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obras da fuvest ANÁLISES pdf gratuito por @estudamavypdf gratuito por @estudamavy @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 20212021 recadinho rápido @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY as análises foram feitas por mim, com base em minha leitura das obras referências e fontes externas estão citadas na última página no final, selecionei algumas questões com o gabarito durante a semana, estarei postando comentários mais detalhados sobres as questões no insta @estudamavy Não sou especialista da área de letras. Esse pdf foi disponibilizado de maneira gratuita com o único objetivo de compartilhar minhas anotações sobre as obras cobradas na FUVEST @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY nesse pdf, você encontrará análises das obras Mayombe AngústiaQuincas Borba Campo Geral Nove Noites A Relíquia @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY Eça de Queiroz pág 4 pág 9 Machado de Assis Graciliano Ramos Guimarães Rosa Pepetela Bernardo de Carvalho pág 14 pág 18 pág 22 pág 28 x características gerais: x autor e contexto: Eça de Queiroz nasceu em 1845 em Póvoa do Varzim. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1866 e durante sua vida fez diversas contribuições literárias. Com obras que, posteriormente, seriam reconhecidas como expoente do realismo português, Eça retratou a sociedade portuguesa do século XIX. Além de "A Relíquia" se destacam também: O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878) e Os Maias (1888) realismo português memórias narradas em primeira pessoa pelo protagonista Teodorico Raposo dividido em cinco capítulos A RELÍQUIA EÇA DE QUEIROZ 4 1887 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY A RELÍQUIA EÇA DE QUEIROZ 5 x personagens: Teodorico Raposo: órfão de pai e mãe, criado pela tia Dona Patrocinio, Teodorico leva uma vida dúbia e hipócrita. Aproxima-se da religião apenas para agradar a tia e herdar a fortuna após a morte. Seu verdadeiro caráter é de um rapaz boêmio que se envolve com diversas mulheres ao decorrer da trama, atitude que sua tia abomina. Titi (Dona Patrocínio): Beata e rica, Dona Maria Patrocínio criou Teodorico após a morte dos pais dentro de uma moral religiosa extremamente rígida. Titi, além de zelar pela castidade, fazia duros julgamentos a quem desviava seus preceitos. Convive com seu sobrinho e padres, que frequentam sua casa. Miss Mary: Amante que Teodorico conhece na viagem à Jerusalém. Apelidada carinhosamente de Maricoquinhas, é uma mulher de "vida livre". É ela quem lhe oferece a camisola de lembrança para Teodorico. Topsius: historiador alemão de Herodes que acompanha Raposo em sua viagem à Terra Santa. Outros personagens: Adélia (amante de Teodorico); Padre Negrão (padre que herda grande parte da fortuna de Titi e termina com Adélia); Crispim; Dr. Margaride; Alpedrinha @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY A RELÍQUIA EÇA DE QUEIROZ 6 x críticas: Eça representa a sociedade portuguesa oitocentista em suas obras e costuma fazer críticas às instituições: família e igreja. Em “A Relíquia” temos críticas direcionadas: × ao clero; desde críticas centradas no interesse pela fortuna de Titi; a questão do celibato no desfecho do Padre Negão e Adélia e a narrativa alternativa a história de Jesus Cristo, presente no sonho de Raposo (capítulo III) × a hipocrisia religiosa; representada na figura de Teodorico e Titi, que apesar de se considerar tão apegada a fé cristã, não é capaz de ajudar um parente em leito de morte por acreditar que ele leva uma vida impura. Além de fazer diversos julgamentos. "Se Jesus retornasse, seria crucificado pelos mesmo que dizem o seguir" × simonia e o abuso da fé Representado pela venda de relíquias. O lucro através da enganação da fé alheia. "Vendem tantos pedacinhos da cruz de Cristo que seria impossível um homem carregá-la" × culto a aparência @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY A RELÍQUIA EÇA DE QUEIROZ 7 x resumo por capítulo: Capítulo I: A obra se inicia com a memória da morte do pai e a mudança de Teodorico, que passa a viver com a tia Titi, beata que o cria de forma regrada e rígida dentro de uma doutrina católica. Teodorico Raposo, por sua vez, forma seu caráter duplo e mentiroso: falso cristão dedicado perante a tia, porém boêmio e mulherengo. Capítulo II: Com o sonho de visitar Paris, Raposo tenta convencer a tia, todavia Titi não lhe permite e considera um destino mais religioso. Titi envia Raposo à Terra Santa e lhe pede que traga uma relíquia sagrada. Teodorico viaja a Jerusalém e faz