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Economia Brasileira
Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e 
desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Nelson Calsavara Garcia Junior
Revisão Textual:
Profª. Esp Márcia Ota
5
• Democracia e Desenvolvimento
• Plano de Metas 
• Execução de política econômica e o Plano 
de Estabilização
Caros alunos, sejam bem-vindos ao estudo de mais uma unidade da disciplina de Economia 
Brasileira Contemporânea I!
Para o bom andamento dos trabalhos, será fundamental o envolvimento e interesse de vocês, 
por meio da leitura completa da bibliografia proposta ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: 
Cem Anos de Política Econômica Republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 2004, 
capítulo VII (Democracia com desenvolvimento, páginas 171 a 196), pelo contato com o 
professor para o esclarecimento de dúvidas, ou ainda pela resolução das tarefas propostas, 
assistir a apresentação narrada, leitura do conteúdo proposto e do material complementar.
 Além disso, a leitura integral da bibliografia é fundamental e deve ser feita antes da utilização 
de quaisquer recursos que foram colocados à sua disposição. Com isso, vocês terão um 
entendimento inicial, devendo utilizar os demais os recursos para complementar e/ou facilitar 
a compreensão da bibliografia em questão. 
Outro ponto importante é o cumprimento de prazos na realização das tarefas. Ainda que 
vocês tenham à disposição o melhor computador e um provedor de alta velocidade para 
acesso à Internet, lembrem-se que esses equipamentos, às vezes, apresentam problemas, 
sem contar com a queda de energia e assim por diante. Por isso, evitem deixar para entregar 
suas atividades no último dia, na última hora.
Assim sendo, bons estudos! 
Em continuidade com o estudo da Economia Brasileira, o foco 
desta Unidade é o mandato do Presidente Juscelino Kubitschek 
(JK) e o Plano de Metas. 
Para o aproveitamento total do conteúdo proposto, será preciso, 
inicialmente, efetuar a leitura completa da bibliografia sugerida. Em 
seguida, deverá (toda vez que julgar necessário) entrar em contato 
com o professor para que as dúvidas sejam esclarecidas. Feito isso, 
estará apto para executar as atividades que serão propostas ao 
longo do estudo da unidade.
Governo de JK e o Plano de Metas (1956-
1961) - Democracia e desenvolvimento: 
O “novo” padrão de industrialização
6
Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Contextualização
Entre os presidenciáveis Juscelino Kubitschek (JK), Juarez Távora e Adhemar de Barros para a 
eleição de outubro de 1955, JK foi vitorioso com 36% dos votos. Alguns dos pontos de destaque 
desse governo foram: o Plano de Metas (destaque para a construção de Brasília), as políticas 
desenvolvimentistas, o Plano de Estabilização Monetária (PEM), o impacto da Instrução 113 
da SUMOC, participação do BNDE em fomentar o crescimento econômico, reforma cambial, 
o resultado da balança comercial, o impacto da queda do preço internacional do café, as altas 
taxas de inflação, aumento significativo da dívida externa e o crescimento econômico do período.
7
1- Democracia e Desenvolvimento
1.1- Introdução
Se fosse possível resumir o mandato do presidente Juscelino Kubitschek em uma palavra, a 
mesma seria: “desenvolvimento”. Isso se deve à adoção do Plano de Metas e o cumprimento de 
muitas das metas estabelecidas. 
Rapidamente e de modo singelo (isso porque ao longo do texto será efetuada uma análise 
mais profunda), o Plano de Metas contou com a elaboração de trinta metas a serem cumpridas, 
sendo que a trigésima primeira foi a construção de Brasília, a nova capital da república.
A palavra “desenvolvimento” é importante, pois traz consigo o emprego, a renda, o consumo, 
investimento e resulta no crescimento econômico. Tal crescimento aliado a um cenário onde não 
houve espaço para a ditadura e com alguns momentos de controle sobre a inflação, só pode ser 
resultado de uma política econômica primorosa, certo?
A resposta mais adequada é: calma! Porque esse “novo” padrão de desenvolvimento contou 
com um alicerce muito frágil: endividamento externo do setor público (vide Figura I, última coluna 
à direita) e emissão de moeda, assunto que será retomado e aprofundado ao longo do texto.
Para finalizar os aspectos introdutórios do período em análise, destacam-se, então, três elementos:
a) as comissões e estudos feitos após a II Guerra Mundial originaram a política 
desenvolvimentista adotada pelo Plano de Metas;
b) a adoção de políticas desenvolvimentistas, como exemplo o Plano de Metas;
c) o resultado dessas medidas foi o crescimento com altas taxas e inflação com controle insuficiente.
