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Semiologia da Febre

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Nicolas Martins 2025.1 - IEC ( Semiologia )
FEBRE
● Introdução
É uma das principais queixas. Quando
pensamos em uma queixa do paciente a
primeira coisa é raciocinar qual a fisiologia de
tal queixa. Em relação à febre devemos
lembrar como é feito o controle fisiológico da
temperatura corporal.
Sabemos que temos um termostato
fisiológico, o Hipotálamo, que manterá a
temperatura normal:
- Temperatura axilar - 35.5 a 37 C
- Temperatura bucal - 36 a 37,4 C
- Temperatura retal - 36 a 37.5 C
O Hipotálamo regula a temperatura realizando ( 1 ) Vasoconstrição periférica e
com isso inibindo a perda de calor, além de realizar piloereção e ( 2 ) Vasodilatação
periférica que aumenta a perda de calor pro meio externo para manter a
temperatura em seus níveis normais.
O nosso organismo deve manter a temperatura em níveis normais por sermos seres
proteicos, a água e as proteínas são essenciais para o funcionamento pleno do
organismo sendo parte da constituição do nosso arcabouço celular , em caso de
temperaturas elevadas as temperaturas iriam desnaturar causando a perda de
diversas funções.
● Patologia do “Termostato”
A patologia do “Termostato” é o que chamamos de febre. Febre por definição é a
elevação da temperatura corporal que ultrapassa a variação diária normal.
Lembrando que ninguém mantém a mesma temperatura ao longo do dia, essa
variação é dependente do ciclo circadiano de temperatura ( sendo as
temperaturas mais baixas entre as 4 e 6 horas e a mais alta entre as 16 e 18 horas
), durante o ciclo circadiano iremos repor hormônios que possuem em sua maioria
uma relação com a hipófise-hipotálamo e consequentemente com a regulação de
temperatura.
A febre isolada não nos diz nada, sendo necessário que ela seja acompanhada de
outro sinal e sintoma. A própria febre pode ser um sinal ou um sintoma:
- Se colocamos o termômetro no paciente e ele se encontra com 38C de
temperatura = Sinal
- Se o paciente se queixa de calafrios, sudorese e tremores mas ao se aferir
sua temperatura ela se encontra em níveis normais, ou seja, ele relatou
várias queixas de um estado febril mas ao aferir a temperatura não se
encontra elevada = Sintoma
Temperatura > 41,5 C ( hiperpirexia ) - é observada
em pacientes que sofreram lesões no SNC, sejam
elas, hemorragias, traumas , tumores ou disfunções
que afetam o hipotálamo levando a falha na
termorregulação.
→ A hiperpirexia pode ser causada por Hipertermia
maligna, Síndrome neuroléptica Maligna, Síndrome
Serotoninérgicas, Causas endocrinológicas e Lesão ao
SNC.
→ Seu tratamento pode ser feito por medidas físicas,
Dantrolene e Bromocriptina
A diferença entre a Febre e a Hiperpirexia é que a Febre é ocasionado por
endotoxinas e toxinas específicas de microorganismos , fagocitose pelos
macrofagos que causam lesão endotelial que liberam citocinas pirogênicas e
interleucinas que são transportados na circulação e se ligam ao núcleo pré óptico do
hipotálamo anterior aumentando a temperatura. A hipertermia é a deficiência no
termostato causando uma falha na termorregulação.
2
● Patogênese da Febre
A febre ela é gerada por alterações,
principalmente de membranas celulares,
gerando citocinas e fragmentos célulares
que ativarão macrofagos que liberam
IL-6, IL-1 TNF que atuam no hipotálamo
desregulando o centro de temperatura
levando a um aumento de temperatura -
A febre.
A prostaglandina E2 ( PGE2 ) possui uma relação direta com a patogênese da
febre tendo também um importante papel na geração da dor articular e da dor
muscular, desse modo, é comum o paciente em estado febril se queixar de mialgia (
dor muscular ) e artralgia ( dor nas articulações ). Como em muitos dos casos essas
dores são geradas pela febre e não pela doença em si, quando o paciente toma um
anti térmico ( como a dipirona ) diminuindo a PGE2 , acaba diminuindo essas dores
em conjunto com a febre, nestes casos sabemos que essas dores são relacionadas
ao estado febril e não a doença.
A elevação da temperatura pode ocorrer pela falência do hipotálamo ou o seu
reajuste, sua falência pode ser causada por hipertermia maligna ( sendo uma
doença extremamente difícil de se diagnosticar e hereditária ), tumores no SNC e
em casos de AVC hemorrágico de grande magnitude. Em casos de pessoas que
nascem sem glândulas sudoríparas ( Agenesia de G. Sudoríparas ) fazendo com
que o paciente não perca calor por meio e levando a uma dificuldade na regulação
3
de temperatura, muitos medicamentos também podem contribuir para a elevação de
temperatura. O estresse, exercício e alterações hormonais também podem causar
um aumento no número de reações químicas que levam a um aumento da
temperatura.
A elevação por uma elevação do ajuste hipotalâmico são causadas por aumento
das IL e outras citocinas
Sempre que tivermos uma queixa do paciente devemos pensar nas possíveis
causas dessa febre. A tabela acima contém as queixas e as principais causas para
queixas em relação à febre:
=> A febre pode ser de origem vascular, causado por um infarto agudo por exemplo
onde ocorre a isquemia → Necrose → Processo inflamatório → IL-6 → PGE2 →
Aumenta a temperatura.
=> Processos inflamatórios, que ocorrem em resposta a agressões, geram febre.
=> Neoplasias causam a multiplicação celular exagerada que acabam matando
outros tipos de células, causando a necrose e reação inflamatória.