amizade com o historiador Topsius. No entanto, não faz da viagem um momento de espiritualidade, como ordenara Titi. Pelo contrário, em Alexandria, conhece Mary e mantém um relacionamento com ela. Após os tempos com a amante, recebe uma camisola na despedida, como uma lembrança das noites passadas juntas. Capítulo III: Narra um sonho de Teodorico. O historiador Topsius o acorda para ir a Jerusalém. No entanto, Teodorico percebe que retornou à crucificação de Jesus Cristo. Teodorico vivencia o julgamento de Pôncio Pilatos e tem outra perspectiva da ressureição de Cristo, diferente da acreditada pela religião católica. Só então, Teodorico acorda e percebe se tratar de um sonho @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY A RELÍQUIA EÇA DE QUEIROZ 8 x resumo por capítulo: Capítulo IV: Chegando o fim da viagem, Teodorico organiza as "relíquias". Para Titi, leva um galho enrolado em formato de coroa - que diz ser a coroa de espinhos usada por Jesus Cristo - cujo embrulho se assemelha ao pacote de Mary. Por fim, ele se livra do pacote de Mary e retorna a Portugal. Capítulo V: Teodorico é recebido pela tia e por todos os padres que frequentam a casa. Dona Patrocínio decide abrir a relíquias que Raposo lhe trouxera no jantar com a presença dos clérigos, dentre eles o Padre Negão. Frente a todos, Titi abre. E no lugar da coroa de espinhos, encontra a camisola de Mary. Raposo é expulso de casa e deserdado. Posteriormente, Titi morre e deixa para ele apenas óculos. Após uma reflexão sobre sua vida, Raposo se muda para uma pensão e se torna vendedor de relíquias para sobreviver. No entanto, para ganhar mais dinheiro, vende muitas relíquias - o que faz com que o mercado sature e as pessoas desconfiem da veracidade dos objetos, não conseguindo mais lucrar com isso. Um dia, Teodorico reencontra seu amigo, o burguês Crispim, que lhe oferece um emprego. Decidido a ser sincero ganha a aprovação de Crispim, que lhe sugere um casamento com sua irmã Jesuína. Raposo confessa que não a ama, mas promete ser um bom marido. Crispim concede a mão da irmã. Por fim, Teodorico se casa com D. Jesuína, senhora rica. No final, observando os bens que o padre Negão herdou, Raposo faz a última reflexão: tudo seria diferente se ele tivesse dito a Titi que era a camisola de Maria Madalena. @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY QUINCAS BORBA MACHADO DE ASSIS 9 x características gerais: Um dos mais renomados escritores brasileiros, Machado de Assis, nascido em 1839, faleceu em 1908 e deixou uma vasta obra. "Quincas Borba", juntamente de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro", é expoente do realismo em Machado de Assis. Publicado em 1892, fins do século XIX, "Quincas Borba surge em um contexto que circulavam correntes filofóficas e científicas, como o positivismo, o marxismo e o socialismo científico, o darwinismo e a seleção natural realismo, tom de ironia e pessimismo narrado em terceira pessoa capítulos curtos x autor e contexto: @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 10 x personagens: Quincas Borba: personagem que aparece em Memórias Póstumas de Brás Cubas, fundador da filosofia do humanitismo. Casou-se com a irmã de Rubião (que morre ainda cedo) e, pela falta de herdeiros, deixa sua fortuna e o cachorro Quincas Borba ao cunhado Rubião. Rubião: professor ingênuo que cuidou de Quincas Borba e herdou a fortuna do cunhado com a condição de cuidar do cachorro de mesmo nome. Após receber a herança, Rubião decide se mudar de Barbacena (MG) para o Rio de Janeiro, viagem em que conheceo ambicioso casal Palha. Sofia Palha: mulher casada com Cristiano por quem Rubião se apaixona. Descrita como bela, Sofia é mulher dentro dos padrões sociais, apesar de fiel ao esposo, admira a posição que Cristiano a coloca para engariar o dinheiro alheio. Cristiano Palha: extremamente ambicioso, Cristiano percebe a ingenuidade de Rubião e utiliza o sentimento do rapaz por sua esposa para ascender financeiramente. Carlos Maria: apresentado como um rapaz sedutor, que se casa com a prima de Sofia. QUINCAS BORBA MACHADO DE ASSIS @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 11 x resumo da obra: A obra se inicia com a morte do filósofo Quincas Borba, já apresentado em Memórias Póstumas, que deixa sua fortuna e o cachorro Quincas Borbas a seu cunhado Rubião. Decidido a se mudar de Barbacena, Rubião parte para o Rio de Janeiro e conhece o ambicioso casal Palha na viagem. Rubião se apaixona por Sofia Palha e o amor, apesar de não correspondido, serve de pretexto para a exploração do inocente Rubião, que passa a frequentar o círculo