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Melhoramento Genético em caninos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
FACULDADE DE VETERINÁRIA - FAVET
DISCIPLINA: MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL
ALUNA: LETÍCIA MOURA ALCÂNTARA
MELHORAMENTO GENÉTICO EM CANINOS
FORTALEZA
2021
INTRODUÇÃO
Um animal é considerado doméstico quando mantido e reproduzido pelo homem em cativeiro, por gerações. O cão foi o primeiro animal a ser domesticado a anos atrás, quando o homem, deixando de ser nômade, começou a plantar alguns alimentos e a alimentar os animais (VIEIRA, 1980). De acordo com estudos de fisiologia, os primeiros cães domesticados possuíam o formato da cabeça e a estatura de lobos jovens e, ao que tudo indica, seria uma versão mais mansa dos lobos (CHAS, 2011). Os animais foram domesticados com o propósito de servirem como companheiros, guardas, caçadores, pastores e guias (WEISS e GREENBERG, 1996). Como exemplos da domesticação dos cães, há descobertas arqueológicas envolvendo ossos de pessoas abraçadas e próximas aos cães de forma afetuosa (FOGLE, 2009; ROSSI, 2014). 
Com uma maior proximidade cão-homem, houve um aumento do interesse por parte dos criadores em incrementar a eficiência reprodutiva de seus animais, levando dessa forma a uma maior utilização de biotécnicas da reprodução aplicadas aos cães, atentando para a preservação de algumas raças de alto valor zootécnico (EVANGELISTA; FILHO; e DE SOUZA, 2016). Os cães são selecionados de acordo com as qualidades que interessam o homem, como pelagem, faro, beleza, porte, comportamento e agilidade (ANDRADE; PINTO; e OLIVEIRA, 2002).
Embora a aplicação de novas tecnologias de melhoramento possa trazer benefícios aos seres humanos e aos animais, o uso inadequado destas ferramentas tem potencial de criar ou exacerbar problemas de bem estar animal (MACARTHUR CLARK; POTTER; e HARDING, 2006).
Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi relatar os principais aspectos relacionados ao melhoramento genético em caninos, bem como as formas de reprodução e cruzamentos envolvidos nesse processo, além de suas consequências.
DESENVOLVIMENTO
Conceitos importantes
A Federação Cinológica Internacional (FCI) reconhece hoje 344 raças de cães, reunidos em 10 grupos, que foram divididos conforme as características físicas, porte e função destes animais, sendo eles: Grupo 1 - Cães Pastores e Boiadeiros, exceto os suíços; Grupo 2 - Cães do tipo Pinscher e Schnauzer, Molossóides e Cães de Montanha e Boiadeiros Suíços; Grupo 3 - Terriers; Grupo 4 - Dachshunds; Grupo 5 - Cães de tipo Spitz e de tipo Primitivo; Grupo 6 - Cães do tipo Sabujos e Rastreadores e Raças Assemelhadas; Grupo 7 - Cães de Aponte; Grupo 8 - Cães Levantadores, Retrievers e de Água; Grupo 9 - