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Aula 8 - Aplicação da Lei Penal Militar II

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Aplicação da Lei Penal Militar II
DIREITO PENAL MILITAR
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR II 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR QUANTO ÀS PESSOAS
Assemelhado
CPM. Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude 
de lei ou regulamento.
Obs.: � Hoje não existem mais esses Ministérios, mas Comandos. Não existe mais a figura 
do assemelhado a militar na esfera federal, pois os servidores civis não se submetem 
mais ao regime de hierarquia e disciplina (entendimento do STM). Por isso, esse art. 
21 perdeu sua aplicabilidade, embora ainda vigente no Código.
ATENÇÃO
Cuidado: o assemelhado era o servidor civil lotado nas Forças Armadas, encontrava-se 
submetido aos princípios da hierarquia e da disciplina e gozava dos direitos, vantagens e 
prerrogativas militares.
Equiparação a Comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, tôda 
autoridade com função de direção.
Obs.: � Pela letra fria do art. 23, poderíamos imaginar um civil equiparado a comandante, 
já que menciona apenas “toda autoridade” e não “toda autoridade militar”. Porém 
estaria incorreto; a interpretação deve ser de autoridade militar. Mas, qual a definição 
de comandante?
Estatuto dos Militares
Art. 34. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar é investido 
legalmente quando conduz homens ou dirige uma organização militar. O comando é vinculado ao 
grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o militar se define e se 
caracteriza como chefe.
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ATENÇÃO
À luz desse dispositivo, apenas a autoridade militar pode ser equiparada a comandante 
nos termos do citado art. 23 do CPM. Exemplo: Imagine que há um hospital militar dentro 
de uma organização militar, hospital esse que é chefiado por um coronel do exército (uma 
autoridade militar). Ele não exerce efetivamente um comando militar, mas essa direção 
equipara-se a comando para fins de aplicação da lei penal militar. Embora ele não receba o 
título formal de comandante, na prática, ele acaba sendo comandante daquela organização 
militar que é o hospital, com hierarquia, direção, função de chefia sobre todos os outros 
militares que lá trabalham.
A partir de agora, aborda-se aquilo que não se encontra previsto expressamente no CPM.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
A atividade hermenêutica é interpretar a lei, buscando seu alcance e extensão da 
forma mais fidedigna e precisa possível. Para tanto, o intérprete deve se utilizar de alguns 
mecanismos.
1. Interpretação quanto ao Objeto:
a) Objetiva ou Voluntas Legis: tenta aferir a suposta vontade da própria lei;
b) Subjetiva ou Voluntas Legislatoris: tenta aferir a vontade emanada pelo legislador na 
criação da norma.
2. Interpretação quanto ao Sujeito:
a) Autêntica: aquela realizada pelo próprio texto legal, no corpo da lei e pode ser:
• Contextual: aquela realizada no mesmo momento da edição da lei. Exemplo:
CPM. Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de 
efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.
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• Posterior: aquela realizada pela própria lei, mas após a sua criação com o objetivo de 
evitar divergências de interpretação. Exemplo: 
Art. 9º. (...) § 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos 
por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei n. 
13.491, de 2017)
Obs.: � Na própria CF, a competência do Tribunal do Júri está prevista no art. 5º como cláusula 
pétrea. Surgiram então divergências quanto ao texto original do art. 9º do CPM.
b) Doutrinária: aquela realizada por estudiosos e professores da ciência jurídica mediante 
observações e comentários acerca das normas; é o que conhecemos como doutrina.
c) Judicial: aquela realizada pelos aplicadores da norma nos processos em análise e 
julgamento (Poder Judiciário em geral diante do caso concreto).
3. Interpretação quanto aos Meios Empregados
a) Literal ou Gramatical: é aquela realizada com base apenas no significado das palavras;
b) Teleológica: tenta se alcançar a real finalidade da norma, o que ela queria efetivamente 
dizer e regular, ou seja, o “espírito da lei”;
c) Sistemática ou Sistêmica: aquela que verifica o dispositivo no contexto maior, 
considerando todo o arcabouço normativo, e não de forma isolada; e
d) Histórica: o intérprete volta ao passado, ao momento de edição da norma, e busca os 
fundamentos de sua criação, a razão de existência daquela norma.
4. Interpretação quanto aos Resultados
a) Declaratória: aquela em que o intérprete se limita a declarar a vontade da norma, sem 
ampliar e sem restringir o seu alcance. Exemplo:
Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: [...]
b) Restritiva: aquela em que o intérprete diminui o alcance da norma, pois esta disse mais 
do que deveria dizer.
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c) Extensiva: aquela em que o intérprete alarga sua interpretação e alcance, pois a lei 
disse menos do que deveria.
• Interpretação Analógica: assemelha-se a uma interpretação extensiva, mas diverge 
porque o próprio legislador permite a interpretação ser feita de forma analógica.
 – Na interpretação extensiva, o legislador não fala nada; ele disse menos e o intérprete 
ampliou. Já na interpretação analógica, semelhante a isso, a própria lei permite que 
o intérprete amplie alguma determinada conceituação. 
Art. 205. Matar alguém: (...)
§ 2º Se o homicídio é cometido: (...)
II – mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar desejos 
sexuais, ou por outro motivo torpe;
• Analogia: vale registrar que a analogia é uma forma de autointegração da lei penal 
militar, pois demanda a existência de uma lacuna (ausência de norma aplicável). 
Aplica-se uma norma relativa a uma situação semelhante a um caso semelhante.
ATENÇÃO
Cuidado: em matéria penal, somente se admite a analogia in bonam partem, isto é, quando a 
analogia tenha consequência melhor para o acusado. É absolutamente proibida a analogia 
que prejudica o acusado/investigado, chamada de analogia in malam partem.
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���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Fernando Pessôa da Silveira Mello. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.

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