 
Ano
Servi-
ços não 
fatores 
(US$ 
106) (11)
Saldo 
em 
conta 
corrente 
(US$ 
106) (12)
Entradas 
Autôno-
mas de 
capital 
(US$ 106) 
(13)
Amorti-
zações
(US$ 106) 
(14)
Saldo da 
conta de 
capital 
(US$ 106) 
(15)
Superávit (+)
ou décit (-)
do balanço 
de pagamen-
tos
(US$ 106) (16)
Opera-
ções de 
regulari-
zação
(US$ 106) 
(17)
Varia-
ção de 
reser-
vas
(US$ 
106) (18)
Dívida 
Externa 
Registrada 
Total
(US$ 106) 
(19)
1950 -209,0 140,0 -20,0 -85,0 -65,0 52,0 0,0 54,0 559,0
1951 -379,0 -403,0 16,0 -27,0 -11,0 -291,0 28,0 237,0 571,0
1952 -300,0 -624,0 68,0 -33,0 35,0 -615,0 -28,0 102,0 638,0
1953 -228,0 55,0 105,0 -46,0 59,0 16,0 486,0 61,0 1159,0
1954 -241,0 -165,0 116,0 -134,0 -18,0 -203,0 200,0 49,0 1317,0
1955 -230,0 2,0 143,0 -140,0 3,0 17,0 61,0 -70,0 1445,0
1956 -278,0 57,0 338,0 -187,0 151,0 194,0 -28,0 -166,0 1580,0
1957 -262,0 -264,0 497,0 -242,0 255,0 -180,0 37,0 143,0 1517,0
1958 -220,0 -248,0 508,0 -324,0 184,0 -253,0 195,0 58,0 2044,0
1959 -257,0 -311,0 559,0 -377,0 182,0 -154,0 -21,0 175,0 2234,0
8
Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
1960 -304,0 -478,0 475,0 -417,0 58,0 -410,0 61,0 281,0 2372,0
1961 -205,0 -222,0 615,0 -327,0 288,0 115,0 260,0 -307,0 2835,0
1962 -203,0 -389,0 491,0 -310,0 181,0 -346,0 120,0 63,0 3005,0
1963 -182,0 -114,0 310,0 -364,0 -54,0 -244,0 187,0 43,0 3089,0
1964 -128,0 140,0 359,0 -277,0 82,0 4,0 52,0 -113,0 3160,0
1965 -188,0 368,0 298,0 -304,0 -6,0 331,0 250,0 -399,0 3927,0
1966 -266,0 54,0 474,0 -350,0 124,0 153,0 9,0 -118,0 4545,0
1967 -270,0 -237,0 471,0 -444,0 27,0 -245,0 -33,0 286,0 3281,0
1968 -328,0 -508,0 1025,0 -484,0 541,0 32,0 -12,0 -20,0 3780,0
1969 -367,0 -281,0 1364,0 -493,0 871,0 549,0 0,0 -549,0 4403,0
Figura I: Anexo Estatístico: taxas de variação em relação ao ano anterior a menos que se especifique de outra forma.
Fonte: ABREU (2004, página 404).
1.2 - Política cambial
O país apresentou problemas significativos com relação ao cenário externo, sobretudo no 
que tange ao aumento das importações e a expectativa pessimista para o futuro, devido à 
possibilidade de remessas de lucros e dividendos. Tal conjuntura, em termos práticos pressionou 
e muito a quantidade de divisas.
A preocupação do governo era justificada, pois no ano de 1959 o saldo de divisas chegou a 
patamares inferiores a US$ 400 milhões, devido à queda nas exportações, fato que reduziu a 
margem de manobra política.
1.3 – Instrução 113 da SUMOC
Diante disso, o governo entendeu que a solução (pelo menos aparente) era promover a 
entrada de capitais estrangeiros. Para tanto, a SUMOC delimitava quais seriam os setores 
privilegiados com adendo na Lei 1807 sobre a regulamentação dos capitais estrangeiros.
Ademais, a instrução 113 da SUMOC incluiu quase todos os setores industriais, com exceção 
daqueles considerados supérfluos. Com efeito, o resultado apresentado foi o crescimento da 
entrada de capitais estrangeiros, porém, houve aumento das saídas também. Mesmo assim, o 
resultado líquido do período entre 1956-1961 foi de US$ 200 milhões. Entretanto, esse montante 
não poderia ser utilizado como divisas, pois uma parte era constituídade equipamentos.
