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Arterite de Takayasu e Hipertensão Arterial

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BBPM 3 – TUTORIA 04 06/05/2021 
 
Paciente masculino, 26 anos, pardo, tabagista, sem diagnóstico de dislipidemia, 
previamente hígido, apresentou náuseas, febre e cefaleia intensa que o levaram a 
procurar atendimento, sendo diagnosticada hipertensão arterial. Iniciou uso de 
medicações anti hipertensivas, sem melhora significativa dos sintomas. Seis meses 
depois, apresentou hiperemia conjuntival, com diagnóstico de uveíte no olho direito. 
Nessa ocasião, realizou exames de investigação do quadro oftalmológico associado à 
hipertensão. Monitorização ambulatorial da pressão arterial revelou média de 24 horas 
de 144x83 mmHg, em uso de medicações anti-hipertensivas. Exames laboratoriais 
revelaram atividade inflamatória presente (VHS e PCR elevados) e reação de Mantoux 
fortemente positiva. 
 Angiorressonância e angiotomografia de aorta abdominal mostraram alterações, 
incluindo artéria renal esquerda com estenose grave (70%). Foi feito diagnóstico de 
arterite de Takayasu. Iniciado tratamento com prednisona associada a metotrexato. 
Permanecendo a baixa atividade inflamatória (PCR e VHS reduzidos), foi indicado 
tratamento intervencionista. Na admissão, o paciente apresentava pulsos simétricos e 
palpáveis, frequência cardíaca de 80 bpm e pressão arterial, aferida com paciente 
sentado, de 140x90 mmHg em membro superior direito e 160x90 em membro superior 
esquerdo. 
Presença de sopros carotídeo e abdominal audível em região supraumbilical 
esquerda. Em uso de anlodipina, losartan, atenolol, hidroclorotiazida, ácido 
acetilsalicílico, prednisona e metotrexato. Foi submetido à angioplastia em artéria renal 
esquerda, com colocação de stents sem intercorrências, com sucesso angiográfico e 
sem alterações da função renal. No retorno, estava assintomático e com bom controle 
da pressão, em uso de quatro medicamentos anti-hipertensivos, clopidogrel, azatioprina 
e prednisona. Ao exame físico, pressão arterial, aferida com paciente sentado, de 
124x78 mmHg em ambos os membros superiores. 
g.
fator de risco para HAS
"
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.
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E
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E
o quadro oftalmológico associado À hipertensão
o
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o irrite em OD ↳
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° PPD fortemente + imunossupressão ,
3-
o arterite de Takayasv
⑦ """"
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° an-tdipinE.at#HTiAAS , prednisona
e MM
(
HAS
UVEÍTE
VASCULITES
Vasculites são um grupo heterogêneo de doenças definidas histologicamente por inflamação, que tem como alvo
a parede vascular, com consequente necrose tissular. Kussmaul e Mayer descreveram o primeiro caso de
vasculite sistêmica em 1866, que, a seguir, foi reconhecida como Poliarterite Nodosa. São doenças
relativamente raras, com incidência estimada entre 40 a 50 por milhão, influenciada por gênero, idade e
variações geográficas e sazonais. Desde as primeiras descrições, a natureza multissistêmica das vasculites é
reconhecida. Vasos de diferentes calibres e em qualquer parte do corpo podem ser acometidos, determinando
grande variedade de sinais e sintomas associados às diferentes síndromes clinicamente reconhecidas. A
combinação de sinais e sintomas mais característicos, exames complementares e padrão histológico permitem o
diagnóstico específico, o que é determinante do prognóstico e da abordagem terapêutica.
Como grupo de doenças, as vasculites são definidas histologicamente como inflamação da parede vascular.
Ainda que sinais e sintomas combinados entre si e associados a exames complementares específicos possam
sugerir o diagnóstico, é desejável a sua confirmação histológica. Avaliação histopatológica da inflamação
vascular demonstrou que uma forma indistinta de arterite necrotizante ocorre em diferentes síndromes clínicas,
como poliarterite nodosa e as diferentes formas de vasculite de vasos de pequeno calibre.
