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Resumo I - Fisiologia Hormonal

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1 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
Introdução à Endocrinologia 
 As múltiplas atividades das células são coordenadas pela inter-relação de 
vários tipos de sistemas de mensageiros químicos 
- Neurotransmissores: ocorre a liberação de substâncias químicas nas 
junções sinápticas, que atuam localmente para controlar as funções das 
células nervosas. 
- Hormônios Endócrinos: glândulas ou células especializadas liberam no 
sangue circulante substâncias químicas que influenciam a função das 
células-alvo em outros locais do corpo 
- Hormônios Neuroendócrinos: são secretados por neurônios no sangue 
circulante e influenciam a função da célula-alvo em outro local do corpo. 
- Parácrino: secretados por células no liquido extracelular, afetando as 
células adjacentes 
- Autócrino: secretados por células no liquido extracelular e afetam a 
função da mesma célula que o produziu, ligando-se a receptores de 
membrana 
- Intácrina: especialização da autócrina, visa atuação dentro da própria 
célula, não chegando a haver exteriorização do sinal, sendo necessário 
receptor intracelular 
- Citocinas: são peptídeos secretados por células no liquido extracelular e 
podem funcionar como autócrina, parácrina ou endócrino. 
 Os múltiplos sistemas hormonais do organismo desempenham papel-
chave na regulação de quase todas as funções, incluindo o metabolismo, 
crescimento e o desenvolvimento, o equilíbrio hidroeletrolítico, 
reprodução e o comportamento. 
 
Hormônios 
 Substâncias químicas liberadas para a corrente sanguínea por tipos 
específicos de células para atuar sobre células – alvo distantes. 
 Mecanismo para manter a estabilidade do meio interno das células na 
vigência de fluxos irregulares de nutrientes, minerais e água. 
 Secreção hormonal induzida por modificações específicas daquele meio 
ambiente. → homeostasia 
 
Funções Gerais do Sistema Hormonal 
 Regulação do equilíbrio do sódio e água, além do controle do volume 
sanguíneo e da pressão arterial 
 Regulação do equilíbrio do cálcio e fosfato para preservar as 
concentrações no liquido extracelular necessárias a integridade da 
membrana celular e a sinalização intracelular 
 Regulação do balanço energético e controle da mobilização, da utilização 
e ado armazenamento da energia para suprir as demandas metabólicas 
 
 
 Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e 
metabólicas ao estresse 
 Regulação da reprodução, desenvolvimento, crescimento, 
envelhecimento e comportamento 
 
 
 
♥ Os órgãos endócrinos têm sua função controlada por hormônios 
liberados no sistema circulatório ou produzidos localmente, ou por 
estimulação neuroendócrina direta. A integração da produção hormonal 
pelos órgão endócrinos é regulada pelo hipotálamo. 
 
Relação entre o Sistema Endócrino – Neural - Imune 
 
Neuroendócrino 
 O Sistema Endócrino tem como função a produção de substâncias 
através das glândulas (produz ou secreta alguma substância com função 
pré-determinada, seja hormônio ou outras secreções) e junto do SN atua 
na coordenação de todas as atividades do organismo, mantendo a 
homeostase. 
 Características Comuns 
- Sistemas de sinalização: secretam produtos na corrente sanguínea 
- Funcionamento do tipo estímulo – resposta 
~ Sinais altamente localizados, específicos ou de finalidade ampla, 
generalizada. 
~ Integração dos estímulos recebidos com a resposta homeostática. 
- Células geradoras de potenciais elétricos e com capacidade de 
despolarização 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Mesma célula pode produzir aminas biogênicas neurotransmissoras ou 
hormônios peptídicos 
- Mesmo gene pode produzir peptídeos hormonais, neurotransmissores 
ou ambos 
Ex.: Regulação da glicemia e do volume sanguíneo 
Neurônios e 
células da glia 
 
Células e glândulas 
endócrinas 
 
 
- A diferença é relacionada ao tipo de estímulo 
▪ Nervoso–sinapses: estímulo eletroquímico 
▪ Endócrino – hormônio: estímulo químico 
 
Endócrino-imune 
 Liberação das citocinas por células imunitárias e sua atuação sobre as 
células-alvo dos hormônios. 
 Células produtoras de hormônios podem ser alvos das citocinas 
↳ coordenação das respostas imunes e endócrinas a um estímulo comum 
 Produção de hormônios clássicos por células imunes com atuação local 
ou à distância (característica hormonal) 
 
 
Células Hormonais 
 Clássicas (endócrinas): hipofisárias; tireóideas; suprarrenais; gonádicas; 
paratireóideas; ilhotas pancreáticas 
 Células não–endócrinas: renais (eritropoetina); atriais cardíacas (PNA); 
endoteliais (endotelina; NO); do sistema imune (interleucinas); plaquetas e 
mesenquimais (fatores de crescimento); adipócitos (leptinas) 
 Sinalização clássica X Sinalização não clássicas 
 
Mecanismos de Sinalização ou Comunicação 
Parácrina 
 As moléculas sinalizadoras extracelulares 
produzidas pela célula sinalizadora 
difundem-se localmente, interagindo 
apenas com células-alvo próximas à 
célula sinalizadora. Essas moléculas têm difusão restrita e são eliminadas 
rapidamente por enzimas, ou são retidas pela matriz extracelular. 
 
Autócrina 
 As células respondem às moléculas sinalizadoras 
que elas mesmas produzem. 
Obs.: sinalização importante durante o 
desenvolvimento embrionário, pois atua na determinação da via de 
diferenciação. 
 
Endócrina 
 As células sinalizadoras são chamadas de células endócrinas, responsáveis 
por liberar moléculas sinalizadoras, chamadas de hormônios. 
 Os hormônios podem ser distribuídos 
por todo o corpo, já que são 
secretados na corrente sanguínea., as 
células-alvo para esses hormônios 
apresentam o receptor específico. 
 
Neuroendócrina 
 Através dos axônios, os neurônios 
estabelecem contato com células-
alvo distantes. 
 As moléculas sinalizadoras secretadas 
pelos neurônios são chamadas de 
neurotransmissores. 
 Os neurotransmissores são liberados 
de forma rápida e atuam de modo específico em uma célula-alvo. 
 Envolve liberação de mensageiros químicos através de terminações 
nervosas. As substâncias de natureza neurócrina podem atingir seus alvos 
de três maneiras: 
a. Neurotransmissor é liberado diretamente para o espaço intercelular, na 
fenda sináptica, e agirá inibindo ou estimulando a célula pós-sináptica. 
b. Sinalizador neural é transferido através de uma junção gap ou junção 
comunicante, que é uma especialização de membrana encontrada 
entre neurônios, entre neurônios e células endócrinas e entre células 
endócrinas. As junções comunicantes permitem o movimento de 
pequenas moléculas e sinais elétricos, criando um sincício funcional. 
c. Neuro-hormônio é liberado por um neurônio neurossecretório para o 
sangue e atinge uma célula-alvo distante. Ex.: ocitocina e o ADH. 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
Classificação Química – Tipo de Hormônio 
 A importância do caráter de hidrossolubilidade dos hormônios determina 
os processos de síntese, secreção, transporte, metabolização, tipo de 
receptor e o mecanismo de ação. 
Classe quimica Exemplo Local de sintese 
Derivados de lipidios 
Hormônio esteroides 
Aldosterona, 
cortisol e 
andrógenos 
Córtex supra-renal 
Testosterona Testiculos 
 Estrógenos e 
progesteroga 
Ovários 
Eicosanóides Prostaglandinas 
e leucotrienos 
Todas as células, 
exceto eritrócitos 
Derivados de aminoácidos 
T3 e T4 Glândula tireóide 
(cél foliculares) 
Adrenalina e 
noradrenalina 
Medula supra-renal 
Peptídeos e proteínas Hormônios 
hipotalámicos 
Hipotálamo 
 
Lipossolúveis ou Hidrofóbicos – solúveis em lipídios 
 Hormônios esteroides: derivados do colesterol 
 Hormônios tireoidianos: sintetizados pela fixação de iodo ao AA tirosina 
(triiodotironina – T3 e tiroxina – T4) 
 Necessitam de transportadores sanguíneos 
↳ A maioria se liga às proteínas transportadoras, sintetizadas pelas células 
hepáticas, tendo três funções: 
1. Aumentam a solubilidade no sangue 
2. Retardam a passagemde pequenas moléculas hormonais pelo 
mecanismo de filtração renal, reduzindo, assim, a velocidade da 
perda hormonal pela urina. 
3. Formam reserva hormonal na corrente sanguínea. 
 Receptor intracelular (citoplasma ou núcleo): a molécula sinalizadora se 
difunde através da membrana e se liga a receptores nucleares ou do 
citosol 
 O complexo hormônio-receptor se liga ao DNA e induzem uma 
modificação da expressão gênica, por ativarem ou inibirem RNAm 
 Resposta celular lenta 
 
Hidrossolúveis ou Hidrofílicos – solúveis em água 
 Hormônios aminados: possuem radical amina (NH3+) 
- Catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e dopamina): derivados da 
tirosina 
- Histamina: sintetizada, a partir da histidina, pelos mastócitos e plaquetas 
- Serotonina e a melatonina: derivadas do triptofano 
 Hormônios peptídicos/proteicos: são polímeros de AA 
- Antidiurético e ocitocina 
- Hormônio do crescimento humano (GH) e a insulina 
- Hormônio estimulador da tireoide (TSH) 
 Hormônios eicosanoides: derivados do ácido araquidônico (ácido graxo), 
importantes hormônios locais 
- Prostaglandinas e os leucotrienos 
 Receptor extracelular: localizado na membrana plasmática da célula-alvo, 
por isso o hormônio é chamado de 1º mensageiro e participa de um 
mecanismo de transdução de sinal intracelular. Desta forma, ocorre 
transferência de sinal e a ativação do 2º mensageiro, que realizam 
amplificação do sinal inicial 
↳ Principais 2º mensageiros são: AMPc, IP3, cálcio, diacilglicerol (DAG) 
 
 
 
♥ Importância Clínica 
 Os hormônios esteroides e tireoidianos não são desintegrados durante a 
digestão e atravessam facilmente o revestimento intestinal porque são 
lipossolúveis, sendo eficientes quando ingeridos oralmente. 
 Os hormônios peptídicos e proteicos, assim como a insulina, não são 
medicamentos orais eficazes, porque são destruídos pelas enzimas 
digestivas por meio da decomposição de suas ligações peptídicas. É por 
isso que as pessoas insulino-dependentes precisam das injeções de 
insulina. 
 
