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Neoplasia de Testículo



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NEOPLASIA DE TESTÍCULO 
Atualmente, o tumor de testículo não é mais uma condição que necessariamente leva o 
indivíduo à morte. A retirada dos testículos, a radioterapia e a quimioterapia são importantes 
aliados no aumento da sobrevida do paciente. 
Etiologia dos tumores de testículo 
1. Criptorquidia (está no canal inguinal) x ectopia (em um local diferente). A temperatura do 
abdômen é diferente da testicular, isso pode levar ao desenvolvimento de um tumor; 
2. Testículo atrófico ou hipotrófico; 
3. Síndrome de Klinefelter; 
4. História familiar de CA de testículo; 
5. Hipospádias e testículos ectópicos. 
Os tumores de testículo são principalmente os tumores germinativos, que são divididos em 
seminomas (os mais importantes) e os não-seminomas (carcinoma embrionário, coriocarcinoma, 
teratoma e teratocarcinoma). Além dos tumores germinativos podemos ter os tumores do estroma, 
que podem ser das células de Leyding, das células de Sertoli, da rete testis (estrutura serpenginosa 
que comunica o mediastino testicular a cabeça do epidídimo) e dos ductos coletores. 
Fatores de risco 
 Criptorquidia; 
 Traumatismo no testículo; 
 Atrofia testicular; 
 Antecedentes de infertilidade; 
 Microlitiase (pequenos cálculos nos testículos) - há muita controvérsia nessa hipótese; 
 História de tumor anterior no outro testículo. Sabe-se que a ocorrência de tumores 
bilaterais é de 0,5 a 1,5%. Logo, deve-se observar se teve de um lado, porque tem essa 
chance de desenvolver do outro. 
Diagnóstico 
Anamnese e exame físico: massa endurecida e indolor, que apareceu em média há 15/10 
dias. Casos de massas que evoluíram em seis meses, por exemplo, geralmente não são CA. Se tiver 
um crescimento lento não é CA, porque as características do CA de testículo são: massa endurecida, 
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indolor e de crescimento rápido. Essas características são relatadas pelo paciente e/ou são 
percebidas no exame físico. 
Ultrassonografias. A USG é muito importante para fornecer o diagnóstico e fazer o 
diagnóstico diferencial. Temos que fazer diagnóstico diferencial com hidrocele (geralmente 
decorrente de trauma, cirurgia de varicocele, hérnia inguino-escrotal, infecção). A hidrocele é uma 
massa amolecida porque tem líquido dentro e em que algumas situações pode ser puncionada 
(coloca-se álcool etílico para destruir a camada) ou pode retirar a camada vaginal para o líquido não 
retornar (essa cirurgia chama inversão da camada vaginal). Outro diagnóstico diferencial é com a 
orquiepididimite, que é uma inflamação do epidídimo e do testículo. Nesse caso trata-se com 
repouso, compressa com gelo, antibiótico e anti-inflamatório. Outros diagnósticos diferenciais: 
varicocele (utiliza USG com Doppler para mostrar os vasos testiculares enovelados), 
esquistossomose, hérnia inguino-escrotal, torção do testículo (comum em jovens, acordam com dor 
no testículo e tem em média de 4-6 horas para diagnosticar e operar, senão o paciente perde o 
testículo). Pode-se pedir USG normal para diagnosticar CA de testículos e para diagnósticos 
diferencial, apenas no caso de diagnóstico diferencial de varicocele e de torção testicular que 
devemos solicitar USG com Doppler para diagnóstico. Depois do ultrassom, para saber o tipo do 
tumor (se é germinativo ou não, se é seminoma ou não) faz a biópsia. A biópsia deve ser feita na 
região inguinal: faz uma incisão na região inguinal como se fosse cirurgia de hérnia e suspende o 
testículo. 
Marcadores: alfa-feto-proteína, β-HCG e desidrogenase láctica (DHL). Esses marcadores são 
importantes para o prognóstico do paciente, sendo que quanto mais estiverem elevados, pior será 
esse prognóstico. 
 
Estadiamento 
É feito por TC do abdome para saber o comprometimento ou grau de invasão tumoral. 
 T1: limitado ao testículo; 
 T2: compromete os linfonodos retroperitoneais; 
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 T3: disseminam a distância (principais locais são pulmão e retroperitônio). 
Todos exames são feitos antes da biópsia, porque na biópsia já se faz o tratamento. 
Tratamento 
Se for um tumor germinativo do tipo seminoma: faz a retirada do testículo - orquiectomia 
radical. Tem que acompanhar esses pacientes pelo risco de desenvolver no outro lado (acompanha 
com USG). 
Se houver comprometimento de gânglios retroperitoneais tem-se que entrar com 
orquiectomia radical mais quimioterapia ou radioterapia e às vezes linfadenectomia 
retroperitoneal. O acometimento de gânglios não necessariamente vai levar a linfoadenectomia, 
pois pode-se resolver com quimioterapia. 
Somente a quimioterapia não resolve o CA de testículo, tem-se que retirar o testículo. 
Atualmente a literatura traz situações de retirada parcial, embora geralmente seja a cirurgia 
radical/total. 
Deve-se acompanhar o paciente de 3 em 3 meses com: USG, Doppler, TC e marcadores.