Resposta imune humoral

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1) Quais os receptores de reconhecimento antigênico do linfócito B e T?

Nos linfócitos B os receptores são as imunoglobulinas, moléculas ligadas à membrana, as quais reconhecem uma ampla variedade de antígenos de constituição química diferente. Os linfócitos T possuem receptores de células T (TCR), os quais reconhecem antígenos peptídicos ligados à fenda do complexo MHC , formando o complexo peptídeo-MHC . Para antígenos intracelulares, haverá ligação com o complexo MHC de classe I e apresentados aos linfócitos T CD8+ citotóxicos. Já os antígenos extracelulares, se ligarão ao MHC de classe II, formando um complexo peptídeo-MHC que será apresentado aos linfócitos T CD4+.

2) Quais os locais de maturação de linfócitos B e T?

Linfócitos B : origem e maturação ocorrem na medula óssea, entram na circulação e então dirigem-se aos órgãos linfoides periféricos, onde completam a maturação. Linfócitos T:origem na medula óssea, porém a maturação ocorre no timo, entram na circulação e vão residir nos órgãos e tecidos linfoides periféricos.

3) Quais os tipos de ligação química o antígeno faz com o anticorpo?

O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve a formação de uma ligação não covalente e reversível. Dentre os tipos de interações não covalentes inclui forças elestrotáticas, pontes de hidrogênio, forças de van der Waals e interações hidrofóbicas.

4) Quais as 3 maneiras pelas quais os anticorpos defendem?

Anticorpos promovem opsonização, ou seja, realizam fagocitose dependente do receptor Fc ; ativam o sistema complemento; ou ainda neutralizam antígenos.

5) Qual a função da porção Fc? E da porção Fab?

Porção Fab: região de interação com o antígeno, com capacidade de interagir com a antígeno. Responsável pelo reconhecimento antigênico e pela especificidade. Porção Fc: Está associada à classe dessa molécula e, portanto, a sua função.

6) Qual o nome do processo que gera a diversidade de imunoglobulinas com diferentes especificidades para os antígenos?

Recombinação V(D)J ou recombinação somática é o mecanismo de recombinação genética que ocorre no DNA, sendo um processo aleatório de rearranjo dos segmentos gênicos VDJ, o qual resulta em novas sequências de aminoácidos nas regiões de ligação a antígeno que possibilitam o reconhecimento de antígenos dos patógenos, incluindo bactérias, vírus, parasitas.

7) O que é hipermutação somática? Qual sua importância?

É um processo onde as células B de memória são estimuladas por repetidas exposições ao mesmo epítopo, gerando acumulações de pequenas mutações no DNA codificantes das regiões variáveis (VL ou VH) ao mesmo tempo em que ocorre rápida proliferação devido à reestimulação. É o que permite a adaptação do sistema imunológico a novos elementos invasores através de um mecanismo de mutação das células. O processo iniciado por uma enzima chamada AID (activation induced cytidine deaminase) que é expressa especificamente em linfócitos B, inicia mutações que levam à hipermutação somática, conversão gênica e mudança de classe. Esse fenômeno é importante, pois aumenta a finidade das respostas aos antígenos que estão presentes de forma frequente, processo chamado de maturação por afinidade.

8) O que é troca de classe? Qual a sua importância?

Quando linfócitos B são ativados por antígenos estranhos, geralmente d e origem microbiana, podem passar por um processo chamado de mudança de classe (ou de isótipo), em que um tipo de região CH (região C da cadeia pesada), e portanto um isótipo de anticorpo, produzido pelo linfócito B é alterado, mas as regiões V e a especificidade, não. Devido à mudança de classe, diferentes progênies dos linfócitos B que originalmente expressavam IgM e IgD podem sintetizar isótipos e subtipos mais adequados à eliminação do antígeno, ou seja, leva à produção de anticorpos com cadeias pesadas de diferentes classes. A mudança de isótipo em resposta a diferentes tipos de microrganismos é regulada pelas citocinas produzidas pelas células T auxiliares que são ativadas na presença desses patógenos. A capacidade das células B de produzir diferentes isótipos de anticorpos proporciona uma plasticidade marcante nas respostas imunes humorais, pois são gerados anticorpos que desempenham funções efetoras diferentes e estão envolvidos na defesa contra diferentes tipos de agentes infecciosos.

9) O que determina a troca de classe para um determinado isotipo?

As alterações nos isótipos de anticorpos ocorrem durante respostas imunes humorais e influenciam como e onde estas eliminarão o antígeno. Quando linfócitos B são ativados por antígenos estranhos, geralmente de origem microbiana, podem passar pelo processo de mudança de classe. Resulta da ligação ao CD40 e às citocinas produzidas pelas células T CD4+ auxiliares, as quais são ativadas na presença de patógenos.

10) Qual o isotipo mais abundante no soro? E o menos abundante?

O isotipo mais abundante no soro é a IgG. O menos abundante no soro é a IgE.

11) Onde se localizam principalmente as diferentes subclasses de Ig?

As subclasses de imunoglobulinas estão presentes na membrana de linfócitos B, funcionando como receptores, ou solúveis em fluidos biológicos do corpo (sangue, saliva, mucos, lágrima) . São 5 as classes de Ig: IgG constitui 75% das imunoglobulinas presentes no soro, além de ser a principal Ig nos espaços extravasculares. IgM é encontrada principalmente nos espaços intravasculares e é a classe predominante na resposta imune primária. É a primeira Imunoglobulina a ser produzida pelo feto e a primeira Imunoglobulina a ser feita por uma célula B virgem quando é estimulada pelo antígeno. Terceira Ig mais encontrada no soro. A IgD é também encontrada em baixos níveis no soro, mas em grande quantidade na superfície das células B, contribuindo na diferenciação destas na presença de antígeno. A IgE também está em baixas quantidades no plasma, mas presentes na membrana de mastócitos e basófilos. Ativam os eosinófilos em ação contra parasitas, helmintos. A IgA constitui de 15-20% das imunoglobulinas do soro humano, e ainda estão associadas às mucosas, presentes nas secreções, como a saliva, o leite, a lágrima.

12) Como você poderia distinguir morfologicamente um linfócito B de T?

Morfologicamente, todos os linfócitos são similares, e sua aparência não reflete heterogeneidade nem suas funções diversas. As proteínas de membrana é que são utilizadas como marcadores fenotípicos para distinguir populações de linfócitos. Linfócitos B possuem como receptores de membrana as imunoglobulinas, as porções Fc. Já os receptores de membrana dos linfócitos T, são os TCR que se ligam ao complexo de histocompatibilidade (MHC). As proteínas CD4 e CD8 são as responsáveis pelo reconhecimento e estão nos T helper e T citotóxicos, respectivamente.

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