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Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem do Trabalho - 
Biossegurança e Saúde do Trabalhador" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) 
conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação 
comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
80 horas Enfermagem do Trabalho - 
Biossegurança e Saúde do 
Trabalhador 
Samara Calixto Gomes 
 
 
 
 
 
 
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Biossegurança e Saúde do Trabalhador" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) 
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Enfermagem do Trabalho - 
Biossegurança e Saúde do 
Trabalhador 
Samara Calixto Gomes 
80 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5 
BIOSSEGURANÇA ............................................................................................................ 6 
SAÚDE DO TRABALHADOR .......................................................................................... 8 
ENFERMAGEM DO TRABALHO ................................................................................ 13 
4.1 MAS O QUE FAZ EXATAMENTE O ENFERMEIRO DO TRABALHO? ........... 13 
EQUIPE DE ENFERMAGEM DO TRABALHO .......................................................... 16 
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR .......................... 17 
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT .......................................... 20 
ACIDENTE DE TRABALHO E OBRIGAÇÕES DA EMPRESA .............................. 22 
8.1 ALGUNS TERMOS UTILIZADOS DIANTE DE UM ACIDENTE DE 
TRABALHO ................................................................................................................... 24 
8.1.1 Aposentadoria por Invalidez ............................................................................... 24 
8.1.2 Auxílio- Acidente ............................................................................................... 25 
8.1.3 Auxílio-Doença .................................................................................................. 25 
8.2 O SEGURADO SERÁ CONSIDERADO PELA EMPRESA COMO LICENCIADO
 25 
8.2.1 Comunicação do Acidente .................................................................................. 25 
8.2.2 Contaminação Acidental..................................................................................... 26 
8.2.3 Dia Do Acidente ................................................................................................. 26 
8.2.4 Doenças do Trabalho .......................................................................................... 26 
8.2.5 Doenças Profissionais ......................................................................................... 26 
8.2.6 Pensão por Morte ................................................................................................ 27 
8.2.7 Seguro Acidente do Trabalho – SAT ................................................................. 27 
DOENÇAS OCUPACIONAIS ......................................................................................... 28 
9.1 AS DOENÇAS OCUPACIONAIS MAIS COMUNS SÃO ..................................... 28 
9.1.1 Dermatoses Ocupacionais................................................................................... 28 
9.1.2 Doenças das Vias Aéreas .................................................................................... 29 
9.1.3 Estresse e Excesso de Trabalho .......................................................................... 29 
9.2 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS ............................................................................... 29 
9.2.1 Podem ser Causadas por ..................................................................................... 30 
9.3 LER, DORT OU AMERT ......................................................................................... 30 
9.4 PERDA AUDITIVA RELACIONADA AO TRABALHO (PAIR) ......................... 31 
PREVENÇÃO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS ........................................................ 32 
ERGONOMIA ................................................................................................................... 34 
REDUZINDO RISCOS NAS DIVERSAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ............................ 35 
12.1 NORMAS DE PRECAUÇÕES PADRÃO ............................................................. 35 
12.1.1 Luvas ................................................................................................................ 36 
 
 
12.1.2 Avental ............................................................................................................. 37 
12.1.3 Máscara ............................................................................................................. 37 
12.1.4 Óculos Protetores .............................................................................................. 37 
12.1.5 Botas ................................................................................................................. 38 
12.3 TIPOS DE RISCOS ................................................................................................. 38 
12.3.1 Riscos Ergonômicos ......................................................................................... 38 
12.3.2 Riscos Físicos ................................................................................................... 39 
12.3.3 Riscos Mecânicos ou de Acidentes .................................................................. 40 
12.3.4 Riscos Químicos ............................................................................................... 41 
12.3.5 Riscos Biológicos ............................................................................................. 42 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 45 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 48 
 
 
Unidade 1 – Apresentação 
 
 
5 
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material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
01 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
Nesta unidade, vamos tratar de um assunto de extrema importância e interesse para o 
profissional de saúde: Biossegurança e Saúde do Trabalhador. 
Nesse curso, iremos abordar os principais riscos ocupacionais, acidentes de trabalho 
e doenças que acometem trabalhadores e o papel do Enfermeiro do Trabalho. 
Todos os dias assistimos casos e mais casos de acidentes de trabalho. Como 
sabemos, todas as pessoas que trabalham em serviços de saúde estão altamente expostas a 
vários agentes desencadeadores de doenças de ordem física, química e biológica. Esse tipo 
de acidente poderia ser facilmente evitado com a utilização de apenas alguns cuidados 
básicos e ações de prevenção. 
O objetivo desse curso é inserir a Biossegurança nas nossas atividades diárias em 
uma forma preventiva e como controle para riscos ocupacionais, e principalmente frisar a 
sua importância como instrumento de proteção à vida, e qualquer que seja seu ambiente de 
trabalho. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
6 
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deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
02 
BIOSSEGURANÇA 
 
 
 
 
Biossegurança, que significa Vida + Segurança, em sentido amplo é conceituada como a 
vida livre de perigos. Dessa forma, medidas de biossegurança são ações que contribuem 
para a segurança da vida, no dia-a-dia das pessoas, como cinto de segurança, faixa de 
pedestres, entre outros. 
Assim, normas de biossegurança incluem todas as medidas que visam evitar riscos 
ocupacionais, que iremos aprender no decorrer do curso. Em um ambiente hospitalar, por 
exemplo, encontramos exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o 
trabalhador de saúde. Entre eles: radiações, alguns medicamentos e produtos químicos. 
Precisamos inicialmente definir o que é biossegurança: 
Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam 
a evitar ou controlar os riscos provocados pelo uso de agentes 
químicos, físicos e biológicos à biodiversidade. 
Outra definição nessa linha diz que: a biossegurança é o conjunto de ações voltadas 
para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, 
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do 
homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. 
Alguns autores definem a Biossegurança baseada na Medicina do Trabalho, como o 
“conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, 
empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos”. 
Tais definições demonstram que a biossegurança envolve as relações 
tecnologia/risco/homem. O risco biológico será sempre uma resultante de diversos fatores 
e, portanto, seu controle depende de ações em várias áreas, priorizando-se o 
desenvolvimento e divulgação de informações além da adoção de procedimentos 
correspondentes ás boas práticas de segurança para profissionais, pacientes e seu ambiente 
de trabalho. 
Unidade 2 – Biossegurança 
 