Até dezembro de 1961, a Instrução 113 da SUMOC foi responsável pelo ingresso significativo 
de capital estrangeiro, sendo que foram US$ 379,4 milhões para a indústria básica e US$ 131,7 
milhões para a indústria de materiais leves.
1.4 – Reforma Cambial
Um destaque que precisa ser pautado foi a reforma cambial, implementada em agosto de 
1957. Essa reforma apresentou dois alvos: as importações e as exportações.
9
Primeiro, do lado das importações, o objetivo era de simplificar o sistema de taxas múltiplas 
e contou com as seguintes mudanças:
a) introdução do sistema de proteção para alguns produtos;
b) prática da redução das categorias de produtos de cinco para duas, sendo que a Categoria 
Geral consistia na importação de bens genéricos, matérias-primas, equipamentos necessários 
para o abastecimento interno e a Categoria Especial, para bens de consumo restrito e bens 
cujo suprimento fosse satisfatório pelo mercado interno;
c) os leilões de divisas foram mantidos;
d) criação de uma terceira categoria sem leilão para produtos preferenciais, como o trigo, 
petróleo, fertilizantes e alguns equipamentos;
e) prática de proteção aos produtos nacionais, pois com a importação de produtos com 
similares nacionais, seriam acrescidos de taxas que variavam entre zero e 150%.
Já do lado das exportações, as mudanças foram:
a) conservação das quatro categorias com bonificações;
b) criação do Conselho de Política Aduaneira (CPA) para controlar a política cambial e 
acelerar a substituição de bens de capital em detrimento aos bens de consumo.
Com a implantação dessa reforma, foi percebido o crescimento da indústria de bens de 
capital a taxas de 26,4% a.a. entre 1955-1960. Os principais setores foram: equipamentos e 
veículos e equipamentos de transporte. Destaca-se também a redução de 50% na tarifa para 
algumas empresas, somente aquelas que conseguissem comprovar que não podiam prover 
o produto em larga escala. E por fim, com a lei do similar nacional, foi praticada a exclusão 
do produto da pauta de importação para empresas que provassem que estavam aptas para 
abastecer o mercado.
Antes de finalizar o item 1, duas medidas muito importantes serão comentadas. A primeira, 
voltada para atingir o desenvolvimento foi a criação do Grupo Misto CEPAL-BNDE. Isso se 
justificou devido o modesto desempenho do BNDE e essa comissão (grupo) deveria revisar o 
programa de investimentos do BNDE. Ademais, o objetivo desse grupo era a elaboração de 
projeções relativas ao desempenho de vários setores econômicos, baseados na evolução da 
economia, necessidade de acelerar o crescimento econômico, identificação de áreas prioritárias 
e determinação de pontos de estrangulamento. Detalhe: apesar de não foi implantado, serviu 
de base para o programa econômico seguinte, o Plano de Metas.
A segunda medida em destaque foi a criação do Conselho de Desenvolvimento em 1956 e 
subordinado apenas à Presidência da República, para desenvolver estratégias de desenvolvimento 
ao país. No fim do ano, esse Conselho apresentou o Plano de Metas (PM).
10
Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
2- Plano de Metas 
2.1- Objetivos
Inicialmente, pode-se afirmar que esse plano foi baseado nos relatórios da CMBEU e do 
grupo CEPAL-BNDE, com os objetivos, a saber:
a) elevar o padrão de vida e o nível de emprego do povo o quanto antes, considerando o 
equilíbrio econômico e a estabilidade social;
b) reduzir o déficit com o exterior, consubstanciado no balanço de pagamentos;
c) eliminar pontos de estrangulamento;
d) gerar uma estrutura mais integrada;
e) apoiar a formação da estrutura de capital social básico;
f) dar continuidade e aprofundamento à substituição de importações, para reduzir a 
dependência externa.
Dentre todas as metas elaboradas, as principais consistiam no aumento anual de 2% da 
renda per capita, no crescimento das receitas de exportação de 6,2% (fora o café), na queda 
do coeficiente de importação de 14% para 10% (se a elasticidade-renda da demanda por 
importação fosse igual a um), em atingir um patamar previsto de inflação em 13,5% a.a. Em 
suma, foram definidas trinta metas, mais a trigésima primeira, que foi a construção de Brasília, 
a nova capital da república.