Tal inflamação vascular combina infiltrado inflamatório pleomórfico, leucitoclasia (ou cariorrexis) e necrose
fibrinoide, definindo o padrão histológico denominado vasculite leucocitoclástica. Um segundo padrão
histológico não apresenta necrose e inclui infiltrado inflamatório predominantemente granulomatoso,
por vezes com células gigantes . Este padrão histológico é característico da Arterite Temporal e da
Arterite de Takayasu. Outras formas de vasculite também apresentam inflamação granulomatosa em
determinados órgãos e fases de sua evolução. Fica claro, então, que observação de vasculite em uma biópsia
não define por si só o diagnóstico e deve ser avaliada como informação complementar em contextos clínicos
sugestivos. No entanto, a confirmação de que existe vasculite propriamente dita em um paciente com
manifestações multissistêmicas é importante no raciocínio diagnóstico.
Em adição aos mecanismos clássicos de vasculite mediados por imunocomplexos assim como por ANCA
(anticorpos anticitoplasma de neutrófilos), outros mecanismos imunopatogênicos podem estar envolvidos na
lesão dos vasos. Os mais proeminentes são a hipersensibilidade retardada e a lesão imunológica mediada por
células, como refletido no aspecto histopatológico de vasculite granulomatosa. Entretanto, os próprios
imunocomplexos podem induzir respostas granulomatosas. As células endoteliais vasculares podem expressar
moléculas HLA classe II, seguindo-se à ativação por citocinas, tais como interferon (IFN). Isso permite que essas
células participem de reações imunológicas, tais como interação com linfócitos T CD4+, de modo semelhante a
macrófagos apresentando antígeno. As células endoteliais podem secretar IL-1, a qual pode ativar linfócitos T, e
iniciar, ou propagar, processos imunológicos in situ dentro do vaso sanguíneo. Além disso, IL-1 e TNF-a são
potentes indutores da molécula de adesão leucócito- -endotelial 1 (ELAM-1) e da molécula de adesão de célula
vascular 1 (VCAM-1), que podem ampliar a adesão dos leucócitos às células endoteliais na parede do vaso
sanguíneo. Outros mecanismos, tais como toxicidade celular direta, anticorpos direcionados contra componentes
dos vasos, ou citotoxicidade dependente de anticorpos, têm sido sugeridos em certos tipos de dano vascular.
Contudo, não há evidências convincentes para apoiar a contribuição causal desses mecanismos à patogenia de
qualquer uma das síndromes de vasculite conhecidas.
{
AT
ARTERITE DE TAKAYASU
Fig. 158.1 Arteriografia por ressonância magnética mostrando estenose moderada e difusa do segmento proximal da carótida comum esquerda e oclusão
proximal da artéria subclávia esquerda emergindo do arco da aorta, juntamente com o desenvolvimento de uma extensa rede de colaterais.
Fig. 158.3 (a e b) Aneurisma da raiz da aorta observado em imagens de ressonância magnética (imagens ponderadas em T1). A aorta ascendente
mede 5 cm e pode ser comparada ao diâmetro normal da aorta descendente.
Fig. 158.2 Irregularidade e estenose do segmento infrarrenal da aorta
abdominal e da artéria renal direita observadas em uma arteriografia por
ressonância magnética.
HISTOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
A biópsia de tecido adiciona pouca ou nenhuma
contribuição ao diagnóstico de arterite de Takayasu,
porque o exame histológico dos grandes vasos, em
geral, somente é possível no momento dos
procedimentos vasculares ou após a morte. A arterite de
Takayasu é um panarterite que comumente ocorre como
“lesões segmentares” focais. Durante a fase ativa da
doença, o infiltrado inflamatório é predominantemente
linfocítico, com formação de granulomas e células
gigantes envolvendo as túnicas mídia e adventícia. Mais
adiante, são observadas degeneração da lâmina elástica
interna da túnica média, fibrose da adventícia e
neovascularização.
A etiologia e a fisiopatologia da arterite de Takayasu
continuam pouco entendidas. A presença de uma
inflamação granulomatosa, de infiltrados inflamatórios
dos vasos sanguíneos constituídos por células T e
monócitos/macrófagos e células T que produzem
elevados níveis de fator de necrose tumoral (TNF) sugere que o mecanismo das células T helper tipo 1 (Th1)
desempenha um papel na patogênese da doença. Análise da transcrição de genes de citocinas nas células
mononuclearesdo sangue periférico demonstrou aumento da expressão do RNAm do TNF e da interleucina-4
(IL-4) e diminuição da indução da expressão do RNAm da IL-10.16 Em outros estudos, a evidência de
citotoxicidade mediada por células tem sido obtida pela demonstração do aumento do número de linfócitos T gd,
com um receptor de célula T restrito, assim como linfócitos T gd, células natural killer e células T citotóxicas no
tecido aórtico. A extensão deste trabalho tem observado que as células T gd em pacientes com arterite de
Takayasu são reativas à proteína de choque térmico 60-kDa (hsp60) e citotóxicas para as células endoteliais
aórticas, sugerindo, assim, um papel
das células hsp60 e T gd na patogênese da doença. Em estudos provenientes do Japão, Coreia e Turquia, tem
sido descrita uma associação da arterite de Takayasu com o HLA-B*52.19 Em pacientes indianos, a arterite de
Takayasu está associada ao HLA-B*51, enquanto a análise de genes de HLA na América do Norte não revelou
qualquer associação.