social da família Palha. Com a presença constante do casal Palha e a influência de Cristiano nos negócios, Rubião se apaixona cada vez mais por Sofia e resolve se declarar. Após se declarar e ser rejeitado por Sofia, Rubião se sente culpado e decide retornar à Barbacena, porém é detido pelo próprio Cristiano - que convence a esposa a usar os sentimentos de Rubião para garantir os interesses financeiros. Além de permanecer no Rio, Rubião se torna sócio de Cristiano, quando começa a desconfiar que Sofia esteja mantendo um relacionamento extraconjugal com Carlos Maria. QUINCAS BORBA MACHADO DE ASSIS @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 12 x resumo da obra: Sofia nega o envolvimento com Carlos Maria e, posteriormente, ele se casa com a prima de Sofia. Rubião insiste em um romance com Sofia e começa a apresentar sintomas de delírio e loucura, assumindo a personalidade de Napoleão III. O casal Palha, que administra o dinheiro de Rubião, se afasta e, quando os delírios aumentam, o internam em um hospício. Por fim, Rubião foge do hospício com o cachorro Quincas Borba e retorna à Barbacena (MG), como um louco sem abrigo, dorme na rua e, em seguida, morre. QUINCAS BORBA MACHADO DE ASSIS devido a quantidade e tamanho dos capítulos, característica presente na obra machadiana, o resumo da obra não foi feito por capítulo @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 13 x temáticas abordadas: × humanitismo a filosofia criada por Quincas Borba, a qual Rubião não compreende, rege a narrativa do próprio Rubião - que enriquece, ao receber a herança do cunhado Quincas Borba, todavia, morre sem nada e louco, situação que cria um sentimento de compaixão no leitor. É possível traçar um paralelo com a ideia de sobrevivência do mais forte ou mais apto "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas" × o adultério presente em outras obras de Machado de Assis (seja no dilema de Capitu e Bentinho em Dom Casmurro, ou o relacionamento extraconjugal entre Virgília e Brás Cubas) o adultério aparece de forma diferente em "Quincas Borba". Sofia não traí o marido, todavia, é construído uma expectativa do leitor no caso de Rubião e Sofia, tal como as desconfianças de Rubião com Carlos Maria. QUINCAS BORBA MACHADO DE ASSIS @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x características gerais: Graciliano Ramos, nascido em 1892 e renomado escritor da segunda fase do Modernismo. Publicado em 1936, enquanto o autor estava preso pelo Governo de Vargas, "Angústia" dialoga com o contexto da época e o vivido pelo autor. Contexto de instabilidade política e econômica. A crise de 29 e a queda do café, tal como a ascensão de Vargas, a modernização e a oposição das oligarquias paulistas, marcam o contexto de publicação da obra. ANGÚSTIA GRACILIANO RAMOS 14 instrospecção e crítica social narrativa psicológica, narrado em primeira pessoa pelo protagonista Luís da Silva existencialismo x autor e contexto: @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x personagens: Luís da Silva: funcionário público totalmente insatisfeito com sua situação econômica e social. Apegado ainda a raízes patriarcais e ao passado agrário e escravista da fazenda de seu avô. Socialmente deslocado e instrospectivo, envolve-se com sua vizinha Marina, que se torna sua noiva. Marina: vizinha de Luís, jovem de família de humilde que vive com os pais Ramalho e Adélia. Segundo Luís, uma jovem supérflua e com certa ambição em ascender socialmente, instigada pelo burguês Julião. Julião Tavares: comerciante afortunado, herdeiro de uma elite burguesa e rival de Luís. É descrito por Luís como um homem gordo e pomposo. Com uma espécie de simpatia, entende-se como amigo de Luís e frequenta a casa, quando tem um caso com Marina. Trajano: herança deum passado colonial e agrário, fora um coronel dono de terras e escravos. No entanto, finda a vida como um homem decadente, já sem escravos e cheio de vícios. Outros personagens: Vitória (idosa empregada de Luís); Moisés (judeu socialista e amigo de Luís, que costuma emprestar dinheiro para o funcionário) ANGÚSTIA GRACILIANO RAMOS 15 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x resumo da obra: Infeliz com a situação ecônomica e social, Luís da Silva descreve os personagens ao seu redor de forma pessimista. Funcionário público de Maceió, convive com Moisés, que lhe empresta algum dinheiro, e Pimentel. Além de Vitória, sua empregada. A vida pacata de Luís sofre uma brusca mudança quando ele conhece Marina. O envolvimento com a vizinha acaba em um noivado e muitas dívidas criadas para atender os agrados de Marina. O