A mudança na capital do país demonstrava a preocupação de ocupar e desenvolver a região 
central do país. Entretanto havia um problema: os gastos não estavam orçados no Plano de 
Metas. O desembolso dos investimentos ocorreu da seguinte forma: setor público com 50%, 
fundos privados com 35% e agências públicas com 15%.
“O PM era um plano quinquenal e a maioria de seus projetos estava baseada 
nos diagnósticos e definições da CMBEU e dos programas CEPAL/BNDE. 
Ao contrário dos planos anteriores, no entanto, o PM foi levado adiante 
com o total comprometimento do setor público”. ABREU (2004)
2.2 - Investimentos
Em linhas gerais, para consubstanciar as metas do referido plano, o governo entendeu 
que seria necessária a realização de investimentos nos setores de energia e transporte, com 
71,3% dos recursos, alimentação e educação, com 6,4% dos recursos e indústria de base, 
com 22,3% dos recursos.
A iniciativa de desenvolver o país não foi aceita de forma irrestrita entre os economistas. Um 
exemplo disso é a análise da política econômica do período efetuada por Carlos Lessa. 
11
De acordo com ele, o capital estrangeiro teve tratamento preferencial, o financiamento foi 
efetuado através de gastos públicos, com emissão de moeda e do crédito bancário (déficits 
do Tesouro para expansão do crédito aos bancos privados). Além disso, ocorreu o aumento 
da participação do setor público na formação de capital e a iniciativa privada foi estimulada, 
através da lei do similar nacional, do BNDE e do Banco do Brasil com carências e juros abaixo 
da inflação. Por fim, o mesmo destacou a participação do BNDE no período de 1952-1963, que 
concedeu Cr$ 64 bilhões em empréstimos, sendo 28% para as indústrias básicas e 10% para 
as indústrias automobilísticas. Além de concessões de avais para empréstimos internacionais no 
valor de US$ 890 milhões, sendo que US$ 382 milhões foram destinados às indústrias básicas.
Em suma, o “calcanhar de Aquiles” do plano foi a falta de financiamento. O mesmo não 
contou com a elevação da carga fiscal e o sistema financeiro não tinha capacidade para viabilizar 
um plano desse porte, por isso, a saída adotada foi o financiamento inflacionário.
Brasil: Plano de Metas. Estimativa do Investimento Total 1957 - 1961 
(bilhões de Cr$ e milhões de US$)
Produção 
Interna Cr$
Importação 
US$
Importação 
Cr$ Total Cr$ %
Energia 110,0 862,2 69,0 179,0 42,4
Transporte 75,3 582,6 46,6 121,9 28,9
Alimentação 4,8 130,9 10,5 15,3 3,6
Ind. Básica 34,6 742,8 59,2 93,8 22,3
Educação 12,0 - - 12,0 2,8
Total 236,7 2.318,5 185,3 422,0 100,0
 Figura II: Brasil: Plano de Metas. Estimativa do investimento Total 1957-1961
Fonte: ABREU (2004, página 177).
2.3- Resultados
Depois de comentar os principais aspectos que envolveram o Plano de Metas, resta agora o 
passo seguinte: apresentar alguns resultados:
a) o PIB registrou crescimento anual de 8,2%, com elevação de 5,1% a.a. da renda per 
capita;
b) a inflação média do período foi de 22,6%;
c) as exportações (exceto café) cresceram com taxa anual de 8,9%, mesmo considerando 
períodos de estagnação;
d) o Balanço de pagamentos registrou déficit médio de US$ 176 milhões, devido à queda 
do preço internacional do café, que foi compensada pelo aumento do ingresso de capitais de 
longo prazo;
12
Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Nota-se que esses resultados (muito importantes) só foram alcançados devido o papel 
exercido pelo setor público, com destaque para a atuação nos setores de insumos básicos (aço 
e energia) e infraestrutura básica (transporte e comunicação), o que, sem dúvida, representouum dispêndio muito significativo.
Esse papel foi representado pela atuação de algumas empresas estatais, como:
- CSN, Cosipa e Usiminas na produção de aço;
- Petrobrás na produção e refino do petróleo;
- Companhia Vale do Rio Doce na produção e exportação do minério de ferro;
- Companhia Nacional de Álcalis na produção de soda cáustica;
- Furnas e CHESF na produção de energia elétrica;
- Rede ferroviária federal no transporte ferroviário;
- DNER na construção de rodovias.