MANEJO
O tratamento da doença ativa se baseia no princípio de que a interrupção da inflamação ativa antes do
desenvolvimento de lesões vasculares significativas melhore o prognóstico. No entanto, o papel do tratamento
imunossupressor na diminuição da morbidade e da mortalidade tem sido difícil de avaliar. Em uma série de 30
pacientes observados longitudinalmente, 93% obtiveram remissão da doença, mas apenas 28% apresentaram
uma remissão sustentada, definida como a ausência de evidências clínicas, laboratoriais e radiográficas de
novas lesões vasculares por mais de 6 meses, enquanto usavam doses abaixo de 10 mg de prednisona por dia;
recidivas ocorreram em 96% daqueles que apresentaram remissão. Até o momento atual, os dados terapêuticos
sobre a arterite de Takayasu são oriundos de ensaios abertos, estudos observacionais e séries de casos. Em
geral, as decisões terapêuticas são guiadas pela localização e a gravidade das lesões, presença de circulação
colateral e toxicidade dos medicamentos. O cuidado eficiente de pacientes com arterite de Takayasu inclui não
apenas o tratamento da doença ativa, mas também o controle não clínico das lesões vasculares fixas ou dos
aneurismas, bem como o controle dos fatores de comorbidade.
PREDNISONA - glicocorticóide (ação imunossupressora)
Os glicocorticoides são a base do tratamento da arterite de Takayasu. A terapia combinada é considerada
principalmente em pacientes portadores de doença grave ou de atividade persistente, apesar do tratamento com
glicocorticoides ou quando a remissão não puder ser mantida com doses aceitáveis de glicocorticoides. Como a
terapia de combinação aumenta o risco de infecção, deve-se tomar o cuidado de monitorar a citopenia e
proporcionar um tratamento profilático do Pneumocystis jiroveci.
Os glicocorticoides são o pilar terapêutico da arterite de Takayasu. A resolução dos sintomas sistêmicos ocorre
em 25% a 100% dos pacientes tratados com glicocorticoides e alguns relatórios têm demonstrado melhora no
fluxo sanguíneo arteriográfico e retorno dos pulsos, anteriormente ausentes. Ensaios comparativos foram
conduzidos para determinar a dose ótima e a extensão do tratamento com glicocorticoides. Em uma série
retrospectiva, doses iniciais de prednisona variando de 20 a 100 mg/dia foram usadas.6,20 Em uma análise
retrospectiva envolvendo 150 pacientes que receberam 30 mg/dia de prednisolona, 51% mostraram melhora da
qualidade de vida, 37% não experimentaram qualquer mudança e 12% pioraram, embora as definições destes
resultados não tenham sido especificadas. Na maior experiência prospectiva padronizada com glicocorticoides
para arterite de Takayasu, na qual os pacientes receberam inicialmente prednisona em uma dose de 1 mg/kg/dia
(60 mg por dia), durante os primeiros 1 a 3 meses, a qual, em seguida, foi reduzida, 52% obtiveram a remissão.
Embora os dados atuais apoiem o uso de uma dose prednisona inicial de 1 mg/kg/dia, uma dose inicial mais
baixa pode ser considerada em indivíduos selecionados com alto risco de toxicidade aos glicocorticoides, desde
que a isquemia imediata do tecido não seja uma ameaça.
MTX - antimetabólito e antifolato
Um ensaio prospectivo padronizado avaliou a utilização do metotrexato (MTX) em uma população resistente ao
glicocorticoide. Neste estudo envolvendo 16 pacientes, o MTX em uma dose de 15 a 25 mg/semana combinado
com prednisona levou à remissão de 81% dos casos. No entanto, a remissão foi seguida de recaída em 54%
dos casos e 19% dos pacientes apresentaram uma doença progressiva. As toxicidades do MTX incluem níveis
de transaminases hepáticas elevadas, estomatite, pneumonite, teratogenicidade e supressão da medula óssea.
