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Modelo - Caso concreto Semana 4 (Joaquim Maranhão)

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO-RJ 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO COM TUTELA DE URGÊNCIA
JOAQUIM MARANHÃO, brasileiro, casado, administrador, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF – sob o Nº 658.985.741-52, endereço eletrônico – Joaquim,maranhao@gmail.com – residente e domiciliado à Rua Maria França Cabral, Nº 19 – CEP - 65.658-879 – Nova Friburgo-RJ, ANTONIO MARANHÃO, brasileiro, médico, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF – sob o Nº 546.326.123-78, endereço eletrônico – maranhaoantonio@gmail.com – residente e domiciliado à Travessa Dois Irmãos, 430 – CEP - 65.658-581 – Nova Friburgo-RJ e MARTA MARANHÃO, brasileira, divorciada, pedagoga, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF – sob o Nº 145.326.785-20 – endereço eletrônico – martamaranhao@gmail.com – residente e domiciliada à Avenida Matheus Andrada, 1234 – CEP - 65.985-745 – Nova Friburgo-RJ, neste ato representados por seu advogado – XXX, endereço eletrônico – xxx@gmail.com – com endereço profissional à Rua dos Parnasos, Nº 321 – CEP – 65.757-852 – Nova Friburgo-RJ, vem perante a este Juízo propor a competente AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO COM TUTELA DE URGÊNCIA, em face de MANUEL MARANHÃO, brasileiro, casado, aposentado, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF – sob o Nº 254.365.785-66, endereço eletrônico – manuel.maranhao65@hotmail.com, residente e domiciliado à Rua Matos Dourado, 432 – CEP – 65.974-541 – Nova Friburgo-RJ, FLORINDA MARANHÃO, brasileira, casada, aposentada, sem endereço eletrônico, residente e domiciliada à Rua Matos Dourado, 432 – CEP – 65.974-541 – Nova Friburgo-RJ e RICARDO MARANHÃO, brasileiro, solteiro, estudante, endereço eletrônico – ricardomaranhao@gmailcom – residente e domiciliado à Rua Paulo Morais, 340 – CEP – 65.876-987 – Nova Friburgo-RJ, com base nos fatos e fundamentos que passa a expor para, ao final, postular: 
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Requer a concessão da gratuidade processual (Justiça Gratuita) por serem os promoventes pessoas pobres na acepção jurídica do termo, portanto, sem condições de arcar com o pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, com fulcro nos arts. 98 e seguintes do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) e no art. 5º, XXXV, LV, LXXIV do Texto Maior. Declaração de hipossuficiência (anexo 01). 
2. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
Nos termos do art. 319, inciso VII, do Código de Processo Civil, os promoventes manifestam o interesse na realização da audiência de conciliação ou mediação.
3. DOS FATOS 
A Ação de Anulação de Negócio Jurídico, com pedido de tutela provisória, ora apresentada pelos promoventes, JOAQUIM MARANHÃO, ANTONIO MARANHÃO E MARTA MARANHÃO, tem por objetivo desfazer a alienação ilegal de imóvel celebrada entre os promovidos MANUEL MARANHÃO, FLORINDA MARANHÃO e RICARDO MARANHÃO. 
Os promoventes tomaram conhecimento de que, em 20 de setembro de 2019, seus genitores celebraram negócio jurídico, configurado como alienação de bem imóvel, situado à Rua Bromélia, 138 – Centro – Nova Friburgo-RJ, em favor do neto RICARDO MARANHÃO, conforme Escritura de Compra e Venda, lavrada em Cartório do 4º Ofício de Nova Friburgo e Registro do Imóvel (anexo 2).
Ocorre Exa., que o supracitado negócio jurídico foi realizado de forma intempestiva, sem a devida aquiescência dos promoventes, não permitindo a eles a oportunidade de opinar acerca da celebração ou não da alienação do bem imóvel em tela. O fato trouxe flagrante prejuízo aos promoventes que, têm direito, a quinhão patrimonial oriundo dos bens dos genitores (ascendentes). 
Não obstante os genitores terem produzido o ato de boa fé ao celebrar o negócio jurídico com o neto, por saberem que o jovem ainda não possuía imóvel próprio, é defeso aos ascendentes atacar o direito de descendentes. 
