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1 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 00 (Demonstrativa) 
Direito Processual Penal 
Inquérito Policial 
Professor Bruno Schettini 
 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
2 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
Prezado(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo ao nosso curso preparatório para o concurso de Policial 
Legislativo Federal. A equipe do Ponto e eu preparamos este curso de teoria e 
exercícios comentados de Direito Processual Penal para ajudá-lo a conquistar a 
sua vaga. 
Ele está atualizado, respeitando o conteúdo do EDITAL n° 4 de 22 de 
Dezembro de 2011. Abaixo temos o conteúdo programático anunciado: 
DIREITO PROCESSUAL PENAL Inquérito Policial, Notitia Criminis. Jurisdição e 
competência. Prisão em flagrante e prisão preventiva. O livrar-se solto e afiança: a 
apresentação espontânea do acusado. Da prova: exame de corpo de delito, 
interrogatório e testemunhas. Das citações e intimações. Do reconhecimento de 
pessoas e coisas. Restituição das coisas apreendidas. Prisão especial. Atuação do 
advogado na fase inquisitiva. 
 
É importante deixar bem claro que nosso objetivo aqui é trabalhar aquilo 
que é mais importante e tem maior probabilidade de aparecer na sua prova, em 
especial, por conta da quantidade de matéria do concurso e o respectivo tempo 
necessário de preparação. Eis o conteúdo que iremos estudar juntos neste curso: 
 
3 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
 
Aula Conteúdo Programático Data 
00 Inquérito Policial 07/10 
01 Jurisdição e Competências 14/10 
02 Prisão e fiança. 21/10 
03 Da Prova 28/10 
04 Das citações e intimações. 04/11 
05 Restituição das Coisas Apreendidas. 11/11 
06 Prisão Especial 18/11 
07 Questões extras 25/11 
 
Cada uma de nossas aulas terá cerca de 30 exercícios comentados, 
extraídos prioritariamente de provas de concursos públicos organizados pela 
mesma banca. Entretanto, vamos inserir exercícios de outras instituições e 
alguns desenvolvidos por mim para dar mais consistência à sua aprendizagem. 
Ao finalizarmos este curso, teremos resolvido muitas questões, dentro de 
uma matéria que apesar de não muito extensa, deve estar no radar da maioria 
dos concurseiros. Tenha certeza de que faremos um trabalho focado nos aspectos 
mais importantes que você precisa entender para fazer uma excelente prova. 
“Ao falhar na preparação, você está se preparando para falhar” (Benjamin 
Franklin). 
Você já está no caminho certo, buscando a 
correta preparação. Nosso material vai te deixar 
pronto para o concurso! 
Antes de lhe apresentar o sumário da aula de hoje, quero pedir-lhe que 
interaja comigo por meio de mensagens eletrônicas no fórum. A sua participação 
é fundamental para a eficácia do curso. 
 
4 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
 
 
Teoria .................................................................................................................................................... 6 
Inquérito Policial ......................................................................................................................... 6 
Início do inquérito policial .................................................................................................... 13 
Prazos para conclusão do inquérito policial ................................................................ 18 
Arquivamento do inquérito .................................................................................................. 20 
Arquivamento e surgimento de novas provas ............................................................ 22 
Verificação Preliminar de informações (VPI’S) ......................................................... 23 
Indiciamento e desindiciamento ....................................................................................... 24 
Participação do Ministério Público no inquérito policial ....................................... 25 
A importância da Lei 12830/13 ......................................................................................... 27 
Conclusão do inquérito policial .......................................................................................... 28 
Legislação Comentada ................................................................................................................ 29 
Questões .............................................................................................................................................. 36 
Gabarito .................................................................................................................................................. 43 
Questões Comentadas ................................................................................................................ 44 
 
 
Sumário 
 
file:///C:/Users/bschettini/Downloads/TRF4/OJA/Aula%2001%20-%20PPN%20TRF4%20OJA.docx%23_Toc10554103
file:///C:/Users/bschettini/Downloads/TRF4/OJA/Aula%2001%20-%20PPN%20TRF4%20OJA.docx%23_Toc10554114
5 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
 
 
 
Sou o professor Bruno Schettini. Possuo graduação em Administração, 
especialização em Gestão Policial e mestrado em Políticas Públicas. Ingressei no 
serviço público em 1994. Atuei por 12 anos como oficial do Corpo de Fuzileiros 
Navais, onde adquiri experiência, entre outras coisas, no tema inquérito policial 
militar, atuando como encarregado e escrivão diversas vezes. Em 2005, migrei 
para a minha atual carreira: Policial Rodoviário Federal. Desempenhei diversas 
funções em diferentes estados do Brasil, onde possui destaque especial a de 
Diretor de Ensino. Atuo como professor/instrutor de matérias policiais desde 
2010, além de ministrar cursos de coaching para concursos, onde 
frequentemente tenho alunos aprovados para os mais variados e difíceis 
concursos. 
Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é: 
bruno.schettini@pontodosconcursos.com.br. 
 
Apresentação do Professor 
 
mailto:bruno.schettini@pontodosconcursos.com.br
6 
Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno Schettini 
 
 
 
Olá! 
Iniciamos o nosso curso falando sobre o processamento da investigação 
criminal. Sabemos que a persecutio criminis é o caminho a ser percorrido pelo 
Estado para que seja aplicada uma pena ou medida de segurança ao indivídio 
que cometeu uma infração penal. 
Logo, a investigação criminal entra em cena quando o autor 
da ação penal não dispuser de elementos mínimos para 
propor a mesma. 
A finalidade precípua da investigação é coletar provas da existência da infração 
penal e indícios de autoria. 
O inquérito policial é o principal instrumento de investigação do Estado e 
possibilita a apuração dos fatos enquanto ainda há a trepidação moral causada 
pelo crime, servindo de garantia contra apressados e equivocados juízos. 
Vamos iniciar o nosso estudo discorrendo sobre esse importante instrumento 
de investigação. 
 
