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AETICA AULA 9

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Ética geral e profissional / Aula 9 - Infrações ético-disciplinares e Tribunal de Ética e Disciplina
Nesta aula, vamos conhecer a tipologia e as sanções ético-disciplinares na OAB. Estudaremos o processo ético-disciplinar perante o Tribunal de Ética e Disciplina no Conselho Seccional da OAB.
O EOAB nos oferece um rol no artigo 34 com 29 hipóteses de condutas que configuram infração ético-disciplinar, se praticadas por advogados, perante a OAB. Não podemos esquecer que além deste artigo, também se consideram como infração disciplinar, atos contrários às demais normas previstas no EOAB, CED, RGOAB e provimentos.
Assim, temos no artigo mencionado 17 hipóteses passíveis de censura, 09 tipos que ensejam a sanção de suspensão e 03 casos para exclusão. E acrescente-se que o processo ético-disciplinar instaurado perante o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional da OAB não afasta possíveis ações no âmbito criminal e cível. Vamos conhecer primeiro as sanções ético-disciplinares previstas no EOAB:
ADVERTÊNCIA. Artigo 36, parágrafo único, do EOAB - sanção levíssima - aplicável somente uma única vez quando o fato for punível com censura e há atenuantes na conduta do advogado que justificam a conversão de censura em advertência.
CENSURA. Artigo 36, caput, do EOAB – é uma sanção leve, uma reprimenda ou repreensão que ficará anotada nos assentamentos do advogado.
SUSPENSÃO. Artigo 37, incisos e parágrafos, do EOAB – uma sanção grave em que há proibição de advogar em todo o território nacional, por determinado período, podendo ser por prazo indeterminado em algumas hipóteses previstas na lei.
MULTA. Artigo 35, inciso IV, do EOAB – sanção acessória aplicada como agravante com a sanção de censura e suspensão.
EXCLUSÃO. Artigo 38, incisos e parágrafo único, do EOAB – sanção gravíssima em que o advogado é excluído dos quadros da advocacia como punição.
Os artigos 35 e 36, parágrafo único, apresentam as sanções disciplinares aplicáveis aos inscritos na OAB. Não devemos esquecer a advertência que se materializa através de um ofício reservado, sem figurar nos assentamentos dos inscritos, somente poderá ser aplicável uma única vez. Trata-se da hipótese em que há as atenuantes do artigo 40 do EOAB. A censura ficará registrada nos assentamentos dos inscritos. Ressalte-se que a reincidência sempre ocorrerá na hipótese de aplicação de uma segunda sanção, salvo se a anterior for advertência. E atenção, não há necessidade de identidade de tipos para configurá-la, nem se aplica a regra do Direito Penal, ainda que o fato tenha sido punido em 1998, o advogado continuará reincidente, salvo pedido de reabilitação formal perante a OAB.
Censura. A aplicação da censura está prevista nos incisos I ao inciso XVI e XXIX do artigo 34 do EOAB. Além deste rol, temos ainda, os demais artigos do EOAB, CED, RGOAB e provimentos que ensejam a punição com censura. O tribunal de ética poderá converter a censura em advertência na hipótese de acolhimento de atenuantes na conduta do advogado, conforme estabelece o artigo 40 do EOAB c/c artigo 36, parágrafo único, do EOAB.
Art. 40 do EOAB. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.
Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as consequências da infração são consideradas para o fim de decidir:
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.
Vamos conhecer as condutas típicas que resultam na aplicação da sanção de censura? O artigo 34 do EOAB diz:Constitui infração disciplinar: INCISOS I E II
	
	
	I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;
	
	
No inciso I, encontramos a hipótese de exercício ilegal da profissão por aqueles estranhos aos quadros da OAB, como também a atuação de bacharéis em Direito não inscritos, pessoas incompatíveis e advogados impedidos no âmbito de seu impedimento. No inciso II, estamos diante da sociedade de fato, ou seja, quando advogados utilizam a nomenclatura de uma sociedade de advogados sem, no entanto, levar a registro na OAB seus atos constitutivos. INCISOS III E IV
	