Embora este estudo tenha limitações, estes dados confirmam que o MTX pode ser um meio eficaz de induzir a
remissão e minimizar a toxicidade dos glicocorticoides em pacientes com arterite de Takayasu.
AZATIOPRINA - antimetabólito imunossupressor
Valsakumar e colaboradores usaram azatioprina (AZA) combinada com prednisolona para tratar 15 pacientes
com arterite de Takayasu ativa por 1 ano. Todos os pacientes apresentaram melhora dos sintomas sistêmicos e
medidas laboratoriais de atividade da doença em 3 meses e, 1 ano mais tarde, as arteriografias não revelaram
alterações. A AZA pode ser associada a citopenia, infecção, reações alérgicas e leucemia. O uso da AZA
concomitantemente com glicocorticoides pode ser considerado em pacientes que não podem tomar MTX ou que
tenham experimentado recaída após um tratamento prévio com MTX.
AAS e CLOPIDOGREL - antiagregantes plaquetários
Em um estudo retrospectivo envolvendo 48 pacientes com arterite de Takayasu, Souza e colaboradores
observaram que o uso de terapia antiplaquetária foi associado a uma frequência menor de eventos isquêmicos e
teve um efeito protetor com uma baixa frequência de complicações hemorrágicas. Embora este estudo seja
pequeno, ele sugere que, em pacientes sem contraindicações, 100 a 200 mg diárias de aspirina podem reduzir o
risco de eventos isquêmicos agudos em pacientes com arterite de Takayasu.
Intervenções não clínicas
As intervenções não clínicas são importantes para a revascularização dos vasos estenosados ou obstruídos que
produzem isquemia significativa ou para o tratamento de aneurismas. Até 70% dos pacientes com arterite de
Takayasu podem necessitar de intervenções não clínicas, com as indicações mais frequentes incluindo
hipoperfusão cerebral, hipertensão renovascular, claudicação dos membros, reparação de aneurismas e
insuficiência valvular. A segurança e os benefícios potenciais da cirurgia reconstrutiva vascular em pacientes
com arterite de Takayasu têm sido favoráveis, mas a oclusão e as taxas de complicação variam muito entre as
séries. Embora a cirurgia seja mais invasiva do que outras formas de intervenção vascular, os estudos atuais
sugerem que elas resultam em uma taxa maior de permeabilidade vascular ao longo do tempo. De preferência, a
reconstrução vascular deve ser adiada até que a inflamação aguda seja controlada clinicamente, porque a
formação de aneurisma, deiscência do enxerto ou a oclusão do enxerto pode ser mais provável no ajuste da
arterite ativa. O papel perioperatório dos glicocorticoides em pacientes clinicamente quiescentes permanece
obscuro. O local da revascularização também é importante em relação ao resultado a longo prazo e devem ser
tomados cuidados para evitar a colocação de conexões cirúrgicas nos vasos que comumente estão envolvidos
no curso da doença. Idealmente, os enxertos de by-pass nos vasos cervicobraquiais envolvidos devem se
originar da parte ascendente da aorta, porque este segmento raramente se torna estenótico.
A angioplastia transluminal percutânea (PTCA) pode ser eficaz para melhorar o fluxo sanguíneo de forma aguda.
Em situações nas quais a PTCA da artéria renal é realizada, devem ser tomados cuidados para minimizar as
quedas bruscas da pressão arterial em pacientes que tenham estenoses graves em todos os leitos vasculares
críticos. A capacidade de a PTCA reduzir agudamente a estenosevaria muito, mas temporariamente melhora a
pressão sanguínea na maioria dos pacientes. No entanto, a duração dos resultados é variável, com alguns
estudos sugerindo uma taxa substancial de reestenose.
Stents percutâneos também têm sido utilizados na arterite de Takayasu. Semelhante à experiência com PTCA,
os resultados de curto prazo têm sido encorajadores, mas algumas séries têm encontrado uma alta taxa de
reestenose ou oclusão em um acompanhamento mais polongado. Um relatório recente descreveu o uso de
endopróteses na arterite de Takayasu. Embora esta intervenção pareça estar associada a resultados melhores
do que pode ser alcançado com os stents de metal, dados da patência a longo prazo são necessários para
compreender a durabilidade e o papel desta terapia endovascular nestes pacientes.