 
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O estudo sobre a Biossegurança iniciou-se na década de 70 na reunião de Asilomar 
na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da 
engenharia genética na sociedade. Esta reunião é um marco na história da ética aplicada à 
pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiram os aspectos de proteção aos 
pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o projeto de 
pesquisa. A partir daí o termo biossegurança, vem, ao longo dos anos, sofrendo alterações. 
Nessa época, o foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos 
riscos biológicos no ambiente ocupacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as 
práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível laboratorial, com agentes 
patogênicos para o homem. Já na década de 80, a própria OMS incorporou a essa definição 
os chamados riscos periféricos presentes em ambientes de trabalho, os agentes patogênicos 
para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. 
Portanto, os profissionais de saúde que trabalham com a diversidade de agentes 
desencadeadores de doenças, sejam eles os agentes físicos, químicos ou biológicos, estão 
potencialmente expostos a esses riscos. As ações que contribuem para a segurança de vida 
no dia-a-dia do profissional são genericamente consideradas medidas de biossegurança. 
Por essa razão, precisamos compreender biossegurança como uma garantia de 
direitos que direcionam e afirmam a saúde humana, a proteção do meio ambiente e o 
desenvolvimento sustentável. Os procedimentos de biossegurança terão que ser 
assegurados como instrumentos fundamentais dos profissionais de saúde. 
Assim, a Biossegurança está centrada na prevenção de acidentes em ambientes 
ocupacionais. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
8 
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03 
SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
 
 
 
A proteção da saúde do trabalhador se fundamenta, basicamente, na Lei Federal 6.514 de 
22 de dezembro de 1977, que alterou o capítulo V, título II da Consolidação das Leis do 
Trabalho aprovada pelo Decreto Lei 54.522 de 1º de maio de 1943. 
Recentemente, tem sido motivo de preocupação e discussão nas várias esferas 
governamentais, encontrando amparo em legislações específicas: a Lei Orgânica da Saúde 
(Lei 8080 de 19/9/1990) cita textualmente a saúde do trabalhador no âmbito do Sistema 
Unificado de Saúde (SUS) em seu art. 6º, parágrafo 3º. Da mesma forma procede a Lei 
Estadual Complementar 791 de 9/3/1995 (parte 2, título 1, cap. II, seção II, art. 17, inciso 
VI). 
As leis orgânicas municipais, em sua grande maioria, enfocam e destacam os 
programas de Atenção à Saúde do Trabalhador, a exemplo do município de São Paulo 
(título VI, cap. II, art.216 inciso II e título VI, cap. III artigos 219 e 220). 
O Ministério do Trabalho, através da Portaria 3.214 (de 8/6/1978), estabelece as 
Normas Regulamentadoras (NR). 
As NRs regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios 
relacionados à segurança e medicina do trabalho no país e estabelecem os requisitos 
técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). 
Atualmente existem 36 NRs, que abaixo estão listadas: 
NR1 – Estabelece as disposições gerais, ou seja, a importância, funções e 
competência da Delegacia Regional do Trabalho. 
NR2 – Refere-se à Inspeção Prévia. Define que todo estabelecimento novo, antes 
de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão 
do Ministério do Trabalho e Emprego. 
NR3 – Diz respeito ao Embargo ou Interdição. A Delegacia Regional do Trabalho, 
à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o 
Unidade 3 – Saúde do Trabalhador 
 
 
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trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, 
ou embargar a obra. 
NR4 – A organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
Medicina do Trabalho (SESMT) tem a finalidade de promover a saúde e proteger a 
integridade do trabalhador em seu local de trabalho; o dimensionamento dos SESMT, o 
número de funcionários e a graduação de risco. 
NR5 – Regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que 
deverá manter contato estreito e permanente com o Serviço Especializado em Engenharia 
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). 
NR6 – Regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), conceituados 
como todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física 
do trabalhador no local de trabalho. 
NR7 – Estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO). Refere-se à obrigatoriedade de exames médicos periódicos por ocasião de 
admissão, demissão, mudança de cargo/função ou setor e retorno às atividades, após 
afastamento por mais de 30 dias por motivo de saúde, inclusive gestação. Destaca-se que 
"o empregador é livre para decidir a quem deve empregar, masnão lhe é permitido exigir 
teste sorológico como condição de manutenção ou admissão do emprego ou cargo público, 
por caracterizar interferência indevida na intimidade dos trabalhadores e restrição ou 
discriminação não prevista na CLT e Código Penal Brasileiro". 
NR8 – Essa NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados 
nas edificações para garantir segurança e conforto aos seus trabalhadores. 
NR9 – Estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). São 
considerados riscos ambientais os agentes agressivos físicos, químicos e biológicos que 
possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador em ambientes de trabalho, em 
função da natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente. São 
considerados agentes biológicos os microorganismos como bactérias, fungos, rickettsias, 
parasitas, bacilos e vírus presentes em determinadas áreas profissionais. 
Estas duas importantes Normas Regulamentadoras – NR-7 e NR-9 –, que cuidam 
da saúde do funcionário e controle do ambiente, foram alteradas pela Portaria nº 24 de 29 
de dezembro de 1994. 
NR10 – Esta NR estabelece os requisitos e condições mínimas exigidas para 
garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem com instalações elétricas, 
em suas etapas de projeto, construção, montagem, operação emanutenção, bem como de 
quaisquer trabalhos realizados em suas proximidades. 
NR11 – Refere-se ao Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de 
Materiais. Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, 
guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de 
materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material. 
NR12 – Diz respeito à Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. 
Estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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equipamentos, comopiso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas 
sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação. 
NR13 – Estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as 
caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e 
manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em 
conformidade com a regulamentação profissional vigente no país. 
NR14 – procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com material 
refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, oferecendo 
o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores de fornos industriais. 
NR15 – Conceitua as atividades e operações insalubres, assegurando ao 
trabalhador, nestes casos, remuneração adicional (incidente sobre o salário mínimo 
regional). 
NR16 – Refere-se a atividades e operações perigosas, visando proteção aos 
trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, 
classificados como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e 
manutenção. 
NR17 – Essa NR está relacionada à ergonomia. Visa estabelecer parâmetros que 
permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente, incluindo os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de 
materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho 
e à própria organização do trabalho. 
NR18 – Refere-se às Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção. Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de 
organização. 
NR19 – Situa os procedimentos para manusear, transportar e armazenar explosivos 
de uma forma segura, evitando acidentes. 
NR20 – Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos 
inflamáveis e gás de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e 
como devem ser manuseados pelos trabalhadores. 
NR21 – Posiciona os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto, 
sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de 
proteger os trabalhadores contra intempéries. 
NR22 – Dispõe sobre procedimentos de Saúde e segurança ocupacional na 
mineração, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que 
proporcionem a seus empregados condições satisfatórias. 
NR23 – Estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir 
proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos 
suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto. 
Unidade 3 – Saúde do Trabalhador 
 