	
	III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação dos honorários a receber;
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
	
	
Os incisos III e IV são muito semelhantes, mas a diferença repousa no fato de que na primeira hipótese há a figura do agenciador, um terceiro estranho à advocacia que cobrará um percentual sobre a captação de clientela. INCISOS V E VI
	
	
	V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
	
	
Os incisos V e VI observam a má-fé do advogado que se configura no plágio do trabalho de outrem, ou quando propositadamente assina trabalho elaborado por um terceiro. Na hipótese seguinte temos a figura do advogado que, mesmo sabendo que não há direito a ser pleiteado, ingressa em aventura jurídica. O advogado deve abster-se de patrocinar causas contrárias à ética e à moral. INCISOS VII, VIII, IX E X
	
	
	VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
	
	
No inciso VII, encontramos o dever de sigilo profissional que inclui a recusa do depoimento judicial. Um advogado não pode revelar informações que obteve em razão da profissão. Tal sigilo é inerente à profissão, mesmo que autorizado pelo cliente. Assim, deve sempre se recusar a depor como testemunha sobre fatos relacionados ao seu patrocínio. Nos incisos VIII, IX e X, estamos diante do advogado que não é fiel aos interesses de seu cliente, mas ajuda o adversário. Na segunda hipótese, nos deparamos com o profissional que não é diligente, perde prazo causando prejuízos àquele que confiou no seu trabalho, ou ainda o advogado que tenta provocar nulidades no processo, a denominada nulidade culposa. INCISOS XI, XII, XIII, XIV, XV E XVI
	
	XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
	
No inciso XI, temos a infração disciplinar cometida por aqueles que não cumprem as recomendações do artigo 15 do CED em conjunto ao artigo 5º, parágrafo 3º, do EOAB e o artigo 112 do CPC. O advogado pode renunciar a causa sem revelar os motivos, mas deve respeitar os dez diasque a lei determina, além de notificar o seu cliente acerca da sua renúncia. O inciso XII vincula-se ao artigo 23 do CED. Observa-se que se trata de recusa imotivada. No inciso XIII, encontramos a publicidade fora dos padrões estabelecidos no CED e no provimento nº 94/2000. No inciso XIV, estamos diante da deturpação de textos ou citações que possam confundir o Juízo. No inciso XV, estamos diante de imputações que são verdadeiras, mas que não devem ser proferidas pelo advogado e sim pela parte. Cuidado! Não estamos, aqui, diante da hipótese de calúnia. Devemos observar que nossa imunidade não é absoluta. No inciso XVI, encontramos a situação na qual há o descumprimento de alguma notificação da OAB com caráter mandamental. Até aqui, estudamos as hipóteses passíveis de censura. INCISO XXIX
	
