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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Aplicação da Lei Penal Militar II DIREITO PENAL MILITAR A N O TA ÇÕ ES APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR II APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR QUANTO ÀS PESSOAS Assemelhado CPM. Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento. Obs.: � Hoje não existem mais esses Ministérios, mas Comandos. Não existe mais a figura do assemelhado a militar na esfera federal, pois os servidores civis não se submetem mais ao regime de hierarquia e disciplina (entendimento do STM). Por isso, esse art. 21 perdeu sua aplicabilidade, embora ainda vigente no Código. ATENÇÃO Cuidado: o assemelhado era o servidor civil lotado nas Forças Armadas, encontrava-se submetido aos princípios da hierarquia e da disciplina e gozava dos direitos, vantagens e prerrogativas militares. Equiparação a Comandante Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, tôda autoridade com função de direção. Obs.: � Pela letra fria do art. 23, poderíamos imaginar um civil equiparado a comandante, já que menciona apenas “toda autoridade” e não “toda autoridade militar”. Porém estaria incorreto; a interpretação deve ser de autoridade militar. Mas, qual a definição de comandante? Estatuto dos Militares Art. 34. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar é investido legalmente quando conduz homens ou dirige uma organização militar. O comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o militar se define e se caracteriza como chefe. 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Aplicação da Lei Penal Militar II DIREITO PENAL MILITAR A N O TA ÇÕ ES ATENÇÃO À luz desse dispositivo, apenas a autoridade militar pode ser equiparada a comandante nos termos do citado art. 23 do CPM. Exemplo: Imagine que há um hospital militar dentro de uma organização militar, hospital esse que é chefiado por um coronel do exército (uma autoridade militar). Ele não exerce efetivamente um comando militar, mas essa direção equipara-se a comando para fins de aplicação da lei penal militar. Embora ele não receba o título formal de comandante, na prática, ele acaba sendo comandante daquela organização militar que é o hospital, com hierarquia, direção, função de chefia sobre todos os outros militares que lá trabalham. A partir de agora, aborda-se aquilo que não se encontra previsto expressamente no CPM. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR A atividade hermenêutica é interpretar a lei, buscando seu alcance e extensão da forma mais fidedigna e precisa possível. Para tanto, o intérprete deve se utilizar de alguns mecanismos. 1. Interpretação quanto ao Objeto: a) Objetiva ou Voluntas Legis: tenta aferir a suposta vontade da própria lei; b) Subjetiva ou Voluntas Legislatoris: tenta aferir a vontade emanada pelo legislador na criação da norma. 2. Interpretação quanto ao Sujeito: a) Autêntica: aquela realizada pelo próprio texto legal, no corpo da lei e pode ser: • Contextual: aquela realizada no mesmo momento da edição da lei. Exemplo: CPM. Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade. 10m 15m 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Aplicação da Lei Penal Militar II DIREITO PENAL MILITAR A N O TA ÇÕ ES • Posterior: aquela realizada pela própria lei, mas após a sua criação com o objetivo de evitar divergências de interpretação. Exemplo: Art. 9º. (...) § 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017) Obs.: � Na própria CF, a competência do Tribunal do Júri está prevista no art. 5º como cláusula pétrea. Surgiram então divergências quanto ao texto original do art. 9º do CPM. b) Doutrinária: aquela realizada por estudiosos e professores da ciência jurídica mediante observações e comentários acerca das normas; é o que conhecemos como doutrina. c) Judicial: aquela realizada pelos aplicadores da norma nos processos em análise e julgamento (Poder Judiciário em geral diante do caso concreto). 3. Interpretação quanto aos Meios Empregados a) Literal ou Gramatical: é aquela realizada com base apenas no significado das palavras; b) Teleológica: tenta se alcançar a real finalidade da norma, o que ela queria efetivamente dizer e regular, ou seja, o “espírito da lei”; c) Sistemática ou Sistêmica: aquela que verifica o dispositivo no contexto maior, considerando todo o arcabouço normativo, e não de forma isolada; e d) Histórica: o intérprete volta ao passado, ao momento de edição da norma, e busca os fundamentos de sua criação, a razão de existência daquela norma. 4. Interpretação quanto aos Resultados a) Declaratória: aquela em que o intérprete se limita a declarar a vontade da norma, sem ampliar e sem restringir o seu alcance. Exemplo: Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: [...] b) Restritiva: aquela em que o intérprete diminui o alcance da norma, pois esta disse mais do que deveria dizer. 20m 25m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Aplicação da Lei Penal Militar II DIREITO PENAL MILITAR A N O TA ÇÕ ES c) Extensiva: aquela em que o intérprete alarga sua interpretação e alcance, pois a lei disse menos do que deveria. • Interpretação Analógica: assemelha-se a uma interpretação extensiva, mas diverge porque o próprio legislador permite a interpretação ser feita de forma analógica. – Na interpretação extensiva, o legislador não fala nada; ele disse menos e o intérprete ampliou. Já na interpretação analógica, semelhante a isso, a própria lei permite que o intérprete amplie alguma determinada conceituação. Art. 205. Matar alguém: (...) § 2º Se o homicídio é cometido: (...) II – mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe; • Analogia: vale registrar que a analogia é uma forma de autointegração da lei penal militar, pois demanda a existência de uma lacuna (ausência de norma aplicável). Aplica-se uma norma relativa a uma situação semelhante a um caso semelhante. ATENÇÃO Cuidado: em matéria penal, somente se admite a analogia in bonam partem, isto é, quando a analogia tenha consequência melhor para o acusado. É absolutamente proibida a analogia que prejudica o acusado/investigado, chamada de analogia in malam partem. 35m ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Fernando Pessôa da Silveira Mello. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.
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