Inquérito Policial 
 
1. O inquérito policial é o procedimento administrativo, preparatório e inquisitivo, 
presidido por uma autoridade policial, o qual é constituído por um conjunto de 
diligências efetuadas pela polícia, no exercício da função judiciária, visando a 
apurar a infração penal. 
Teoria 
 
Teoria 
 
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DireitoProcessual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
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2. É o conjunto de diligências realizadas pela autoridade policial para obtenção 
de elementos que indiquem a autoria e a materialidade das infrações penais. 
3. O inquérito policial tem as seguintes características: 
3.1 Instrumentalidade: O inquérito policial é meramente um 
instrumento, ou seja, seu fim é buscar elementos de prova a fim de embasar as 
suspeitas com relação à prática de uma infração penal. 
3.2 Natureza administrativa: não é processo e sim procedimento, não 
tem natureza judicial. 
3.3 Procedimento inquisitorial: O inquérito policial não admite, em 
regra, contraditório ou ampla defesa. EXCEÇÃO: inquérito objetivando expulsar 
estrangeiro tem contraditório. 
Durante o interrogatório policial, é facultativa a presença da defesa técnica 
(presença de advogado), permanecendo como procedimento inquisitório. 
As garantias do contraditório e da ampla defesa são essenciais nas ações 
penais. Por outro lado, no inquérito policial, tais garantias são elementos 
acidentais e dispensáveis, uma vez que seu objetivo é tão somente fornecer ao 
órgão acusatório elementos suficientes à demonstração da autoria da infração 
penal e a respectiva materialidade. Lembre-se: a Polícia não acusa ninguém. A 
acusação formal cabe ao Ministério Público. A Polícia apura FATOS, suas 
circunstâncias e aponta prováveis autores. 
3.4 Valor probante relativo: A utilização do inquérito como instrumento 
de convicção pelo juiz fica condicionada a que as provas nele produzidas sejam 
renovadas ou confirmadas pelas provas produzidas em juízo. 
3.5 Obrigatoriedade: Recebida a notitia criminis pela autoridade policial, 
ou seja, tomando conhecimento da prática de infração penal que seja de ação 
penal pública incondicionada, por qualquer que seja o meio, deve instaurar, de 
ofício, inquérito policial. 
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Direito Processual Penal 
Aula 00 (Demonstrativa) – Inquérito Policial 
Prof. Bruno Schettini 
 
 
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Não há necessidade de esperar provocação a fim de se instaurar 
procedimento e iniciar a investigação. 
A notitia criminis pode chegar ao conhecimento por qualquer forma, seja 
pelo registro da ocorrência, seja por petição do advogado, notícia veiculada na 
imprensa, etc. 
O delegado, após receber a notitia criminis, fará a verificação da 
procedência das informações e mandará instaurar o inquérito policial, caso 
positivo, do contrário, será responsabilizado penalmente e disciplinarmente. 
3.6 Prescindível ao ajuizamento da ação penal (conteúdo 
meramente informativo): O exercício da ação penal não exige a prévia 
conclusão ou instauração prévia do inquérito policial. 
É pacífico (incontroverso) na doutrina e na 
jurisprudência que o inquérito policial não é imprescindível 
para a propositura da ação penal. Ou seja, titular da ação penal 
(Ministério Público ou ofendido, conforme o caso) pode 
perfeitamente embasar a peça acusatória com elementos obtidos por outras 
fontes e colhidos de outras formas (desde que legalmente admitidas). Assim o 
inquérito NÃO é fase obrigatória da persecução penal. Entretanto, sempre que o 
inquérito servir de base para a formulação da acusação, ele deverá acompanhar 
tal peça, sendo anexado à mesma e posteriormente passando a fazer parte dos 
autos do processo. É o que determina o art. 12 do CPP: 
 Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de 
base a uma ou outra. 
Cabe, no entanto, alertar que uma vez que o inquérito é procedimento 
administrativo inquisitivo, não se observando a ampla defesa nem contraditório 
durante a colheita das informações, seu valor probatório é relativo. Como 
consequência, a decisão judicial condenatória não poderá jamais ser 
fundamentada tão somente em elementos colhidos na fase do inquérito policial: 
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Direito Processual Penal 
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Art. 155 CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, 
não repetíveis e antecipadas. 
3.7 Não se sujeita à declaração de nulidade: os vícios, porventura 
existentes durante a investigação, não macularão eventual e futura ação penal. 
Logo, as irregularidades presentes no inquérito não invalidam o processo, 
atingindo somente a eficácia do ato viciado. EXEMPLO: No bojo de um Auto de 
Prisão em Flagrante Delito, a autoridade policial esquece de comunicar a prisão 
ao juízo competente. Dessa forma, ocorrerá o relaxamento da prisão em flagrante 
do sujeito e não haverá, assim, necessidade de se reconduzir o inquérito policial, 
após esse fato. 
Suponhamos então que a banca lhe proponha a seguinte assertiva: os 
eventuais vícios existentes no inquérito têm o condão de acarretar nulidades 
durante o processo penal? 
A resposta é não. Uma vez que, como vimos, o inquérito é procedimento 
informativo administrativo, podendo inclusive ser dispensado caso o titular da 
ação penal consiga obter indícios de materialidade e autoria a partir de outras 
fontes, eventuais irregularidades na fase do inquérito não irão gerar nulidades 
processuais, não havendo que se falar em repercussão na ação penal. Entretanto, 
irregularidades cometidas no curso do inquérito quanto a determinados atos 
específicos podem levar à invalidade daquele ato: uma prisão em flagrante ou 
uma busca e apreensão realizadas de forma irregular, por exemplo, podem vir a 
ser anuladas, embora a ação penal não seja anulada. Sobre o tema, vide o 
julgado abaixo: 
Jurisprudência do Supremo Tribunal é pacífica no sentido de que o inquérito policial é peça 
meramente informativa e dispensável e, com efeito, não é viável a anulação do processo penal 
em razão das irregularidades detectadas no inquérito, porquanto as nulidades processuais 
dizem respeito, tão somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados 
durante a ação penal. (…).” (ARE 654.192-AgR/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES) 
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Direito Processual Penal 
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3.8 Indisponibilidade: Autoridade policial não pode determinar por sua 
vontade o arquivamento do inquérito, consoante o art. 17 do CPP, senão 
sejamos: 
“Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito.” 
A autoridade policial pode empreender diligências em circunscrição diversa, 
independente de expedição de precatória e requisição. 
O inquérito sempre deve ser concluído e encaminhado ao juízo. 
3.9 Independência formal: O inquérito policial é autônomo com relação 
ao processo criminal que, com fundamento e determinado inquérito, for 
instaurado. 
3.10 Procedimento escrito: Todos os atos realizados no bojo do inquérito 
policial são reduzidos a termo e serão rubricados pela autoridade policial. 
3.11 Oficialidade: A investigação deve ser conduzida por autoridade e 
agentes integrantes dos quadros públicos. 
 Insta ressaltar que não é autorizada a delegação da autoridade 
investigativa a particulares, consoante dispõe a Constituição: 
“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
11 
Direito Processual Penal 
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www.pontodosconcursos.com.br Professor Bruno SchettiniIV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares”. 
3.12 Discricionariedade: A persecução se concentra na pessoa do delegado 
de polícia, o qual pode, com discricionariedade, determinar todas as diligências 
que reputar convenientes a fim de elucidar o crime e dissecar os fatos. 
Ou seja, no caderno apuratório, pode requisitar as diligências que reputar 
necessárias a fim de esclarecer os fatos. 
Tal característica se refere tão somente à forma de conduzir as investigações. 
A autoridade policial é obrigada a realizar as eventuais diligências 
requisitadas pelo membro do Ministério Público, desde que imprescindíveis ao 
oferecimento da denúncia. 
No entanto, não estará obrigada a realizar as diligências requeridas pelo 
indiciado, ofendido ou seu representante legal. 
3.13 Sigiloso: o inquérito policial deve ser sigiloso a fim de buscar alcançar 
eficiência e efetividade nas investigações. Procura-se, ainda, preservar a imagem 
do acusado. 
Compete à autoridade policial assegurar o sigilo das investigações, conforme 
o art. 20 do CPP: 
“Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” 
O sigilo não alcança o juiz nem o promotor e, também, o advogado. 
12 
Direito Processual Penal 
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Conforme a Constituição preconiza, o preso pode consultar seu advogado: 
“LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado” 
ATENÇÃO!! Súmula Vinculante 14 do STF: É direito do 
defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia 
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Importante ressaltar que o sigilo do inquérito não se confunde com o sigilo 
de certos procedimentos aos quais o advogado só terá acesso quando do 
encerramento da diligência. Essa medida é de importância fundamental para que 
não se corra o risco de perder a efetividade das diligências ainda em andamento. 
Essa medida é de importância fundamental para que não se corra o risco de 
perder a efetividade das diligências ainda em andamento. Imagine que um pedido 
de interceptação telefônica ou uma representação por busca e apreensão 
estivesse em andamento, o que poderia acontecer se não fosse preservado o 
sigilo sobre os documentos referentes a essas diligências? 
3.14 Caráter meramente informativo: os elementos de prova 
arrecadados no bojo do inquérito servem para subsidiar a formação de convicção 
do órgão encarregado de exercer a ação penal. 
3.15 Autoritariedade: Conforme mandamento constitucional (art. 144, § 
4º CRFB/88) o inquérito é presidido por uma autoridade pública, no caso o 
Delegado de Polícia de carreira. Tal característica foi reforçada com o advento da 
Lei 12.830/13, que dispõe no seu art. 2º, § 1º: 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da 
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, 
que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das 
infrações penais. 
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Direito Processual Penal 
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4. A natureza jurídica do inquérito policial é de procedimento administrativo. 
Dessa forma, a autoridade policial e o membro do Ministério Público devem zelar 
para que a investigação seja conduzida evitando afrontas ao direito do 
investigado. 
 