	
	XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
	
	
Neste último inciso que observa a habilitação do estagiário devemos recordar o artigo 29, parágrafo 1º, do RGOAB, que limita a atuação do estagiário, quando atua sozinho, perante o poder Judiciário a fazer carga dos autos, solicitar certidões e assinar petições de juntada de documentos
Suspensão. A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de 30 dias a 12 meses, mas nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do artigo 34, a suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. São as hipóteses de: falta de prestação de contas, retenção abusiva dos autos, não pagamento das contribuições à OAB e inépcia profissional. É importante mencionar que a suspensão não desobriga o inscrito dos pagamentos das contribuições obrigatórias à OAB, nem tampouco desvincula o inscrito dos deveres éticos estabelecidos no EOAB e CED. Ademais, qualquer ato praticado após o início da execução da penalidade disciplinar de suspensão será nulo. Ademais, o Tribunal de Ética e Disciplina pode suspender preventivamente o advogado no caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia – Ver artigo 70, parágrafo 3º, do EOAB.
Vejamos as hipóteses do inciso XVII ao XXV do artigo 34 do EOAB:
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;
Dentre as hipóteses de conduta incompatível o parágrafo único do art. 34 elenca algumas de modo exemplificativo, por conseguinte inicia o parágrafo mencionando o verbo incluir: “Inclui-se”.
Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.
Dos incisos XVII ao XXV, encontramos situações passíveis de suspensão, portanto mais graves. Trata-se de fraude, vantagem exagerada, recusa em prestar contas ao cliente, retenção de autos após o prazo legal (artigo 356 do CP), uso de documento falso destinado a ato contrário a lei, incidir em erros em suas peças processuais que denotem despreparo jurídico e de língua portuguesa, manter uma conduta contrária à moral e, por fim, deixar de pagar as anuidades devidas à OAB depois de notificado a fazê-lo.
ATENÇÃO! Havendo excesso no prazo de vista dos autos fora do cartório, aplica-se o disposto no artigo 196 do CPC. A intimação para devolução dos mesmos deve ser por mandado judicial para caracterizar a retenção indevida e intencional. A suspensão prevista para tal conduta será aplicada exclusivamente pela OAB.
Exclusão. Os incisos XXVI, XXVII e XXVIII do artigo 34 do EOAB trazem situações ainda mais graves, logo puníveis com exclusão, sanção gravíssima. Temos o uso de documento falso para inscrição na OAB, inidoneidade moral que significa um conceito indeterminado, embora denote a conduta que contamina a imagem da profissão. Assim cada caso será analisado pelo Conselho competente para tal. Acrescente-se, ainda, o crime infamante que é aquele que acarreta desonra, indignidade, má fama, que causam repúdio social. Não existe um tipo penal designado por crime infamante, mas é uma nomenclatura específica da Ética profissional.
XXVI - fazer falsa prova de qualidade dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII - praticar crime infamante;
ATENÇÃO! Exclui-se o advogado por ocasião da aplicação da terceira sanção de suspensão. Esta será convertida em exclusão. Vejamos uma decisão do Conselho Federal da OAB:
	
	ACUSAÇÃO DE PRÁTICA DE CRIME INFAMANTE
1. "Crime infamante não encontra definição em nosso ordenamento jurídico, sendo conceito indeterminado a exigir interpretação casuística(...)
4. Para a exclusão de advogado dos quadros da OAB não basta a imputação da prática de ilícito penal ou mesmo a sua condenação; é imprescindível que o crime seja considerado infamante, como tal considerados aqueles que revelem especial gravidade e que contribuam para denegrir a imagem do advogado e da advocacia no seio da sociedade.
Após um ano do cumprimento de qualquer sanção disciplinar o inscrito poderá pedir reabilitação, ato personalíssimo, desde que apresente provas de bom comportamento.
A única hipótese que ultrapassará o prazo de um ano é a de crime o que implicará na reabilitação criminal como requisito para a reabilitação junto à OAB (artigo 41 do EOAB).
A prescrição da pretensão punitiva dos inscritos é de cinco (05) anos a contar da constatação oficial do fato pela OAB. Na hipótese o termo inicial é a data do juízo de admissibilidade proferido pelo relator designado pelo Presidente da Subseção ou do Conselho Seccional, em processo ético-disciplinar. A prescrição intercorrente ocorrerá sempre que o processo ético ficar paralisado por mais de três (03) anos, podendo ser arquivado de ofício ou a requerimento do interessado (artigo 43 do EOAB).
Tribunal de Ética e suspensão preventiva
	
