doméstico (Columba livia) que é presente em todos os estados brasileiros, encontrado em grandes centros urbanos, próximos de praças de alimentação ou em bosques e regiões arborizadas. São aves de pequeno porte, com dieta variada, sendo geralmente granívoros e frutívoros. O bico é pequeno e adaptado na ingestão de sementes e grãos. Possuem a capacidade de expansão do inglúvio, deixando o papo maior como forma de atrair as fêmeas, sendo essa uma característica notável como dimorfismo sexual. Geralmente vivem em grupos, mas podem ser solitários, possuindo hábitos diurnos (GUIMARÃES, 2014). Piciformes A ordem Piciformes constitui 4 famílias e 3 são presentes no território brasileiro: Capitonidae, Ramphastidae e Picidae. Os piciformes mais encontrados no país são os tucanos (Ramphastos spp.), pica-paus (Dryocopus spp.) e araçaris (Pteroglossus spp.). São aves de porte pequeno a médio, com asas fortes para vôos e membros pélvicos adaptados para se manterem mpoleirados em galhos. Possuem dietas frutíferas e são faunívoros oportunistas, os bicos são longos e fortes, no interior possuem uma rede de trabéculas ósseas bastante finas que o permitem leveza para o vôo. Os bicos são hipercorados, com cores vivas e são adaptados conforme a espécie para permitir que quebrem sementes, perfurem cascos de árvores e frutas. O dimorfismo sexual pode ser observado em algumas espécies através de cores mais intensas nos machos (DISLICH, 2014). Passeriformes Os Passeriformes possuem o maior número de espécies distribuídas no mundo todo, sendo presentes 1.064 espécies no Brasil. Na medicina veterinária de pets não convencionais, é comum o atendimento de curiós (Sporophila spp.), canários (Sicalis spp.) e azulões (Cyanoloxia spp.) principalmente. São aves de pequeno porte, com asas curtas e eficazes para vôos, os membros pélvicos são bem desenvolvidos com 3 dígitos. Uma das principais características é o canto, responsável pelos mecanismos da siringe. Os hábitos alimentares se constituem de sementes, grãos e pequenos insetos, no dimorfismo sexual, os machos geralmente apresentam um aumento significativo do tamanho das gônadas no período reprodutivo (SANCHES; GODOY 2014). Apodiformes Há duas famílias da ordem Apodiformes presentes no Brasil com pelo menos 80 espécies distribuídas. Há diversas espécies de beija- flor, sendo um dos mais comuns o Beija-flor-verde-de-fronte-azul (Thalurania glaucopis). São aves de pequeno porte, pesando no máximo 7 gramas, com exceção de algumas espécies. O bico é longo e fino, assim como a língua para conseguir obter o néctar e o pólen. São nectarívoras e incluem na alimentação uma pequena parte de insetos. As asas são bem desenvolvidas, assim como a musculatura peitoral, o que os permite parar durante o vôo para se alimentar de flores suspensas. Conseguem voar muito rápido e possuem assim, um metabolismo extremamente acelerado. No dimorfismo sexual, as cores mais acentuadas são presentes nos machos de algumas espécies (DISLICH, 2014).
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