Início do inquérito policial 
5. As formas de inauguração do inquérito policial vêm descritas no artigo 5º do 
CPP e irá depender do tipo de ação penal como é processado e julgado o crime 
objeto de apuração 
5.1 Crime de ação pública incondicionada: 
 5.1.1 De ofício pela autoridade policial: Inicia-se com a peça 
inaugural subscrita pelo delegado de polícia, que é a portaria, a qual descreve 
as circunstâncias do delito a ser apurado, tem o objeto da investigação bem como 
as diligências a serem observadas. Vejamos o que dispõe o CPP: 
“Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será 
iniciado: 
 I - de ofício;” 
 Em regra (ações penais públicas incondicionadas), a instauração do 
inquérito não depende da provocação do interessado, não importando a maneira 
como tenha chegado ao conhecimento da autoridade policial a notitia criminis. 
 5.1.2 Por requisição da autoridade judiciária ou Ministério Público ou 
requerimento do ofendido ou representante legal: A requisição do Ministério 
Público ou do magistrado tem status de ordem. Logo, não pode ser desobedecida 
pela autoridade policial, mesmo que esta não entenda ser cabível a investigação. 
14 
Direito Processual Penal 
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ATENÇÃO: Embora a lei faça menção expressa a 
requisição do magistrado, há entendimento de que, a partir 
da CRFB/88, apenas o MP poderia requisitar a instauração 
do inquérito, uma vez que no sistema acusatório o Juiz não 
é parte no processo e nem pode assumir a iniciativa da 
persecução penal. Vide a respeito o seguinte julgado: 
 
TRF-1 - EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO EXSUSP 340 RR 2009.42.00.000340-
0 (TRF-1)Data de publicação: 26/06/2009 
“Ementa: PROCESSO PENAL. REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE 
INQUÉRITO POLICIAL PELO JUIZ. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. 
ACOLHIMENTO. 1. O juiz não pode e não deve deliberar sobre a opinio 
delicti, em razão de perder a imprescindível imparcialidade ao deliberar 
sobre a mesma, ao requisitar a instauração de inquérito, por tratar-se de 
uma atividade persecutória. Pode, sim, valer-se do disposto no art. 40 
do CPP , pois, nesse caso, não se trata de opinio delicti e, sim, de notitia 
criminis, e levar o fato de que teve conhecimento à consideração do 
Ministério Público, e não à autoridade policial, requisitando, claramente, 
a instauração de inquérito, como fizera o juiz-excepto, pois cabe àquele 
órgão proceder à devida análise e requisitar a abertura de inquérito ou 
oferecer denúncia, se for o caso. 2. Exceção de suspeição acolhida” 
 
 Se o Delegado deve, preenchidos os requisitos legais, acatar a 
requisição de instauração de inquérito formulada pelo MP, lado outro, o 
requerimento da vítima, pode sim ser indeferido pela autoridade policial. Caso a 
vítima discorde pode recorrer ao chefe de polícia. 
“Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será 
iniciado: 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do 
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem 
tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre 
que possível: 
http://trf-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18151028/excecao-de-suspeicao-exsusp-340-rr-20094200000340-0
http://trf-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/18151028/excecao-de-suspeicao-exsusp-340-rr-20094200000340-0
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a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos 
e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da 
infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua 
profissão e residência.§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de 
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.” 
 