Controle das comorbidades
Tem sido relatado que a hipertensão ocorre em 32% a 93% dos pacientes e ela contribui nas lesões renais,
cardíacas e cerebrais. Como as artérias subclávias constituem em um local frequente de estenose vascular,
medidas de pressão arterial em um ou ambos os braços podem não ser representativas da pressão na raiz da
aorta e, portanto, medidas de pressão arterial devem ser tomadas nas quatro extremidades em cada visita
clínica. Durante o tratamento da hipertensão, deve-se ter cuidado para evitar quedas abruptas da pressão
arterial, particularmente em pacientes com fluxo sanguíneo cerebral comprometido. Por causa da evidência que
apoia a conclusão de que pacientes com arterite de Takayasu apresentam uma taxa elevada de formação de
placas, a avaliação proativa e o controle eficaz dos fatores tradicionais de risco aterosclerótico também são
essenciais.
HAS
PRESSÃO ARTERIAL, INFLAMAÇÃO E DISFUNÇÃO ENDOTELIAL
A HA e suas complicações são mediadas por diversos mecanismos cujo traço comum é a disfunção endotelial,
caracterizada pela baixa disponibilidade de óxido nítrico (NO) e pelo consequente desequilíbrio local entre
fatores de relaxamento e constrição de arteríolas. A disfunção endotelial decorre do desequilíbrio entre a
produção de NO pela sintase endotelial (eNOS) ou a transformação do NO no radical livre peroxinitrito (NOO-).
Nesse caso, a vasodilatação mediada por vários peptídeos, incluindo a bradicinina e angiotensina, é
prejudicada, o que leva ao aumento da resistência vascular periférica e à alteração da permeabilidade endotelial.
A instalação de um estado inflamatório crônico em pacientes com HA, pelo aumento na produção de citocinas
pró-inflamatórias (como moléculas de adesão leucocitária, endotelina-1, angiotensina II), reduz a expressão da
eNOS, enquanto o aumento do estresse oxidativo acelera a degradação do NO. A baixa disponibilidade local de
NO aumenta o tono do músculo liso vascular, induz a proliferação de células musculares lisas da camada média
e aumenta a permeabilidade do endotélio. Isso facilita a passagem das lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c)
para o espaço subendotelial, que parece ser o evento inicial no desenvolvimento da aterosclerose. Dessa forma,
a disfunção endotelial estaria na raiz de duas doenças crônicas que geralmente caminham juntas: a HA e a
aterosclerose. Portanto, a identificação do grau de disfunção endotelial seria importante para a avaliação do
• ANO : t, eNOS ; NO → NOO
-
•
Vasod prejudicada : I#P
• estado inflamatório cronico
↳ 4 citocinas -= t, e NOS ; estresse
oxidativo → degradação de NO
-
: I tonus mesa
,
q
Proliferação
de cel M . liso
p permeabilidade nos LDCC passa
do endotélio * aterosclerose *
ANO A Ilasod A RVP
curso clínico da HA. A nível bioquímico, a proteína C-reativa (PCR) ultrassensível parece ser o marcador mais
adequado, e disponível clinicamente, para avaliar a disfunção endotelial.
A proteção cardiovascular (CV) consiste no objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo. A redução da
pressão arterial (PA) é a primeira meta, com o objetivo maior de reduzir desfechos CV e mortalidade associados
à hipertensão arterial (HA).
As cinco principais classes de fármacos anti-hipertensivos – diuréticos (DIU), bloqueadores dos canais de cálcio
(BCC), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores da angiotensina II
(BRA) e betabloqueadores (BB) demonstraram reduções significativas da PA comparadas com placebo,
acompanhadas de diminuições consideráveis dos desfechos CV fatais e não fatais, benefício relacionado
fundamentalmente com a redução da PA. Os BB são úteis quando há certas condições clínicas específicas:
tabagismo
1° : redução da PA 2° reduzir desfechos CY e mortalidade
pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina do peito, IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr), para o
controle da frequência cardíaca (FC) e em mulheres com potencial de engravidar.
São características desejáveis do fármaco anti-hipertensivo:
• Ter demonstrado a capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade CV;
• Ser eficaz por via oral;
• Ser bem tolerado;
• Ser administrado preferencialmente em dose única diária;
• Poder ser usado em associação;
• Ter controle de qualidade em sua produção.
Além disso, recomenda-se:
• Utilizar por um período mínimo de quatro semanas, antes de modificações, salvo em situações especiais;
• Não utilizar medicamentos manipulados, pois não são submetidos a controle da farmacocinética e
farmacovigilância;
• O paciente deverá ser orientado sobre a importância do uso contínuo da medicação anti-hipertensiva, da
eventual necessidade de ajuste de doses, da troca ou da associação de medicamentos e ainda do eventual
aparecimento de efeitos adversos;
• Não há evidências suficientes para a recomendação rotineira da administração noturna de fármacos
antihipertensivos, exceto em condições especiais.