Tipos de hormônios 
Aminas Tirosina (catecolaminas e tireoides) 
Proteicos e peptídeos Maioria 
Esteroides Colesterol (adrenocorticais e reprodução) 
Prostanóides Ácidos graxos insaturados 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
♥ Comparação entre hormônios peptídicos, esteroides e derivados de aminoácidos 
 
 
 
♥ Resumo anatômico hormonal ⇒ G= glândula; C= célula; N= neurônio; P= peptídeo; S= esteroide; A= derivado de AA 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
Síntese dos Hormônios 
Peptídicos / Proteicos 
 Hormônios peptídeos são produzidos como pré-pró-hormônios grandes 
e inativos, que incluem: uma sequência-sinal, uma ou mais copias do 
hormônio e fragmentos peptídicos adicionais 
 Sofrem processamento pós-tradução, sendo armazenados em grânulos 
secretores antes de ser liberado por exocitose 
Ex.: insulina, glucagon e ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) 
 Geral: um gene para cada hormônio protéico 
 Vários genes contendo a mesma sequência 
 Um gene pode originar mais de uma mensagem de RNA e peptídeos 
diferentes 
Obs.: se um hormônio não é um hormônio esteroide e nem um derivado 
de aminoácidos, então deve ser um peptídeo ou uma proteína. 
 
DNA ⇒ Transcrição Gênica → RNA mensageiro 
Pré-pró-hormônio 
 
Peptídeo sinalizador 
(ancoragem no RE) 
+ Hormônio + Co-peptídeos 
(funções conhecidas ou não) 
 
 
 
 
 
 
1. O RNAm nos ribossomos uni os AA, formando uma cadeia peptídica, 
chamada de pré-pró-hormônio. A cadeia é direcionada para dentro lúmen 
do RE por uma sequência-sinal de AA. 
2. As enzimas no RE retiram a sequência-sinal, gerando um pró-hormônio 
3. O pró-hormônio passado RE para o aparelho de Golgi 
4. Vesículas secretoras contendo enzimas e o próprio pró-hormônio brotam 
do aparelho de golgi. As enzimas clivam o pró-hormônio, formando um 
ou mais peptídeos ativos mais fragmentos peptídicos adicionais. 
5. As vesículas secretoras liberam o seu conteúdo por exocitose no espaço 
extracelular 
6. O hormônio entra na circulação para ser transportado até a célula-alvo 
 
Amínicos 
 Sintetizados a partir do aminoácido tirosina, sendo dependentes da 
captação 
 Exige um conjunto de enzimas específicas relacionadas à produção do 
hormônio final 
 Armazenados na sua forma final (catecolaminas) ou conjugados 
(tireoidianos) 
↳ Os mecanismo de ação das catecolaminas são similares aos peptídeos 
(hidrossolúveis) 
↳ As iodotironinas têm o seu mecanismo similar aos hormônios 
esteroidais (lipossolúveis) 
 Podem sofrer alterações fora da glândula de origem que modificam sua 
atividade 
 
Tireoide Medula adrenal 
- Sintetizado na glândula tireoide e 
incorporada a tireoglobulina 
- Secreta 4x mais epinefrina 
que norepinefrina 
- Armazenada em grandes folículos 
na tireoide 
- Armazenada em grânulos 
secretores 
- Secreção: clivagem das 
tireoglobulinas 
- Secreção por exocitose 
- Transporte através da globulina de 
ligação à tiroxina (liberação lenta 
na célula-alvo) 
- Transportadas na forma livre 
ou conjugada 
 
Esteroidais 
 Derivados do colesterol 
 Sintetizados no córtex da glândula suprarrenal, nas gônadas (ovários e 
testículos), placenta e na pele (vitamina D) → sintetizados no REL 
 São lipossolúveis, circulam no plasma ligados as proteínas carregadoras e 
atravessam a membrana para se ligarem a receptores intracelulares 
citosólicos ou nucleares 
 Não são estocados nas células endócrinas, devido à sua natureza lipofílica 
 Produzidos sob demanda e se difundem para fora da célula endócrina 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
 
 
1. A maioria dos esteroides hidrofóbicos está ligada a proteínas carreadoras 
plasmáticas. Somente hormônios não ligados põem se difundir para dentro 
das células-alvo. 
2. Os receptores de hormônios esteroides estão no citoplasma ou no núcleo 
2a Alguns hormônios esteroides também se ligam a receptores de 
membrana que usam sistemas de segundos mensageiros para criar 
respostas celulares rápidas. 
3. O complexo hormônio-receptor liga-se ao DNA e ativa ou inibe um ou 
mais genes 
4. Os genes ativos criam novos RNAm que se movem de volta ao citoplasma 
5. A tradução produz novas proteínas para os processos celulares. 
 
 
 
Secreção 
Hormônios Proteicos e Catecolamínicos 
– Hidrossolúveis 
 Mecanismo de secreção envolve o empacotamento das moléculas em 
vesículas (chamadas vesículas ou grânulos secretórios) 
 As vesículas se formam paralelamente ao processo de síntese, a partir 
de pequenos fragmentos de membranas do RE ou do sistema de Golgi 
 Mecanismos secretórios, em geral envolvendo aumento da concentração 
intracelular de cálcio livre, ativam a contração de estruturas do 
citoesqueleto, promovendo a mobilização das vesículas para a superfície 
celular 
 Após o contato da membrana da vesícula com a membrana plasmática, 
ambas de caráter lipofílico, essas membranas se fundem, e o conteúdo 
das vesículas é exposto ao meio extracelular (= fenômeno de extrusão 
do conteúdo do grânulo ou exocitose) 
 
 
 
Obs.: o estímulo para secreção hormonal costuma envolver alterações do 
cálcio intracelular ou alterações do monofosfato de adenosina cíclico 
(AMPc) na célula. 
 
Hormônios Tireoidianos e Esteroidais 
– Lipossolúveis 
 Não são armazenados em grânulos, sendo secretados por difusão à 
medida que vão sendo sintetizados 
 Não há estoque desses hormônios na célula secretora 
 Secreção é regulada diretamente pela maior ou menor atividade da 
enzima chave do processo de síntese hormonal 
Compartimentos 
citoplasmáticos 
→ 
Livres no 
citoplasma 
→ 
Transferência através 
da membrana (difusão) 
 
Regulação da Secreção Hormonal 
Controle por feedback Controle neural Controle cronotrópico 
Hormônio – hormônio Adrenérgico Oscilante 
Substrato – hormônio Colinérgico Pulsátil 
Mineral – hormônio Dopaminérgico Ritmo diurno 
 SerotoninérgicoCiclo sono-vigília 
 
Endorfinérgico/ 
encefalonérgico 
Ritmo menstrual 
 Gabaérgico Ritmo sazonal 
 
Ritmo de 
desenvolvimento 
 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Controle por feedback ou retroalimentação: a concentração do hormônio 
se mantem oscilando em torno de um valor constante (manutenção do 
equilíbrio de secreção). 
 Controle neural: as ações ou produtos hormonais são controlados por 
variações na produção de neurotransmissores. Ex.: adrenalina e glucagon 
 Controle cronotrópico: alterações relacionadas aos ciclos circadianos que 
podem interferir na produção hormonal. Ex.: sazonalidade. 
 
Controle por Feedback Negativo 
 O hormônio (ou um de seus produtos) 
exerce efeito de feedback negativo para 
impedir a hipersecreção do hormônio ou 
a hiperatividade no tecido-alvo 
 O estimulo produz uma resposta oposta, mantendo a homeostase e 
garantindo o nível apropriado de atividade do hormônio no tecido-alvo 
Ex.: a insulina é secretada pelas células ᵦ-pancreáticas em resposta a um 
aumento do nível de glicemia. Por sua vez, a insulina provoca aumento 
da captação de glicose pelas células, resultando em diminuição da 
glicemia. A diminuição da glicemia reduz, então, a secreção adicional 
de insulina. 
 
Controle por Feedback Positivo 
 É explosivo e auto reforçador – surtos de 
secreção hormonal 
 Um hormônio tem ações biológicas que, direta ou indiretamente, 
aumentam sua secreção 
Ex.: o pico de hormônio luteinizante (LH) que ocorre exatamente antes 
da ovulação resulta do feedback positivo do estrogênio sobre a 
adenohipófise. Em seguida, o LH atua sobre os ovários e provoca 
mais secreção de estrogênio. 
 
