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FEBRE 
Este resumo está seguindo o livro de Semiologia do Porto, 8ª edição. 
Introdução 
A temperatura corporal interna deve permanecer 
quase constante, entorno de 36ºC, variando no máximo 
0,6ºC, o que é possível graças à termorregulação. Ao 
contrário disto, a temperatura externa do corpo pode 
modificar de acordo com as mudanças do ambiente, 
como o frio e o calor. 
Entretanto, existem alguns momentos que os valores 
da temperatura podem estar aumentados, como após 
refeições, nos exercícios físicos de intensidade alta, na 
gravidez ou na ovulação e nos momentos de oscilação 
emocional. 
Todo o calor que produzimos através do metabolismo 
vai atingir a superfície corporal por meio dos vasos 
formadores do plexo vascular subcutâneo, porém, esse 
calor se difunde muito pouco para a superfície, devido 
ao fato do tecido adiposo ser um isolante térmico. 
Seguindo esta linha de raciocínio, sabe-se que 1-30% 
do DC total é equivalente ao fluxo sanguíneo e, um 
elevado fluxo permite que o calor seja levado da parte 
interna para a superfície, enquanto um fluxo reduzido 
causa o contrário. 
Mas... quem que controla essa condução de calor? O 
grau de constrição das arteríolas e das anastomoses 
arteriovenosas, que, por sua vez, são controlados pelo 
SNS, que vai responder de acordo com as oscilações na 
temperatura corporal interna. 
A Termorregulação ocorre basicamente pelos 
mecanismos nervosos de retroalimentação por meio do 
centro termorregulador no hipotálamo, sendo os 
neurônios termossensíveis especiais (área pré-óptica 
do hipotálamo) os receptores com maior importância. 
Enquanto isso, a regulação no frio é feita pelos 
receptores na medula espinhal e na pele. 
• Estímulos chegam até os receptores 
periféricos, são transmitidos até o hipotálamo, 
somam-se aos sinais dos receptores pré-ópticos 
e originam sinais de eferência para o corpo 
produzir ou perder calor. 
ESSE CENTRO DE TERMORREGULAÇÃO RECEBE O 
NOME DE TERMOSTATO HIPOTALÂMICO 
Mas... onde verificar a temperatura e quais são os 
valores de normalidade? Pode-se verificar a 
temperatura axilar, oral, retal, timpânica, arterial 
pulmonar, esofágica, nasofaringiana e vesical, mas o 
local mais usado é o axilar. A temperatura timpânica é 
uma das mais confiáveis para a mensuração da 
temperatura central, porém, não é muito utilizada. 
• Temperatura axilar: 35,5 – 37ºC 
• Temperatura bucal: 36-37,4ºC 
• Temperatura retal: 36-37,5ºC 
Febre 
Quando a temperatura corporal permanece acima dos 
valores de normalidade, denomina-se febre. 
A febre acontece devido a muitos fatores, como 
distúrbios cerebrais e substâncias tóxicas capazes de 
influenciar os centros termorreguladores, podendo, 
por exemplo, elevar o ponto de ajuste do termostato 
hipotalâmico (essas substâncias são chamadas de 
pirogênios). 
• Os pirogênios são secretados por bactérias ou 
liberados dos tecidos que estão em 
degeneração. Após atingirem a circulação, eles 
alcançam o SNC, permitindo a liberação de 
prostaglandinas no cérebro (sobretudo área 
pré-óptica) 
O que ocorre quando o ponto de ajuste é elevado a um 
nível mais alto, todos os mecanismos que são capazes 
de regular a temperatura do corpo são recrutados para 
agir, incluindo os mecanismos que, além de conservar 
o calor, aumentam a sua produção. 
• Regulação depende do equilíbrio entre o que se 
ganha e o que se perde de calor. 
Na febre, a produção de calor é mantida, enquanto a 
dissipação do calor se amplia (suor e vasodilatação 
periférica). 
Ela pode ser causa por infecções por bactérias, 
riquétsias, vírus e outros parasitos; lesões teciduais 
(cirurgias e esmagamentos); processos inflamatórios; 
neoplasias malignas; doenças hemolinfopoéticas; 
afecções vasculares (como IAM, hemorragia, trombose 
cerebral ou trombose venosa); distúrbios do SNC; 
distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças 
imunológicas: colagenoses, doença do soro e febre 
resultante dó medicamentos. 
Porem, fica uma questão: a febre é boa ou ruim? A febre 
não vai acelerar os mecanismos de defesa, mas vai 
sinalizar para a pessoa que há substâncias tóxicas 
possivelmente letais no seu corpo. 
Entretanto, o termo certo a ser utilizado não deve ser 
sinal, mas sim síndrome, ou síndrome febril, pois é um 
conjunto de sinais e sintomas. Isso pode ser 
confirmado pelo fato da febre causar: elevação da 
temperatura, astenia, inapetência, cefaleia, 
taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no 
corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, 
confusão mental, convulsões, entre outros. 
Portanto, quando um paciente não consegue 
apresentar febre para sinalizar uma infecção grave, 
significa um mau prognóstico. 
ENTRETANTO, em doenças não infecciosas, a febre 
pode ser maléfica, como nas neoplasias malignas, pois 
ela só vai acelerar a perda de peso e causar mal-estar. 
Semiologia da Febre 
Na semiologia, quando um paciente apresenta febre, 
deve-se seguir a seguinte ordem: início, intensidade, 
duração, modo de evolução e término. 
1. INÍCIO 
- Súbito: elevação de um momento para o outro, 
acompanhado, geralmente, da síndrome febril 
(sobretudo calafrios). 
- Gradual: paciente não percebe o início, apresentando 
algum sintoma da síndrome febril em algum momento, 
sobretudo cefaleia, sudorese e inapetência. 
2. Intensidade 
Levando em consideração a temperatura axilar: 
- Leve ou febrícula: até 37,5ºC 
- Moderada: 37,6º - 38,5ºC 
- Alta ou elevada: acima de 38,6ºC 
3. Duração 
- Febre prolongada: permanece por mais de 1 semana, 
sendo ou não contínua. 
• Principais doenças: tuberculose, 
esquistossomose, septicemia, malária, 
endocardite infecciosa, febre tifoide, 
colagenoses, linfomas, pielonefrite e brucelose. 
4. Modo de Evolução 
O modo de evolução é analisado a partir de um quadro 
térmico, em que são registradas as temperaturas 
durante os dias, sendo que a mensuração costuma ser 
feita 1-2 vezes por dia, chegando até a ser de 4-4 horas 
e de 6-6 horas. 
Tipos evolutivos: 
- Contínua: fica sempre acima do normal, com baixas 
oscilações (até 1ºC), como na febre tifoide, na 
endocardite infecciosa e na pneumonia. 
- Irregular ou séptica: registram-se picos altos 
intercalados por temperaturas baixas ou, até mesmo, 
apirexia, como na tuberculose, septicemia, abscessos 
pulmonares, empiema imprevisível e na fase inicial da 
malária. 
- Remitente: hipertermia diária, com variações de mais 
de 1ºC e sem apirexia. Exemplos: septicemia, 
pneumonia, tuberculose. 
- Intermitente: hipertermia é ciclicamente 
interrompida, ou seja, há febre de manhã, mas não à 
tarde (febre cotidiana), por exemplo, ou há febre 1 dia 
sim e 1 dia não (febre terçã), ou há febre de 2 em 2 
dias (febre quartã). Exemplos: malária, linfomas, 
infecções urinárias e septicemia. 
- Recorrente ou ondulante: normal por dias ou semanas 
até ser interrompida por períodos de alta temperatura. 
Exemplos: brucelose, doença de Hodkin e outros 
linfomas. 
5. Término 
- Em crise: desaparecimento súbito. Paciente apresenta 
sudorese profunda e prostração, como no acesso 
malárico. 
