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Anorexia Nervosa EM PORTUGAL Epidemiologia Nutricional Trabalho realizado por: Ana Freire Diana Filipe Marisa Geraldes Margarida Pocinho Índice Conteúdos Perturbações alimentares _______________________________________ 1 Anorexia Nervosa (AN) _________________________________________ 2 Dados Epidemiológicos ________________________________________ 4 Notas para Declarações Financeiras ______________________________ 7 Pág. 01 Anorexia Nervosa Perturbações alimentares As perturbações alimentares (anorexia nervosa e bulimia nervosa) são problemas psicopatológicos sérios que afetam principalmente as mulheres jovens. Por vezes, alguns padrões alimentares são levados a extremos centrando- se no medo de engordar, podendo levar a consequências graves na saúde. Estes podem-se manifestar em: Comer demais Comer muito pouco Utilizar diferentes estratégias para eliminar calorias. As pessoas que desenvolvem uma perturbação alimentar tornam-se bastante preocupadas com a forma corporal e com o peso, raramente se vêm como estando doentes e tentam esconder o seu comportamento. A perda de peso é vista como o único modo de se sentirem bem e de poderem ter controlo sobre a sua vida, por isso normalmente não procuram ajuda. Se uma perturbação alimentar não for tratada pode durar vários anos. A anorexia nervosa, a bulimia nervosa são exemplos de perturbações alimentares e afetam entre 2 – 6% das raparigas adolescentes. No entanto asua prevalência no sexo masculino tem vindo a aumentar. Pág. 02 Anorexia Nervosa Anorexia Nervosa (AN) O termo anorexia nervosa vem do grego: an significa ausência orexis apetite Na realidade, a anorexia não se trata somente da ausência de apetite, muitas vezes deve-se a uma recusa consciente e obstina de alimento por parte do indivíduo. Esta patologia leva à inanição (estado de vazio/ fraqueza extrema por falta de alimentação), excessiva perda de peso (autoimposta) e com grande desgaste físico e psicológico. Definição: A anorexia nervosa (AN) é uma doença do comportamento alimentar, que segundo Dunker et al., é caracterizada pelo medo mórbido de engordar, distorção da imagem corporal e perda significante de peso em consequência das restrições alimentares. Quais as sua causas? A causa da AN é multifatorial, podendo abordar o campo biológico, genético, familiar, interpessoal e sócio-cultural, mas as suas principais são: Baixa autoestima; Perfeccionismo; Necessidade de agradar aos outros; Medo da puberdade/busca de uma identidade, necessidade de sentir que pode ter controlo; Pressão social (“magreza é beleza”, meios de comunicação social, desportos/profissões como ginástica ou ballet) Família (quando algum dos membros também tem uma perturbação alimentar, ou como meio de exprimir a sua independência mostrando que toma decisões por si próprio dizendo “não à comida”); Pág. 03 Anorexia Nervosa Fazer dietas; Stress emocional (abuso físico/ sexual, problemas na vida, morte, fim de uma relação, casamento, saída de casa). Problemas de saúde causados pela anorexia A AN é uma doença muito grave, na medida em que acarreta consigo graves consequências para o organismo. Algumas surgem quando a patologia se inicia e outras aparecem mais tarde. CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA A CURTO PRAZO: Perda da menstruação nas raparigas, não estando grávidas nem a tomar pílula contracetiva (falha de pelo menos 3 ciclos consecutivos); Cabelo muito fino; Aparecimento de pelugem muito fina no corpo e na face (lanugo); Atraso da puberdade; Sentir frio constante; Dificuldade em dormir; Obstipação ou dor abdominal; Tensão arterial baixa, diminuição dos batimentos cardíacos e desmaios; Cansaço; Dificuldades de concentração; A LONGO PRAZO PODE AINDA CAUSAR: Osteoporose; Problemas cardíacos; Infertilidade; Morte (devido aos vários problemas de saúde e caso não receba o tratamento adequado). Pág. 04 Anorexia Nervosa Dados Epidemiológicos Papel da Epidemiologia O objetivo dos estudos epidemiológicos é fornecer dados estatísticos relativamente à extensão da morbilidade e da mortalidade na população e relacionar estes dados com as caraterísticas do ambiente e da população. Pode-se, então, considerar que a epidemiologia é estuda da “distribuição e dos fatores determinantes das doenças ou lesões nas populações Humanas (…) e ocupa-se da frequência, do tipo de doenças e dos fatores que influenciam a sua distribuição”, sendo normalmente expressa em termos de incidência e de prevalência (Mausener; Bahn, 1999, p.11). Em Relação à AN… Nas últimas décadas, a prevalência da NA tem vindo a aumentar em vários países. Este facto é preocupante e as investigações epidemiológicas sobre esta patologia estão, em parte, dificultada pela definição de casos clínicos, à baixa prevalência de perturbações do comportamento alimentar, à tendência de negação e/ou à ocultação por parte dos indivíduos com esta perturbação. Este distúrbio alimentar afeta maioritariamente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres (cerca de 90%), sendo mais