Ademais Exa., o preço pago pelo bem imóvel pelo neto, RICARDO MARANHÃO, foi de R$ 200.000,00 (Duzentos Mil Reais), muito aquém dos valores praticados pelo mercado imobiliário, cujo valor é estimado em R$ 350.000,00 (Trezentos e Cinquenta Mil Reais). Portanto, configurou-se também enriquecimento sem causa por parte do alienado. 
Tendo em vista os fatos exarados nesta Petição Inicial, cuja repercussão causou incontroverso prejuízo patrimonial aos promoventes, buscou-se uma composição amigável junto aos promovidos, todavia, sem sucesso, o que ensejou a busca ao Poder Judiciário para a resolução da presente Lide. 
4. DO DIREITO
Em face dos fatos expostos restou claro que o negócio jurídico celebrado se encontra eivado de ilegalidade, por quanto não atendeu a legislação que estabelece a obrigação de consultar os descendentes diretos em caso de alienação de patrimônio, acerca do consentimento, para estabelecer uma negociação de Compra e Venda (art.496 CC). 
Outrossim, há ainda o indiscutível enriquecimento sem causa levado a efeito pelo adquirente do bem imóvel, haja vista ter comprado o bem com 57% de deságio, por R$ 200.000,00 (Duzentos Mil Reais), enquanto o imóvel é avaliado em R$ 350.000,00 (Trezentos e Cinquenta Mil Reais). Sendo assim, o negócio jurídico é anulável de pleno Direito. 
O art. 166 cc 496 do Código Civil Brasileiro definem os casos de anulabilidade do negócio jurídico: 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. (grifo nosso)
	Pode-se aferir que, a alienação do bem imóvel realizada pelos promovidos com o neto RICARDO MARANHÃO, enquadra-se como uma luva nos casos de anulabilidade descritos nos dispositivos acima. 
Um dos principais doutrinadores do Direito Civil Brasileiro, o professor Flávio Tartuce, assim se manifesta sobre a anulação do negócio jurídico: 
Nas situações concretas de anulabilidade, o seu reconhecimento deverá ser pleiteado por meio da denominada ação anulatória, que também seguia, regra geral, o rito ordinário, correspondente ao procedimento
comum do CPC/2015. (...)
A Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT assim se manifestou sobre o tema: 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA. INOVAÇÃO RECURSAL. RECURSO CONHECIDO EM PARTE. VENDA DE IMÓVEL DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE. ART. 496, CC. CONSENTIMENTO DOS OUTROS DESCENDENTES. AUSÊNCIA. NEGÓCIO JURÍDICO ANULÁVEL. SIMULAÇÃO. CONTRATO DE DOAÇÃO REVESTIDO SOB A FORMA DE COMPRA E VENDA. PREJUÍZO AO OUTRO DESCENDENTES. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO, NEGADO PROVIMENTO. 1. No recurso, o Tribunal ou órgão ad quem exerce um papel de revisão e não de criação, ou seja, os limites da demanda são fixados pelo pedido e a causa de pedir e segundo a controvérsia estabelecida em primeiro grau. Dessa forma, tendo a parte optado por deduzir argumentos não ventilados perante o juízo de primeiro grau, configura-se a supressão de instância, que impossibilita seu conhecimento. Inovação recursal verificada. Recurso conhecido em parte. 2. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido (art. 496, do Código Civil). Ausente a autorização de um dos descendentes e demonstrada a simulação, com prejuízo patrimonial a outro filho, cabível a anulação do negócio jurídico. 3. Ausente qualquer desembolso na suposta compra e venda celebrada entre pai e filha estudante, sem ocupação profissional, mesmo com a fixação de preço abaixo ao praticado no mercado, evidencia-se a ocorrência de simulação, de uma doação ou a distribuição de patrimônio em vida, em benefício de um determinado descendente em desprestígio de outros. 5. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO, DESPROVIDO.
(TJ-DF 07066522120178070003 DF 0706652-21.2017.8.07.0003, Relator: LUÍS GUSTAVO B. DE OLIVEIRA, Data de Julgamento:05/08/2020, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no PJe : 15/08/2020 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)
Meritíssimo, restou clara a ofensa ao art.496 (CC) quando não houve expresso consentimento dos descendentes para a celebração do negócio jurídico e ainda o ataque ao art. 171 – II (CC) com a conflagração do ato doloso de adquirir o bem com valor muito abaixo do mercado (57% de deságio), efetivando assim o enriquecimento sem causa do adquirente do bem imóvel. 
