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Esquemas de Reforçamento Analise Experimental do Comportamento Esquemas de Reforçamento Contínuo e Intermitente No Esquema de Reforçamento Contínuo (CRF – “continuous reinforcement”) toda resposta é seguida do estímulo reforçador, ele facilita a aquisição do comportamento, entretanto ele é menos resistente à extinção. No Reforçamento Intermitente, algumas respostas são reforçadas e outras não. Os Principais Esquemas de Reforçamento Intermitente Há quatro tipos principais de esquemas de reforçamento intermitente: Esquemas de Reforçamento Intermitente de Razão: assim como na razão fixa, como na razão variável, o requisito para a liberação de respostas reforçadoras é o número de respostas emitidas. Na Razão Fixa (FR), é exigido um número de respostas fixas para que haja liberação da resposta reforçadora [FR5, por exemplo, significa que a cada 5 respostas fixas emitidas pelo organismo, ele é reforçado]. Este esquema produz uma tendência a trabalhar rápido. Na Razão Variável (VR), o número exigido de respostas emitidas pelo organismo se modifica a cada nova apresentação [VR 30, por exemplo, significa que, em média, a cada 30 respostas, uma é reforçada]. Na VR calcula-se a média. Na Razão Fixa, há pausas, não Razão Variável não há pausas. Esquemas de Reforçamento Intermitente de Intervalo: basta que o organismo emita a resposta para que ela seja reforçada dentro de um intervalo. Portanto, o tempo decorrido desde a apresentação do estímulo reforçador é o principal critério para que uma determinada resposta seja reforçada. No Intervalo Fixo (FI), a primeira resposta emitida após um intervalo fixo é reforçada, assim, além da passagem do tempo como critério para o reforço, é necessário também que haja uma resposta. Já no Intervalo Variável (VI), os intervalos entre a apresentação do estímulo reforçador e a apresentação novamente são variáveis. Padrões Comportamentais Gerados Por Esquemas de Reforçamento Intermitente Cada um desses quatro esquemas produzem um padrão comportamental em estado estável. Nos experimentos com esquemas de reforçamento, existem dois tipos de dados principais: Dados de Transição – são aqueles observados quando o comportamento do organismo acabou de ser submetido a um novo esquema de reforçamento. Nesse caso, o padrão comportamental terá características da contingência de reforçamento anterior e da nova contingência. Portanto, diz- se que o comportamento ainda não está adaptado ao novo esquema de reforçamento. Esses dados são úteis para estudar os efeitos de história de reforçamento. Dados em Estado Estável – são aqueles observados quando há pouca diferença entre os padrões comportamentais das sessões experimentais nas quais o mesmo esquema de reforçamento é utilizado. Os padrões comportamentais apresentados a seguir são observados em estados estáveis: Razão Fixa (FR): o padrão comportamental produzido por este esquema de reforçamento é caracterizado por pequenas pausas pós-reforçamento e alta taxa de respostas. A pausa pós- reforçamento é o tempo entre a apresentação do estímulo reforçador e o reinício do responder. A taxa de respostas é uma medida do comportamento operante que calcula-se dividindo o número de respostas ocorridas pelo intervalo de tempo na qual ocorreram. Razão Variável (VR): o padrão comportamental produzido por este esquema de reforçamento é caracterizado por altas taxas de respostas e pausas pós-reforçamento praticamente ausentes e/ou irregulares. Intervalo Fixo (FI): o padrão comportamental produzido por este esquema de reforçamento é caracterizado por baixas taxas de respostas e por longas pausas pós-reforçamento. Após a pausa, a taxa de resposta aumenta (scallop) rapidamente e, então, se mantém estável até a apresentação do estímulo reforçador. Nota-se, então, que o FI é o esquema que produz as menores taxas de respostas. Intervalo Variável (VI): o padrão comportamental produzido por este esquema é caracterizado por taxas moderadas de respostas e pela ausência de pausas pós-reforçamento. Comparação Entre Esquemas de Reforçamento Intermitente e Contínuo Os Esquemas de Reforçamento Contínuo (CRFs) e Intermitente diferem quanto as condições para o reforçamento e também sobre os efeitos no comportamento mantido por eles. Modelagem e Manutenção de um Novo Comportamento: o CRF é mais eficiente para modelar comportamentos do que os esquemas intermitentes. Quando é necessário que o comportamento passe a ser mantido por FRs, a transição é feita gradualmente, assim, os FRs intermediário evitam que o comportamento entre em extinção até a apresentação do estímulo reforçador. Resistência à Extinção: o esquemas de reforçamento intermitente, especialmente os variáveis, são ideais para a manutenção do comportamento, ou seja, para aumentar sua resistência à extinção. Contenção Limitada (Limited Hold - LH) Quando o estímulo reforçador tem disponibilidade limitada. Esquemas não Contingentes e o Comportamento Supersticioso Esquemas de intervalo (fixo e variável) e de razão (fixo e variável) são esquemas de reforçamento contingente. Isto é, o estímulo reforçador depende da ocorrência de resposta para ser apresentado. Em esquemas de reforçamento não contingentes, o estímulo reforçador é apresentado independentemente da ocorrência da resposta. Nos esquemas de reforço não contingentes, denominamos o estímulo reforçador de potenciais, isso porque, são reforçadores potenciais, na medida em que, se fossem transformados em contingentes a uma resposta qualquer, provavelmente aumentaria sua ocorrência. Os dois principais esquemas de reforçamento não contingentes, são: Tempo Fixo (FT – Fixed Time): a apresentação do estímulo reforçador, se dá em um tempo fixo, mesmo que nenhuma resposta seja emitida. Tempo Variável (VT – Variable Time): a apresentação do estímulo reforçador, se dá em intervalos