	O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal (artigo 70 do EOAB). Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED), do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio Conselho, consultas em tese e litígios entre advogados.
O Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrição principal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias (artigo 70, parágrafo 3°, do EOAB).
É importante mencionar que a jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes (artigo 71 do EOAB).
Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio Conselho (artigo 70 do EOAB). A primeira fase do processo disciplinar poderá ocorrer em uma subseção, mas o julgamento somente perante o Tribunalde Ética e Disciplina, na sede da Seccional da OAB.
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada (artigo 72 do EOAB) e o Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares (artigo 72, parágrafo 1º, do EOAB).
O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente (artigo 72, parágrafo 1º, do EOAB
Poderá ser instaurado de ofício ou mediante representação do interessado (artigo 55 do CED).
A representação não poderá ser anônima (artigo 55, parágrafo 2º, do CED).
A representação será endereçada ao Presidente do Conselho Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito ou verbalmente (artigo 56 do CED). Podendo, também, ser dirigida ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar o processo ético-disciplinar e, neste caso, a representação poderá ser dirigida ao seu Presidente (artigo 56, parágrafo único, do CED).
A representação deverá conter a identificação do representante, com a sua qualificação; a narração dos fatos; os documentos e a indicação de outras provas a ser produzidas, bem como, se for o caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco; a assinatura do representante ou a certificação de quem a tomou por termo, na impossibilidade de obtê-la (artigo 57 do CED).
Primeira fase do processo ético-disciplinar
	
A representação
	
	
	
	
Pres. (Conselho Seccional/Subseção/TED)
	
	
	
