Direito Civil - Classificação e desconsideração da pessoa jurídica

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Classificação e desconsideração da pessoa jurídica
Éttore de Lima
Rio Claro, 2019
Classificação
Art. 40 – 69 CC
Classificação
1) Nacionalidade
a) Nacional: lei brasileira;
b) Estrangeira: deve ter autorização do Poder executivo para funcionar e, a partir daí, se sujeitará às normas e tribunais brasileiros; deve ter representante no país.
Classificação
2) Estrutura interna:
a) Corporação: conjunto de pessoas que apenas coletivamente gozam de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única;
b) Fundação: patrimônio personalizado destinado a um fim que lhe dá unidade;
Obs: corporações também tem um patrimônio, mas isso segue os fins perseguidos pelos sócios; as fundações tem um patrimônio destinado a um objetivo, e as pessoas seguem esse objetivo. 
Classificação
a.1) Associações: conjunto de pessoas que se agrupam para fins ou interesses não econômicos – podem ser religiosas, morais, científicas, literárias, desportivas, etc.
b.2) Sociedades:
b.2.1) Sociedades simples: conjunto de pessoas que se agrupam para fins ou interesses econômicos, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos (sociedade imobiliárias, sociedade de advogados, sociedade de médicos, sociedades de dentistas, etc.).
b.2.2) Sociedades empresárias: conjunto de pessoas que se agrupam para fins ou interesses econômicos, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado mediante atividade empresarial (atividade organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços). São as sociedades limitadas, sociedades anônimas, sociedades em comandita simples, sociedade em comandita por ações e sociedade em nome coletivo.
Classificação
3) Função:
A) de direito público: criadas por lei para atingir interesses públicos.
a.1) Direito Público Externo: regulamentadas pelo direito internacional. Ex: nações estrangeiras; Santa Sé; União Aduaneira (MERCOSUL, EU, etc.); organismos internacionais (ONU, UNESCO, INTERPOL, OIT, FMI, etc).
Classificação
a.2) Direito Público Interno: 
a.2.1) De administração pública direta: União, Estados, DF, Territórios e Municípios.
a.2.2) De administração pública indireta: órgãos descentralizados, criados por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público. São as (1) autarquias (INSS, INCRA, INPI, USP, JUCESP, CVM, CADE, etc); (2) fundações públicas (Fundação Casa de Rui Barbosa, Fundação Nacional da Saúde- FUNASA, etc.); (3) agências reguladoras e executivas (ANCINE, ANS, ANVISA, ANTAQ, ANA, ANATEL, ANEEL, etc.); (4) as empresas públicas ( Caixa Econômica Federal – CEF, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, etc.), (5) e as sociedades de economia mista (Petrobrás, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Eletrobrás, etc.). 
Obs: empresas públicas e sociedade de economia mista misturam regras de direito público e direito privado.
Classificação
B) de direito privado: instituídas pela iniciativa de particulares 
Corporações e Fundações: Fundações de direito privado; associações; sociedades simples e empresárias.
Classificação
Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; (associações)
V - os partidos políticos (associações). 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI - regidas por regras da sociedade limitada). 
Desconsideração da PJ
PJ: Personalidade jurídica distinta dos seus membros – autonomia patrimonial 
“escudo patrimonial” para as PFs.
Pode ser utilizada como instrumento para fraudes contra credores.
Desconsideração da PJ
Desconsideração da PJ:
Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
confusão patrimonial é a ausência de separação de fato entre os patrimônios.
Desconsideração da PJ
Desconsideração inversa da PJ: afasta a autonomia patrimonial para responsabilizar a sociedade pelas obrigações do sócio. (art. 50. § 3º, CC).