Ritmos de Secreção 
 Os neurônios do núcleo 
supraquiasmático (SCN) impõem 
um ritmo diário (=ritmo circadiano) 
sobre a secreção dos hormônios 
hipotalâmicos de liberação e dos 
eixos endócrinos que eles 
controlam 
 Os neurônios SCN representam 
um relógio circadiano intrínseco, apresentando um pico espontâneo de 
atividade elétrica no mesmo momento em cada 24 a 25 horas, esse ciclo 
pode ser "alterado" pelo ciclo claro-escuro ambiental criado pela rotação 
da Terra. 
 Condições constantes de luz ou escuro alteram o relógio SCN, que se 
torna "descontrolado" e flutua além do ciclo de 24 horas a cada dia 
 A glândula pineal faz a ligação entre o SCN e processos fisiológicos que 
requerem o controle circadiano 
↳ Sintetiza o hormônio melatonina pelo neurotransmissor serotonina, 
que tem o triptofano como precursor. A enzima limitante para a 
síntese de melatonina é a N-acetiltransferase 
↳ A síntese de melatonina é inibida pela luz e estimulada pelo escuro 
 Estresse como modulador ou como estresse metabólico (ex.: hemorragia, 
inflamação) ou como estresse emocional (ex.: medo, ansiedade). 
↳ Grandes estresses físicos ou cirúrgicos descontrolam o relógio 
circadiano e causam um padrão persistente e exagerado de liberação 
hormonal que mobiliza glicose e ácidos graxos livres, disponibilizando-
os para órgãos fundamentais. Enquanto, os processos de crescimento 
e de reprodução são suprimidos. 
↳ Citocinas liberadas durante respostas inflamatórias ou imunológicas 
regulam diretamente a liberação de hormônios hipotalâmicos de 
liberação e hormônios hipofisários 
 
 
Transporte Hormonal 
 Forma livre – hidrossolúveis: catecolaminas e hormônios proteicos 
↳ Exceção do GH e os IGF, que geralmente circulam em associação a 
proteínas carreadoras 
 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Ligada a proteínas plasmáticas – lipossolúveis: esteroidais, tireóideos e 
Vitamina D 
↳ Não difundem facilmente, ficando inativas até que se dissociem das 
proteínas ⇒ hormônio livre 
↳ Grau de fixação às proteínas plasmáticas ⇒ velocidade de saída do 
plasma para o interstício 
 
 
Proteínas de Ligação 
 São proteínas carreadoras de hormônios lipossolúveis (globulinas) 
 Atuam como reservatório e prolongam a meia-vida 
 A ligação do hormônio a proteína serve para regular a atividade hormonal, 
estabelecendo a quantidade de hormônio libre para exercer uma ação 
biológica 
 Globulinas (BG): sintetizadas pelo fígado 
- Doença hepática: ↓BG 
- Gravidez: ↑BG 
Obs.: o fato de ser sintetizada no fígado, alterações na função hepática 
pode resultar em anormalidades nos níveis de proteínas de ligação, 
podendo afetar indiretamente os níveis totais dos hormônios 
 Albumina 
 
♥ Destinos e ações do hormônio após a excreção por um célula endócrina 
 
 
Depuração (Clearance) Hormonal 
 Remoção dos hormônios da circulação ou taxa de depuração metabólica 
velocidade de remoção = depuração metabólica 
 Quantidade de plasma que é completamente depurado de um 
determinado hormônio 
 
Metabolização → Excreção 
Enzimas plasmáticas 
Células alvo 
Hepáticas ou renais 
Biliar ou renal 
 Processos metabólicos depuradores: proteólise, oxidação, redução, 
hidroxilação, descarboxilação e metilação 
 Depuração renal reduzida pela fixação hormonal às proteínas plasmáticas 
 Hormônios hidrossolúveis Hormônios lipossolúveis 
Peptídicos e as catecolaminas Esteroides e tireoidianos 
Degradados por enzimas no sangue e nos 
tecidos, sendo rapidamente excretados 
pelos rins (urina) e pelo fígado (bile) 
Depurados lentamente 
 
Tempo de Meia Vida (t½) 
 Tempo necessário para que a concentração inicial de um hormônio se 
reduza a metade (50%) 
 Depende da depuração (clearance) metabólica do hormônio 
 O hormônio pode ser eliminado da circulação via inativação pelo fígado e 
secretado na bile (fezes) ou urina. ainda podem ser degradados pela célula-
alvo 
 Hormônios ligados a proteínas carreadoras apresentam t½ mais longos 
 Correlação da meia-vida plasmática e depuração metabólica dos 
hormônios com sua estrutura e grau de fixação protéica 
 
 
Obs.: metabolizar nem sempre é destruir! 
 Potencialização do efeito do precursor 
Ex.: Vitamina D a partir de transformação hepática e renal 
 Modificação do hormônio original 
Ex.: Estrogênios a partir de androgênios 
 Secreção e armazenamento de precursor na circulação para 
ativação posterior 
Ex.: Angiotensina a partir do Angiotensinogênio 
 
Mecanismos da Ação Hormonal 
 Todos os hormônios atuam através de receptores específicos, presentes 
nas células-alvo 
 Todos os receptores são proteínas, as quais se unem ao hormônio 
correspondente com alta especificidade e afinidade, provocando 
mudanças conformacionais que desencadeiam reações modificadoras do 
metabolismo da célula-alvo 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
 O número de receptores varia para cada tipo de célula, variando, portanto, 
o grau da resposta de cada célula à ação hormonal 
 A resposta a um hormônio depende tanto do hormônio quanto da células-
alvo ⇒ células-alvo distintas respondem diferentemente ao mesmo 
hormônio 
Ex.: insulina estimula a síntese de glicogênio, nas células hepáticas, e 
a síntese de triglicerídeos, nas células adiposas. 
 Resposta hormonal 
- Síntese de novas moléculas. Ex.: insulina 
- Alteração da permeabilidade da membrana plasmática 
- Estimulação do transporte de uma substância para dentro ou para fora 
da células-alvo 
- Alteração da velocidade de reações metabólicas específicas 
- Produção de contração dos músculos lisos ou cardíaco 
 O hormônio “anuncia sua chegada” à células-alvo se fixando ao receptores 
- Hormônios lipossolúveis: receptor no interior das células-alvo 
- Hormônios hidrossolúveis: receptor na membrana plasmática das 
células-alvo 
 
 
 
 Agonista: quando um ligante competidor que se liga ao receptor e produz 
uma resposta 
 Antagonista: o ligante competidor que se liga e bloqueia a atividade do 
receptor 
 
 
♥ Importância Clínica 
 Os farmacologistas utilizam o princípio dos agonistas competidores para 
desenvolver fármacos de ação mais longa e mais resistentes à 
degradação do que os ligantes endógenos produzidos pelo corpo. Um 
exemplo é a família de estrogêniosmodificados (hormônios sexuais 
femininos) utilizada nos anticoncepcionais. Eles são agonistas de 
estrogênios que existem naturalmente, mas possuem grupos químicos 
adicionados para protegê-lós da degradação e prolongar sua vida ativa. 
Sistema de Receptores 
Receptores EXTRAcelulares Receptores INTRAcelulares 
Hormônios proteicos, 
catecolamínicos e prostanóides 
Hormônios esteroides 
(tireoidianos e vitamina D) 
↳ Ligados a proteína G 
(atividade GTPásica) 
↳ Ligados a atividade de 
tirosina-quinase 
↳ Receptor citosólico: esteroides 
↳ Receptor nuclear: tireoidianos 
 
 
Receptores Extracelulares – Hidrossolúveis 
 A Proteína G e a ativação de segundos-mensageiros 
 Proteína G 
 
Adenil - ciclase Canais iônicos Fosfolipase C 
 
 
 Segundos Mensageiros 
(ampliação da resposta) 
 
 
 
 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
Proteína G 
 Receptores acoplados à proteína G (GPCRs) são uma grande família de 
receptores de membrana plasmática que compartilham uma estrutura e 
um método de sinalização comuns 
 Todos os membros da família GPCR têm sete diferentes segmentos de 
proteínas que atravessam a membrana, e transmitem sinais no interior da 
célula através de um tipo de proteína chamada de proteína G 
 
 
 
 As proteínas G inativas são ligadas ao difosfato de guanosina (GDP) 
 A troca de GDP por trifosfato de guanosina (GTP) ativa esta proteína, que 
pode abrir canais iônicos na membrana ou alterar a atividade enzimática 
no lado citoplasmático da membrana 
 
 
 
 A proteína G libera a subunidade alfa (α), que ativa uma proteína 
intracelular ou um canal iônico 
↳ Subunidades ᵦ ᵧ ativam os canais iônicos 
↳ Subunidade α ativa enzimas: 
- Ciclases, que geram AMPc e GMPc 
- Fosfolipases, que geram lnsP3 e diacilglicerol 
- Fosfolipases, que geram ácido araquidônico e seus metabólitos 
 Há pelo menos 20 subtipos de subunidade α, pois é ela que 
confere a especificidade à cascata de reações subsequentes 
 A principal via dos mecanismos de transdução de sinal é a proteína G 
ligada a enzimas amplificadoras 
Enzima Amplificadora Converte Em 
Adenilato – ciclase ATP AMPc 
Fosfolipase C Fosfolipídios de membrana IP3 e DAG 
 
 
 A proteína G inativa remonta-se, a sinalização celular usando os 
receptores acoplados à proteína G é um ciclo, que pode se repetir várias 
vezes em resposta ao ligante. 
 Receptores acoplados à proteína G têm diversos papéis no corpo 
humano, e o distúrbio na sinalização de GPCR pode causar doenças. 
 
Adenilato – Ciclase sistema adenilatocilcase/AMPc 
 Enzima é ativada pela subunidade α (Gsα) 
 Catalisa a transformação de ATP em AMPc, que ativa de uma série 
de processos intracelulares que levarão à ação do hormônio 
♥ Conversão de ATP em AMPc → AMPc ativa proteinocinase A (PKA) 
→ PKA regula a atividade da proteína efetora. 
 