relacionamento com Marina acaba com a presença da figura de Julião Tavares, burguês de família rica que seduz Marina e a abandona grávida, gravidez, posteriormente, interrompida por um aborto. Luís, em uma tentativa desesperada de um ato quase heroico e justiceiro, persegue Julião, em uma noite, e o enforca com a corda, que lhe presenteara o mendigo seu Ivo. O desfecho apresenta a angústia de Luís, ampliada pela insegurança de ser descoberto em seu crime. ANGÚSTIA GRACILIANO RAMOS 16 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x temáticas abordadas: × existencialismo corrente filosófica que pode ser representada por Sartre, o existencialismo se faz presente na obra de Graciliano - o que possibilita fazer uma analogia com a obra de Dostoiévski, quem em Memórias do Subsolo, também descreve o desagradável. Luís Silva vivencia um ambiente pútrido com ratos e que se agrava conforme a decadência psicológica do personagem. × o passado agrário, patriarcal e escravista em diversos momentos Luís evoca seu avô Trajano, exemplo de valentia para o personagem. × a burguesia liberal e a corrupção moral em contraposição ao avô Trajano e a representatividade de um coronel do sertão decadente, Julião Tavares é expoente da burguesia liberal, cujo dinheiro tem um grande poder de corrupção. ANGÚSTIA GRACILIANO RAMOS 17 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY CAMPO GERAL GUIMARÃES ROSA 18 x características gerais: x autor e contexto: João Guimarães Rosa, escritor mineiro que nasceu em 1908 em Cordisburgo (MG) e faleceu em 1967, tem como uma de suas obras notáveis "Sagarana". Publicado em 1964, no livro "Manuelzão e Miguilim", "Campo Geral" não apresenta um diálogo direto com a conjutura do país - que vivenciava o Golpe de 64. A obra se passa em Mutum, interior de Minas, com um foco no tempo individual dos personagens regionalismo narrada em terceira pessoa, sob a perspectiva infantil do protagonista Miguilim tempo psicológico @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 19 x personagens: Miguilim: protagonista da obra e criança de oito anos, que observa seu redor com tamanha sensibilidade. Dito: um dos irmãos de Miguilim, inteligente e comunicativo. A relação de amizade, companheirismo e dependência entre os dois é interrompida pela morte de Dito. Nhanina: mãe de Miguilim, insatisfeita com a vida em Mutum e com o casamento. Nhô Bernardo: pai de Miguilim, homem severo e trabalhador.Tem desentimentos com Miguilim, que está mais inclinado ao lado da mãe. Apesar de rude, demonstra o sentimento pelos filhos em alguns momentos Tio Terez: muito querido por Miguilim, se envolve com a cunhada Nhá Nina, o que promove o rompimento com a família de Miguilim (já no início da obra) Luisaltino: funcionário contratado por Nhô Bernardo, tem um caso com Nhá Nina. É assassinado pelo pai de Miguilim. CAMPO GERAL GUIMARÃES ROSA @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x resumo: A obra se desenvolve com foco nas relações de Miguilim e seu amadurecimento na narrativa. Com a construção do espaço e a apresentação do núcleo familiar de Miguilim, destaca-se o caso entre o tio Terêz e Nhanina, que afasta o tio de Miguilim, tão querido por ele, da casa da família. Em uma paranóia, Miguilim acredita que está doente e cria um prazo de dez dias. Após esse período não morre. Retorna ao habitual. O pai de Miguilim lhe incumbe a tarefa de levar seu almoço na roça. Miguilim orgulhoso encontra o tio Terêz que lhe pede que entregue uma carta a Nhá Nina. Miguilim enfrenta um dilema entre entregar ou não a carta. Por fim, decide não entregar e confessa ao tio, que compreende e consola o menino. Nesse ponto, surge Luisaltino, contratado por Nhô Bernardo, que se interessa por Nhanina. Miguilim é ferido por um touro e o cachorro da família morre. Contudo, a situação piora quando Dito em uma caçada corta o pé. Dito adoece e morre de tétano. CAMPO GERAL GUIMARÃES ROSA 20 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x resumo: Miguilim adoece. Em momentos de lucidez e delírio do menino, o pai Bernardo mata Luisaltino e, em seguida, se suicida. Miguilim melhora. Tio Terêz retorna a casa, como marido de Nhá Nina. O fim é marcado pela chegada de um Dr. Lourenço que nota que Miguilim era míope e lhe oferece um óculos. Miguilim enxerga um mundo novo e cresce, despedindo-se da família e partindo com o doutor para estudar. CAMPO GERAL GUIMARÃES ROSA 21 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x características gerais: x autor: Artur Carlos Maurício Pestana, nascido em 1941 e reconhecido por Pepetela, escreveu o livro durante sua participação