irregulares de tempo, independente da ocorrência de respostas. O comportamento supersticioso são exemplos cotidianos de esquemas intermitentes não contingentes de FT e VT, pois, embora não seja necessária a ocorrência de uma resposta em esquemas não contingentes, o reforçador é ocasionalmente apresentado próximo a ocorrência de alguma resposta – é o que denomina-se contiguidade. A contiguidade entre uma resposta e um estímulo reforçador pode ser suficiente para fortalecer um determinado comportamento – é o que denomina-se reforçamento acidental. Esquemas Reguladores da Velocidade do Responder (Taxa de Respostas) Nestes esquemas são reforçados os intervalos entre respostas (IRT – interresponse time). Reforçamento Diferencial de Altas Taxas de Respostas (DRH – Differential Reiforcement of High Rates): é um esquema que reforça apenas um responder rápido, ou seja, somente taxas altas de respostas. Um número de respostas deve ocorrer dentro de um tempo predeterminado para que o reforço seja apresentado. Reforçamento Diferencial de Baixas Taxas de Respostas (DRL – Differential Reinforcemente of Low Rates): as respostas são reforçadas apenas após um mínimo de tempo, ou seja, o estímulo reforçador é apresentado apenas se houver um tempo mínimo entre uma resposta e outra. Reforçamento Diferencial de Outro Comportamento (DRO – Differential Reinforcement of Other Behavior) É uma alternativa comportamental para reduzir a frequência de um comportamento sem a utilização de punição ou de extinção somente. O DRO consiste em reforçar a não ocorrência de um determinado comportamento em um certo período de tempo. Reforçamento Diferencial de Comportamentos Alternativos (DRA – Differential Reinforcement of Alternative Behaviors) É uma variação do DRO que consiste na apresentação do estímulo reforçador quando há comportamentos diferentes daquele que se deseja reduzir. Esquemas de Reforçamento Compostos Esses esquemas tentam replicar, em situação controlada, com maior fidedignidade, as situações complexas do nosso cotidiano. São eles: Esquemas Múltiplos:há alternância de mais de um esquema simples de reforçamento. Cada um deles permanece em vigor por um período de tempo, por um número de respostas ocorridas ou por um número de reforçadores apresentados. Cada um dos esquemas simples que o compõem, chamados de componentes do esquema múltiplo, é sinalizado por um estímulo discriminativo diferente. Os esquemas múltiplos são utilizados principalmente para estudar o controle de estímulos antecedentes sobre o comportamento operante em situações que envolvem discriminações sucessivas. Esquemas Mistos: cada esquema componente está em vigor em um momento isoladamente, e, em todos os componentes a resposta e o reforço são os mesmos. Não há estímulos discriminativos que sinalizam qual esquema está em vigor. O organismo deve discriminar o esquema em vigor pelo próprio contato com a contingência do componente do esquema em atividade. Esquemas Encadeados: usado para estudar cadeias comportamentais. O ponto crucial nessas cadeias é que o reforçador de um comportamento é o estímulo que serve de ocasião para o comportamento da contingência seguinte, assim, a ocorrência de um estímulo reforçador sinaliza a passagem para o próximo esquema, ou seja, se constitui em um estímulo discriminativo. Cada esquema ou cada elo está em vigor em um dado momento e ocorrem sempre na mesma ordem. Esquemas Tandem: são os esquemas encadeados realizados sem a utilização de estímulos discriminativos associados a cada elo. Esquemas Concorrentes: duas ou mais fontes de reforçamento disponíveis ao mesmo tempo, ou seja, dois ou mais esquemas de reforçamento disponíveis simultaneamente. São utilizados para investigar o comportamento de escolha, para compreender como os fatores ambientais interferem nas escolhas dos organismos. O comportamento de escolha é medido pela distribuição do número de respostas em cada uma das alternativas de reforçamento e pela distribuição do tempo que o organismo permanece respondendo em uma dessas alternativas em relação às demais. Lei da Igualação: prevê que a distribuição de respostas entre duas ou mais alternativas de reforços tende a igualar a distribuição de reforçadores das alternativas. Esquemas Concorrentes Encadeados: envolvem a apresentação de duas ou mais alternativas de reforçamento que se constituem em cadeia de respostas, assim, as respostas em uma das alternativas, quando reforçadas, resultam na entrada no elo seguinte na cadeia de respostas, até chegar-se ao reforçamento final. São utilizados para estudar experimentalmente respostas de autocontrole e impulsividade. Controle de Estímulos Os eventos/estímulos que antecedem o comportamento também influenciam sua probabilidade. Há dois tipos de estímulos antecedentes: Estímulo discriminativo (SD): sinaliza que se eu responder, eu vou ter reforço. Logo, essa é uma relação de contingência. Assim, o SD aumenta a probabilidade do comportamento operante acontecer. É uma tríplice contingência – SD:R – C. Estímulo Delta (SΔ): sinaliza que se eu responder, eu vou ter punição ou extinção. Logo, essa também é uma relação de contingência. Assim, o SΔ diminui a probabilidade do comportamento operante acontecer. Assim, também é um tríplice contingência - SΔ:R – C. PAY ATTENTION: quando se fala em comportamento inato/respondente, usamos o termo eliciar. Para o comportamento operante, usamos o termo evocar, o estímulo evoca a resposta e não elicia. Treino Discriminativo Aprendemos a discriminar os estímulos durante a nossa vida. Discriminar é responder diferente a diferentes situações. Generalizar É responder de maneira semelhante a situações diferentes. Referências Moreira, M.B. & Medeiros, C.A. (2019). Princípios Básicos da Análise do Comportamento. Rio Grande do Sul: ARTMED. Cap. 7
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