- Em lise: hipertermia vai desaparecendo 
gradualmente, até alcançar os níveis normais. 
Doenças infecciosas e parasitárias 
- Tuberculose: provoca os mais variados quadros de 
febre, com grande frequência à RX de tórax para 
identificar a causa mais comum: tuberculose. 
- Endocardite infecciosa: forma subaguda – quase 
sempre tem sopro (mas quando não tem, não significa 
que não é essa endocardite). 
- Brucelose: considerar quando o paciente é fazendeiro, 
veterinário ou quando trabalha em matadouro. 
- Salmonelose: a febre tifoide apresenta inúmeras 
variações na clínica, podendo a febre durar semanas 
sem qualquer outro sintoma. 
- Infecções piogênicas: podem ser assintomáticos 
(osteomielite vertebral e pélvica, abscessos, colangites 
e bronquiectasia). 
- Amebíase: pode sinalizar uma doença do cólon, mas, 
sobre o seu comprometimento hepático não possui uma 
clínica certa e a presença da febre prolongada pode ser 
o sintoma principal. 
- Esquistossomose:causa febre prolongada. A diarreia, 
a hepatoesplenomegalia e a anemia são sugestivas 
desta parasitose. 
- Malária: Antes de ser febre intermitente, costuma 
primeiro ser contínua ou irregular, podendo dificultar 
o diagnóstico. 
- Doença de Chagas: febre de duração prolongada é um 
sintoma importante na fase aguda desta doença. 
Doenças do sistema nervoso 
-Lesão cerebral: seu pós geralmente é acompanhado 
por febre, sendo que, nos casos mais graves, a febre 
aumenta. 
• Grandes hemorragias: em geral, temperatura 
muito elevada antes do óbito. 
• Hipertermia neurogênica: temperatura pode se 
elevar após algumas intervenções cirúrgicas. 
• Lesão medular: pode estar acompanhada de um 
distúrbio de termorregulação grave. 
Neoplasias malignas 
Na maioria das vezes causam febre devido à liberação 
de produtos advindos do tecido destruído pelo tumor 
ou de necrose do próprio tumor. 
- Carcinoma broncogênico: febre pode ser o resultado 
de infecção associada, mas, em geral, o tumor que 
parece ser a causa. 
- Hipernefroma e carcinoma primitivo ou metastático 
do fígado: febre prolongada na maioria das vezes. 
- Linfomas: pode ser o primeiro sintoma e ela é quase 
que constante. 
- Leucemia aguda: geralmente causa febre, mesmo sem 
infecção associada. 
Anemias hemolíticas e púrpura 
Causam febre, sobretudo aquelas anemias de causa 
imunológica e as crises de rompimento de hemácias na 
anemia falciforme. 
Já as doenças hemorrágicas, como a púrpura 
trombocitopênica, a hemofilia e o escorbuto) causam 
febre quando ocorre uma hemorragia dos tecidos. 
Outras causas de febre 
- Doenças difusas do TC: lúpus eritematoso 
disseminado, artrite reumatoide, periarterite nodosa, 
doença reumática. 
- Crises hemolíticas que ocorrem em alguns tipos de 
anemia. 
- Tromboflebite 
- Arterite temporal 
- Sarcoidose 
- Medicamentos 
 
CONCEITOS: 
- HIPOTERMIA: diminuição da temperatura corporal 
abaixo de 35,5ºC na axila ou 36ºC no reto. Pode ser 
induzida, quando o paciente vai passar por tipos 
específicos de cirurgia, ou pode ser do congelamento 
acidental, choque, síncope, doenças consuntivas, 
hemorragias graves e súbitas, coma diabético e nos 
estágios terminais de inúmeras doenças. 
- ENVELHECIMENTO: pessoas idosas possuem 
alterações na termorregulação, podendo apresentar 
hipotermia ou hipertermia em situações de 
temperatura externa extrema.

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