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ROTURA UTERINA

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Larissa Sodré Coutinho Ginecologia e obstetrícia 
SANGRAMENTO DA SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO
ROTURA UTERINA 
 CONCEITO 
- Definida como uma solução de continuidade da 
espessura total da parede do útero e peritônio 
sobrejacente; 
DEFINIÇÃO 
- Rompimento total ou parcial do miométrio durante a 
gestação ou no parto. Comunica, assim, a cavidade 
uterina e a cavidade abdominal. 
CLASSIFICAÇÃO 
- Rotura uterina parcial ou incompleta: preserva a 
serosa uterina e está associada à deiscência de cicatriz 
uterina (maioria dos casos). É assintomática na 
maioria dos casos e pode evoluir a rotura completa 
durante o trabalho de parto 
- Rotura uterina total ou completa: rompimento da 
parede uterina, incluindo sua camada serosa. Essa 
rotura pode ser espontânea ou traumática (ocitócitos, 
fórceps, manobras obstétricas intempestivas ou 
acidentes com traumatismo abdominal – 
automobilístico) 
FATORES DE RISCO 
- Cirurgia miometrial – cesárea, miomectomia, 
metroplastia 
- Trauma uterino – perfuração uterina pós curetagem 
ou aborto provocado 
- Malformações congênitas: gestação em corpo uterino 
rudimentar 
- Outras causas: uso de ocitócitos e prostaglandinas, 
adenomiose, secundamento patológico, desnutrição, 
multiparidade. 
ROTURA UTERINA NA GRAVIDEZ 
- Pode ser secundária a traumas OU Espontânea 
(Processo lento, progressivo que evolui de forma 
assintomática e ocorre no final da gestação em úteros 
predispostos. Local é geralmente fúndico, exceto nas 
mulheres com cesárea no segmento inferior) 
- QUADRO CLÍNICO 
- Dor intensa e irritação peritoneal, pode evoluir para 
choque hipovolêmico (se estabelece lentamente e pode 
ocorrer infecção concomitante. Prognóstico fetal é o 
óbito e o materno é muito grave), sendo, muitas vezes, 
confundido com gravidez ectópica. A USG pode ajudar 
no diagnóstico, mas as vezes só é possível visualizar 
com laparotomia. 
TRATAMENTO 
- Laparotomia exploradora (confirmação do 
diagnóstico e confirmação da hemorragia); 
- Nas pacientes sem prole constituída uma rafia 
simples da lesão em dois planos deve ser tentada. Nas 
multíparas deve-se realizar histerectomia total ou 
subtotal sem ressecção dos anexos 
- Complemento do esquema: antibioticoterapia 
profilática e hemotransfusão 
ROTURA UTERINA NO PARTO 
- Espontânea ou provocada (procedimentos obstétricos 
transpélvicos, como versão interna, extração podal, 
fórceps e delivramento artificial. Além da 
administração intempestiva de ocitocina 
- FATORES PREDISPONENTES: 
 - Fatores que enfraquecem a parede uterina: 
ocorre devido ao acentuado adelgaçamento da parede 
miometrial. Multiparidade, processos infecciosos, 
adenomiose, penetração excessiva do trofoblasto e 
cicatrizes 
 - Fatores que configuram o parto obstruído: 
contrações exageradas. Desproporção cefalopélvica, 
apresentações anômalas, tumores prévios, 
malformações uterinas 
- LOCAL DE ROTURA: Corporal, segmentária ou 
corporal-segmentária. Pode se estender a órgãos 
vizinhos, como bexiga, vagina, reto e ureter. Quando 
isso ocorre → rotura complicada 
Larissa Sodré Coutinho Ginecologia e obstetrícia 
- QUADRO CLÍNICO 
- Apresenta dois momentos: a iminência de rotura e a 
rotura consumada. 
# Sinais de iminência de rotura uterina = síndrome de 
Bandl-Frommel 
 - Paciente ansiosa, agitada, com contrações 
uterinas vigorosas e muito dolorosas. 
 - A distensão das fibras musculares é tão 
intensa que se torna perceptível, pela palpação, na 
parede abdominal um relevo do anel que separa o 
corpo uterino do segmento inferior – Sinal de Bandl 
 - Os ligamentos redondos são desviados para a 
face ventral e também podem ser palpados, já que 
estão excessivamente distendidos e retesados – Sinal 
de Frommel 
# Sinais de rotura uterina consumada 
 - Sofrimento fetal grave 
 - Dor súbita e lancinante na região 
hipogástrica. O trabalho de parto é paralisado. É 
possível palpar as partes fetais na parede abdominal. 
 - Hemorragia pode ser discreta ou grave; pode 
ser oculta ou se manifestar por sangramento vaginal 
 - Sinais no exame clínico: crepitação à 
palpação abdominal produzida pela passagem do ar 
para o peritônio e tecido subcutâneo da parede 
abdominal. Isto ocorre devido a comunicação do útero 
roto com o meio externo através da vagina – Sinal de 
Clark (enfisema subcutâneo). No toque vaginal, o sinal 
mais importante é a ascensão da apresentação – Sinal 
de Reasens (“subida” da apresentação – o feto sai do 
útero e “cai” na cavidade abdominal). Ausência do 
BCF na maioria dos casos, pois a morte fetal é a regra 
(exceto quando ocorre deiscência da cicatriz de 
cesariana anterior e a rotura é incompleta, ou seja, o 
concepto permanece na cavidade uterina, é possível 
ouvir BCF) 
 
 
 
 
MANEJO TERAPÊUTICO 
- Necessidade de intervenção rápida 
- Nos casos de exacerbação da atividade contrátil do 
útero, a utilização de uterolíticos pode controlar a 
distensão do órgão e controlar a rotura 
- Dor abrupta de forte intensidade + sinais de choque 
hipovolêmico + progressão do trabalho de parto + 
elevação da apresentação fetal = intervenção cirúrgica 
imediata 
- Conduta: rafia uterina até a histerectomia. A 
indicação depende do tipo de lesão, condições da 
parede uterina, condições de rotura, estado clínico da 
paciente, sua idade e paridade. Em geral nas 
multíparas → histerectomia total ou subtotal sem 
ressecção dos anexos. 
-Casos de rotura complicada: síntese da bexiga e do 
ureter

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