 Mecanismos de ação do AMPc 
1 1º mensageiro se liga ao receptor, ativa a proteína G (alguns mensageiros 
inibem o sistema de 2º mensageiro AMPc ativando uma proteína Gi) 
2 Proteína G libera a subunidade α, que se liga e ativa a enzima adenilato 
ciclase 
3 Adenilato ciclase catalisa a conversão de ATP em AMPc 
4 AMPc ativa a proteína quinase A (PKA), também chamada de proteína 
quinase dependente de AMPc. 
5 PKA catalisa a transferência de um grupo fosfato de ATP para uma 
proteína, alterando a atividade da proteína por meio da regulação 
covalente 
6 A atividade proteica alterada causa uma resposta na célula. 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
Fosfolipase C 
 Enzima é ativada pela subunidade α (Gqα) 
 Promove a catálise do fosfolipídio de membrana, gerando: 
 IP3: é hidrossolúvel, difundindo-se da membrana para o interior da 
célula, onde se ligará canais de Ca2+ e a receptores de rianodina (RyR) 
na membrana do RE., liberando Ca2+ no citoplasma.. 
 DAG (diacilglicerol): permanece na membrana, podendo: 
- Ativar a proteinoquinase C (PKC): desencadeando uma cascata de 
fosforilação (fosforila resíduos de serina e treonina) 
- Ser clivado, gerando ácido araquidônico, que dará início a via de 
síntese dos eicosanoides (prostaglandinas e leucotrienos) 
O ácido araquidônico pode ser liberado pelas células, regulando 
células adjacentes ou estimulando a inflamação. Pode, também, 
ser retido no interior das células, onde é incorporado à 
membrana plasmática ou é metabolizado no citosol para formar 
2º mensageiros intracelulares que afetam a atividade de enzimas 
e de canais iônicos. 
 Tanto o Ca2+ como a PKC influenciam as proteínas efetoras, bem como 
outras vias de sinalização, a produzir respostas 
 
 
 
 Transdução de sinal GPCR – fosfolipase C 
1. A molécula sinalizadora ativa o receptor e a proteína G associada 
2. Proteína G ativa a fosfolipase C (PLC) – enzima amplificadora 
3. PLC converte fosfolipídios de membrana em diacilglicerol (DAG), que 
permanecem na membrana, e em IP3, que se difunde para o citoplasma 
DAG ativa a proteína-cinase C (PKC), que fosforila proteínas 
IP3 estimula a liberação de Ca2+ das organelas, criando um sinal de Ca2+ 
 
 
 
 
Canais Iônicos 
 A associação do ligante abre e fecha o canal e altera o fluxo de íons 
através da membrana. 
 Se o canal alterado é seletivo para o Na+, K+ ou Cl-, o aumento ou 
diminuição da permeabilidade iônica altera o potencial de membrana da 
célula, o que pode causar um sinal elétrico, e este alterar proteínas 
sensíveis à voltagem 
 
 Transdução de sinal por canais iônicos 
1. Receptores acoplados a canais abrem ou fecham em resposta a ligação 
da molécula sinalizadora 
2. Alguns canais são diretamente associados a proteína G 
3. Outros respondem a segundos mensageiros intracelulares 
4. Sinais elétricos ou mecânicos também abrem ou fecham os canais 
iônicos 
Cálcio 
 Ca2+ pode atuar como 2º mensageiro 
por sua ligação às proteínas citosólicas 
 Calmodulina é uma importante 
proteína na mediação dos efeitos do 
Ca2+ 
 Ligação do Ca2+ à calmodulina resulta 
na ativação das proteínas, algumas das 
quais consistem em quinases, ativando 
uma cascata de fosforilação das proteínas efetoras e respostas celulares 
Ex.: ocitocina utiliza o Ca2+ como molécula sinalizadora 
 A entrada de cálcio pode ser iniciada por 
- Alterações do potencial de membrana: abre canais de Ca2+ 
- Hormônio interagindo com receptores de membrana: IP3 
 A maior parte do Ca2+ intracelular está armazenada no retículo 
endoplasmático, onde ele é concentrado por transporte ativo 
 Eventos dependentes de cálcio 
- Ca2+ + calmodulina: altera a atividade enzimática, transportadora ou a 
abertura de canais iônicos. 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Ca2+ + proteínas reguladoras e altera o movimento de proteínas 
contráteis ou do citoesqueleto, como os microtúbulos 
- Ca2+ + proteínas reguladoras para desencadear a exocitose de 
vesículas secretoras 
- Ca2+ + canais iônicos, alterando a abertura 
- A entrada de Ca2+ em um óvulo fecundado inicia o desenvolvimento 
do embrião. 
 
Receptores Enzimáticos – Tirosina Quinase 
 
 
 
 Receptores no lado extracelular da membrana que ativam enzimas no 
lado intracelular. 
 As enzimas são proteínas cinases (tirosina cinase) e guanilil ciclases 
 Guanilil ciclase é uma enzima amplificadora que converte GTP em GMPc 
 Ligantes: fatores de crescimento, insulina e citocinas 
 
 
 
Receptores Intracelulares - Lipossolúveis 
 Corticosteroides, esteroides sexuais, vitamina D, mineralocorticoides, 
hormônios da tireoide 
 Ligação a regiões especificas do DNA e atuação de cofatores 
 A ativação do receptor gera ativação de um gene estimulando o núcleo 
a produzir novo RNAm, que atuara como molde para a síntese de novas 
proteínas 
 Resposta celular lenta 
 As respostas de diferentes tecidos ao hormônio são determinadas não 
apenas pela especificidade dos receptores, mas também pela expressão 
dos genes que o receptor regula 
Receptor Citosólico Receptor Nuclear 
Cortisol 
AldosteronaHormônio 
da tireóide 
- Hormônios esteroides: aumentam a síntese proteica 
- Hormônios tireoidianos: aumentam a transcrição de genes no núcleo 
das células 
 
 
 Receptor de hormônio tireoidiano não ocupado liga-se ao DNA e reprime 
a transcrição. A ligação do hormônio tireoidiano ao receptor possibilita a 
ocorrência de transcrição gênica. Logo, o receptor de hormônio 
tireoidiano atua como repressor na ausência do hormônio, porém a ligação 
hormonal o converte em um ativador, que estimula a transcrição de 
genes induzíveis pelo hormônio tireoidiano. 
 Receptor de esteroides (estrogênio, progesterona, cortisol e aldosterona) 
não é capaz de se ligar ao DNA na ausência do hormônio. Após a ligação 
do hormônio esteroide a seu receptor, o receptor dissocia-se das 
proteínas chaperonas associadas a ele. O complexo hormônio-receptor 
(HR) é translocado para o núcleo, onde se liga a seu elemento de resposta 
específico no DNA, dando início à transcrição gênica 
 
 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
Aspectos Cinéticos Gerais dos Receptores 
 O receptor deve ter alta afinidade e especificidade pelo hormônio para 
produzir uma resposta biológica 
- Afinidade: é determinada pela taxa de dissociação e associação do 
complexo hormônio-receptor. É o reflexo da intensidade de interação 
HR. 
- Especificidade: é a capacidade de um receptor de discriminar entre 
vários hormônios com estruturas correlatas 
 As reações de ligação do hormônio com o receptor são reversíveis 
 A ligação dos hormônios a seus receptores é passível de saturação, 
existindo um número finito de receptores ao qual um hormônio pode se 
ligar 
↳ Receptores de reserva: a maioria das células-alvo produzem resposta 
máxima sem ocupar todos os receptores 
↳ A afinidade do receptor com o hormônio, é dada pela concentração 
hormonal, para a qual metade dos receptores são ocupados pela 
hormona; e quanto maior for esta, menor é a afinidade. 
 Quanto maior o número de receptores, menor a chance deste número 
limitar a ação hormonal 
 Os receptores não ocupados podem apresentar redução de afinidade às 
moléculas restantes (“atrofia”) 
 Um mesmo hormônio pode se ligar a múltiplos receptores e células 
distintas 
 A capacidade do receptor é modulada pela próprio hormônio 
↳ Down regulation, regulação para baixo ou dessensibilização: há 
diminuição do número de receptores disponíveis na célula, tendo como 
resultado uma redução da resposta hormonal mesmo que a 
concentração da molécula sinalizadora permaneça alta. Ex.: tolerância a 
fármacos. 
↳ Up regulation ou regulação para cima: há acréscimo no número de 
receptores, a concentração de um liganete diminui, a célula-alvo pode 
usar a regulação para cima para tentar manter sua resposta em um 
nível normal. 
⇲ Estes fenómenos dependem de alterações do equilíbrio entre a síntese 
e a degradação, entre a endocitose e a sequestração, ou da 
modificação, por fosforilação ou desfosforilação, dos receptores. 
 
Resposta Fisiológica aos Hormônios 
 Concentração do hormônio no local de ação (a plasmática é só um reflexo 
do balanço orgânico) 
 Número de receptores na célula-alvo 
 Duração da exposição da célula ao hormônio 
 Intervalo entre exposições consecutivas 
 Condições intracelulares: concentrações de enzimas de metabolização, de 
substratos ou de cofatores que limitem a velocidade de ligação H-R 
 Efeitos concomitantes de substâncias sinérgicas ou antagonistas 
 
Diminuição da Sensibilidade 
 Menor número ou afinidade dos receptores 
 Alteração na concentração de cofatores 
 Maior ritmo de degradação orgânica do 
hormônio 
 Maior concentração de antagonistas competitivos 
 
Diminuição da Responsividade 
 Menor número de células-alvo ou 
receptores 
 Menor concentração de enzimas 
intracelulares 
 Menor concentração de precursores essenciais 
 Aumento da concentração de antagonistas não competitivos 
 
Pâncreas Endócrino 
 O pâncreas é glândula mista, cuja porção exócrina envolve a porção 
endócrina, havendo interação morfológica e funcional 
Ex.: elevados níveis e insulina que perfundem o tecido acinar por meio 
dos vasos pancreáticos exerceriam efeito trófico sobre os ácinos. 
Por outro lado, as enzimas digestivas pancreáticas estimulam a 
secreção de insulina após ingestão de alimentos 
Pâncreas Exócrino → funções digestivas → duodeno 
Secreção 
Exócrina 
(Ácinos) 
- Componente aquoso (cél. ductais) 
(bicarbonato HCO3- e regulação por secretina) 
- Componente enzimático 
(enzimas e regulação por colecistocinina CCK) 
Pâncreas Endócrino → funções hormonais → sangue 
Secreção Endócrina 
(Ilhotas de Pancreáticas ou 
Ilhotas de Langerhans) 
Hormônios 
(insulina, glucagon e somatostatina) 
 
 
 
 
14 
 
 
Rafaela Pamplona 
Considerações Gerais 
 Secreção de reguladores do metabolismo e do fluxo interno dos 
nutrientes 
 Rica vascularização por capilares fenestrados possibilita rápido acesso a 
circulação para hormônios secretados pelas ilhotas e o sangue venoso 
drena na veia porta hepática. → fígado é o principal órgão alvo, depois 
distribui-se pela circulação sistêmica 
 A irrigação das ilhotas é centrifuga, sendo as células B as primeiras a 
receberem o sangue arterializado que depois irriga a periferia da ilhota 
 Alterações nas secreções endócrinas do pâncreas, especialmente da 
insulina, determinam importantes modificações na homeostase do meio 
interno, as quais se relacionam com doenças de alta prevalência, como 
diabetes mellitus (DM), obesidade e síndrome metabólica 
Hormônios Pancreáticos 
Insulina Glucagon Somatostatina 
 