na base guerrilheira na floresta de Mayombe em 1970 a 1971. Mayombe" se aproxima de uma literatura testemunhal. Pepetela retrata, com ressalva da ficcionalização, a vivência e participação no grupo MPLA. Por esse motivo, o contexto histórico é imprescindível para o entendimento da obra. dividido em seis capítulos narrativa em terceira pessoa com trechos narrados em primeira pessoa pelos guerrilheiros MAYOMBE PEPETELA 22 "Eu, O Narrador, Sou Teoria..." @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 23 x tempo e espaço: Com tempo e espaço bem definidos, a história se passa em Cabinda, na floresta Mayombe, localizada na África ocidental. Existe a personificação e o protagonismo da Floresta. A obra retrata a Guerra de Libertação de Angola (1961-1974), dentro do grupo guerrilheiro MPLA. Além do tribalismo e das divergências internas, nota-se a oposição entre os grupos que buscavam a independência, marcada, principalmente, pela divergência entra o MPLA, de viés marxista, com o FNLA. que encaminha a Guerra Civil após 1974. MAYOMBE PEPETELA x contexto: Após a Segunda Guerra Mundial as pressões internas e externas aumentaram para o fim da colonização. Contudo, o Estado Novo de Salazar em Portugal manteve seus domínios coloniais, contrariando a Ordem Bipolar, que se formava (URSS e Estados Unidos) O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é um dos grupos precursores da Guerra Anticolonial, cuja busca pela independência só se concretiza após a Revolução em 1974. Em 1974, a Revolução de 25 de Abril (ou Revolução dos Cravos) finda o regime Salazarista e possibilita a libertação das possesões coloniais portuguesas. @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x personagens: Sem-Medo/Comandante: um dos personagens com grande destaque, juntamente de Comissário e Ondina. Protagoniza grande parte das discussões, que abordam desde a exploração colonial e o marxismo até a religiosidade e a sexualidade. Enfrenta os dilemas do tribalismo entre os camaradas de luta e coordena o grupo. Comissário/João: companheiro de luta e grande amigo de Sem Medo, tem uma relação de "aprendiz" com o Comandante. É noivo de Ondina, com quem tem uma relação conturbada e infeliz. Ondina: professora e noiva do Comissário, não participa da ação direta. É uma mulher independente e mais experiente que o noivo que não consegue lhe satisfazer. Tem um caso com André, motivo do rompimento da relação, e, posteriormente, envolve-se com Sem-Medo. Teoria: professor da base, responsável pela educação dos guerrilheiros. Filho de pai português, enfrenta o conflito de ser mestiço Outros personagens: André (cuida da parte burocrática de alimentação dos guerrilheiros, envolve-se com Ondina); e os guerrilheiros (Lutamos, Mundo Novo, Muatânia, Milagre, etc) MAYOMBE PEPETELA 24 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x temas abordados × colonialismo a obra apresenta como tema principal a luta contra a exploração colonial portuguesa. Nesse sentido, os personagens debatem e vivenciam o colonialismo, enquanto lutam pelo seu fim. × tribalismo os conflitos internos, devido ao tribalismo, são levantados em diversos momentos da narrativa, reforçam a falta de unidade × colorismo e a figura do mestiço o conflito interno vivenciado por Teoria, filho de pai português, aborda a questão de ser mestiço. × marxismo a posição ideológica dos guerrilheiros é discutida nos diálogos da narrativa, assim como a conscientização e politização dos trabalhadores para a luta anticolonial. × sexualidade a personagem Ondina, seja pela própria narrativa ou por diálogos, discute a sexualidade da mulher e estigmas sociais. MAYOMBE PEPETELA 25 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x resumo por capítulo: A Missão (Capítulo I): O primeiro capítulo se resume em uma missão de libertar os trabalhadores angolanos que trabalhavam na exploração da madeira. O grupo de guerrilheiros realiza uma emboscada e raptam os trabalhadores, sem machucá-los, buscando politizá-los. No entanto, há o furto de dinheiro de um dos trabalhadores. Ingratidão do Tuga é descoberto e condenado. Alguns guerrilheiros retornam para devolver o dinheiro, todavia, o trabalhador doa para o MPLA. O grupo realiza um ataque aos portugueses. A Base (Capítulo II): A base é construída em meio a floresta. Chegam novos guerrilheiros, todavia, não enviam mantimentos e os recursos ficam escassos. O Comissário é o encarregado de ir a Dolisie e trazer alimentos. O personagem aproveita a viagem para ver Ondina, sua noiva. Ondina (Capítulo III): O alimento escasso amplia os conflitos internos do grupo, aumenta a tensão