 5.1.3 Pelo Auto de Prisão em Flagrante Delito: O Auto de Prisão 
em Flagrante Delito é forma inequívoca de início do inquérito policial. Procede-se 
a essa peça quando verificada hipótese de flagrância. O termo flagrante vem do 
latim "flagrare" que significa ardente, flamejante, em chamas. Ou seja, nas 
hipóteses de prisão em flagrante verificamos justamente isso: o crime está 
"ardente", ainda ocorrendo ou pouco tempo depois de ter ocorrido. 
 O Auto de Prisão em Flagrante é procedimento célere e que formaliza 
o mínimo de elementos de convicção. 
5.2 Crime de ação penal pública condicionada: Essa forma de 
instauração depende de condição exigida em lei para a investigação criminal e, 
posterior, apuração processual da infração penal. 
A condição exigida por lei pode ser a requisição do Ministro da Justiça ou a 
representação do ofendido ou do seu representante legal. 
5.2.1 representação: a representação é a manifestação da vítima 
ou do seu representante legal através da qual autorizam o Estado a tomar 
as providências necessárias à investigação e apuração judicial dos crimes 
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Para ela, não se exige rigor formal, bastando que fique estampada a 
inequívoca intenção em ver apurada a responsabilidade penal do autor. 
“§4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante 
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério 
Público, ou à autoridade policial. 
§1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura 
devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou 
procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade 
policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver 
sido dirigida.” 
 
5.2.2 requisição do juiz ou Ministério Público: Se a vítima ou o 
representante legal dirigir ao juiz ou ao membro do Ministério Público a 
representação, estes podem encaminhar ao delegado de polícia a 
manifestação de vontade juntamente com o ofício requisitório (vide a 
observação anterior quanto à iniciativa de requisição por parte do 
Magistrado). 
ATENÇÃO: No caso de Auto de Prisão em Flagrante Delito, 
quando se tratar de ação penal pública condicionada à 
representação, a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, nesse caso, 
fica condicionada a que a representação seja formalizada no bojo do 
procedimento. Caso não seja reduzida a termo, a prisão será ilegal e 
será relaxada pela autoridade judiciária. 
5.3 Crime de ação penal privada 
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5.3.1 Requerimento da vítima ou representante legal: A 
autoridade policial só poderá instaurar o inquérito após o requerimento da 
pessoa que tenha a qualidade para ajuizar a queixa crime, que é o ofendido 
ou seu representante legal. 
No caso de morte ou ausência do ofendido, podem requerer o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, conforme o art. 31 do CPP: 
“Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para 
representá-lo caberá intentar a ação privada. 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado 
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão.” 
Caso seja instaurado procedimento investigatório sem essa 
manifestação de vontade, há possibilidade de o réu impetrar HABEAS 
CORPUS para trancar o inquérito policial, uma vez que gerou a ele 
constrangimento ilegal. 
5.3.2 Requisição do juiz (atenção mais uma vez à previsão 
legal de o Juiz poder requisitar) ou MP: Ocorre quando o ofendido ou 
seu representante legal dirigirem o requerimento ao juiz ou promotor de 
justiça. Assim, de posse desse requerimento, tais autoridades requisitam 
ao delegado de polícia mediante ofício requisitório a instauração da 
competente investigação. 
ATENÇÃO: Auto de Prisão em Flagrante Delito: O Auto de Prisão 
em Flagrante Delito também pode ser instaurado em crimes de ação penal 
privada, desde que a vítima ou seu representante legal tenham autorizado 
ou ratificado sua lavratura, mediante requerimento de providências perante 
a autoridade policial. 
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Prazos para conclusão do inquérito policial 
6. A regra geral é de que o inquérito seja concluído em 10 dias, se preso, 
contados da data em que foi executada a ordem de prisão. Tal prazo é 
improrrogável, cabendo ao Ministério Público adotar as providências cabíveis no 
prazo legal sob pena de imediata soltura. 
 Lado outro, o prazo de conclusão é de 30 dias, se o investigado estiver em 
liberdade. O referido prazo é prorrogável, a requerimento do delegado e 
autorizado pelo juiz, quantas vezes for preciso. 
“Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o 
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em 
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando 
estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
.(...) 
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, 
a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para 
ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo 
juiz”. 
 
7. No âmbito da Polícia Federal, o prazo para concluir o inquérito policial 
é de 15 dias, se o indiciado estiver preso. Tal prazo é prorrogável uma vez por 
igual período, desde que haja autorização judicial. 
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 O prazo para conclusão do inquérito será de 30 dias, se em liberdade o 
indivíduo. O prazo é prorrogável, a requerimento do delegado e autorizado pelo 
juiz, quantas vezes for preciso. 
8. Segundo a Lei de Drogas (Lei 11343), o inquérito policial deve ser 
concluído em 30 dias, se preso. 
 O prazo para conclusão é de 90 dias, se solto. 
 Em ambas as situações os prazos podem ser duplicados a pedido do 
delegado, com oitiva do MP e deliberação judicial. 
“Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) 
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando 
solto. 
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser 
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido 
justificado da autoridade de polícia judiciária. 
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a 
autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao 
juízo” 
 
9. No inquérito penal militar, o seu prazo de conclusão será de 20 dias, se 
preso. Tal prazo é improrrogável. O prazo para conclusão é de 40 dias, se solto. 
Nesse caso é prorrogável por mais 20 dias. 
10. Nos crimes contra a economia Popular e a saúde pública, o inquérito 
deve ser concluído em 10 dias, se o réu estiver preso ou solto. O prazo é 
improrrogável!! 
Os prazos especiais estão sintetizados na tabela abaixo: 
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LEI PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO 
Lei 1.521/51 – 
crimes contra a 
economia popular 
Indiciado preso ou emliberdade o prazo é o mesmo 
de 10(dez) dias. Improrrogável. 
Lei 11.343/06 – Lei 
de Drogas 
Investigado solto, prazo de 90 (noventa) dias. Já se 
estiver preso o prazo é de 30(trinta) dias. Mediante 
pedido justificado da autoridade policial e ouvido o 
MP, tais prazos podem ser duplicados pelo Juiz. 
Lei n. 5.010/66 – 
caso de crimes 
processados 
perante a Justiça 
Federal 
Investigado preso, prazo de 15 (quinze) dias, 
admitida a prorrogação por mais 15 dias. Se solto, 
prazo de 30 (trinta) dias. 
 