	
Relator para instrução processual
(artigo 58 do CED).
A instrução processual poderá ocorrer no TED que designará relator (artigo 58, parágrafo 1°, do CED).
Antes de enviar os autos para o relator, há juntada da ficha cadastral do representado e a certidão negativa ou positiva sobre punições anteriores e/ou representações em andamento (artigo 58, parágrafo 2º, do CED). O relator profere juízo de admissibilidade e elabora parecer propondo a instauração do processo ou arquivamento liminar, no prazo de 30 dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente (artigo 58, parágrafo 3º, do CED). O Presidente do Conselho/TED profere despacho instaurando o processo ético-disciplinar ou determinando o arquivamento (artigo 58, parágrafo 4º, do CED). Observação importante: a competência para representações em face de: (artigo 58, parágrafo 5º, do CED):
O primeiro Relator do Processo Ético, na forma do artigo 59 do CED, uma vez instaurado o procedimento, procede à notificação dos interessados e representado, prazo de 15 dias (parágrafo 1°). A notificação inicial para a apresentação de defesa prévia ou manifestação em processo administrativo perante a OAB deverá ser feita através de correspondência, com aviso de recebimento, enviada para o endereço profissional ou residencial constante do cadastro do Conselho Seccional (artigo 137-D do RGOAB).
Se ocorrer hipótese de revelia do representado será escolhido um Defensor Dativo (parágrafo 2°) para dar continuidade ao processo disciplinar. O representado deverá apresentar Defesa Prévia, devidamente instruída, na eventual hipótese de rol de testemunhas até no máximo cinco e, após esta fase, o Relator realiza o despacho saneador, salvo se necessário a oitiva do representante ou representado conforme estabelece o artigo 73, parágrafo 2° do EOAB (parágrafo 3º).
Ainda nos parágrafos do artigo 59 do CED, as partes se comprometem com o comparecimento das testemunhas, salvo pedido expresso (parágrafo 4º), há a possibilidade de diligências (parágrafo 5°) e poderá ocorrer o indeferimento de provas quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias (parágrafo 6º). Há o prazo de 15 dias para as razões finais (parágrafo 8º) e após esse prazo, termina a primeira fase do processo disciplinar.
Segunda fase do processo ético-disciplinar
É permitida a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa prova (artigo 73, parágrafo 5º, do EOAB). E mais. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem lei, decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e os provimentos.
Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legitimado a interpor o recurso referido neste artigo (artigo 75, parágrafo único, do EOAB). E cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados (artigo 76 do EOAB).
Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleições (artigo 63 e seguintes), de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancelamento da inscrição obtida com falsa prova.
O Regulamento Geral disciplina o cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada órgão julgador (artigo 77 do EOAB). O artigo 69, parágrafos 1° ao 5°, do CED. Observa que o advogado que tenha sofrido sanção disciplinar poderá requerer sua reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, no artigo 41. A competência para receber o pedido é do Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos casos de competência originária do Conselho Federal, perante este tramitará o pedido de reabilitação. O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom comportamento, no exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente certificar, nos autos, o efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.
A prescrição da pretensão punitiva dos inscritos é de 05 anos a contar da constatação oficial do fato pela OAB, ou seja, data do juízo de admissibilidade proferido pelo primeiro relator (artigo 43 do EOAB). A prescrição intercorrente ocorrerá sempre que o processo ético ficar paralisado por mais de 03 anos, podendo ser arquivado de ofício ou a requerimento do interessado (artigo 43, parágrafo 1º, do EOAB).
Atividade proposta
O rompimento de duas adutoras da Cedae, esta semana, levou mais do que água e sujeira às casas dos moradores do Parque São Francisco, no Quilômetro 32, em Nova Iguaçu. O acidente fez surgir, também, advogados que montaram um escritório em meio à lama e, segundo moradores, acenavam com ganhos de R$ 8 mil a R$ 20 mil em indenizações por danos morais contra a Cedae. O escritório cobra comissão de 30%.
A rapidez dos advogados surpreendeu os técnicos da Cedae. Quando a equipe de manutenção chegou ao local para fazer os reparos, já encontrou a banca montada por dois homens que se identificaram como José Neto e Mário Seixas, advogados do escritório Mallet, localizado no Centro do Rio. A cena se repetiu ontem. A atitude dos dois profissionais é uma prática condenada pelo artigo 7 do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
"Isso é totalmente irregular. Trata-se de captação de clientela, o que é expressamente proibido pelo Estatuto do Advogado. O máximo que um profissional pode fazer para conseguir clientes é publicar anúncios publicitários. Ele não pode se deslocar até o local onde os clientes estão para vender serviços. Eles são advogados, não vendedores de bombom" afirmou o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ, Paulo Saboya, acrescentando que os dois profissionais podem ser advertidos ou ter seus registros cassados pela Ordem. Apesar da possibilidade de indenizações acenada pelos advogados, nem todos os moradores do Parque São Francisco aceitaram a oferta. "Não bastasse perder tudo em casa, ainda aparece gente querendo ganhar dinheiro em cima do meu sofrimento. Fui abordado pelos advogados ontem (terça-feira). Eles disseram que entrariam com uma ação por danos morais em meu nome contra a Cedae. Rejeitei a oferta", disse o servente Jaime Lúcio Alves Costa, de 37 anos. Parao presidente da Cedae, Wagner Victer, os advogados agiram de má-fé: "É um ato de má-fé. Esses advogados não passam de exploradores da desgraça alheia, que Scam esperando a desgraça acontecer. Parecem papa-defuntos na porta de hospitais. Ao lesar a Cedae, estão lesando o estado e os contribuintes"
Analise o caso e responda:
1) Qual a tipificação da conduta dos advogados? Os advogados praticaram a conduta tipificada no artigo 34, inciso IV, do EOAB. Captaram clientela.
2) Quais as sanções disciplinares estabelecidas no EOAB? O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil estabelece nos artigos 35 e 36, parágrafo único, as seguintes sanções disciplinares: a advertência, censura, suspensão e exclusão.
3) Existem sanções que podem ser aplicadas por tempo indeterminado? Sim. A suspensão implica a impossibilidade de advogar em todo território nacional. A suspensão será aplicada pelo período de 30 dias a 12 meses, podendo ultrapassar o prazo nas seguintes hipóteses:
	
1. Falta de prestação de contas - até prestar;
2. Deixar de pagar a anuidade da OAB - até pagar;
3. Inépcia profissional - até novas provas de habilitação.
4) É possível a exclusão dos advogados dos quadros da OAB? Em que circunstâncias? ) Sim. As infrações ético-disciplinares que ensejam a aplicação de exclusão estão elencadas nos incisos XXVI, XXVII e XXVIII do artigo 34 do EOAB, a saber:
	
	1. Apresentar falsa prova para inscrição na OAB;
2. Tornar-se moralmente inidôneo;
3. Praticar crime infamante.
Pode-se, ainda, excluir o advogado por ocasião da aplicação da terceira sanção de suspensão. Esta será convertida em exclusão.

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