Massa muscular Fígado Tecido adiposo 
 
Metabolismo e disponibilização de carboidratos, lipídios e proteínas 
 
Biomorfologia Funcional do Pâncreas Endócrino 
 As ilhotas de Langerhans organizam-se em torno de pequenos capilares 
e contém três tipos principais de células: alfa, beta e delta. Essas células 
secretam hormônios que vão regular o metabolismo da glicose, dos lipídios 
e das proteínas. Podem ser distinguidas entre si, devido as suas 
características morfológicas e de coloração 
Tipos de células Hormônios produzidos 
Células alfa α (20 – 25%) Glucagon 
Células beta ᵦ (60 – 70%) Insulina 
Células delta ᵟ (10%) Somatostatina 
Células PP ou F Polipeptídio pancreático 
 
 Disposição das células nas ilhotas 
- Células A ou α: dispostas 
perifericamente, formando um 
revestimento das ilhotas 
- Células B ou ᵦ: ocupam a parte 
central da ilhota, compondo o 
núcleo 
- Células D ou ᵟ e as células PP: localizadas mais na periferia e próximo a 
capilares 
 As junções abertas, a sinalização parácrina e o arranjo em ilhotas 
- Comunicação humoral: suprimento sanguíneo flui do centro para a 
periferia. As células dentro de cada ilhota podem influenciar a secreção 
de outras células a medida o produto hormonal é transportado 
- Comunicação célula-célula: junções gap ligam as células das ilhotas 
- Comunicação neural: inervação simpática e parassimpática do SNA 
 Organização polarizada das células: a parte nuclear fica voltada para a face 
basal, local próximo ao sangue arterial, enquanto as vesículas secretoras 
ficam polarizadas na face apical, próximo ao sangue venoso, facilitando o 
processo de liberação 
 Canalículos intercelulares facilitam a sinalização 
 
 Inervadas pelo SNA 
- Receptores muscarínicos pós-sinápticos (colinérgicos) medeiam os 
efeitos parassimpáticos – aumenta a captação e armazenamento de 
substratos energéticos pelas células 
- Receptores α e ᵦ-adrenérgicos medeiam os efeitos simpáticos – 
aumenta a liberação de substratos energéticos no sangue para uso 
celular 
 
Insulina 
 É o principal hormônio anabólico 
 Promove a captação e a utilização de glicose pelos tecidos muscular e 
adiposo, aumentando o estoque de glicogênio no fígado e músculo, e 
reduzindo a produção de glicose pelo fígado 
 Reduz a concentração sanguínea deglicose, quando o nível está elevado 
– hiperglicemia 
Síntese 
 É sintetizada nas células ᵦ das Ilhotas de Langerhans do pâncreas como 
pré-pro-insulina formada após a transcrição gênica 
 A insulina é uma proteína pequena formada por 51 AAs distribuídos em 
duas cadeias conectadas por pontes dissulfeto. Quando as duas cadeias de 
AAs se separam a atividade funcional da molécula de insulina desaparece. 
 Processo de síntese é comum aos hormônios peptídeos 
↳ Genes semelhantes aos de formação para fatores de crescimento 
semelhantes a insulina (IGFs) 
 
15 
 
 
Rafaela Pamplona 
 É produzida na forma de pré-pró-insulina. 
- No RE é clivada em pró-insulina, composta por três cadeias de 
polipeptídios A, B, C. 
- No aparelho de Golgi, ocorre mais uma clivagem, formando a insulina 
(cadeias polipeptídicas A e B) e o peptídeo C (cadeia polipeptídica C). 
- A insulina e o peptídeo C são revestidos nos grânulos secretores e são 
coliberados em resposta à estimulação da glicose. 
 A liberação de insulina ocorre de modo bifásico: dos grânulos secretores 
de liberação rápida e dos grânulos que precisam sofrer uma série de 
reações preparatórias, incluindo mobilização para a membrana plasmática. 
 Em resposta a uma refeição, o aumento na liberação de insulina resulta 
de uma maior frequência e amplitude de sua liberação pulsátil. 
 De pró-insulina a insulina e peptídeo C 
 
↳ Importância clínica da mensuração de peptídeo C 
♥ A importância do peptídeo C é que, de modo diferente da insulina, 
ele não é prontamente degradado no fígado. Por conseguinte, a 
meia-vida relativamente longa do peptídeo (35 minutos) faz sua 
liberação ser utilizada como índice de capacidade secretora do 
pâncreas endócrino. A secreção do peptídeo C é a base do teste 
para a função das células beta, em pessoas com Diabetes Mellitus 
tipo I, incapazes de produzir insulina, tem normalmente níveis 
diminuídos de peptídeo C 
 
Regulação da Secreção 
 Regulador do nível plasmático de glicose 
↳ Metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas 
Anormalidades do metabolismo das gorduras que provocam a acidose 
e arteriosclerose, causas usuais de morbimortalidade em diabéticos. 
Pacientes portadores de diabetes prolongado sem tratamento, a 
redução da capacidade de sintetizar proteínas leva ao consumo de 
tecidos, assim como a muitos distúrbios celulares funcionais 
- Feedback negativo com suprimento de nutrientes exógenos 
 
Carboidratos: todo excesso é convertido em gordura e armazenado 
no tecido adiposo 
Proteína: promove a captação de AA e a conversão em proteínas 
- Nível de glicemia 
~ Principal fator que regula a secreção 
de insulina 
~ O aumento do nível de glicemia 
estimula a secreção de insula. Um 
pulso inicial é seguido de secreção sustentada - relação sigmoidea 
~ Após a ingestão de carboidratos a glicose absorvida para o sangue 
causa secreção rápida de insula. Que rapidamente capta, armazena e 
utiliza a glicose 
~ A resposta a secreção da insulina à concentração elevada de glicose 
plasmática forma um mecanismo de feedback importante para a 
regulação da concentração da glicose sanguínea 
 Mecanismos celulares de regulação da secreção 
- Glicose se liga ao receptor GLUT-2 nas células beta, estimulando a 
secreção de insulina 
- No interior das células beta, a glicose é oxidada, ADP é convertido em 
ATP 
- ATP induz o fechamento dos canais de K+, levando à despolarização 
das células beta 
♥ A regulação dos canais de K+ pelo ATP é mediada pelo receptor 
de sulfonilureias, o que constitui a base do uso terapêutico das 
sulfonilureias no tratamento do diabetes melito 
- A despolarização abre os canais de Ca2+, o que leva a um aumento da 
[Ca2+] intracelular e, em seguida, à secreção de insulina por exocitose 
 
 
 
↑Glicose ↑ATP ⇒ fecha canais K+ ⇒ Abre Canais Ca2+ ⇒ secreção insulina 
16 
 
 
Rafaela Pamplona 
 Sensibilidade diferencial das células β à glicemia → quanto mais central a 
célula, maior e mais rápida a resposta 
 Glicose oral é mais potente que a intravenosa, devido a liberação de 
hormônios gastrointestinais (PIG, GLP-1), que atuam como amplificadores 
da liberação de insulina 
 Aminoácidos (arginina, lisina, leucina): efeito sinérgico a glicose, gerando 
ATP ou por despolarizar a membrana 
 Oscilação intrínseca não-neural do potencial de repouso, da concentração 
de cálcio intracelular e da liberação de insulina (ciclos de 15´) 
 Potencialização da secreção por ações autócrinas 
 Efeitos da estimulação simpática 
- Estimulação via receptores β 
- Inibição via receptores α 
 Efeitos da estimulação parassimpática 
- Acetilcolina: fosfolipase C 
- CCK: fase cefálica da digestão 
 Aumento nas concentrações extracelulares de potássio e cálcio 
 Estimulação da secreção pela vitamina D e PTH (↑[Ca2+]) 
 Hormônios que antagonizam a ação insulínica: insulina, cortisol, GH, 
estrogênios, hormônios da tireóide 
~ Hiperplasia células β e maior secreção de INS 
 
Mecanismos de ação 
 O receptor de insulina possui 4 subunidades: 2 α e 2 β 
- Subunidades α são externas a membrana e contém os sítios de ligação 
a hormônios 
- Subunidades β cruzam a membrana e tem atividade tirosinoquinase 
intrínseca. Com ligação da insulina ao receptor, ocorre a autofosforilação 
dos resíduos da tirosina. O receptor ativado fosforila resíduos de tirosina 
(substrato → IRS 1 a4), facilitando a interação do receptor de insulina 
com substratos intracelulares 
↳ Ações Rápidas: modulação do transporte de íons e de glicose, 
regulação da atividade enzimática (via PI3k) 
↳ Ações Lentas: modulação da síntese de enzimas (via PI3k), efeitos 
sobre o crescimento e diferenciação celular (via MAPK) 
♥ Efeito mitogênico: a insulina atua como fator de crescimento e 
de proliferação célula. Está entre os 4 fatores de crescimento: 
GH, insulina, hormônios tireoide e IGFs 
 
 A insulina induz a down-regulation transitória por agregação de receptores 
e endocitose e por aumentar a velocidade de degradação e inibição da 
síntese 
 O número de receptores de insulina disponíveis é modulado pelo 
exercício, pela dieta, pela insulina e por outros hormônios. 
- A exposição crônica a níveis elevados de insulina, a obesidade e o 
excesso de hormônio do crescimento levam a um down regulation dos 
receptores de insulina. 
- O exercício e a inanição up regulation o número de receptores, 
melhorando a responsividade à insulina. 
 