Arquivamento do inquérito 
11. Findas as investigações e uma vez concluído o inquérito policial, e recebido 
pelo promotor de justiça, cinco providências podem ser adotadas: 
 11.1 oferecer denúncia quando houver prova da existência do crime bem 
como indícios suficientes de autoria; 
 11.2 devolver a autoridade policial para realizar novas diligências que 
sejam essenciais para o oferecimento da denúncia; 
 11.3 requerer o arquivamento do inquérito 
 11.4 requerer a permanência dos autos em cartório, nos casos de ação 
penal privada 
“Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito 
serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do 
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, 
se o pedir, mediante traslado.” 
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11.5 requerer a remessa dos autos ao juízo que entender competente, se 
o parquet entender que o juiz não seja o competente para apreciar o 
inquérito policial. 
12. O arquivamento pode ser classificado como: 
12.1 Arquivamento indireto: É a hipótese em que o promotor deixa de 
oferecer denúncia por entender que o juízo é incompetente para a ação penal. 
Nesse caso, cabe ao juiz remete os autos ao Procurador Geral, chefe do 
Ministério Público, aplicando-se analogicamente o art. 28 do CPP 
“Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de 
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do 
inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este 
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério 
Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, 
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.” 
12.2 Arquivamento implícito: Ocorre quando o MP deixa, na denúncia, de 
apontar um fato criminoso (arquivamento implícito objetivo) ou alguns dos 
supostos criminosos (arquivamento implícito subjetivo) 
ATENÇÃO: Julgamento do HC nº 83.343/SP: 
"I - Habeas corpus: cabimento. É da jurisprudência do Tribunal que não 
impedem a impetração de habeas corpus a admissibilidade de recurso 
ordinário ou extraordinário da decisão impugnada, nem a efetiva 
interposição deles. 
II - Inquérito policial: arquivamento com base na atipicidade do fato: 
eficácia de coisa julgada material. 
22 
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A decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, 
quando fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele 
apurado não constitui crime, mais que preclusão, produz coisa 
julgada material, que - ainda quando emanada a decisão de juiz 
absolutamente incompetente -, impede a instauração de processo 
que tenha por objeto o mesmo episódio. Precedentes: HC 80.560, 1ª T., 
20.02.01, Pertence, RTJ 179/755; Inq 1538, Pl., 08.08.01, Pertence, RTJ 
178/1090; Inq-QO 2044, Pl., 29.09.04, Pertence, DJ 28.10.04; HC 
75.907, 1ª T., 11.11.97, Pertence, DJ 9.4.99; HC 80.263, Pl., 20.2.03, 
Galvão, RTJ 186/1040." 
 
Arquivamento e surgimento de novas provas 
13. Vamos ficar atentos ao arquivamento do inquérito policial, o qual é tema 
recorrente em provas. Conforme já mencionado, não pode a autoridade policial 
determinar o arquivamento do inquérito policial. 
“Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito.” 
14. Quem requer o arquivamento é o Ministério Público, o qual é o titular da ação 
penal, e quem acata o pedido de arquivamento, deferindo ou não, é o juiz de 
Direito. 
15. Caso o juiz considere improcedentes as razões invocadas pelo Ministério 
Público, deve remeter os autos ao procurador geral. Este oferece a denúncia, 
designa outro membro para oferecê-la ou insiste no pedido de arquivamento. 
Caso seja esta última posição a adotada, o juiz estará obrigado a atendê-lo. 
16. Vamos também ficar atentos também à Súmula 524 STF, que traz o 
seguinte: 
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“Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento 
do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas”. 
17. Outro importante e cobrado é o seguinte julgado do STF: 
“(...). II.(...). III. Ministério Público: iniciativa privativa da ação penal, 
da qual decorrem (1) a irrecusabilidade do pedido de arquivamento 
de inquérito policial fundado na falta de base empírica para a 
denúncia, quando formulado pelo Procurador-Geral ou por 
Subprocurador-Geral a quem delegada, nos termos da lei, a atuação 
no caso e também (2) por imperativo do princípio acusatório, a 
impossibilidade de o juiz determinar de ofício novas 
diligências de investigação no inquérito cujo arquivamento é 
requerido. (HC 82507, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, 1a Turma, 
julgado em 10/12/2002, DJ 19-12-2002 PP-00092 EMENT VOL-
02096-04 PP-00766) 
 
Verificação Preliminar de informações (VPI’S) 
18. O Superior Tribunal de Justiça reconhece a Verificação Preliminar de 
Informações como PROCEDIMENTO PRELIMINAR ao inquérito. 
19. Sabemos que, entre as notícias que chegam ao conhecimento da autoridade 
policial, algumas configuram fatos manifestamente atípicos, como danos 
culposos, dentre outros, e fatos típicos. Por isso, uma vez recebia a informação 
ou notitia criminis, a autoridade procederá à averiguação de informações, cujo 
fundamento está previsto no parágrafo 3º do artigo 5º do atual Código de 
Processo Penal, segundo o qual: 
"Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência 
de infração penal em que caiba ação pública poderá, 
24 
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verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, 
e esta, verificada a procedência das informações, mandará 
instaurar inquérito.” 
 
20. Esse levantamento preliminar poderá ser: 
20.1 informal: quando executado de modo direto, pessoal e sem 
exigência de documentação das diligências; 
20.2 formal: quando decorrente de abertura de procedimento 
mecanizado e formado por atos documentados. 
21. Como manifestação da segunda modalidade, em decorrência da praxe 
policial, nasceu o procedimento da Verificação Preliminar de Informação, 
destinada a verificar a procedência da notícia crime ou elementos indispensáveis 
à instauração do inquérito. 
 
 
Indiciamento e desindiciamento 
22. O ato de indiciamento é ato por meio do qual o delegado atribui a alguém a 
prática de uma infração penal, baseado em indícios suficientes de autoria. Assim, 
realizadas as diligências constantes no art. 6º do CPP, havendo elementos 
suficientes que levem a apontar determinada pessoa (ou pessoas) como autora 
(ou autoras) do fato a Autoridade Policial deverá proceder ao indiciamento do(s) 
mesmo(s). 
Leciona Nestor Távora que o indiciamento é a informação ao suposto 
autor a respeito do fato objeto das investigações. É a cientificação ao 
suspeito de que ele passa a sero principal foco do inquérito. Saímos do 
juízo de possibilidade para o de probabilidade e as investigações são 
25 
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concentradas em pessoa determinada. Logo, só cabe falar em 
indiciamento se houver lastro mínimo de prova vinculando o suspeito à 
prática delitiva.”1 
Conforme mandamento legal o indiciado será interrogado pela 
autoridade policial, sendo que a negativa do mesmo em responder as 
perguntas formuladas por ocasião do seu indiciamento não poderá ser 
tomado em seu desfavor, tendo em vista o direito constitucional de ficar 
calado (art. 5º, LXIII): LXIII - o preso será informado de seus direitos, 
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
23. Cumpre ressaltar que nem todos que têm foro privilegiado por prerrogativa 
de função é imune ao indiciamento. Dessa forma, deputados e senadores podem 
ser indiciados sem prévia autorização da casa legislativa a que pertençam. 
24. O ato de indiciamento, o qual é privativo do delegado, pode ser desfeito por 
esse, uma vez que a autoridade policial, como autoridade administrativa, pode 
rever seus próprios atos, utilizando-se da autotutela. Desse modo, o delegado 
pode desindiciar o sujeito. 
 