 
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NR24 – Propõe critérios mínimos, para fins de aplicação de condições sanitárias e 
de conforto, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, 
refeitórios, cozinhas e alojamentos. 
NR25 – Situa critérios para eliminação de resíduos industriais dos locais de 
trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar 
riscos à saúde e à segurança do trabalhado. 
NR26 – Tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de 
trabalho para prevenção de acidentes com sinalização de segurança. 
NR27 – Esta NR estabelecia que o exercício da profissão de técnico de segurança 
do trabalho dependia de registro no Ministério do Trabalho, fosse efetuado pela SSST, com 
processo iniciado através das DRT. Esta NR foi revogada pela portaria Nº 262 de 29 de 
maio de 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 
2º da supracitada portaria, o registro profissional do técnico de segurança do trabalho no 
ministério do trabalho será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional 
das Unidades Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante 
requerimento do interessado, que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O 
lançamento do registro será diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – 
CTP. 
NR28 – Estabelece que fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no 
cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do 
trabalhador. 
NR29 – Regulariza a proteção contra acidentes e doenças profissionais, alcançando 
as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam 
atividades nos portos organizados. 
NR30 – Aplica-se aos trabalhadores de plataformas marítimas e fluviais. 
NR31 – Tem o objetivo estabelecer segurança em atividades da agricultura, 
pecuária, silvicultura, exploração forestal e aquicultura. 
NR32 –Tem por finalidade estabelecer medidas de proteção à segurança e à saúde 
dos trabalhadores dos serviços de saúde. 
NR33 – Propõe requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o 
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes. 
NR34 – Tem por finalidade estabelecer os requisitos mínimos de proteção à 
segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de 
construção e reparação naval. 
NR35 – Entrou em vigor em setembro de 2012. Esta Norma estabelece os 
requisitos mínimos de proteção para o trabalho em altura. Considera-se trabalhoem altura 
toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco 
de queda. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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NR36 – Entrou em vigor em dezembro de 2012. Esta Estabelece os requisitos 
mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades 
desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao 
consumo humano, de forma a garantir a segurança, sem prejuízo da observância do 
disposto nos demais Normas Regulamentadoras. 
 
Unidade 4 – Enfermagem do Trabalho 
 
 
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04 
ENFERMAGEM DO TRABALHO 
 
 
 
 
A Enfermagem do trabalho pode ser entendida como cuidados. São adotados pela empresa, 
visando à prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a 
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. 
Em sua formação, o Enfermeiro do Trabalho estuda diversas disciplinas como 
Higiene e Biossegurança, Prevenção e Controle de Riscos, Equipamentos e Instalações, 
Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O 
Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Legislação, Normas Técnicas, 
Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e 
Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
 
 
4.1 MAS O QUE FAZ EXATAMENTE O ENFERMEIRO DO 
TRABALHO? 
De acordo com o Código Brasileiro de Ocupação (CBO - 0-71.40), O Enfermeiro do 
Trabalho estuda as condições de segurança e de perigo de uma empresa, observando locais 
de trabalho e identificando as necessidades do ambiente, higiene e melhoria do trabalho, 
sempre com o apoio da equipe do serviço. 
Além disso: 
 Elabora e executa plano e programas de proteção à saúde dos funcionários; 
 Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças profissionais 
ou não profissionais; 
 Analisa os fatores de insalubridade, riscos e condições de trabalho do menor e da 
mulher, propiciando a preservação da integridade física e mental do trabalhador; 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
14 
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 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença; 
administra medicamentos, realiza curativo e imobilizações, para posterior 
atendimento médico adequado, reduzindo as consequências e proporcionando apoio 
e conforto ao funcionário acidentado ou enfermo; 
 Elabora, executa, supervisiona e avalia as atividades de assistência de enfermagem 
aos trabalhadores, controlando sinais vitais, coletando material para exame 
laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo 
profissional (ausência de profissionais); 
 Organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal e 
material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem do 
trabalho, atendentes e outros, para promover o atendimento adequado às 
necessidades de saúde do trabalhador; 
 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao 
tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes; 
 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e 
estimulando a aquisição de hábitos sadios, prevenindo doenças profissionais, 
mantendo cadastros atualizados, preparando informes para subsídios processuais 
nos pedidos de indenização e orientando em problemas de prevenção de doenças 
profissionais. 
A Enfermagem do trabalho surgiu junto às primeiras leis de acidente do trabalho, 
na Alemanha a ano de 1884. Iniciou-se no Brasil por meio do Decreto legislativo nº. 3.724 
de 15 de janeiro de 1919, com o intuito de dar parâmetros legais para os trabalhadores que 
estão expostos aos ricos do dia-a-dia. 
O cuidado da Enfermagem Profissional veio para ser dirigido aos trabalhadores 
através de palestras de educação em saúde, primeiros-socorros, e até a reduzir o consumo 
de mão de obra desamparada por aspectos ético-legais, fazendo com que surja a 
enfermagem do trabalho. 
A enfermagem do trabalho é um ramo da enfermagem de saúde pública e, como tal 
utiliza os mesmos métodos e técnicas empregadas na saúde pública visando à promoção da 
saúde do trabalhador; proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades labora; 
proteção contra agentes químicos, físicos e biológicos e psicossociais; manutenção de sua 
saúde no mais alto grau de bem-estar físico e mental e recuperações de lesões, doenças 
ocupacionais ou não-ocupacionais e sua reabilitação ao trabalho. 
Além disso, tem um vasto campo para desempenhar suas funções, quer na prestação 
de assistência de enfermagem trabalhadores da empresa e aos seus dependentes, quer 
assumindo funções administrativas, educativas, de integração e de pesquisa. 
A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional aconteceu 
por meio da portaria nº3. 460 do ministério do trabalho, em 1975. 
A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente. Inicialmente a 
assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como atendimento emergencial na 
Unidade 4 – Enfermagem do Trabalho 
 
 
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empresa, entretanto, não muito valorizada. Contudo, o espaço para o desempenho 
profissional, principalmente do enfermeiro do trabalho está se ampliando a cada dia, seja 
na assistência direta aos trabalhadores e familiares ou no desempenho de funções 
administrativa, educacionais, de integração ou de pesquisa. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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05 
EQUIPE DE ENFERMAGEM DO 
TRABALHO 
 
 
 
 
A equipe é composta pelo auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico de enfermagem do 
trabalho e o enfermeiro do trabalho. 
O Enfermeiro do Trabalho (ET) é uma profissional no nível de 3º grau, 
classificado pelo COFEN no Quadro III - Lei 7.498/86 e Decreto nº 94.406, portador do 
Certificado de Estudos Complementares de Enfermagem do Trabalho e enquadrado nos 
serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, através 
da Portaria nº 06 do DSST, de 12/06/90, Art. 1º, subitem 4.4.1. 
O Técnico de Enfermagem do Trabalho (TET), o profissional de Enfermagem de 
Nível de 2º grau; Classificado pelo COFEN no Quadro II - Lei 7.498/86 e Decreto nº 
94.406/87 - Art. 10, portador do Certificado de Estudos Complementaresde Enfermagem 
do Trabalho, enquadrado nos serviços especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho, através da Portaria nº 06 do DSST, de 12/06/90, Art. 1º, subitem 
4.4.1. 
O Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (AET) é o profissional no nível de 2º 
grau, classificado pelo COFEN no Quadro III - Lei 7.498/86 e Decreto nº 94.406 - Art. 11, 
portador do Certificado de Estudos Complementares de Enfermagem do Trabalho, 
enquadrado nos serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho, através da Portaria nº 06 do DSST, de 12/06/90, Art. 1º, subitem 4.4.1. 
 