frequente em mulheres do que em homens. A idade de maior incidência da AN é aos 17 anos e raramente ocorrem em mulheres com mais de 40 anos. Conclui-se, com estas informações, que os dados prováveis para a incidência da AN são cerca de pelo menos 8 por cada 100.000 pessoas ao ano. Calcula-se ainda, que todos os anos apareçam 2.500 novos casos. Portanto, na população em geral, a AN afeta aproximadamente 0,5% a 1% das adolescentes e das jovens adultas. Evidenciamos que 45% dos casos ocorrem em situações após dietas de emagrecimento e 40% dos casos devem-se a situações competitivas (Ballone, G., 2002). Pág. 05 Anorexia Nervosa Em Portugal Em Portugal, perspetiva-se que a prevalência da AN é relativamente baixa. Janete Frazão (2006) revelou que esta patologia poderá atingir entre 0,3% e 0,6% da população Portuguesa e dos casos existentes, 12% correspondem a adolescentes. O primeiro estudo publicado em Portugal foi realizado por Azevedo e Ferreira (1992) nos Açores. Os autores entrevistaram 580 homens e 654 mulheres estudantes dos 12 aos 20. Os autores relataram 2 casos de Anorexia Nervosa e 6 casos de Bulimia Nervosa e concluíram que a prevalência de perturbações do comportamento alimentar nos Açores era muito baixa tendo estimado uma prevalência total de 0,64% quando os síndromes parciais eram considerados. Um outro estudo realizado por Carmo e colaboradores (1996) utilizou um questionário para avaliar 2,422 mulheres da área de Lisboa com idades compreendidas entre os 103 os 21 anos. Baseados nas respostas dos sujeitos, os autores estimaram uma prevalência de 0,4% para anorexia nervosa e 12,6% para síndromes parciais. Um estudo semelhante junto da população universitária feminina (735 estudantes) revelou a presença de Bulimia Nervosa em 3% das estudantes. Mais tarde, Carmo e colaboradores (1999) num estudo junto de 2,398 alunas do ensino secundário das áreas de Lisboa e Setúbal estimaram a prevalência de 0,37% para a Anorexia Nervosa e 12,6% para síndromes parciais. Pocinho (1999) avaliou 549 estudantes do ensino secundário e superior (224 homens e 325 mulheres) com idades compreendidas entre os 12 e os 22 anos, da área de Coimbra. Baseado nas respostas de autorrelato das participantes do sexo feminino o autor estimou uma prevalência de 0,6% para a anorexia nervosa, 1,2% para a bulimia nervosa e 19% para perturbações do comportamento alimentar sem outra especificação. Por fim, um estudo realizado no norte do país junto de 486 estudantes universitárias em dois campus universitários revelou que 25% das participantes apresentavam um peso inferiorao normal. O desejo de perder peso caracterizava 70% das Pág. 06 Anorexia Nervosa participantes, destas apenas 7% tinha um peso superior ao normal e 19% tinha um peso inferior ao normal. Quando foi inquirida a presença de possíveis casos de perturbação alimentar 29 participantes relatavam cumprir os critérios de diagnóstico para a bulimia nervosa, 50 de perturbação de ingestão alimentar compulsiva e 1 caso parcial de anorexia nervosa (Machado,et al.,no prelo) Embora todos os estudos referidos anteriormente tenham algumas limitações metodológicas, nomeadamente, ausência de amostras representativas a nível nacional, entrevistas para confirmação de diagnóstico, os dados parecem apontar para números semelhantes aos de outros países europeus. Paralelamente, os três principais centros de tratamento de perturbações do comportamento alimentar relatam um número crescente de casos atendidos ao longo dos anos noventa. Um estudo mais recente realizado em duas etapas junto de uma amostra representativa da população escolar portuguesa entre os 13 e os 18 anos aponta para dados de prevalência da anorexia nervosa comparáveis aos encontrados em outros países ocidentais (c.f.,Machado,et al.,2003). Pág. 07 Anorexia Nervosa Notas para consulta webgráfica https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2938/1/Perturba%C3%A 7%C3%B5es%20Alimentares%20em%20Portugal.pdf https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/68853/2/8513.pdf file:///C:/Users/Diana/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/K2VIEQS3/TL0165.p df imagem http://upainforma.encontrarse.pt/Default.aspx?Tag=DOSSIER&DossierId=18 Escreva a legenda aqui. Para substituir a fotografia pela sua própria fotografia, selecione-a e, em seguida, prima em Eliminar. Irá ver um marcador de posição no qual pode clicar para selecionar a sua imagem. https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2938/1/Perturba%C3%A7%C3%B5es%20Alimentares%20em%20Portugal.pdf https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2938/1/Perturba%C3%A7%C3%B5es%20Alimentares%20em%20Portugal.pdf https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/68853/2/8513.pdf file:///C:/Users/Diana/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/K2VIEQS3/TL0165.pdf file:///C:/Users/Diana/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/K2VIEQS3/TL0165.pdf http://upainforma.encontrarse.pt/Default.aspx?Tag=DOSSIER&DossierId=18
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