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ESTRUTURAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS DO AÇO Estrutura é a parte ou o conjunto das partes de uma construção que se destina a resistir a cargas. Cada parte portanto da construção, também deve resistir aos esforços incidentes e transmiti-los a outras peças, através dos vínculos que as unem, com finalidades de conduzi-los ao solo. Conceito: De acordo com suas dimensões, as peças estruturais podem ser classificadas em blocos, folhas e barras. Blocos : são aqueles onde as três dimensões têm a mesma ordem de grandeza. São os chamados elementos de volume. Folhas: são aqueles onde duas dimensões, o comprimento e a largura, são da mesma ordem de grandeza e muito maiores que a terceira dimensão (espessura). São os chamados elementos de superfície. Como exemplos mais comuns encontram-se as lajes, as paredes de reservatórios, etc. Barras: são aqueles que têm a espessura da mesma ordem de grandeza da altura, mas ambas muito menores que o comprimento, destacam-se as vigas e os pilares. Classificação das peças, de acordo com as dimensões: De acordo com suas dimensões, as peças estruturais podem ser classificadas em blocos, folhas e barras. Classificação das peças, de acordo com as dimensões: As peças estruturais são classificadas também quanto ao modo de aplicação do carregamento, e citam-se: Placas ou lajes, Chapas ou paredes estruturais, Vigas e pilares. Placas : São folhas que sofrem o carregamento perpendicular à face formada pelas duas maiores dimensões. Chapas: São folhas que sofrem carregamento pararelo à face formada pelas duas maiores dimensões. Vigas: São barras que sofrem carregamento transversal ao seu eixo. Pilares : São barras que sofrem carregamento axial. Classificação das peças, de acordo com o carregamento: Peças classificadas quanto ao carregamento. Classificação das peças, de acordo com o carregamento: c)vigas d) pilares Um vínculo impede a liberdade de um movimento. A ausência de certos vínculos possibilita a liberdade de certos movimentos. Os vínculos podem ser classificados em função do movimento que impedem. Classificação dos vínculos: O apoio móvel (1º gênero) impede apenas um deslocamento, no caso, o deslocamento vertical e permite o deslocamento horizontal e rotação (giro) em torno do apoio. O apoio fixo (2º gênero) impede dois deslocamentos, o vertical e o horizontal e permite a rotação (giro) em torno do apoio O engastamento (3º gênero )- considera-se o fixo quando não for especificado) impede os deslocamentos verticais e horizontais e a rotação (giro) em torno do apoio. Classificação dos vínculos: a) A estrutura é restringida e o número de incógnitas é igual ao número de equações de equilíbrio: ISOSTÁTICA. b) A estrutura é restringida e o número de incógnitas é maior que o número de equações de equilíbrio: HIPERESTÁTICA. c) A estrutura não é restringida ou o número de incógnitas é menor que o número de equações de equilíbrio: HIPOSTÁTICA. Uma estrutura está restringida quando possui vínculos para restringir todos os movimentos possíveis da estrutura (translação e rotação) como um corpo rígido. Tipos de estruturas: Número de incógnitas: - Externas: reações de apoio ou vinculares; - Internas: esforços internos necessários ao traçado dos diagramas (conhecidas as reações de apoio) – estruturas fechadas. Número de equações de equilíbrio: - Externo: equações de equilíbrio estático para a estrutura como um todo (seis no espaço e três no plano); - Interno: equações de equilíbrio estático para parte da estrutura conhecido um ou mais esforços internos (ex.: rótula). Tipos de estruturas: g: grau de estaticidade ou hiperestaticidade = número de incógnitas – número de equações. Critério apresentado por Sussekind: g = ge + gi, sendo ge = número de incógnitas