Unidade 6 – Condições de Segurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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06 
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE 
DO TRABALHADOR 
 
 
 
 
Dentro das perspectivas dos direitos do trabalhador em usufruir de uma boa e saudável 
qualidade de vida, verifica-se, a grande preocupação com as condições do trabalho. O que 
observamos ao longo da história da sociedade moderna é a dificuldade de conciliar 
economia e saúde no trabalho. As doenças aparentemente modernas (stress, neuroses e as 
lesões por esforços repetitivos), já há séculos vêm sendo diagnosticadas. 
Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a partir da Revolução 
Industrial. As doenças do trabalho aumentam em proporção a evolução e a potencialização 
dos meios de produção, com as deploráveis condições de trabalho e da vida das cidades. 
Em meados de 1919, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), objetivando 
uniformizar as questões trabalhistas, a superação das condições subumanas do trabalho e o 
desenvolvimento econômico, adota convenções destinadas à proteção da saúde e à 
integridade física dos trabalhadores: 
 Limitação da jornada de trabalho; 
 Proteção à maternidade; 
 Trabalho noturno para mulheres; 
 Idade mínima para admissão de crianças; 
 Trabalho noturno para menores. 
Atualmente, diversas ações foram implementadas envolvendo a qualidade de vida 
do trabalho, buscando intervir diretamente nas causas e não apenas nos efeitos a que estão 
expostos os trabalhadores. Ainda em 1919, por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 
15 de janeiro de 1919, implantaram-se serviços de medicina ocupacional, com a 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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fiscalização das condições de trabalho nas fábricas. Em 1948, com a criação da OMS - 
Organização Mundial da Saúde estabelece-se o conceito de que: 
“Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não 
somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo 
do grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos 
fundamentais de todo ser humano.” 
Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas, aprova a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se constitui uma fonte de 
princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao trabalhador: 
 O direito ao trabalho; 
 À livre escolha de emprego; 
 As condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra ao desemprego; 
 O direito ao repouso e ao lazer; 
 Limitação de horas de trabalho; 
 Férias periódicas remuneradas; 
 Padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar. 
Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva a organização do trabalho 
em vista da realidade do meio ambiente laboral adequar-se ao homem. 
Na década de 1960 inicia-se um movimento social renovado, revigorado e 
redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o valor da liberdade, o 
significado do trabalho na vida, o uso do corpo, notadamente nos países industrializados 
como a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e Itália. Nesse período, o problema 
da saúde do trabalhador passa a ser outro, desloca-se da atenção dos efeitos para as causas, 
o que envolve as condições e questões do meio ambiente. 
No início da década de 1970, o Brasil já apontava o maior índice de acidentes de 
trabalho. Em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis do 
Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à Segurança e 
Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201, com redação 
da Lei nº 6.514/77. 
Com a publicação da Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção de saúde 
ocupacional. Em 1979, a Comissão Intersindical de Saúde do Trabalhador, promove a 
Semana de Saúde do Trabalhador com enorme sucesso e em 1980 essa comissão de 
transforma no Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos 
Ambientes do Trabalho. 
Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do risco de acidentes, da 
insalubridade ao lado do movimento das campanhas salariais. Os diversos Sindicatos dos 
Unidade 6 – Condições de Segurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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Trabalhadores, como o das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, tiveram fundamental 
importância denunciando as condições inseguras e indignas observadas no trabalho. 
Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da etapa de saúde do 
trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está garantida a redução dos riscos inerentes 
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as 
Convenções 155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para a preservação da 
Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador. 
Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de 
vida no trabalho vêm ganhando importância no Governo, nas entidades empresariais, nas 
centrais sindicais e na sociedade como um todo. 
 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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07 
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO 
TRABALHO – CLT 
 
 
 
 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de 
maio de 1943, sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação 
trabalhista existente no Brasil. Seu principal objetivo é a regulamentação das relações 
individuais e coletivas do trabalho. 
A CLT é o resultado de propostas que atendesse à necessidade de proteção do 
trabalhador, dentro de um contexto de "estado regulamentador". Ela regulamenta as 
relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação já 
sofreu várias alterações, visando adaptar-se à realidade. Apesar disso, ela continua sendo o 
principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho e proteger os 
trabalhadores. 
Seus principais assuntos são: 
 Registro do Trabalhador/ Carteira de Trabalho; 
 Jornada de Trabalho; 
 Período de descanso; 
 Férias; 
 Medicina do Trabalho; 
 Categorias Especiais de Trabalhadores; Proteção do Trabalho da Mulher; 
 Contratos Individuais de Trabalho; 
Unidade 7 – A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT 
 
 
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 Organização Sindical; 
 Convenções Coletivas; 
 Fiscalização; 
 Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista. 
Apesar das críticas que vem sofrendo, a CLT cumpre seu papel, especialmente na 
proteção dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos seus aspectos burocráticos e 
excessivamente regulamentador, carece de uma atualização, especialmente para 
simplificação de normas aplicáveis a pequenas e médias empresas. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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08 
ACIDENTE DE TRABALHO E OBRIGAÇÕES 
DA EMPRESA 
 
 
 
 
O Enfermeiro do Trabalho, além de executar e planejar ações de prevenção de acidentes 
nas empresas e aos trabalhadores, também tem que conhecer as obrigações da empresa 
frente ao trabalhador acidentado. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança (SOBES), um 
Acidente de trabalho ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o 
segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado 
especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade 
para o trabalho. 
Consideram-se acidente do trabalho: 
I. Doença profissional, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinada atividade constante da respectiva relação elaborada pelo 
Ministério da Previdência Social; 
II. Doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais 
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da 
respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social. 
Não são consideradas como doença do trabalho: 
I. Doença degenerativa; 
II. A inerente a grupo etário; 
III. A que não produza incapacidade laborativa; 
Unidade 8 – Acidente de Trabalho e Obrigações da Empresa 
 