Ação Metabólica 
 Ações sobre o fígado, músculo esquelético e tecido adiposo 
- Induz o armazenamento dos nutrientes exógenos 
- Inibe a mobilização dos nutrientes endógenos 
 
 
 
 
 
 
 
↳ GLUT-1 e GLUT-2: são transportadores constitutivos, ou seja, não 
precisam da ação da insulina 
↳ GLUT-4: é um transportador induzido 
 
17 
 
 
Rafaela Pamplona 
 No fígado (GLUT-2) 
Estimula a glicogênese 
+ 
Estimula a glicólise 
+ 
Inibe a gliconeogênese 
⇓ 
Reduz a glicemia 
 
 
 
 Metabolismo da glicose no tecido muscular (Glut – 4) 
- Estimula a captação de glicose pela miofibra 
- Estimula a glicólise (piruvato desidrogenase) 
- Estimula a glicogênese (glicogênio sintase) 
 
 Metabolismo da glicose no tecido adiposo (GLUT- 4) 
- ↑ transporte e a formação de α-glicerofosfato 
- Formação de ácidos graxos a partir de glicose 
- Armazenamento como triglicerídeos 
 
 No fígado 
Estimula a formação e o armazenamento de ácidos graxos 
Bloqueia a ᵦ-oxidação dos ácidos da graxos 
⇓ 
Redução da concentração plasmática de ácidos graxos livres 
e cetoácidos 
Favorece a formação do colesterol e diminui a de VLDL 
 
 No tecido muscular 
- Inibe a lipase lipoproteica: diminuindo a captação e oxidação de AG 
 Nos tecidos adiposos 
- Estimula o armazenamento 
~ Inibe a lipase sensível ao hormônio 
↳ Diminui o suprimento de AG ao fígado e aos tecidos periféricos 
↳ Redução acentuada na geração de cetoácidos~ Estimula a utilização periférica de cetoácidos 
~ Estimula a lipase lipoproteica → hidrólise VLDL e TGC 
~ Aumenta a atividade da enzima de síntese do α-glicerofosfato 
 
 Promove o anabolismo, diminuição da concentração plasmática de 
aminoácidos 
 No tecido muscular 
- Estimula o cotransporte de aminoácidos com Na+ 
- Estimula os mecanismos de síntese proteica 
- Inibe a proteólise 
 
Outros Efeitos Fisiológicos 
 Importância no crescimento corporal 
- Estimula a transcrição de genes 
dos fatores de crescimento 
semelhantes à insulina (IGFs) 
- ↑ síntese de cartilagem e osso ⇒ 
↑ crescimento corporal 
- Ações no equilíbrio hidroeletrolítico 
↳ Estimula a captação muscular e hepática de K+, HPO4- e Mg2+ 
↳ Aumenta a reabsorção tubular renal de Na+, K+ e HPO4- 
~ Importante para a expansão do líquido extracelular 
- Ações no SNC 
↳ Consumo de glicose independente da ação insulínica 
↳ Reduz a ingestão de alimentos → inibição da secreção de NPY 
↳ Promove sensação de saciedade → liberação indireta de leptina 
 
Efeitos da falta de ação 
 Consequências da falta são mais rápidas e potentes sobre o metabolismo 
dos lipídeos 
 
18 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Aumenta o uso da gordura como fonte de energia → cetose e acidose 
- Causa lipólise das gorduras armazenadas e liberação de ácidos graxos 
- Aumenta as concentrações de colesterol e fosfolipídios plasmáticos 
- Diminuição do pH (acidose) 
- Diminuição do nível de bicarbonato e fosfato, devido atuarem como 
tampões de acidez 
 
Diabetes Mellitus 
 Distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia persistente seja 
por defeito na ação ou na secreção de insulina ou em ambos 
I. Diabetes mellitus tipo 1 (DM1A ou DM1B) 
II. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) 
III. Diabetes mellitus gestacional 
IV. Outros tipos (secundários a outras causas) 
Mundo: > 400 milhões de diabéticos em 2015 
> 600 milhões em 2040 
 
Diabetes Mellitus – Tipo 1 
 5 a 10% dos casos 
 Destruição primária das células β, levando a deficiência absoluta de insulina 
decorrente de doença autoimune ou de causa desconhecida 
 
 
 Proteólise 
- Gliconeogênese → perda de massa magra e de força muscular 
 Lipólise 
- Perda de tecido adiposo (↓leptina) 
- ↑ da concentração plasmática de cetoácidos → cetoacidose diabética 
 Predomina em pacientes jovens não obesos 
 Sintomas repor polidipsia poliúria polifagia e emagrecimento 
 Tratamento: insulinoterapia 
 
 
Diabetes Mellitus – Tipo 2 
 90 a 95% por cento dos casos 
 Cursa primariamente com resistência periférica a insulina, que ao longo 
do tempo se associa a disfunção progressiva das células β 
 Predomínio em idade >40anos 
 Individuo geralmente obeso, sedentário e hipertenso 
 Tratamento: hipoglicemiantes oreais, se necessário e/ou insulinoterapia 
 
 
Diabetes Mellitus Gestacional 
 Hiperglicemia de grau variável diagnosticada durante a gestação, na 
ausência de critérios de DM prévios 
 Geralmente diagnosticada no 2 ou 3 trimestre 
 Risco progressivo e continuo de complicações materno-fetais 
 Pode persistir após o parto, levando a DM2 
 
 
Outros tipos de DM 
 Defeitos genéticos na função da célula β ou na ação da insulina 
 Doenças do pâncreas exócrino 
 Endocrinopatias 
 DM induzido por medicamentos ou agentes químicos 
 
Diagnostico 
 Glicemia (mg/dL) 
Categoria Jejum* Ao acaso** 2h (TOTG) 
Normal < 100 − < 140 
Tolerância ↓ 100 – 125 − 140 – 199 
Diabetes ≥ 126 ≥ 200 com sintomas*** ≥ 200 
TOTG: teste oral da tolerância à glicose (1,75g/kg de peso, até o máximo de 75g de 
glicose 
* jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8h 
** aquela realizada a qualquer hora do dia, sem observar o intervalo da última refeição 
*** sintomas clássicos de DM: poliuria, polidipsia, perda de peso 
 Hemoglobina Glicada (HbA1c) 
- Normal <5,7% 
- Pré diabético 5,7 a 6,4% 
- Diabético >6,4% 
 Parâmetros de avaliação do nível glicêmico 
 
19 
 
 
Rafaela Pamplona 
Complicações crônicas no DM 
 Primeira causa de cegueira adquirida 
 Primeira causa de insuficiência renal crônica (estágio-final) em países do 
primeiro mundo e entre as 3 causas mais frequentes na América Latina 
 Importante determinante de amputações de membros inferiores 
 Entre os principais fatores de risco cardiovascular 
 
 
 Acantose Nigricans: escurecimento cutâneo de aspecto aveludado nas 
áreas de dobras cutâneas (90% das crianças com DM2) 
- Hiperinsulinemia na resistência insulínica 
↳ Secreção ectópica de fatores de crescimento 
↳ Proliferação de queratinócitos 
 
 Microangiopatia: retinopatia diabética 
↳ Exame de fundo de olho (fundoscopia) 
- Exsudação dos vasos sanguíneos 
- Edema retiniano (edema macular) 
- Depósitos esbranquiçados na retina (exsudados duros) – sinal de 
incontinência dos vasos sanguíneos 
- Exsudados moles (exsudatos algodonosos), que correspondem a 
áreas da retina isquêmicas (enfarte) 
 Microangiopatia: nefropatia diabética 
 Neuropatia (principalmente nervos periféricos) 
 Macroangiopatia: acometimento progressivo de grandes artérias pela 
aterosclerose (coronária, cerebrais, MMII) 
 Pé diabéticos: soma de todas as complicações crônicas 
 
Glucagon 
 Estrutura e síntese 
- Células α → 29 AA 
- Gene correlacionado com PIV; PIG; secretina e GHRH 
- Direção do fluxo sanguíneo → regulação pela β-secreção 
- Glicose e insulina → diminuem a transcrição do gene e síntese 
 
 O gene do pró-glucagon se expressa na célula α pancreática, nas células 
enteroendócrinas e no cérebro 
 Após a transcrição do gene, o seu mRNA é traduzido no RER, formando-
se inicialmente o pré-pré-glucagon, que origina o pró-glucagon 
 No complexo de Golgi, o pró-glucagon é clivado, dando origem ao 
glucagon, que permanece armazenado até a exocitose 
 A clivagem do pró-glucagon difere entre as células α e as do intestino, 
de maneira que geram produtos diferentes de acordo com o local em 
que o gene se expressa 
- Célula α: é o principal produto biologicamente ativo 
- Células intestinais: GLP-1 
 
Relação Insulina / Glucagon 
 Atuam de forma antagonista para manter a concentração de glicose 
plasmática dentro da faixa de normalidade 
 Ambos estão presentes no sangue, a proporção entre eles é que 
determina o efeito predominante sobre o metabolismo 
 Normal ≅ 2,0 
 Jejum ou exercício prolongado ≅ 0,5 
- Glicogenólise e gliconeogênese para suprir o SNC 
- Mobilização de aminoácidos 
- Aceleração da lipólise (↑ fluxo de AGLs para oxidação) 
♥ Baixa relação insulina/glucagon é essencial no período neonatal 
 Após refeição mista ≅ 10 
- Armazenamento dos nutrientes 
- Supressão da lipólise e proteólise 
 Refeição rica em proteínas → pouca alteração 
 
 
20 
 
 
Rafaela Pamplona 
Regulação da Secreção 
 Manutenção da normoglicemia durante a maior demanda dos tecidos por 
glicose 
 
 
 Secreção aumentada na hipoglicemia → níveis baixos de glicemia 
 Secreção estimulada por refeição proteica 
 Modulada pela liberação de hormônios do TGI (GLP-1 intestinal, secretina) 
durante as refeições 
↳ Após as refeições comuns, a variação de concentração plasmática 
de glucagon é menor que a da insulina 
 
 
 
Ações hormonais 
 Aumenta a concentração plasmática de glicose, estimulando a produção 
hepática de novo de glicose pela gliconeogênese e pela degradação do 
glicogênio 
 Ações que neutralizam os efeitos da insulina 
 Mobilização de nutrientes metabólicos para o sangue 
↳ Regulação primaria da gliconeogênese e cetogênese hepáticas 
 