=> Doenças degenerativas NÃO causam febre.
=> Intoxicação, como por exemplo pelo alto consumo de álcool, pode causar febre.
=> Alterações alérgicas e autoimunes.
=> Traumas podem dar febre.
=> Alterações endócrinas podem dar febre
=> Aumento da produção de calor ( hipertireoidismo ) causam febre
=> Bloqueio de perda de calor ( ICC, causando uma congestão dos vasos e
diminuição da perfusão vascular, e ausência congênita das G. sudoríparas )
=> Lesão de tecidos
=> Medicamentos
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● Abordagem ao paciente
➤ Anamnese
Quando o paciente chega a nós com febre devemos questionar as possíveis causas
montando a história. Saber se essa queixa é real, se é um sintoma, febre emocional
ou um sinal. Devemos perguntar se:
1) Mediu a temperatura ou só se sentiu quente? Sudorese excessiva e noturna,
calafrios? Lembrar que das infecções que causam calafrios, a infecção
urinária é a que mais causa. Além disso, a febre noturna é muito comum na
tuberculose.
2) Medicamentos em uso ( causa ou mascaram ), viagens, trabalho ( para
pensarmos em doenças epidemiológicas ou em doenças ocupacionais
respectivamente )
3) Cronologia dos eventos que precedem a febre, exposição a vetores e
indivíduos infectados. Importante saber quando começou, como começou, se
alguma coisa piora ou se piora em algum horário do dia. Como por exemplo,
“Se a febre começou na quarta, o que você fez na terça?", para verificar se a
alguma relação com a causa da febre
4) Idosos, neonatos, hepatopatas, insuficientes renais, quem faz uso de
corticoides ou medicamentos anti citocinas podem não apresentar a febre.
Ou seja, não é pra esperar o idoso, que está tossindo jorrando secreção,
desenvolver um quadro de febre para iniciar o tratamento. Febre nesse grupo
de pessoas citadas pode aparecer tardiamente ou até mesmo nem aparecer.
⇒ Características da febre
Início - “ O início foi súbito ou gradual? Tem algum outro sintoma associado?
“
- Súbito ---> associado a outros sintomas de síndrome febril, mais
característico de doenças infecciosas
- Gradual → Inapetência, sudorese, cefaleia
Intensidade -
- Febrícula (37.5 ), febre ( 37.5 a 38.5 ) e febre alta ( acima de 38.5 ). Quanto
maior a liberação de citocinas, mais intensa é a febre. Já na necrose tumoral,
por exemplo, ocorre uma febrícula persistente.
Duração - Instalação recente ou prolongada
5
Modo de evolução - Gráficos, podendo dar parâmetros sobre a etiologia da febre.
Não são patognomônicos, ou seja, esses padrões não indicam diretamente uma
doença específica mas sim uma pista sobre.
1) Febre continua: Variações de até
um grau mas com a temperatura
sempre se mantendo acima do
normal Ex.: Pneumonia e Febre
tifoide
2) Febre intermitente: Febre cotidianaem períodos cíclicos ( terça, quarta,
cotidiana ), um pico febril por dia,
sendo característico de doenças de
instalação mais lenta Ex.: Tuberculose,
Malária , Linfoma
3) Febre recorrente: Períodos de
febre seguidos por dias ou semanas
sem alteração de temperatura Ex.:
Tumores, tumor cresce causando lise
tumoral e depois para ( picos e platôs )
4) Febre irregular: Picos muito altos de
febre seguidos de períodos em apirexia
sem caráter cíclico. Ex.: Sepse
● Sinais e sintomas
A febre pode estar associada a diferentes sintomas, como, Astenia, Inapetência,
Cefaléia, Taquicardia ( causada por aumento metabólico ), Taquipneia, Oligúria (
Menor volume de urina ), Mialgia e artralgia, náuseas e vômitos, calafrios
● Métodos Diagnósticos
A febre é constatada por exame físico, através do termômetro, sendo essencial
utilizar os mesmos locais e modos de medição. A semiologia armada é utilizada
6
como um complemento, sendo eles os exames laboratoriais sendo eles ( 1 )
Hemograma: observar se a um aumento ou diminuição de leucócitos, um aumento
indica provável bactéria e uma diminuição é provavelmente viral. ( 2 ) PCR e VHS, o
PCR é proteína c reativa e o VHS é velocidade de hemossedimentação, o tempo em
que o sangue se sedimenta. Esse sangue se sedimento indica uma maior
viscosidade ou não ( Maior inflamação ou não )
No quadro acima são descritos possíveis diagnósticos quando a febre é investigada,
nos dando pistas. Se temos febre documentada ou somente tátil, utilizando o dorso
da mão, pergunta se há o uso de medicação, cirurgia recente, dor de cabeça e
confusão e as relacionar aos prováveis diagnósticos. E observar o exame físico, por
exemplo, se está com febre e coriza ( síndrome respiratória alta ) febre e doença
pulmonar ( síndrome respiratória baixa ) se ta com diarreia ( gastroenterite )
alteração neurológica ( meningite e encefalite )
● Febre de origem obscura ( FOO )
Paciente possui temperatura maior de 38.3 C em várias ocasiões, por mais de 03
semanas. já foi todo investigado e não conseguimos apontar uma causa. Tendo sua
origem não identificada/obscura e não sendo imunocomprometidos.
● Tratamento
A febre é tratada com antipiréticos, como dipirona, paracetamol, AAS e outros
AINEs. Trata-se do sintoma e não a causa. A aspirina não é recomendada pelo alto
índice de doenças virais no brasil que causam a plaquetopenia.
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