do tribalismo entre kikongos e kimbundos. Por fim, a comida chega, juntamente de uma carta de Ondina e a notícia que André fugiu, após ser pego com Ondina. Sem Medo aconselha o Comissário. Depois partem juntos a Dolisie. Ondina e o Comissário não se acertam e ela pretende partir. Sem-Medo recebe a notícia que os portugueses instalaram uma base próximo a deles. Ingratidão do Tuga, que estava preso, foge. MAYOMBE PEPETELA 26 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x resumo por capítulo: A Surucucu(Capítulo IV): Sem Medo encontra Ondina, debatem sobre diversos assuntos e acabam dormindo juntos, sendo acordados com o anúncio que a base foi atacada. Ondina se despede de Sem Medo e pede que ele não deixe que o Comissário morra. Sem Medo, embora desconfiado, prepara um grupo para contra- atacar. Quando chegam, descobrem que se tratou de um mal entendido: um dos guerrilheiros disparara contra uma cobra (surucucu). Comemoram o fato de Sem Medo comandar bem o grupo, mesmo se tratando de engano. A Amoreira (Capítulo V): O grupo organiza um ataque contra a base Pau Caído, ocupada pelos tugas (portugueses). A imprudência do Comissário o coloca em risco, porém Lutamos e Sem-Medo morrem em seu lugar. O fato de um cabinda (Lutamos) e um kikongo (Sem Medo) salvarem um kimbundo (Comissário)diminuí os conflitos tribalistas. Sem Medo e Lutamos são enterrados no pé de uma amoreira, comparada pelo Comandante com a união do grupo e o fim dos conflitos tribalistas. Epílogo (Capítulo VI): O Comissário reflete sobre a morte de Sem Medo. Em seguida, é enviado ao Leste no lugar do Comandante. MAYOMBE PEPETELA 27 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY x características gerais: Bernardo de Carvalho, nascido em 1960, é um jornalista e escritor contemporâneo. Publicado em 2002 e conhecida como obra-prima do autor, "Nove Noites" constroi a narrativa em torno de um episódio real: o suícidio do antropólogo Buell Quain em 1939. Com a investigação de um narrador-jornalista, é apresentado fragmentos e suposições sobre a veracidade do suícidio e os motivos de Buell. Nessa investigação minuciosa, mescla-se os conflitos internos do narrador e de Buell. Bem como, a obra de Bernado aproxima a realidade e a História da ficçao NOVE NOITES BERNARDO DE CARVALHO 28 metaficção mescla de gêneros polifonia realidade e ficção x autor e obra: @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x tempo e espaço: Com dois narradores, a narrativa circula em torno de um real acontecimento: o suicídio de Buell Quain, um antropólogo norte-americano, em 1939. x NARRATIVA EPISTOLAR DE MANOEL PERNA Manoel, engenheiro e confidente de Buell, é o narrador-personagem que narra as últimas nove noites do antropólogo, em meados dos anos 40, através de cartas. x NARRADOR JORNALISTA um jornalista, que após quase 62 anos da morte do antropólogo, fica obcecado pelo caso e resolve investigá-lo, reunindo todo o material que consegue: cartas, fotografias, relatos, que remetem à década de 30 e a morte de Buell. x narradores O tempo e o espaço não são lineares, alternando entre as décadas de trinta e quarenta e a realidade do jornalista contemporâneo (que apesar de não especificado, em muito se assemelha com o próprio Bernardo de Carvalho) que vive no ínicio dos anos 2000. O espaço se expande desde o Xingu até os Estados Unidos, com passagem por outros lugares do antropólogo NOVE NOITES BERNARDO DE CARVALHO 29 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 Buell Quain: antropólogo estadunidense que estudou tribos indígenas no Brasil. Suicidou-se em 1939, entre os índios Krahôs, aparentemente sem explicação. Manoel Perna: engenheiro sertanejo que tem um relacionamento com o antropólogo, com quem passa " nove noites" (não seguidas). que aparecem na narrativa epistolar em itálico. Narrador-jornalista: após encontrar uma notícia da morte do antropólogo Buell Quain em um jornal e se recordar do episódio que fora confundido com ele em um hospital, o jornalista decide iniciar uma investigação sobre o suícidio misterioso do antropólogo. Outros personagens: Ruth Landes: antropóloga colega de Buell, com quem trocara cartas Ruth Benedict: orientadora americana de Buell Heloísa Alberto Torres: personagem histórica, antropóloga mundialmente conhecida, é diretora do Museu Nacional Familiares de Buell: são citados os pais e a irmã Pai do narrador-jornalista: responsável pelo contato do jornalista com os índios, através das terras que comprara durante o Regime Militar. Termina doente. x personagens NOVE NOITES BERNARDO DE CARVALHO 30 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 