 
 Metabolismo hepático da 
 
 
 
 
 Metabolismo hepático das 
- ↑ ritmo de eliminação dos AA e sua degradação a ureia 
- Não influencia os níveis de AA de cadeia ramificada 
↳ Sem efeito na proteólise 
 
 Metabolismo hepático das 
- Orienta os AGLs para a ᵦ-oxidação 
↓ síntese de TGC (cetogênico e hiperglicemiante) 
-Inativa a acetil-CoA-carboxilase 
↓ concentração intracelular de malonil-CoA 
↑ carnitina acil-transferase → síntese de cetoácidos 
- Ativa a lipase dos adipócitos 
↑ fornecimento de AGLs 
- Reduz a síntese hepática do colesterol 
 
 
21 
 
 
Rafaela Pamplona 
Somatostatina 
 Biossíntese 
- Células 𝛿 (delta) pancreáticas (SS – 14) 
- Intestinais (SS – 28) 
- Núcleos hipotalâmicos (periventricular) 
 Reguladores de secreção 
- Estimuladores: glicose, aminoácidos, AGLs, glucagon e ação em 
receptores β-adrenérgicos ou colinérgicos 
- Inibidores: insulina e ação em receptores α-adrenérgicos 
 Mecanismo de Ação 
- Receptores ligados a proteína G inibitória para adenil-ciclase 
↳ Diminuição intracelular de AMPc 
 Ações sistêmicas 
- Células 𝛿 (SS – 14) → ações neurócrinas e parácrinas 
↳ Profunda inibição da secreção de insulina e glucagon 
- Células intestinais (SS – 28) → ações endócrinas 
Inibição de motilidade gástrica, duodenal e vesicular 
+ 
Inibição da secreção de HCl, gastrina, secretina, pepsina 
e secreções exócrinas do pâncreas 
⇓ 
Redução da digestão e absorção dos nutrientes 
 
Regulações Integradas dos Hormônios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Rafaela Pamplona 
Balan o Hormonal do Cálcio e Fosfato 
 Desempenham papel estrutural importante em ossos e dentes 
 Regulam importantes vias metabólicas e de sinalização 
 No sangue, a maior parte do fosfato está na forma ionizada do ácido 
fosfórico, denominada fosfato inorgânico (Pi) 
 Principais fontes: os alimentos e o esqueleto 
 Vitamina D (calcitriol) e o hormônio Paratireoideo (PTH) 
- Regulam a absorção intestinal de Ca2+ e Pi e a liberação para a 
circulação após a reabsorção óssea 
- Principais processos responsáveis pela remoção do Ca2+ e do Pi do 
sangue são a excreção renal e a formação óssea 
 Outros hormônios e fatores de crescimento parácrinos também regulam 
a homeostase do Ca2+ e do Pi 
 A homeostase do Ca2+ de PO43- estão intimamente relacionadas 
- São os principais componentes dos cristais de hidroxiapatita 
[Ca10(PO4)6(OH)2)], que constituem a maior porção da fase mineral do 
osso. 
- São regulados pelos mesmos hormônios, principalmente hormônio da 
paratireoide (PTH), 1,25-diidroxivitamina D (calcitriol) e, em menor grau, 
calcitonina. 
↳ Esses hormônios atuam em três sistemas orgânicos – o osso, os rins 
e o TGI para controlar os níveis desses dois íons no plasma. No 
entanto, as ações desses hormônios sobre o Ca2+ e o PO43- são 
geralmente opostas uma vez que um hormônio particular pode elevar 
o nível de um íon, baixando o do outro. 
 
Balanço Geral do Cálcio 
 Importância Biológica 
- Criação e manutenção dos potenciais de ação 
- Contração e motilidade 
- Modulação das atividades enzimáticas (intracelulares ou plasmáticas) 
- Rearranjos citoesqueléticos e divisão celular 
- Exocitose 
- Coagulação sanguínea 
- Proteção dos órgãos internos e Locomoção 
 Concentração Intracelular (citoplasma) – 10-7M 
- Reservatório total de cálcio livre intracelular = 0,2 mg 
- Ca2+ intracelular total fixado = 9 g (RE; mitocôndrias e membranas) 
 Concentração Extracelular – 10-3M 
- Membranas especializadas e bombas de cálcio 
- Reservatório total de cálcio extracelular = 1 g 
- Estrutura esquelética e dentes = 1 a 2 Kg 
 Cálcio plasmático total (8,6 a 10,6 mg/dL) – 2,15 a 2,65 mmol/l = 4,3 a 
5,3 mEq/L 
 
 
 Formas físico-químicas 
- Espécie livre ionizada 
↳ Relação com pH sanguíneo → alcalose 
reduz a proporção de Ca2+ ionizado 
- Ligado a sítios aniônicos nas proteínas 
séricas (albumina) 
↳ Relação direta com albumina → aumento do Ca2+ plasmático total 
- Complexado com aníons orgânicos de baixo peso molecular (citrato e 
oxalato) 
 
♥ Ca2+ iônico é a forma relevante para a maior parte das funções do 
cálcio no corpo, incluindo efeito sobre o coração, SN e formação óssea 
 
Desvios da concentração plasmática normal 
 Hipocalcemia (hiperexcitabilidade) 
- Déficit corporal total de cálcio 
- Captação óssea mais rápida que a disponibilização celular 
- Maior fixação do cálcio às proteínas plasmáticas 
- Tetania periférica 
 Hipercalcemia (redução da neurotransmissão) 
- Depressão da atividade do SNC 
- Fraqueza muscular 
- Diminuição do Intervalo Q – T 
- Constipação 
 
Regulação hormonal da absorção e excreção 
 Relação inversa com o nível plasmático 
Entrada Armazenamento Saída 
Intestino Ossos Rins 
 
 Reabsorção tubular proximal, ramo ascendentes espesso da alça de 
Henle e túbulo distal 
 
23 
 
 
Rafaela Pamplona 
Balanço Geral do Fosfato 
 Importância Biológica 
- Principal ânion intracelular (neutralidade de K+ e Mg2+) 
- Intermediários do metabolismo dos nutrientes 
- Compostos de elevada energia de transferência e de armazenamento 
(ATP e fosfato de creatina) 
- Cofatores: NAD; NADP e pirofosfato de tiamina 
- Agente modificador da atividade de enzimas 
- Segundos–mensageiros: AMPc e IP3 
- Compõe a estrutura do DNA e do RNA 
- Membranas celulares fosfolipídicas 
- Sistema de tamponamento do pH sanguíneo 
- Estrutura cristalina dos ossos e dentes (85%) 
 Concentração plasmática 
- Expressa a quantidade total de fósforo orgânico (mudança de valência 
com o pH) – 2,5 a 4,5 mg/dL ou (0,81 a 1,45 mmol/L) 
 Regulação Hormonal da Excreção do Fosfato 
- Absorção intestinal constante (70%) 
- Importância ressaltada da função renal 
- Reabsorção tubular proximal (transcelular: 2Na+ −PO4-) 
- Transporte máximo dependente (0,8 mmol/L) 
 
 
 
Desvios da concentração plasmática normal 
 Hiperfosfatemia: causado por dano tecidual 
 Hipofosfatemia 
- Fraqueza muscular esquelética 
- Disfunção do músculos cardíacos e respiratórios 
- Perda de integridade de membrana das hemácias 
- Formação anormal de osso 
 
 
 
 
Osso: grande reservatório orgânico de Cálcio e Fosfato 
Composição estrutural básica 
 Osso cortical 
- Camada externa (córtex) de todos os ossos e forma a maior parte do 
interior dos ossos longos do corpo. 
- É um tecido denso composto principalmente de mineral ósseo e 
elementos da matriz extracelular, interrompido apenas por vasos 
sanguíneos penetrantes e uma osteócitos aninhados dentro do osso. 
- Os osteócitos estão interligados uns com os outros e com os 
osteoblastos na superfície do osso por canalículos, por meio dos quais 
os osteócitos estendem processos celulares. 
- Essas ligações permitem a transferência de Ca2+ do interior do osso 
para a superfície, por um processo denominado osteólise osteocítica. 
- Fornece grande parte da força para a sustentação de peso suportado 
pelos ossos longos. 
 O osso trabecular (ou esponjoso ou medular) 
- Se encontra no interior dos ossos é proeminente no interior dos corpos 
vertebrais. 
- Composto de finas espículas ósseas que se estendem a partir do córtex 
para a cavidade medular. 
- A rede formada por essas espículas é forrada em muitas áreas pelos 
osteoblastos e osteoclastos, as células envolvidas no remodelamento 
ósseo. Está constantemente sendo sintetizado e reabsorvido por esses 
elementos celulares. 
♥ Quando a taxa de reabsorção do osso excede a de síntese ao longo 
do tempo, a perda de osso mineral produz a doença osteoporose 
 
 
 
 Matriz orgânica (30%) → contém fatores de crescimento e citocinas, 
regulação a remodelagem óssea a formação de novo osso 
- Fibras colágenas (90 a 95%) 
~ Segmentos periódicos de 64 um de comprimento 
~ Deposição sobre as linhas de tensão (resistência) 
- Substância fundamental 
~ Liquido extracelular 
~ Proteoglicanos (condroitina e ácido hialurônico) 
 Sais ósseos (70%) → hidroxiapatita, atua como reservatório dos íons 
cálcio e fosfato, papel na homeostase desses minerais 
- C10(PO4)6(OH)2 – placas achatadas (40x10x1nm) 
- Íons conjugados (Mg2+; Na+; K+ e HCO3-) e metais pesados 
- Resistência a compressão 
24 
 
 
Rafaela PamplonaComposição histológica 
 Células ósseas 
- Osteoblastos e osteócitos 
↳ Origem a partir de células ostroprogenitoras (mesenquimais) 
~ Osteoblastos: possuem receptores de PTH e são responsáveis pela 
formação e mineralização óssea 
~ Osteócitos são encontrados na matriz óssea e são derivados de 
osteoblastos que foram incluídos na matriz, sofrem apoptose ou 
fagocitose durante a reabsorção osteoclástica 
Essas células sentem o estresse mecânico sobre o osso e 
secretam fatores de crescimento que estimulam ambos os 
osteoblastos e as células de revestimento. Também é importante 
na transferência de mineral a partir do interior do osso para as 
superfícies de crescimento 
- Osteoclastos 
↳ Multinucleadas 
↳ Origem a partir de células precursoras dos monócitos e macrófagos 
~ Osteoclastos: promovem a reabsorção óssea e são encontrados 
principalmente nas superfícies de crescimento ósseas, ricos em 
lisoenzimas 
♥O remodelamento ósseo consiste em uma interação cuidadosamente 
coordenada da atividade osteoblástica, osteocítica e osteoclástica. 
 