 
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IV. A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se 
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto 
determinado pela natureza do trabalho. 
Equiparam-se ao acidente do trabalho: 
I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua 
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua 
recuperação; 
II. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
consequência de: 
III. Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de 
trabalho; 
IV. Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada 
ao trabalho; 
V. Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro 
de trabalho; 
VI. Ato de pessoa privada do uso da razão; 
VII. Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força 
maior; 
VIII. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
atividade; 
IX. O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: 
X. Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
XI. Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
XII. Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta 
dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão-de-obra, 
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de 
propriedade do segurado; 
XIII. No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
XIV. Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de 
outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado 
é considerado no exercício do trabalho; 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, 
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do 
anterior. 
Na ocorrência de um acidente de Trabalho, a empresa é responsável pela adoção e 
uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, 
sendo também seu dever prestar informações detalhadas sobre os riscos da operação a 
executar e do produto a manipular. Caso contrário, constitui-se em contravenção penal, 
punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do 
trabalho. Em casos de negligência às normas de segurança e saúde do trabalho, a 
previdência social proporá ação regressiva contra os responsáveis. 
O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente do 
trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. A empresa deve 
comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao 
da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de 
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, 
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. 
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio 
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou 
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um dia útil. 
Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento da 
legislação. 
Cabe ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorrência ao setor de 
fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida. 
 
 
8.1 ALGUNS TERMOS UTILIZADOS DIANTE DE UM ACIDENTE DE 
TRABALHO 
 
8.1.1 Aposentadoria por Invalidez 
Ocorre quando o segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado 
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a 
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. 
A concessão dependerá da verificação mediante exame médico pericial a cargo da 
Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico 
de sua confiança. Sendo dessa forma confirmada, a aposentadoria por invalidez será devida 
ao segurado empregado, a contar do 16º dia do afastamento da atividade, ou a partir da 
entrada do requerimento, se entre o afastamentoe a entrada do requerimento decorrer mais 
de 30 dias. 
Unidade 8 – Acidente de Trabalho e Obrigações da Empresa 
 
 
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O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua 
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. 
 
8.1.2 Auxílio- Acidente 
O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a 
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequelas que 
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
 
8.1.3 Auxílio-Doença 
Será destinado ao segurado que, cumprido o período de carência exigido pelo Ministério da 
Previdência e Assistência Social, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua 
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Durante os primeiros quinze 
dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à 
empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. A empresa que dispuser de 
serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das 
faltas correspondentes aos primeiros quinze dias, devendo encaminhar o segurado 
empregado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar os 
quinze dias. 
O segurado em auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade 
habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional para o exercício de 
outra atividade. 
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de 
nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for 
aposentado por invalidez. 
 
 
8.2 O SEGURADO SERÁ CONSIDERADO PELA EMPRESA COMO 
LICENCIADO 
 
8.2.1 Comunicação do Acidente 
A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º dia útil 
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob 
pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, 
sucessivamente aumentada nas reincidências. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio 
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou 
qualquer autoridade pública, não prevalecendo o prazo previsto de um dia, sendo que a 
empresa não se exime de sua responsabilidade pela comunicação do acidente feita pelos 
terceiros acima citados. 
 
8.2.2 Contaminação Acidental 
A doença proveniente de contaminação acidental do empregado, no exercício de sua 
atividade, é prevista em lei. Assim, se um funcionário de hospital, responsável pela triagem 
de pacientes, entre eles portadores de doenças infectocontagiosas, eventualmente contrair 
tuberculose, a hipótese estará coberta pelo seguro, ou seja, presume-se que a tuberculose 
tenha sido adquirida no hospital ou serviço de saúde e o profissional terá direito aos 
benefícios previstos em lei. 
 
8.2.3 Dia Do Acidente 
Considera-se no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da 
incapacidade laboral para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação 
compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo o que ocorrer primeiro. 
 
8.2.4 Doenças do Trabalho 
Também consideradas doenças profissionais atípicas. Referem-se a males originados, 
desencadeados ou agravados por condições especiais do trabalho. Também exigem 
comprovação do vínculo causal com o trabalho. 
Resultam de risco específico e direto, havendo necessidade de notificação e 
documentação que comprovem o nexo. Para tanto, como comprovar que o funcionário 
adquiriu hepatite B após uma exposição acidental, já que a doença pode ser adquirida por 
contato sexual? Somente com documentação adequada da fonte de contágio, do acidente e 
da soroconversão laboratorial poderá ser estabelecido nexo causal. 
 
8.2.5 Doenças Profissionais 
Consistem em doenças características de determinadas ocupações ou atividades. Algumas 
necessitam de comprovação de vínculo de causalidade com o trabalho, existindo presunção 
legal em tal sentido. Decorrem de agressões cotidianas que vulneram as defesas orgânicas, 
e por efeito cumulativo, desencadeiam o processo mórbido; resultam de risco específico 
direto. 
Unidade 8 – Acidente de Trabalho e Obrigações da Empresa 
 
 
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8.2.6 Pensão por Morte 
A pensão por morte, seja por acidente típico, seja por doença ocupacional, é devida aos 
dependentes do segurado. 
 
8.2.7 Seguro Acidente do Trabalho – SAT 
O Seguro Acidente do Trabalho (SAT) tem sua base constitucional estampada no inciso 
XXVIII do art. 7º, Inciso I do art. 195 e inciso I do art. 201, todos da Carta Magna de 1988, 
garantindo ao empregado um seguro contra acidente do trabalho, a expensas do 
empregador, mediante pagamento de um adicional sobre a folha de salários, com 
administração atribuída à Previdência Social. 
 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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09 
DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
 
 
 
Chamamos de Doenças Ocupacionais, as doenças que causam alterações na saúde do 
trabalhador e que são provocadas por fatores relacionados ao ambiente de trabalho, 
exposição do trabalhador aos riscos da atividade que desenvolve, podendo resultar em 
afastamentos temporários, repetitivos e até definitivos. A maior incidência destas doenças 
ocorre na faixa dos 30 aos 40 anos, causando um prejuízo à produtividade do trabalhador e 
consequentemente a interrupção de sua carreira e desestabilizar a sua vida. 
As mais comuns são doenças do sistema respiratório e da pele. Os cuidados são 
essencialmente preventivos, pois a maioria é de difícil tratamento. Uma doença 
ocupacional normalmente é adquirida quando um trabalhador é exposto acima do limite 
permitido por lei a agentes químicos, físicos, biológicos ou radioativos, sem proteção 
compatível com o risco envolvido. Essa proteção pode ser na forma de Equipamento de 
Proteção Coletiva (EPC) ou Equipamento de Proteção Individual (EPI). 
No Brasil, a doença ocupacional é equiparada ao acidente de trabalho, gerando os 
mesmos direitos e benefícios. O diagnóstico das doenças ocupacionais é feito através de 
exames físicos, ocupacionais e complementares, conforme critérios médicos. 
 