Buell Quain, antropólogo americano que viveu entre os índios Krahô em Tocantins, comete suícidio em 1939, de modo a levantar suspeitas da comunidade científica da época. Sessenta e dois anos depois, um jornalista encontra uma notícia sobre o caso em um jornal, que faz o lembrar de quando fora confundido com o próprio Buell em um hospital. Nesse ponto, o narrador decide investigar a morte de Buell Quain, através das cartas deixadas pelo antropólogo, fotografias e quaisquer outras evidências sobre a veracidade do suícidio e/ou o motivo do antropólogo para tal ato. A narrativa do jornalista acontece paralela à narrativa epistolar de Manoel Serna. O jornalista cria suposições, todavia, não existe uma conclusão sobre o suícidio de Buell Quain. x resumo NOVE NOITES BERNARDO DE CARVALHO 31 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 5 x a questão indígena o indígena é retratado de forma bem diferente: há uma quebra com a idealização do índio na primeira fase do romantismo, principalmente em relação às obras de José de Alencar (Iracema) x o desenvolvimentismo e a exclusão a ideia de desenvolvimento incompatível com a preservação das populações indígenas é trabalhada na obra em dois contextos: na Marcha para o Oeste de Vargas e na Ditadura Militar - levantada pelo pai do jornalista. x antropologia e a história a obra de Bernardo de Carvalho engloba uma interdiciplinalidade entre história, antropologia, sociologia e geografia. "Nove Noites", continuamente, retrata os choques culturais e a alteridade, bem como a narrativa tensa dialoga com a censura do Estado Novo. x temas abordados NOVE NOITES BERNARDO DE CARVALHO 32 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY questões OBRAS FUVEST 4 1- Atente para as seguintes afirmações relativas ao desfecho do romance A Relíquia, de Eça de Queirós: I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua descrença num Jesus divinizado, imagem que é substituída pela ideia de Consciência. II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a vida de burguês que sempre almejou. III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo, arrepende‐se de sua hipocrisia beata e abraça a fé católica. Está correto o que se afirma apenas em a)I b)II c) I e II. d) II e III. e) I e III. confira o gabarito no final TODAS AS QUESTÕES FORAM RETIRADAS DE PROVAS ANTIGAS DA FUVEST COMENTÁRIOS EM @ESTUDAMAVY bora treinar! 33 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 2- Se o discurso literário “aclara o real ao desligar‐se dele, transfigurando‐o”, pode‐se dizer que Luís da Silva, o narrador ‐ protagonista de Angústia, já não se comove com a leitura de “histórias fáceis, sem almas complicadas” porque (A) rejeita, como jornalista, a escrita de ficção. (B) prefere alienar‐se com narrativas épicas. (C) é indiferente às histórias de fundo sentimental. (D) está engajado na militância política. (E) se afunda na negatividade própria do fracassado. 3- Para Graciliano Ramos, Angústia não faz concessão ao gosto do público na medida em que compõe uma atmosfera (A) dramática, ao representar as tensões de seu tempo. (B) grotesca, ao eliminar a expressão individual. (C) satírica, ao reduzir os eventos ao plano do riso. (D) ingênua, ao simular o equilíbrio entre sujeito e mundo. (E) alegórica, ao exaltar as imagens de sujeira. Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata referencialidade da linguagem corrente; poéticos, abolem, “destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função irrealizante da imaginação que os constrói. E prendem‐nos na teia de sua linguagem, a que devemo poder de apelo estético que nos enleia; seduz‐nos o mundo outro, irreal, neles configurado (…). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita redescobri‐lo, sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que em nós provocou. Benedito Nunes, “Ética e leitura”, de Crivo de Papel. O que eu precisava era ler um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem criações absurdas, não andassem magoando‐se, traindo‐se. Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem. Graciliano Ramos, Angústia. Romance desagradável, abafado, ambiente sujo, povoado de ratos, cheio de podridões, de lixo. Nenhuma concessão ao gosto do público. Solilóquio doido, enervante. Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere, em nota a respeito de seu livro Angústia. 