Remodelagem óssea 
 Envolve a formação de osso pelos osteoblastos e sua reabsorção pelos 
osteoclastos 
 Importante para a adaptação, reparo e manutenção da homeostase do 
cálcio 
 Determina o desenvolvimento ósseo no crescimento, manutenção da 
massa óssea na fase adulta e a sua diminuição na senilidade 
 Ajuste da estrutura óssea ao estresse (espessamento) 
 Evita fragilização dos ossos 
 
 Coordenação entre reabsorção e a formação 
- Processo constante em vida 
- Sinais parácrinos dos osteoblastos 
- Reabsorção (3 a 10 dias) X formação (3 meses) 
- Osteônios, lamelas e canais de Havers 
 Efeitos hormonais 
↳ Estimulantes da formação 
- Hormônio do crescimento e fatores de crescimento 
- Insulina e IGFs 
- Estrogênios e androgênios 
- Calcitonina 
- Vitamina D: essencial para a maturação ou mineralização normal 
↳ Inibidores da formação 
- Cortisol 
↳ Estimulantes da reabsorção 
- Hormônio da tireoide 
- Cortisol 
- Paratormônio 
- Vitamina D 
- Substâncias imuno-inflamatórias: prostaglandinas, IL-1 e IL-6, TNFα e 
TNFβ 
↳ Inibidores da formação 
- Estrogênios e androgênios 
- Calcitonina 
- Fator transformador do crescimento β (TGF β) 
- INFᵧ 
- Oxido nítrico 
 Fases da remodelação óssea 
 
1 – Ativação: constante atividade de remodelação por hormônios ou tensão 
mecânica. Osteócitos determinam o local. Osteoclastos fazem a remoção da 
matriz óssea 
2 – Reabsorção: ação dos osteoclastos – digestão e degradação da matriz. 
– formando a lacuna de Howship. 
♥ Via RANK/RANK-L: os osteoblastos produzem RANK-L, ligante 
ativador do processo de maturação do osteoclasto. Os osteoblastos 
também produzem e secretam OPG, que funciona como armadilha de 
RANK-L, impedindo a diferenciação dos osteoclastos. Substâncias que 
induzem a remodelação interferem na concentração desses dois 
fatores. 
25 
 
 
Rafaela Pamplona 
3 – Reversão: período entre o fim da reabsorção e o início da formação 
óssea, há limpeza do local e recobrimento da superfície 
4 – Formação: diferenciação dos osteoblastos e osteócitos via de sinalização 
Wnt 
 
↳ Osteoclastos: grandes células 
fagocitárias 
 Fase lenta de reabsorção 
óssea 
 Destruição da parte mineral do osso e da matriz óssea não mineralizada 
 Sinalização parácrina dos osteoblastos para ativação 
 Recrutamento e fusão de células precursoras 
 Adesão osteoclástica – função das integrinas 
 Secreção lisossômica: enzimas proteolíticas (colagenases, fosfatase ác) 
 Secreção ácida: bomba de prótons, ácido cítrico, ácido lático 
 Liberação de cálcio, fosfato e metabolitos do colágeno. A hidroxiprolina e 
hidroxilisina atuam para marcadores urinários da atividade osteoclástica 
 
No interior do osteoclasto, a anidrase carbónica (AC) promove a conversão 
CO2 + H2O → H+ + HCO3-. A bomba de prótons promove a liberação de 
H+ para o microambiente onde se processa a reabsorção óssea. 
A acidificação, promovida pelos H+ contribui para a desmineralização da 
matriz óssea, ocorrendo a dissolução dos cristais de hidroxiapatita 
[Ca10(PO4)6(OH)2] e liberação de Ca2+ e HPO4-. Segue-se, então, a secreção 
de enzimas lisossomais, responsáveis pela degradação das proteínas 
colágenas e não-colágenas da matriz. 
Os produtos da degradação da matriz orgânica são internalizados, por meio 
de vesículas e transportados para o interior do osteoclasto, sendo 
posteriormente, conduzidos para o meio extracelular. 
 
↳ Osteócitos e osteoblastos 
 Osteólise osteocítica 
 Fase rápida da reabsorção óssea 
 O osteócito permite a transferência rápida de cálcio da matriz para o 
espaço extracelular 
 Dependente de ação hormonal (PTH) 
Os osteoclastos não possuem receptores de PTH, sendo os osteoblastos 
os responsáveis por indicar aos precursores osteoclastos que formem 
osteclastos maduros, por meio da sinalização via RANK/RANKL 
 
 Formação do osteócito: secreção osteoblástica da matriz orgânica (fibrilas 
de colágeno) e fatores de ambientação 
 Mineralização: formação de cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] 
- Precipitação de Ca2+ e HPO4- 
- Adição de OH- e HCO3- 
- Formação de sais amorfos (CaHPO4.2H2O) 
- Desidratação dos sais amorfos 
 Proteínas importantes na osteogênese 
- Fosfatase alcalina: fornece ambiente adequado à deposição de sais e 
atua como parâmetro de mensuração da atividade osteoblástica 
- Osteonectina: fixação ao colágeno e aos cristais de hidroxiapatita 
- Osteocalcina: afinidade ao cálcio e a hidroxiapatita hidratada, serve como 
parâmetro de mensuração da atividade osteoblástica 
Ao termino da reabsorção os osteoclastos 
desaparecem e se inicia a deposição óssea. 
Ocorre o assentamento de novo tecido em 
sucessivas camadas de círculos concêntricos 
(lamelas), nas superfícies internas da cavidade, até o preenchimento do 
espaço. Essa deposição cessa quando o osso começa a invadir os vasos 
sanguíneos da área (canais de Havers). 
Cada nossa área de osso depositado por esse mecanismo se chama ósteon 
 
Hormônio Paratireoideo (PTH) 
 Hormônio peptídeo → síntese a partir de transcrição 
 Local de produção: paratireoides 
 Efeitos sobre a absorção óssea, reabsorção tubular renal de cálcio e 
fosfato e síntese e atividade de vitamina D 
 Correlação com as concentrações plasmáticas de Ca2+ e HPO4- 
 
 
 
Regulação da secreção 
 Concentração Ca2+ (calcemia) é o principal fator de controle 
 Mecanismo de Feedback negativo com o Ca2+ no plasma 
 Faixa ótima de resposta: Ca2+ a 4,5mg/dL 
 Redução da síntese, reserva e liberação de PTH 
 Redução do número de células 
 Mecanismo de regulação pelo Cálcio 
26 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Receptores de Ca2+ (CaSR) ligados a proteína G inibitória para Adenil-
ciclase e inibidores de transcrição de PTH 
 
 
 Outros fatores que regulam a secreção 
↳ Magnésio 
- Semelhante ao cálcio: ↓[Mg2+] plasma ⇒↑secreção de PTH 
- Hipomagnesemia crônica 
↳ Inibição da síntese e liberação de PTH 
↳ Redução da resposta dos tecidos alvo ao PTH 
↳ Aumento da concentração plasmática de fosfato 
- Indução da liberação – (?) via tamponamento de Ca2+ 
↳ Vitamina D 
- Inibe a transcrição do gene PTH, a secreção e a proliferação celular 
da paratireoide 
↳ Secreção rítmica 
- Maior a noite e com o envelhecimento (pico noturno independente 
da [Ca2+] plasmática) 
↳ Inibidores da fosfodiesterase: ↑ AMPc 
↳ Estimulação α-adrenérgica; dopamina e histamina (H2) 
- Inibem a secreção 
↳ Mutações genicas dos CaSR (hipercalcemia hipocalciúrica benigna família 
e hiperparatireoidismo neonatal grave) 
 
Estimula a liberação Inibe a liberação 
Hipocalemia Hipercalcemia 
Hiperfosfatemia Vitamina D 
Catecolaminas Hipomagnesemia grave 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo de ação celular 
 Receptores de membrana acoplados à proteína G: ativação da Adenil-
ciclase, AMPc e PKa 
 Peptídeo relacionado ao PTH (PTHrp)- Tumores associados a hipercalcemia 
- Queratinócitos da pele (diferenciação 
celular) 
- Funções intrauterinas e primeira infância 
~ Placenta e paratireoides fetais: relação 
fetal/materna da [Ca2+] 
~ Epitélio mamário durante a lactação: 
regulação da [Ca2+] no leite materno 
- Não promove a ativação da vitamina D 
 
Ações celulares e efeitos fisiológicos do PHT 
 Estimula a reabsorção óssea e a liberação de Ca2+ na circulação 
 
 
 
 Rim: promove a reabsorção de Ca2+ (alça de Henle e túbulo distal) e a 
excreção de fosfato inorgânico na urina (túbulo proximal) 
↳ Evita a precipitação de sais de Ca2+ e HPO42- 
 Vitamina D: estimula a produção da forma ativa da vitamina D (calcitriol), 
que aumenta a absorção intestinal do Ca2+ e facilita a reabsorção renal 
do Ca2+ filtrado 
 Osso: aumenta a reabsorção óssea, aumentando a liberação de Ca2+ na 
circulação. 
 Calcitonina opõe-se aos efeitos do PTH pela inibição da reabsorção óssea 
e pelo aumento da excreção renal de Ca2+. 
 Resultado das interações entre PTH, vitamina D e a calcitonina consiste 
na manutenção das concentrações plasmáticas normais de Ca2+

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