A combinação de fármacos é a estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos hipertensos,
independentemente do estágio da HA e do risco CV associado.
O racional para a associação de fármacos baseia-se no incremento do efeito anti-hipertensivo quando se atua
em mecanismos fisiopatológicos distintos por ações sinérgicas e pela inibição da ativação dos mecanismos
contrarregulatórios. Além disso, a combinação de fármacos pode reduzir potencialmente a ocorrência de efeitos
colaterais, pelo uso de menor dose de cada um dos fármacos envolvidos na combinação ou pela capacidade
que um dos fármacos pode ter de antagonizar os efeitos adversos do outro. São aspectos de interesse a maior
adesão ao tratamento e a redução da inércia terapêutica. As combinações em doses fixas e em comprimido
único são preferenciais por se associarem a maior adesão ao tratamento e, por consequência, melhores
resultados clínicos.
HCTZ - diurético
O mecanismo da ação anti-hipertensiva dos DIU relaciona-se inicialmente a seus efeitos natriuréticos, com a
diminuição do volume circulante e do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o volume circulante
praticamente normaliza-se, e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP). Os DIU reduzem a PA e
diminuem a morbidade e a mortalidade CV. O efeito anti-hipertensivo não está diretamente ligado às doses
utilizadas, porém os efeitos colaterais guardam relação com a dose e a potência da ação diurética. Deve-se dar
preferência aos DIU tiazídicos (hidroclorotiazida) ou similares (clortalidona e indapamida) em doses baixas, pois
são mais suaves e com maior tempo de ação, reservando-se os DIU de alça (furosemida e bumetanida) às
condições clínicas com retenção de sódio e água, como a insuficiência renal (creatinina > 2,0 mg/dL ou o ritmo
de filtração glomerular estimado ≤ 30 mL/min/1,73m2) e situações de edema (IC, síndrome nefrítica).
A ação diurética da hidroclorotiazida reduz o volume plasmático, aumenta a atividade da renina plasmática e
aumenta a secreção de aldosterona, seguida por aumentos na concentração de potássio na urina e perda de
bicarbonato, e uma diminuição no teor de potássio sérico
ANLODIPINO - BCC
Esta classe de medicamentos bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das
arteríolas, reduz a disponibilidadede cálcio no interior das células, dificultando a contração muscular e,
consequentemente, diminui a RVP por vasodilatação. Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os
di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos. Os dihidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino,
levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na
FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos.
Convém dar preferência aos BCC de ação prolongada para evitar oscilações indesejáveis na FC e na PA. São
combinação
sinérgica,
/ A dose K efeito colateral /
terapêutico
:
=/ "" °
"""" + "
""
um inibe efeito colateral do outro)
musa . liso
= |" R" P facilitando vasodilataçãode [ ca" ] : A contração
antihipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade CV. Um estudo de desfecho reafirmou a
eficácia, a tolerabilidade e a segurança do uso dessa classe de medicamentos no tratamento da HA de
pacientes com DAC, constituindo-se em alternativa aos BB quando esses não puderem ser utilizados, ou em
associação, na angina refratária.
ATENOLOL - BB
Os BB têm ações farmacológicas complexas. Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção
de renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas.
Eles podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade para ligação aos receptores
adrenérgicos: 1) não seletivos – bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente
no miocárdio, quanto os beta-2, encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros
órgãos (propranolol, nadolol e pindolol, este último apresentando atividade simpatomimética intrínseca, agindo
como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia); 2) cardiosseletivos – bloqueiam
preferencialmente os receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol, que é o mais
cardiosseletivo); e 3) com ação vasodilatadora – manifesta-se por antagonismo ao receptor alfa-1 periférico
(carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol). O propranolol mostra-se também útil em pacientes com
tremor essencial, prolapso de válvula mitral, síndromes hipercinéticas (hipertireoidismo e síndrome do pânico),
cefaleia de origem vascular e hipertensão portal.
LOSARTANA - antagonistas dos receptores da angiotensina II
Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas
ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de
aldosterona). No tratamento da HA, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades,
proporcionam a redução da morbidade e da mortalidade CV e renal (doença renal do diabetes).
readaptação
antagonista foi seletivo Ir DC : t, renina ; de barone, pior ;
ticatewkmim nas
sinapses nervosas
.
→ bloqueador

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