 
9.1 AS DOENÇAS OCUPACIONAIS MAIS COMUNS SÃO 
 
9.1.1 Dermatoses Ocupacionais 
Também chamadas de dermatites de contato, são alterações da pele e das mucosas 
causadas, mantidas ou agravadas, direta ou indiretamente, por determinadas atividades 
profissionais. O tipo mais comum é causado pelocontato com substâncias que podem ser 
Unidade 9 – Doenças Ocupacionais 
 
 
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irritantes, como ácidos, materiais alcalinos como, por exemplo, sabonetes, detergentes, 
solventes e outras substâncias químicas. 
Também podem ser provocados pela exposição a um determinado material ao qual 
a pessoa seja hipersensível ou alérgica, como perfumes, fragrâncias, adesivos e cosméticos. 
Há o caso em que produtos causam reações somente quando em contato com a pele e 
expostos à luz solar, a esse evento damos o nome de fotossensibilidade. Exemplo: loções 
para barbear, filtros solares, pomadas com sulfas, perfumes, produtos com alcatrão. 
Alguns poucos alérgenos transportados pelo ar, como a ambrosia e os inseticidas 
em spray, também podem causar uma dermatite de contato. Os principais sintomas são: 
Prurido (coceira) na pele; Formação de bolhas que formar crostas e descamações; Pele 
grossa e rachada, quando não tratada corretamente. 
 
 
9.1.2 Doenças das Vias Aéreas 
Alguns exemplos são as pneumoconioses causadas pela poeira da sílica, como a silicose e 
do asbesto, como a asbestose, além da asma ocupacional. Substâncias agressivas inaladas 
no ambiente de trabalho se depositam nos pulmões, provocando falta de ar, tosse, chiadeira 
no peito, espirros e lacrimejamento. 
 
9.1.3 Estresse e Excesso de Trabalho 
O estresse não é propriamente uma doença e sim, um estado do organismo quando 
submetido ao esforço e à tensão. Numa situação estressante, o corpo sofre reações 
químicas normais que preparam o organismo para enfrentar a situação. O prejuízo, 
entretanto acontece, quando as situações estressantes são contínuas e o organismo começa 
a sofrer com as constantes reações químicas que se sucedem, sem que haja tempo para a 
eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o descanso e recuperação 
física e emocional. Na maioria das vezes, é causado por sobrecarga de tarefas e ausência de 
intervalos para descanso e/ou exercícios físicos. 
Os sintomas do estresse são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes. Podem ir 
desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de 
concentração ou tensão muscular, a dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, 
problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos 
como síndromes, depressão e pânico. 
 
9.2 INTOXICAÇÕES EXÓGENAS 
 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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9.2.1 Podem ser Causadas por 
 Agrotóxicos: os pesticidas (defensivos agrícolas) provocam grandes danos à saúde 
e ao meio ambiente; 
 Chumbo (saturnismo): a exposição contínua ao chumbo, presente em fundições e 
refinarias, provoca, a longo prazo, um tipo de intoxicação que varia de intensidade 
de acordo com as condições do ambiente (umidade e ventilação), tempo de 
exposição e fatores individuais (idade e condições físicas); 
 Mercúrio (hidrargirismo): o contato com a substância se dá por meio da inalação, 
absorção cutânea ou via oral da substância; ocorre com trabalhadores que lidam 
com extração do mineral ou fabricação de tintas; 
 Solventes orgânicos (benzenismo): por serem tóxicos e agressivos, podem 
contaminar trabalhadores de refinarias de petróleo e indústrias de transformação. 
 
 
9.3 LER, DORT OU AMERT 
Conjunto de doenças que atingem principalmente os músculos, tendões e nervos. O 
problema é decorrente do trabalho com movimentos repetitivos, esforço excessivo, má 
postura e estresse, entre outros. Chamamos de LER a Lesão por Esforço Repetitivo. 
A LER não é propriamente uma doença, é uma síndrome constituída por um grupo 
de doenças que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores principalmente, 
e sobrecarrega o sistema musculoesquelético. É um distúrbio que provoca dor e 
inflamação, podendo alterar a capacidade funcional da região comprometida. Sua 
prevalência é maior no sexo feminino. 
Também chamada de DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho, 
LTC - Lesão por Trauma Cumulativo e AMERT - Afecções Musculares Relacionadas ao 
Trabalho. 
Todas essas siglas identificam um conjunto de doenças com características 
próprias, reunidas entre si porque têm como aspecto comum a dor crônica 
musculoesquelética e correlação direta ou indireta com o trabalho que o indivíduo executa. 
A mudança de nomenclatura ajudou a reconhecer que as doenças ocupacionais são 
causadas por múltiplas causas e não só pela repetitividade e priorizou o diagnóstico e 
tratamento precoce dessas doenças ao mudar o termo de lesão para distúrbio. 
A AMERT é uma patologia moderna causada por mecanismos de agressão, que vão 
desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, que 
não respeitam o ritmo muscular normal, postura inadequada e estresse. 
Unidade 9 – Doenças Ocupacionais 
 
 
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Tal associação de terminologias fez com que a condição fosse entendida apenas 
como uma doença ocupacional, e que existem profissionais expostos a maior risco: pessoas 
que trabalham com computadores, em linhas de montagem e de produção ou operam 
britadeiras, assim como digitadores, músicos, esportistas, pessoas que fazem trabalhos 
manuais, como tricô e crochê. 
São patologias que tem sua causa no trabalho e não fora dele. Entre estas patologias 
se se encontram: Bursites; Cefaleias (dores de cabeça); Cervicalgias (dor no pescoço); 
Dedo em gatilho; Epicondilites (dor no cotovelo); Hérnia de disco; Lombalgias; Mialgias; 
Síndrome do desfiladeiro torácico; Síndrome do pronador redondo; Síndrome do túnel do 
carpo; Tenossinovite; Tendinites. 
Os principais sintomas de LER iniciam com cansaço e um pouco de dor que 
melhoram no final de semana, fase onde geralmente acontece a automedicação. Com o 
tempo a dor aumenta e outros sintomas iniciam, tais como formigamento, inchaço, dores 
de cabeça e gastrite. A gastrite por muitas vezes é consequência do uso indevido de 
antiinflamatórios. Podem evoluir até incapacidade de movimentos, impossibilitando o 
trabalhador de realizar suas tarefas. 
O trabalhador AMERT, apresenta um grande desequilíbrio no sistema 
musculoesquelético. Além disso, o sistema visceral também está prejudicado com sensação 
de pirose, inchaço abdominal, digestão lenta, constipação intestinal, taquicardia, etc. O 
sistema neurovegetativo, responsável pela circulação, estado de vigília e emocional, 
também estará alterado causando cansaço e desânimo. O principal tratamento é controlar e 
eliminar a dor, realizar rodízios no local de trabalho ou troca de atividades, adequar-se a 
uma postura correta. O tempo de tratamento dependerá da cronicidade da doença. 
 