Participação do Ministério Público no inquérito policial 
25. Durante muito tempo houve dúvida e controvérsia jurisprudencial e 
doutrinária acerca da possibilidade de o órgão do Ministério Público conduzir um 
procedimento de investigação criminal. 
26. O Ministério Público pode participar da investigação criminal requisitando a 
abertura do inquérito policial e a realização de diligências necessárias à 
autoridade policial. Logo, pode-se concluir que não há discordância quanto à 
possibilidade de acompanhamento das investigações policiais pelo Ministério 
 
1 TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: Juspodium, 2009, p. 94. 
26 
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Público, a quem, inclusive, não cabe qualquer espécie de sigilo dos autos do 
inquérito. 
27. Nesse sentido é a Súmula 234 do STJ diz que a participação de membro 
do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
28. A Constituição Federal, quando especificou as funções da polícia judiciária 
(civil e federal) de investigar e funcionar como auxiliar do Poder Judiciário na 
apuração de infrações penais. Já ao Ministério Público foi delegada a 
responsabilidade de figurar como titular da ação penal, salvo nos excepcionais e 
legalmente previstos casos em que cabe à vítima a titularidade da ação criminal. 
A polêmica quanto a possibilidade do MP presidir a investigação criminal por sua 
própria conta persiste, no entanto, conforme já assentado inclusive pelo art. 2º, 
§ 1º da Lei 12.830/13, não resta dúvida de que a presidência do Inquérito Policial 
cabe ao Delegado de Polícia: 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a 
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou 
outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração 
das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 
29. Assim, chegando ao conhecimento do Promotor de Justiça ou Procurador da 
República a notícia de um crime, este tem o dever funcional de requisitar à 
autoridade policial a instauração do inquérito policial, sugerindo eventualmente 
as diligências necessárias a fim de formar sua opinio dellicti, mas jamais de tomar 
a frente das investigações no bojo do inquérito, presidindo a tarefa de colher os 
elementos informativos do inquérito policial. 
30. Importante, nesse sentido, o seguinte julgado do STF, no HC89837-DF: 
(...) A outorga constitucional de funções de polícia judiciária à 
instituição policial não impede nem exclui a possibilidade de o 
27 
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Ministério Público, que é o “dominus litis”, determinar a abertura de 
inquéritos policiais, requisitar esclarecimentos e diligências 
investigatórias, estar presente e acompanhar, junto a órgãos e 
agentes policiais, quaisquer atos de investigação penal, mesmo 
aqueles sob regime de sigilo, sem prejuízo de outras medidas que lhe 
pareçam indispensáveis à formação da sua “opinio delicti”, sendo-
lhe vedado, no entanto, assumir a presidência do inquérito 
policial, que traduz atribuição privativa da autoridade 
policial.” 
 
31. Importante o entendimento do STF: Viola o princípio da presunção de 
inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito 
policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória 
 
A importância da Lei 12830/13 
32. Conforme estabelece o artigo 2.º da referida Lei 12830 de 2013, as funções 
da Polícia Judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de 
policia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
33. Tal mérito também encontra respaldo na Constituição Federal, no artigo 144, 
§ 4.º que atribui à Polícia Judiciária a competência para a apuração de infrações 
penais, exceto as militares que serão apuradas por uma jurisdição especial. 
34. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente 
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante 
despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses 
de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação 
que prejudique a eficácia da investigação. 
28 
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Conclusão do inquérito policial 
35. Encerrado o inquérito policial, pelo término do prazo ou findas as 
investigações, a autoridade policial dará por encerrado o inquérito policial. 
36. O delegado, com a conclusão do inquérito policial, deve elaborar minucioso 
relatório de tudo o que for apurado. Nesse relatório, não se pode emitir juízo de 
valor, atendo-se o delegado à narração isenta e objetiva de tudo quanto foi 
apurado ao longo das investigações. 
“§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido 
apurado e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não 
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser 
encontradas.” 
37. Elaborado o relatório, os autos serão encaminhados ao juízo competente 
juntamente com os instrumentos e objetos que interessarem à prova, objetos 
estes que ficarão à disposição das partes. 
38. Como o relatório é peça meramente informativa, a ausência de relatório final 
é mera irregularidade, que não acarreta nenhum efeito processual. 
 
29 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (ARTS. 4º AO 23) 
TÍTULO II 
DO INQUÉRITO POLICIAL 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no 
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das 
infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de 
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou 
a requerimentodo ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões 
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e 
residência. 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito 
caberá recurso para o chefe de Polícia. 
Legislação Comentada 
 
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§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, 
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá 
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a 
autoridade policial deverá: (DILIGÊNCIAS A CRITÉRIO DO DELEGADO DE 
POLÍCIA) 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados 
pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no 
Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado 
por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e 
a quaisquer outras perícias; 
31 
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VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e 
depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem 
para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se 
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de 
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada 
dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Art.8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo 
II do Título IX deste Livro. 
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Art.10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado 
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, 
nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no 
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará 
autos ao juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
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§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores 
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem 
à prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução 
e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva. 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 
158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança 
e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia 
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas 
da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de 
suspeitos. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte 
e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art148
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149a
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art158%C2%A73
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art158%C2%A73
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239
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III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela 
investigação. 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados 
ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia 
poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de 
serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente 
os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam 
a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. 
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação 
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. 
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, 
que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por 
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual 
período; 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária 
a apresentação de ordem judicial. 
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser 
instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do 
registro da respectiva ocorrência policial. 
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a 
autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de 
telecomunicaçõese/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios 
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a 
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localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata 
comunicação ao juiz. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão 
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade 
policial. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à 
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncia. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito. (quem arquiva é o juiz) (INDISPONIBILIDADE DO INQUÉRITO 
POLICIAL) 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder 
a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito 
serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido 
ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, 
mediante traslado. 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a 
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a 
instauração de inquérito contra os requerentes. 
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Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho 
nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será 
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade 
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o 
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma 
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos 
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de 
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim 
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato 
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. 
Art.23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a 
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou 
repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os 
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
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Questões 
QUESTÃO 1 - O Código de Processo Penal prevê a requisição, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações, de disponibilização imediata de 
sinais que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de delito em curso, 
se isso for necessário à prevenção e à repressão de crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas. Essa requisição pode ser realizada pelo delegado de polícia, mediante 
autorização judicial, devendo o inquérito policial ser instaurado no prazo máximo 
de setenta e duas horas do registro da respectiva ocorrência policial. 
 