Trocando Ideias
A atuação dessas empresas estatais tornou o setor público responsável por 50% do total da produção 
de aço no país, pelo refino de 76% do petróleo e produção de 24% do petróleo consumido e ainda 
produzia 24% da energia elétrica gerada no país. Qual a sua opinião? É possível o setor público ser 
responsável por tudo isso, sem algum incremento na arrecadação de impostos?
Ademais, a participação das receitas totais do governo no PIB até 1957 ficou entre 19 e 20%. 
No período posterior, com a implantação do Plano de Metas, aumentou para 23,2%. Para tanto, 
as principais fontes de arrecadação foram: o imposto de consumo, de renda, de importação e o 
saldo de ágio para as importações.
Outro dado importante para complementar essa análise foi a participação do governo no 
dispêndio total, pois aumentou de 19% em 1952 para 23,7% em 1961. Os destaques do 
aumento dessa participação foram:
a) despesas com pessoal que cresceram 8,1% no período, mais o déficit das empresas públicas 
de transportes (ferrovias, marítimas e aéreas);
b) recursos mobilizados em favor de políticas para o controle de tarifas que gerou um gasto 
entre 7 e 8% do total das receitas. Esse montante passou para 13% em 1961, com a união 
das ferrovias sob jurisdição federal e administração da RFFSA (Rede Ferroviária Federal 
S.A.). O total da assistência aumentou 55% em comparação a 1955.
13
3- Execução de política econômica e o Plano de Estabilização Monetária
3.1) Execução de política monetária 
A execução da política econômica durante o governo do presidente JK contou com três 
agentes: a SUMOC que era o órgão controlador, o Banco do Brasil, que atuou como fornecedor 
de crédito seletivo, emprestador de última instância e executor da política monetária traçada 
pela SUMOC. Exerceu ainda a função de agente financeiro do Tesouro, depositário das reservas 
dos bancos comerciais e era o maior banco comercial do país e o único banco rural. Por último, 
o governo ainda contou com a atuação do Tesouro, que era o órgão autorizado a emitir moeda.
Como se pode notar, não é possível deixar de criticar a atuação do Banco do Brasil, já que 
não tinha limites para a emissão de moeda, era depositário das reservas dos bancos e ainda 
atuava como um banco comercial.
Além disso, a atuação da SUMOC também sofreu muitas críticas, pois o controle era 
ineficiente, efetuado através das reservas compulsórias. Quando ocorriam chuvas, secas, novos 
investimentos, ou aumento do quadro do funcionalismo, os limites eram revistos.
Diante da atuação desses órgãos duas situações eram frequentes: o déficit orçamentário, 
frequentemente gerado por despesas sem cobertura de receitas e o déficit de caixa do Tesouro, 
já que a receita arrecada era inferior a despesa realizada, em parte para manter subsídios de 
empresas do transporte público que consumiram entre 12 e 13% da receita do governo federal.
Em que pese a atuação expansionista do governo, o mesmo adotou algum tipo de controle 
sobre a expansão do crédito, através dos mecanismos clássicos e instrumentos ortodoxos, a saber:
• Mecanismos clássicos:
a) emissão de títulos: havia uma quantidade insuficiente de Letras do Tesouro em 
circulação, com juros de no máximo de 12% a.a., limitado por lei. A colocação tinha que 
ser compulsória para os importadores e exportadores, pois a taxa não era atrativa. Para 
colocação de títulos de dívida pública o limite da taxa também era o mesmo, sem atrativo;
b) redesconto: também não era atrativo pelas taxas e somente utilizado pelos bancos 
pequenos;
c) depósito compulsório: as autoridades relutavam em propor aumento, devido o 
grande impacto da medida e a necessidade de aval do Congresso.
• Instrumentos heterodoxos: 
a) manipulação dos empréstimos das diversas carteiras do Banco do Brasil; 
b) operações de câmbio com as PVC’s (promessas de venda de câmbios), atrasando a 
entrega das divisas. O atraso também ocorria para os repasses das verbas de investimentos 
para exercícios futuros. 
14
Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Para minimizar essas práticas, houve a criação de poucos impostos como o imposto sobre 
combustíveis e lubrificantes, sobre a energia elétrica, entre outros. Havia inclusive no Congresso 
uma proposta de reforma tributária que não foi aprovada.
Tal conjuntura pode ser mensurada utilizando para tanto a análise da variação do IPC: em 
1957 foi de 7,0%, porém em 1958 esse indicador já estava em 24,3%.