434 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY 4- Considerando-se o excerto no contexto de Mayombe, os paralelos que nele são estabelecidosentre aspectos da natureza e da vida humana podem ser interpretados como uma a) reflexão relacionada ao próprio Comandante Sem Medo e a seu dilema característico entre a valorização do indivíduo e o engajamento em um projeto eminentemente coletivo. b) caracterização flagrante da dificuldade de aceder ao plano do raciocínio abstrato, típica da atitude pragmática do militante revolucionário. c) figuração da harmonia que reina no mundo natural, em contraste com as dissensões que caracterizam as relações humanas, notadamente nas zonas urbanizadas. d) representação do juízo do Comissário a respeito da manifesta incapacidade que tem o Comandante Sem Medo de ultrapassar o dogmatismo doutrinário. e) crítica esclarecida à mentalidade animista - que tende a personificar os elementos da natureza - e ao tribalismo, ainda muito difundidos entre os guerrilheiros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo transmitir-lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo esvaía-se para o solo do Mayombe, misturando-se às folhas em decomposição. [...] Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante disse. Os lábios já mal se moviam. A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca-se do sincretismo da mata, mas se eu percorrer com os olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura-se à folhagem geral e é de novo o sincretismo. Só o tronco se destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde-se na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos nítidas e a mancha verde predominante faz esbater progressivamente a claridade do tronco da amoreira gigante. As manchas verdes são cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira ainda se afirma, debatendo-se. Tal é a vida. [...] Os olhos de Sem Medo ficaram abertos, contemplando o tronco já invisível do gigante que para sempre desaparecera no seu elemento verde. Pepetela, Mayombe 435 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Ai, amiga minha, a resposta é naturalmente a mesma, – também ela comia bem, dormia largo e fofo, – coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando quer amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que eu não me quero senão com dissimulados. Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia chamou‐lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e fazer‐lhe perder em um dia o trabalho de longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando e glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira grandeza”. 5- No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando com a comédia de Molière, Tartufo (1664), cuja personagem central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça que o nome próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em português, como substantivo comum, para designar o “indivíduo hipócrita” ou o “falso devoto”. No contexto maior do romance, sugere‐se que a tartufice a) se cola à imagem da leitora, indiscreta quanto aos amores alheios. b) é ação isolada de Sofia, arrivista social e benemérita fingida. c) diz respeito ao filósofo Quincas Borba, o que explica o título do livro. d) Se produz na imprensa, apesar de esta se esquivar da eloquência vazia. e) se estende à sociedade, na qual o cinismo é o trunfo dos fortes. Machado de Assis, Quincas Borba confira o gabarito na próxima página 436 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY parabéns por ter chego até aqui https://www.vestibulandoweb.com.br/analise_obra/resu mo-nove-noites.pdf (resumo e questões da obra "Nova Noites) https://jornal.usp.br/tag/analise-das-obras-da-fuvest/ (análise das obras por especialistas de literatura) https://www.curso- objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/fuvest.asp (resolução comentada de questões da fuvest da primeira e segunda fase) https://acervo.fuvest.br/fuvest/index.html (acervo da fuvest com provas e gabaritos) confira o gabarito 1- C 2- E 3- E 4- A 5- E desejo uma ótima prova links úteis espero ter te ajudado <3 @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY referências Fontes consultadas além da leitura das próprias obras e as anotações realizadas por mim no decorrer do ano MATOS, Alfredo Campos. Eça de Queiroz, Uma Biografia. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 2017. SERRANO, Carlos. O romance como documento social: o caso Mayombe. Via Atlântida, São Paulo, n. 3, p. 136, dez. 1999 ROMERO, Sílvio. História da literatura brasileira. 5ª Ed. Organizada e prefaciada por Nelson Romero. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954. V. 5, pp. 1617 -1638. @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY @ESTUDAMAVY
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