 
9.4 PERDA AUDITIVA RELACIONADA AO TRABALHO (PAIR) 
Diminuição gradual da audição decorrente da exposição contínua a níveis elevados de 
ruídos. Além da perda auditiva, outras alterações importantes podem prejudicar a 
qualidade de vida do trabalhador. 
 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador32 
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10 
PREVENÇÃO DE DOENÇAS 
OCUPACIONAIS 
 
 
 
 
É função do Enfermeiro do Trabalho orientar trabalhadores a conhecer e identificar os 
sinais do próprio corpo para perceber o início de qualquer desconforto, para em seguida, 
buscar adaptar as técnicas da ergonomia ao seu local de trabalho. 
Abaixo listamos alguns sintomas mais comuns, e que requerem a procura por um 
médico: 
 Cansaço excessivo; 
 Desconforto após a jornada de trabalho; 
 Inchaço; 
 Formigamento dos pés e das mãos; 
 Sensação de choque nas mãos; 
 Dor nas mãos; 
 Perda dos movimentos da mão. 
Ativar os músculos com exercícios diários, mesmo os de relaxamento, é um bom 
começo para se livrar do estresse. Além de exercícios físicos, alguns cuidados devem ser 
tomados visando à prevenção das afecções de trabalho. 
 Conforto durante a realização das tarefas. 
 As operações de trabalho devem estar ao alcance das mãos. 
Unidade 10 – Prevenções de Doenças Ocupacionais 
 
 
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 As máquinas devem estar posicionadas de forma que a pessoa não tenha que se 
curvar ou torcer o tronco para pegar ou utilizar ferramentas com frequência. 
 A mesa deve estar posicionada de acordo com a altura de cada pessoa e ter espaço 
para a movimentação das pernas. 
 As cadeiras devem ter altura para que haja apoio dos pés, formato anatômico para o 
quadril e encosto ajustável. 
 Pausa durante a realização das tarefas permite um alívio para os músculos mais 
ativos. 
 Durante estas pausas, se levante e caminhe um pouco. Se possível, realize 
exercícios de alongamento. 
 Evitar o contato com a substância que desencadeou a reação por contato, no caso de 
dermatites ou outras doenças ocupacionais. 
 É importante o uso de EPI ou outras formas de isolamento. 
 A lavagem de mãos sempre é indispensável. 
 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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ERGONOMIA 
 
 
 
 
A ergonomia é uma disciplina científica que estuda as relações entre o homem, seu 
trabalho, equipamentos e meio ambiente. Previne o surgimento de doenças ocupacionais 
durante o processo de produção de atividades. O objetivo é a adaptação do posto de 
trabalho, instrumentos, máquinas, horários e meio ambiente às exigências da função. Ela 
facilita o desenvolvimento e o rendimento das atividades de trabalho. Está relacionada à 
postura adequada ao trabalho. 
Unidade 12 – Reduzindo Riscos nas Diversas Áreas de Atuação 
 
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12 
REDUZINDO RISCOS NAS DIVERSAS 
ÁREAS DE ATUAÇÃO 
 
 
 
 
Inicialmente, temos que conhecer os riscos, seus tipos e estabelecer um mapeamento de 
risco. Ao notificar acidentes e situações anômalas aos especialistas em saúde ocupacional e 
controle de infecção hospitalar, estaremos estabelecendo uma base de dados que servirão 
de análise e logo após, transformadas em propostas preventivas e melhoria do conforto e 
da qualidade do trabalho. 
 
 
12.1 NORMAS DE PRECAUÇÕES PADRÃO 
O conhecimento das vias de transmissão de microrganismos nos permite a racionalização 
das medidas de isolamento, necessárias para interromper a cadeia de propagação dos 
agentes infecciosos em serviços de saúde. 
Segundo informações disponíveis no Ministério da Saúde, os casos de infecção 
profissional pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ocorreram pelo contato com 
sangue, secreções sexuais, fluídos e secreções contendo sangue. 
Diante disso e do crescimento de casos de AIDS nos EUA, os Centers for Disease 
Controland Prevention (CDC) recomendaram o uso de medidas de barreira todas as vezes 
que ocorrer a possibilidade de contato com os materiais supracitados, independentemente 
do conhecimento do estado sorológico dos pacientes. Tais medidas foram denominadas 
Precauções Universais (PU). 
Devido às dificuldades detectadas em sua aplicação, essas medidas foram revisadas 
para reduzir o risco de transmissão de microorganismos a partir de fontes em hospitais, 
surgindo à proposta de utilização de novas medidas, chamadas de Precauções Padrão. As 
PP incluem o uso de barreiras (Equipamento de Proteção Individual) e são aplicadas todas 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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as vezes que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções e fluidos 
corpóreos (exceto suor), mucosas e pele não-íntegra. 
Incluem também os seguintes isolamentos 
 Precauções com aerossóis, no qual é obrigatório o uso de máscaras N-95 para 
doenças como sarampo, varicela e tuberculose; 
 Precauções com gotículas, incluídas todas as doenças que necessitem de isolamento 
com máscaras, exceto as três já citadas, como exemplo, difteria e doença 
meningocócica; 
 Precauções de contato, tipo de isolamento em que são incluídas as doenças como 
cólera e aquelas causadas por microorganismos multirresistentes. 
De forma bastante resumida, tais medidas compreendem o uso de Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI), tais como luvas, aventais, máscaras, protetores oculares e botas, 
para proteger áreas do corpo expostas ao contato com materiais infectantes. Faz-se 
necessário evitar tanto o exagero quanto a displicência na utilização dos materiais usados 
nas precauções, discriminados a seguir. 
 