Nesse contexto, em junho de 1958, Lucas Lopes (engenheiro) assumiu como Ministro 
da Fazenda, representando interesses da industrialização. A partir desse momento, além dos 
dispêndios necessários para viabilizar o Plano de Metas, o governo teve que lidar com mais um 
problema: o café.
Com efeito, a compra de excedentes do café tornou-se um problema, com gastos que 
superavam em três ou quatro vezes aqueles direcionados para a construção de Brasília.
3.2) PEM 
Em 27/10/1958, foi lançado o Plano de Estabilização Monetária (PEM) com a justificativa 
dos efeitos nocivos da queda do preço internacional do café, que estavam refletidos no 
Balanço de pagamentos, com um déficit estimado para o final do ano de US$ 300 milhões, 
além da negociação de financiamentos com o FMI, para a garantia compromissos externos das 
importações correntes, da execução do Plano de Metas e da construção de Brasília.
 
3.2.1) Etapas
- Primeira etapa do PEM: transição e reajustamento até 1959, com redução dos preços, 
distribuição de renda e proteção dos salários reais com reajustes;
- Segunda etapa do PEM: estabilização a partir de 1960, com a limitação da expansão dos 
meios de pagamento.
3.2.2) Recomendações 
- controle da expansão monetária através das atividades do Banco do Brasil e dos bancos 
comerciais; 
- correção do desequilíbrio financeiro do setor público pela arrecadação e fiscalização; 
- definição de política de ajuste de salários e tarifas nas empresas públicas; 
- queda do desequilíbrio no Balanço de pagamentos por meio da redução da demanda por 
bens importados.
15
3.2.3) Polêmica
O PEM gerou grande polêmica no Congresso motivada pelo pouco interesse nas medidas 
contracionistas. O Ministro da Fazenda (Lucas Lopes) e o Superintendente do BNDE (Roberto 
Campos) foram demitidos, pois o plano foi considerado uma tentativa de aplicação da política 
ortodoxa defendida pelo FMI. Lucas Lopes foi substituído por Sebastião Paes de Almeida e 
Roberto Campus por Lúcio Meira.
O passo seguinte foi o rompimento com o FMI devido às exigências, pois entendiam que 
o plano deveria ser mais radical do que foi proposto em relação à ortodoxia. Kubitschek 
acreditava que a política de investimentos atrairia mais investidores internacionais do que a 
adoção de política ortodoxa.
3.2.4) Afrouxamento do controle monetário
Isso ocorreu devido a pressões de diversos segmentos da sociedade, como os cafeicultores 
e os industriais que necessitavam do crédito dos bancos comerciais e do Banco do Brasil, além 
dos sindicatos, que protestaram contra as políticas salariais e fizeram com que o Presidente 
continuasse o mandato sem o controle monetário previsto pelo PEM. Nesse sentido, o máximo 
que foi adotado, refere-se aos Planos de Contenção da despesa orçamentária que era efetuada 
através dos déficits de caixa do Tesouro.
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Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Material Complementar
ABREU,M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 
1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 2004, capítulo VII (Democracia com desenvolvimento).
LAFER, Celso. “O planejamento no Brasil: observações sobre o plano de Metas (1956-
1961)”. In: LAFER, Betty Mindlin (org). Planejamento no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1970, 
p. 29-50.
LESSA, Carlos. Quinze anos de política econômica. 2ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1981. 
Capítulos V e VI.
LEOPOLDI, Maria Antonieta P., “Crescendo em meio à incerteza: a política econômica 
do governo JK (1956-1960) in Angela de Castro Gomes (org.), O Brasil de JK, Rio de Janeiro: 
FGV-CPDOC, 1991.
SILVA, Alexandra de Mello. A política externa de JK: a Operação Pan-Americana. Rio de 
Janeiro: FGV-CPDOC, 1982.
SOCHACZEWSKI, A. C. Desenvolvimento econômico e financeiro do Brasil: 1952-
1968. São Paulo: Trajetória Cultural, 1993.
VILLELA, A. “Dos anos dourados de JK à crise não resolvida”. In: GIAMBIAGI, F.; 
VILLELA, A. et al. Economia Brasileira Contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
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Referências
ABREU, M. P. A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana, 
1889-1989. Rio de Janeiro: Campus, 2004, Capítulo VII (Democracia com desenvolvimento). 
Páginas 171 a 196.
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Unidade: Governo de JK e o Plano de Metas (1956-1961) - Democracia e desenvolvimento: O “novo” padrão de industrialização
Anotações
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