externas – número de equações de equilíbrio externo e interno gi = número de incógnitas internas, ou também: ge = grau de hiperestaticidade externa; gi = grau de hiperestaticidade interna. Tipos de estruturas: Exemplos: Vigas e pórticos: Ge = NVA− 3 (NVA = Número de vínculos de apoio) Ge = NVA− 3 – (NCLR – 1) (Quando houver rótulas internas) NCLR = ( Nº de chapas ligadas à rótula) Graus de Estaticidade . Tipos de equilíbrio. Os subconjuntos mais facilmente identificáveis são: a) Pórtico Plano. È a estrutura formada por barras coplanares e submetida a cargas pertencentes a esse mesmo plano. Pórticos, Treliças e Grelhas Os subconjuntos mais facilmente identificáveis são: b) Treliça Plana. Um caso particular importante de pórtico plano é a treliça plana, que é a estrutura formada por barras coplanares articuladas entre si e submetida a cargas nodais. c) Treliça Espacial É a estrutura formada por barras não coplanares articuladas entre si e submetida a cargas nodais. Pórticos, Treliças e Grelhas Pórticos, Treliças e Grelhas Treliças de Cobertura. Treliças de Pontes. Pórticos de Treliças Triarticulados em Balanço. Os subconjuntos mais facilmente identificáveis são: d) Grelhas. É uma estrutura formada por barras coplanares e submetidas cargas pertencentes a plano ortogonais ao da estrutura. Pórticos, Treliças e Grelhas As barras dessas estruturas diferenciam-se quanto ao tipo de deformação a que estão sujeitas. Entende-se por DEFORMAÇÃO a mudança de forma de uma peça, traduzida pelo deslocamento de seus pontos em consequência da aplicação da carga. Deformações. Deformação axial de tração. Deformação por flexão Deformação axial de compressão. Deformação por torção. As barras pertencentes a um pórtico plano podem apresentar deformações axiais e por flexão, porém não sofrem deformação por torção. As barras pertencentes a uma grelha estão sujeitas a deformações axiais, por flexão e por torção. As barras pertencentes a uma treliça plana ou espacial apresentam apenas deformações axiais. Deformações. O deslocamento de pontos decorrente da deformação axial é muito menor do que o deslocamento de pontos decorrente as deformação por flexão. Pórtico deformável Pórtico indeformável Pórticos deformáveis e indeformáveis. Pórticos deformáveis e indeformáveis. a) Pórticos Deformáveis: São aqueles em que o deslocamento de um ou mais de seus nós decorre da deformação por flexão das barras. (explicação) Pórticos deformáveis e indeformáveis. a) Pórticos Deformáveis: ( Pórticos deformáveis e indeformáveis. b) Pórticos Indeformáveis: São aqueles em que o deslocamento de todos os seus nós decorre da deformação axial das barras. Esse deslocamento pode ser praticamente desprezado. OBS.: No caso de edifícios muito altos ou torres, a soma desses pequenos deslocamentos pode ser considerável e o deslocamento total deve ser analisado. Equilíbrio externo dos elementos estruturais. Os elementos estruturais, bem como todo o conjunto da construção, devem estar em equilíbrio, isto é, a resultante de todas as forças ou cargas atuantes em um corpo deve ser nula e o momento provocado por essas forças, em qualquer ponto do corpo, também deve ser nulo. Consideremos uma barra biapoiada-com um apoio móvel (A) e outro articulado fixo (B), que determinam o vão l – e uma força P qualquer atuando sobreessa barra, aplicada em um ponto distante (a) e (b) dos apoios (A) e (B). Se, sob a ação das cargas externas ativas e reativas , a barra permanecer em equilíbrio estático, valem as condições de estabilidade, ou seja, ela não se desloca na horizontal, não se desloca na vertical e tampouco gira. Assim, ƩFh = 0, ƩFv=0, ƩMb=0 Equilíbrio externo dos elementos estruturais. 1- ƩFh=0, onde por convenção; F (+) e F(-) -HB=0 ; assim HB=0 2 – ƩFv=0, onde por convenção: F(+) e F(-) +VA-P+VB = 0 ; assim Va+VB=P P A B VA VB a b l HB Equilíbrio externo dos elementos estruturais. 