QUESTÃO 2 - Segundo interpretação do STF, a participação de procurador da 
República na fase de investigação policial acarreta o seu impedimento para o 
subsequente oferecimento da denúncia. 
 
QUESTÃO 3 - O Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito 
à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência imprescindível 
ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local 
arrombado. 
 
QUESTÃO 4 - Após a realização de inquérito policial iniciado mediante 
requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática 
do crime de furto qualificado por arrombamento. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal 
e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito 
Questões 
 
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policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do 
juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. 
 
QUESTÃO 5 - O Código de Processo Penal prevê a requisição, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações, de disponibilização imediata de 
sinais que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de delito em curso, 
se isso for necessário à prevenção e à repressão de crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas. Essa requisição pode ser realizada pelo Ministério Público, 
independentemente de autorização judicial e por prazo indeterminado. 
 
QUESTÃO 6 - Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a 
autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que 
se mostrarem necessárias e proceder a acareações. 
 
QUESTÃO 7 - Conforme o STF, viola o princípio da presunção de inocência a 
exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou a 
ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória. 
 
QUESTÃO 8 - Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração 
penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o 
delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial. 
 
QUESTÃO 09 - Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a 
apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas 
para o oferecimento da denúncia. 
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QUESTÃO 10 - Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código 
de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca 
de inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine o 
inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso 
preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da 
portaria de instauração. 
 
QUESTÃO 11 - Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados 
durante a realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação 
criminal e a ação penal subsequente. 
 
QUESTÃO 12 - Caso o MP requeira o arquivamento de IP com fundamento na 
atipicidade do fato, a decisão que determinar o arquivamento com base nesse 
fundamento, ainda que seja emanada de juiz absolutamente incompetente, 
impedirá a instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio. 
 
QUESTÃO 13 - O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de 
culpa do agente, poderá ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A 
partir do indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das investigações, com 
a identificação do provável autor do fato. 
 
QUESTÃO 14 - A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se 
verificar que o fato criminoso não ocorreu. 
 
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QUESTÃO 15 - Em investigação demandada à autoridade policial para apurar 
crime de ação pública, se houver indeferimento de abertura de inquérito, o 
recurso deverá ser destinado ao chefe de polícia. 
 
QUESTÃO 16 - Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar 
conhecimento de um ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a 
apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no curso do procedimento, o seu 
superior hierárquico, alegando motivo de interesse público, redistribua o 
inquérito a outro delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em 
desacordo com a legislação, que veda expressamente a redistribuição de 
inquéritos policiais em curso. 
 
QUESTÃO 17 - De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz 
requisitar novas diligências probatórias caso o MP tenha se manifestado pelo 
arquivamento do feito. 
 
QUESTÃO 18 - O MP, que é o dominus litis, pode determinar a abertura de IPs, 
requisitar esclarecimentos e diligências investigatórias, bem como assumir a 
presidência do IP. 
 
QUESTÃO 19 - De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar 
conhecimento da prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade 
policial, seja verbalmente, seja por via formal. 
 
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QUESTÃO 20 - Conforme jurisprudência pacificada no STJ, a participação de 
membro do MP na fase investigatória criminal acarreta, por esse fato, a sua 
suspeição para o oferecimento da respectiva denúncia. 
 
QUESTÃO 21 - Segundo as normas processuais penais vigentes, a autoridade 
policial não pode determinar o arquivamento do inquérito, salvo se o MP, 
previamente consultado, concordar com tal determinação. 
 
QUESTÃO 22 - Decretada a prisão preventiva no curso das investigações, o 
prazo para conclusão do inquérito policial será de dez dias, contados da data em 
que a autoridade policial tomar conhecimento do cumprimento da ordem. 
 
QUESTÃO 23 - Durante o inquérito policial, é assegurado ao defensor amplo 
acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao direito de defesa. 
 
QUESTÃO 24 - Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo 
investigado pela prática de latrocínio, José tenha contratado um advogado para 
acompanhar as investigações, julgue os itens a seguir. Embora o inquérito policial 
seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao advogado de José o acesso 
aos autos. 
 
QUESTÃO 25 - O delegado de polícia que tomar conhecimento de crime de 
homicídio ocorrido em via pública deverá dirigir-se ao local dos fatos e, 
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encontrando a arma utilizada no crime, só poderá apreendê-la mediante 
autorização judicial. 
 
QUESTÃO 26 - Para a garantia da preservação das provas produzidas nos crimes 
de exclusiva ação penal privada, os autos do inquérito policial devem ser 
remetidos ao juízo competente, onde, não havendo manifestação no prazo 
decadencial para queixa, devem ser arquivados, vedada, em qualquer caso, a 
sua entrega ao ofendido. 
 
QUESTÃO 27 - Uma mulher foi vítima de crime de ação penal pública 
condicionada à representação, contudo, somente seis meses após a ocorrência 
do crime, conseguiu identificar o autor do fato, ao vê-lo andando na rua, ocasião 
em que se dirigiu imediatamente à delegacia para comunicar o fato e solicitar à 
autoridade policial a tomada de providências. 
Com base na situação hipotética acima, julgue o item a seguir. 
O delegado poderá instaurar o inquérito policial somente caso a vítima se 
manifeste nesse sentido, dada a representação ser uma condição de 
procedibilidade para o exercício da ação penal. 
 
QUESTÃO 28 - Se o indiciado estiver em liberdade, o prazo para a conclusão do 
inquérito policial será de trinta dias, podendo ser prorrogado por determinação 
da autoridade judiciária competente. 
 
QUESTÃO 29 - Mário foi surpreendido no momento em que praticava crime de 
ação penal pública condicionada à representação. A partir dessa situação 
hipotética, julgue os itens a seguir. 
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Mário será identificado criminalmente pelo processo datiloscópico, procedimento 
obrigatório e indispensável em caso de indiciamento. 
 
QUESTÃO 30 - Dado o princípio da busca da verdade real, que rege o processo 
penal, o juiz do processo pode esclarecer pontos obscuros, desde que 
circunscritos às provas apresentadas pela acusação e pela defesa, à qual se 
atribui o ônus probatório, não sendo admitida, conforme a jurisprudência dos 
tribunais superiores, a atividade instrutória do juiz no processo penal. 
 
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Gabarito 
1 2 3 4 5 
C E C C E 
6 7 8 9 10 
C C E C E 
11 12 13 14 15 
C C E E C 
16 17 18 19 20 
E C E E E 
21 22 23 24 25 
E E C C E 
26 27 28 29 30 
E C C E E 
 
 
Gabarito 
 
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Questões Comentadas 
QUESTÃO 1 - O Código de Processo Penal prevê a requisição, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações, de disponibilização imediata de 
sinais que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de delito em curso, 
se isso for necessário à prevenção e à repressão de crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas. Essa requisição pode ser realizada pelo delegado de polícia, mediante 
autorização judicial, devendo o inquérito policial ser instaurado no prazo máximo 
de setenta e duas horas do registro da respectiva ocorrência policial. 
Certa. Vide artigos 13-A e 13-B do CPP. 
 