Deve-se salientar que o adquirente do bem imóvel era sabedor dos preços praticados pelo mercado imobiliário de Nova Friburgo-RJ e omitiu-se quando da tradição do bem imóvel, visando perceber vantagem financeira exagerada. 
Quanto ao enriquecimento sem causa, a inteligência do art. 884 do Código Civil preconiza: 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.
	Em razão dos fatos sobejamente relatados e dos documentos acostados aos autos, fica evidenciado de que houve alienação ilegal de bem imóvel perpetrada por ascendentes a descendente sem o consentimento dos promoventes em desconformidade com a legislação. Portanto, os argumentos relatados nesta exordial merecem prosperar. 
5. DA CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Diante dos fatos narrados ficam demonstrados o fumus boni iuris o periculum in mora. O evidente percurso temporal suficiente até o desfecho do processo, há a ameaça de ser inócua a prestação jurisdicional ao final deferida. 
	Conforme dispõe o art. 300 do Código de Processo Civil:
Art. 300. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
	Estão presentes no art. 300 do CPC dois requisitos que, cumulativamente observados, reforçam a aplicação da Tutela Provisória de Urgência: a) a probabilidade do Direito, consiste no forte indício da razoabilidade do Direito invocado (fumus boni juris); e b) o perigo de dano, consistente no perigo da demora na prestação jurisdicional, segundo o qual a o adiamento da concessão da Tutela até o momento da sentença é capaz de gerar danos de natureza irreparável à parte (Periculum in mora). 
	Em se tratando de probabilidade de Direito restou incontroverso que os promoventes foram preteridos ao Direito de Consentimento, conforme o art.496 (CC), portanto, o negócio jurídico celebrado entre as partes é, de plano, anulável. Por meio dos documentos apresentados e anexados evidenciou-se o prejuízo patrimonial causado pelo adquirente do bem imóvel, tendo este comprado por valor 57% abaixo do mercado sem, contudo, dar ciência os alienantes do valor real do bem imóvel, produzindo enriquecimento sem causa ao adquirente. 
	Com o fito de resguardar o Direito dos promoventes, requer-se que seja realizado o bloqueio total do bem imóvel com a referida averbação de intransferibilidade, a incomunicabilidade e a impenhorabilidade até o desfecho final da presente demanda. 
6. DOS PEDIDOS
Diante do exposto e com base na legislação vigente, requer, de V.Exª:
a)	A CONCESSÃO dos benefícios da assistência judiciária gratuita, preceituados no art.5º, LXXIV, da Carta Magna, na Lei n° 1.060/50 e no artigo 98 do Código de Processo Civil, por ser os autores pobres, na acepção jurídica do termo, não reunindo condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo se seu sustento e de sua família;
b)	Designação de audiência preliminar de conciliação e mediação, com fulcro no art. 319,VII, do CPC;
c) 	A citação dos promovidos para que compareçam à audiência de conciliação e medicação e ser designada pelo Juízo e, não havendo autocomposição, que se intimem os réus para apresentarem contestação. 
d)	A CONCESSÃO da Tutela de Urgência Liminar, fundada no art. 300 do Código de Processo Civil, determinando o bloqueio do bem imóvel com a referida averbação de intransferibilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade até o deslinde final da presente demanda;
d)	Citação dos promovidos, para, querendo apresentar defesa, no prazo legal;
e)	O JULGAMENTO TOTALMENTE PROCEDENTE dos pedidos, para declarar a anulação do negócio jurídico celebrado;
f)	Condenar os réus ao pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme art. 85 do CPC;
g)	Pugna para que as publicações sejam feitas exclusivamente em nome do patrono XXX, OAB/CE. Nº XXX;
Requer a produção de todas as provas admitidas em Direito, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil/2015. 
	Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). 
Nestes Termos
Pede deferimento
Fortaleza, Ceará, 15 de Setembro de 2020.
XXX
Advogado
OAB-CE – Nº XXX

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