3- ƩFv=0, onde por convenção: F(+) F(-) +VAxl –Pxb+VBx0 = 0 assim, VA =Pxb/l Sendo VA+VB=P tem-se Pxb/l + VB =P ou VB= (Pxl - Pxb)/l ou ainda VB= Px(l-b)/l Como l-b=a pois a+b=l assim VB= Pxa/l P A B VA VB a b l Equilíbrio externo dos elementos estruturais. As equações resultantes da imposição do equilíbrio denominam-se equações da estática. No caso das estruturas planas, são três equações e no de estruturas espaciais, seis equações. Segundo a terceira lei de Newton, a ação de um corpo sobre outro provoca, no primeiro, uma reação de igual intensidade e na mesma direção, porém de sentido contrário, denominada, no caso das estruturas, de vincular, reação de apoio ou simplesmente de reação. As reações vinculares estão associadas ao impedimento do movimento provocado pelos vínculos. Reação Ação Equilíbrio externo dos elementos estruturais. Equilíbrio externo dos elementos estruturais. Equilíbrio externo dos elementos estruturais. Equilíbrio externo dos elementos estruturais. Conceito de Pilar e de Tirante Pilares são elementos estruturais sujeitos basicamente a esforços axiais de compressão . No entanto, passam a se denominar tirantes quando solicitados por forças axiais de tração. Tipos de Pilares e Tirantes. Os pilares e os tirantes podem ser conformados a partir de perfis (alma cheia, barras chatas ou redondas, tubulares), por meio da composição de chapas ou também de chapas e perfis. Podem assumir as mais variadas configurações geométricas: em forma de pétala, cilíndricas, em forma de treliças, Vierendeel, em forma de braço, cruciformes,etc. Conceito de Pilar e de Tirante Exemplos de pilares nas suas diferentes forma geométricas, Conceito de Pilar e de Tirante Exemplos de pilares nas suas diferentes forma geométricas, Conceito de Pilar e de Tirante Flambagem Lateral em pilares. Flambagem é um conceito teórico. Em termos práticos, flambagem pode ser associada a característica que as peças esbeltas possuem de se deslocar transversalmente à linha de ação aplicada quando esta supera um determinado valor chamado carga crítica (Pcr). P>Pcr P<Pcr Conceito de Pilar e de Tirante Flambagem Lateral em pilares. O tipo de flambagem mais conhecido é o que ocorre nas barras submetidas a uma força axial de compressão, fenômeno comum tanto nos pilares de concreto quanto nos metálicos.É denominado flambagem por flexão ou flambagem de EULER. A carga crítica que causa a flambagem depende das dimensões da seção da barra, do tipo de vinculação e do seu comprimento livre. Assim, vinculações mais trabalhosas, seções mais robustas ou menores comprimentos aumentam o valor da carga crítica. P<Pcr Conceito de Viga Vigas são elementos estruturais sujeitos basicamente a esforços de flexão. Por serem elementos empregados para vencer vãos na horizontal, são muito solicitadas em termos de esforços, uma vez que necessitam ter condições de transferir forças, geralmente verticais, para os apoios através de um caminhamento horizontal Força Barra Apoio Tipos de Vigas No que se concerne à sua constituição as vigas podem ser: •De alma cheia; •Alveolares; •Treliças; •Vierendeel; •Mistas Tipos de Vigas Vigas de alma cheia São formadas por duas mesas interligadas por uma alma e se caracterizam pelo acentuado afastamento entre as mesas. Os perfis tipo I soldados, I laminados e os perfis U estruturais a frio são os mais utilizados para as vigas. Pela própria forma da seção, são adequados para resistir, por intermédio das mesas, aos esforços de compressão e de tração. h=l/(14 a 18) Tipos de Vigas Vigas de alma cheia Como as vigas são peças submetidas a esforços de flexão, em qualquer seção transversal aparecem tensões perpendiculares a ela, que variam de nulas - junto a linha neutra – a máximas – nas bordas. Tipos de Vigas Vigas Alveolares São obtidas a partir dos perfis tipo I, normalmente por recorte longitudinal das almas, na forma de ameias, com posterior deslocamento de soldagem, ou mesmo por meio da execução de aberturas nas almas desses perfis. Na peça obtida por recorte da alma, a nova geometria da seção transversal apresentará uma altura significativamente maior do que a do perfil original, com a mesma massa inicial, portanto com uma considerável economia de peso. Tipos de Vigas Vigas Alveolares Tipos de Vigas Vigas em forma de treliças As treliças são constituídas por barras coplanares, articuladas entre si e submetidas a cargas nodais. Nessas vigas portanto, as barras podem-se articular por meio de ligação direta ou indireta. Banzo superior Banzo inferior Diagonal Montante h=l/(7 a 10) Tipos de Vigas Vigas Vierendeel. São vigas compostas por barras resistentes na forma de quadros, unidas entre si por meio de ligações rígidas, que devem resistir as forças normais e cortantes e também aos momentos fletores. Em virtude da características dos seus vínculos, as vigas Vierendeel são mais deformáveis do que as treliças planas. Normalmente as vigas Vierendeel são utilizadas para soluções estruturais que exigem grandes vãos livres. Neste caso, a altura da viga, ou a distância do banzo superior ao banzo inferior, resulta igual a distância entre pavimentos da edificação. Tipos de Vigas Vigas Vierendeel. Tipos de Vigas Vigas Mistas. Tipos de Vigas Vigas Mistas. Flambagem lateral de vigas Outro tipo importante de flambagem que ocorre nas barras, é a flambagem lateral de vigas. Esse fenômeno, que não aparece nas vigas convencionais de concreto, é fundamentalpara o cálculo da resistência das vigas metálicas não continuamente travadas, isto é, não impedidas de se deslocar lateralmente . A flambagem lateral é uma desestabilização da peça sob flexão devido à compressão da mesa superior, tirando-a do seu plano, e tração da mesa inferior, fixando-a, o que causa giro e deslocamento transversal das seções da peça. Já a flambagem local é a desestabilização de parte do perfil (mesas ou alma) por ocorrência de dobraduras localizadas pontualmente ao longo do comprimento. Abaixo, são ilustrados os dois tipos de flambagem. Flambagem lateral de vigas A mesa superior, quando submetida a força de compressão maior do que a carga crítica, procura flambar por flexão, como se fosse um pilar, porém a mesa inferior, ligada a ela pela alma, perturba o movimento livre da mesa superior, resultando um movimento composto por deslocamento lateral (flexão lateral), rotação (torção) da seção da viga e empenamento ( a seção deixa ser plana após a deformação Flambagem lateral de vigas Este fenômeno, que podem levar facilmente uma viga ao colapso, podem ser evitados através de algumas medidas simples. Primeiramente, para se evitar a flambagem lateral, pode-se realizar a contenção lateral do perfil, de modo que haja o impedimento de giros e translações laterais. Esta contenção pode ser do tipo contínua ou discreta, conforme ilustrado abaixo. Concepção Estrutural As estruturas como um todo e os seus subsistemas devem possuir ligações ou esquemas de travamento adequados para garantir a não- hipostacidade das barras e do conjunto. As barras precisam ter seção, vínculos e comprimentos adequados, para evitar problemas de flambagem. Deve-se estudar o esquema estrutural mais adequado a cada caso: estrutura isostática ou hiperestática, pórtico deformável ou indeformável, ligação rígida ou flexível, tendo em consideração a economia, a funcionalidade e os aspectos arquitetônicos da edificação Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Estruturas de AÇO Slides gentilmente cedidos pela professora Sara Fragoso
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