 
12.1.1 Luvas 
A luva é uma vestimenta que serve de barreira física na proteção contra acidentes de 
trabalho. Cobre mãos, punho e alguns modelos, cobre parte do antebraço. Podem proteger 
em aço, inox, cortes indevidos em facas, lâminas ou outros objetos cortantes. 
As luvas de látex são superiores às de vinil por apresentarem maior resistência e 
menor número de defeitos de fabricação. Em procedimentos cirúrgicos recomenda-se o uso 
de luvas reforçadas (de maior espessura) ou, em sua falta, de duas luvas para reduzir a 
chance de exposições em acidentes perfurocortantes. 
A existência de camadas internas de algodão, poliéster ou kevlar aumenta a 
proteção de funcionários e de pacientes em caso de acidente. 
Ressalta-se a importância da adequação das luvas às características de cada setor e 
de suas atividades (ex.: as de limpeza não precisam permitir a mesma sensibilidade que as 
cirúrgicas). Devem ser usadas quando houver contato com sangue e fluidos corpóreos, 
mucosas ou pele não íntegra, para manuseio de itens ou superfícies sujas com sangue e 
fluidos e para punção venosa ou outros acessos vasculares. 
As luvas deverão ser trocadas apóscontato com cada paciente, enfatizando-se ao 
profissional que as utiliza a importância de conhecer as limitações de suas atividades, de 
forma a não prejudicar outras pessoas (exemplo: desencorajar funcionários com luvas a 
apertar botões de elevadores, atenderem telefones ou tocar maçanetas). Vale lembrar que o 
uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos. 
Unidade 12 – Reduzindo Riscos nas Diversas Áreas de Atuação 
 
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12.1.2 Avental 
Indicado em procedimentos de isolamento com risco de contato com material infectante e 
procedimentos cirúrgicos. Em situações com grande exposição a sangue, como partos 
vaginais, cirurgias cardiovasculares, convém usar aventais impermeáveis que protejam 
tronco, membros superiores e, se necessário, membros inferiores. 
Outros tipos de aventais, como os de pano, são satisfatórios para a maioria das 
situações em serviços de saúde. Apesar das dificuldades vividas na prática quanto à 
quantidade de aventais necessários e à impossibilidade de compra de aventais descartáveis, 
existem alternativas para se racionalizar o uso por enfermaria ao evitar o trânsito 
desnecessário em outras dependências do hospital. 
 
12.1.3 Máscara 
As máscaras de pano, por se tornarem úmidas, são menos eficientes que as demais para a 
filtragem de partículas. Têm sido substituídas por máscaras descartáveis que, no entanto, 
protegem por tempo limitado, apesar de atenderem à maioria das situações clínicas. 
Máscaras que filtram partículas de até 5 micra são as melhores para impedir a aquisição de 
tuberculose. Este tipo de máscara, embora mais dispendioso, é indispensável em 
determinadas situações. 
As máscaras ou respiradores (chamadas N-95) devem ser utilizados pelos 
profissionais de saúde em contato com pacientes com: tuberculose, sarampo ou varicela; 
sintomáticos respiratórios; em procedimentos cirúrgicos; durante necrópsia de pacientes 
suspeitos de tuberculose. Uma máscara é adequada quando se adapta bem ao rosto do 
usuário e filtra partículas de tamanho correto, de acordo com sua indicação. 
Em estudo realizado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, observou-se que 
66% dos profissionais de atenção direta entrevistados referiram adesão ao uso do 
respirador N-95. A principal queixa alegada para não utilização foram o desconforto e a 
dificuldade para respirar. 
 
12.1.4 Óculos Protetores 
Aqueles feitos de materiais rígidos, como acrílico e polietileno, são bons protetores 
oculares e limitam a entrada de respingos pelas porções superiores e laterais dos olhos. 
Indicados em procedimentos invasivos, como a entrada cirúrgica nos tecidos, cavidades ou 
órgãos e mucosas que possam gerar respingos e devem ser usados também em necrópsia. 
As maiores limitações ao seu uso têm sido relacionadas à embaçamento ou distorção de 
imagens, especialmente por ocasião de cirurgias. 
Enfermagem do Trabalho – Biossegurança e Saúde do Trabalhador 
 
 
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Para a correção do problema, algumas mudanças quanto a material e uso de 
substâncias surfactantes têm sido estudadas. 
 
12.1.5 Botas 
Seu uso é indicado durante procedimentos de limpeza hospitalar, para profissionais da área 
contaminada da lavanderia e para aqueles que realizam autópsias. A necessidade do uso de 
EPI é variável segundo a doença, estado clínico dos pacientes e procedimento a ser 
executado. Vale salientar a importância da lavagem das mãos independentemente do uso 
de EPI, como método preventivo para a quebra da cadeia de transmissão do profissional 
para os clientes. 
 Mas já que falamos sobre as medidas de proteção, que tal revisarmos sobre os 
riscos? 
 
 
12.3 TIPOS DE RISCOS 
Chamamos de Risco toda chance de lesão, dano ou perda. Os riscos no ambiente de 
trabalho podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a Portaria nº 3.214, do 
Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contém uma série de normas 
regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à Segurança e 
Medicina do Trabalho. 
Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma Regulamentadora nº 5 (NR-
5). São eles: 
 Riscos Ergonômicos 
 Riscos Físicos 
 Riscos Mecânicos 
 Riscos Químicos 
 Riscos Biológicos 
 
12.3.1 Riscos Ergonômicos 
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, 
causando desconforto ou afetando sua saúde. Estes riscos são contrários às técnicas de 
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ergonomia, que exigem que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, 
proporcionando bem estar físico e psicológico. 
Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos (do ambiente) e 
internos (do plano emocional), em síntese, quando há disfunção entre o indivíduo e seu 
posto de trabalhos. 
Ex: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, 
postura inadequada de trabalho. 
 
RISCOS ERGONÔMICOS CONSEQUÊNCIAS 
Esforço físico; Levantamento e 
transporte manual de pesos; 
Exigências de posturas. 
Cansaço, dores musculares, fraquezas, 
hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças 
nervosas, acidentes e problemas da coluna 
vertebral. 
Ritmos excessivos; 
Trabalho de turno e noturno; 
Monotonia e repetitividade; 
Jornada prolongada; 
Controle rígido da produtividade; 
Outras situações (conflitos, ansiedade, 
responsabilidade). 
Cansaço, dores musculares, fraquezas, 
alterações do sono, da libido e da vida social, 
com reflexos na saúde e no comportamento, 
hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatia, 
asma, doenças nervosas, doenças do 
aparelho digestivo (gastrite, úlcera, etc.), 
tensão, ansiedade, medo e comportamentos 
estereotipados. 
 
12.3.2 Riscos Físicos 
São riscos físicos as diversas formas de energia que possam estar expostos os 
trabalhadores. 
Ex: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes, vibração etc. 
RISCOS FÍSICOS CONSEQUÊNCIAS 
Ruídos Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da 
audição, aumento da pressão arterial, problemas do 
aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto. 
Vibrações Cansaço, irritação, dores dos membros, dores na coluna, 
doença do movimento, artrite, problemas digestivos, 
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lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões 
circulatórias, etc. 
Calor Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, 
choques térmicos, fadiga térmica, perturbações das 
funções digestivas, hipertensão. 
Radiações 
Ionizantes 
Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, 
acidentes de trabalho. 
Radiações não 
Ionizantes 
Queimaduras, lesões

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