QUESTÃO 2 - Segundo interpretação do STF, a participação de procurador da 
República na fase de investigação policial acarreta o seu impedimento para o 
subsequente oferecimento da denúncia. 
Errada. Consoante Súmula 234 STJ, a participação de membro do Ministério 
Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou 
suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
QUESTÃO 3 - O Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito 
à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência imprescindível 
ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local 
arrombado. 
Certa. De acordo com o art. 16 do CPP, O Ministério Público, ao receber o 
inquérito policial, poderá, além de oferecer denúncia ou promover o 
arquivamento, solicitar ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial para 
novas diligências, desde que imprescindíveis ao oferecimento da denúncia (Art. 
16 CPP). 
Questões Comentadas 
 
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QUESTÃO 4 - Após a realização de inquérito policial iniciado mediante 
requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática 
do crime de furto qualificado por arrombamento. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal 
e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito 
policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisiçãodo 
juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. 
Certa. O ato de indiciamento é privativo da autoridade policial. 
 
QUESTÃO 5 - O Código de Processo Penal prevê a requisição, às empresas 
prestadoras de serviço de telecomunicações, de disponibilização imediata de 
sinais que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de delito em curso, 
se isso for necessário à prevenção e à repressão de crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas. Essa requisição pode ser realizada pelo Ministério Público, 
independentemente de autorização judicial e por prazo indeterminado. 
Errada. Segundo o art. 13-B do CP, se necessário à prevenção e à repressão dos 
crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o 
delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que 
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, 
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do 
delito em curso. 
 
QUESTÃO 6 - Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a 
autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que 
se mostrarem necessárias e proceder a acareações. 
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Certa. Enunciado em consonância com o art. 6º do CPP. 
 
QUESTÃO 7 - Conforme o STF, viola o princípio da presunção de inocência a 
exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou a 
ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória. 
Certa. Este é o entendimento do STF: a jurisprudência da Corte firmou o 
entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de 
certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem 
trânsito em julgado da sentença condenatória. 
 
QUESTÃO 8 - Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração 
penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o 
delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial. 
Errada. Segundo o art. 17 CPP, a autoridade policial não poderá mandar arquivar 
autos de inquérito. Quem determina o arquivamento é o juiz. 
 
QUESTÃO 09 - Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a 
apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas 
para o oferecimento da denúncia. 
Certa. O inquérito policial é prescindível, ou seja, dispensável. Atenção! Em 
nenhum momento o enunciado afirma que a Polícia Legislativa oferecerá a 
denúncia. O que diz é que, CASO apurações realizadas pela Polícia Legislativa 
sejam suficientes e idôneas a ponto de fundamentar o oferecimento de denúncia, 
o inquérito poderá ser dispensado. Logo, não está sendo dito que a polícia é quem 
vai oferecer a denúncia no lugar do MP. 
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QUESTÃO 10 - Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código 
de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca 
de inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine o 
inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso 
preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da 
portaria de instauração. 
Errada. O prazo começa a contar a partir do dia em que se executar a ordem 
de prisão. 
 
QUESTÃO 11 - Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados 
durante a realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação 
criminal e a ação penal subsequente. 
Certa. No bojo do inquérito policial, não há que se falar em contraditório e ampla 
defesa. 
 
QUESTÃO 12 - Caso o MP requeira o arquivamento de IP com fundamento na 
atipicidade do fato, a decisão que determinar o arquivamento com base nesse 
fundamento, ainda que seja emanada de juiz absolutamente incompetente, 
impedirá a instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio. 
Certa. A decisão de arquivamento do inquérito policial no âmbito da Justiça 
comum, acolhendo promoção ministerial no sentido da atipicidade do fato e da 
incidência de causa excludente de ilicitude, impossibilita a instauração de ação 
penal na Justiça especializada, uma vez que o Estado-Juiz já se manifestou sobre 
o fato, dando-o por atípico, o que enseja coisa julgada material. Registrou-se 
que, mesmo tratando-se de decisão proferida por juízo absolutamente 
incompetente, deve-se reconhecer a prevalência dos princípios do favor rei, favor 
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libertatis e ne bis in idem, de modo a preservar a segurança jurídica que o 
ordenamento jurídico demanda. 
 
QUESTÃO 13 - O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de 
culpa do agente, poderá ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A 
partir do indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das investigações, com 
a identificação do provável autor do fato. 
Errada. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados a autoridade 
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de 
inquérito contra os requerentes. 
 
QUESTÃO 14 - A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se 
verificar que o fato criminoso não ocorreu. 
Errada. A autoridade policial não pode arquivar, mas somente o juiz é quem 
manda arquivar. 
 
QUESTÃO 15 - Em investigação demandada à autoridade policial para apurar 
crime de ação pública, se houver indeferimento de abertura de inquérito, o 
recurso deverá ser destinado ao chefe de polícia. 
Certa. A questão requer extrema atenção, pois ao falar de crime de ação pública, 
induz a pensar em requisição por parte do MP. Por outro lado, a chave para 
chegarmos ao raciocínio correto está no dado "indeferimento". Ora, quando 
falamos de requisição (ordem) não há que se falar em indeferimento por parte 
da autoridade policial (AP), do que depreendemos que trata-se de mero 
requerimento do ofendido, o qual não vincula a AP, podendo esta indeferir o 
mesmo decidindo por não instaura o IP. Neste caso, conforme letra do art. 5º. § 
2º do CPP, cabe recurso ao Chefe de Polícia, in verbis: § 2º Do despacho que 
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indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de 
Polícia. 
 
QUESTÃO 16 - Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar 
conhecimento de um ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a 
apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no curso do procedimento, o seu 
superior hierárquico, alegando motivo de interesse público, redistribua o 
inquérito a outro delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em 
desacordo com a legislação, que veda expressamente a redistribuição de 
inquéritos policiais em curso. 
Errada. Segundo o art. 2º, § 4º da Lei 12830/13, o inquérito policial ou outro 
procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou 
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, 
por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos 
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a 
eficácia da investigação. 
 
QUESTÃO 17 - De acordo com a jurisprudência do STF, é vedado ao juiz 
requisitar novas diligências probatórias caso o MP tenha se manifestado

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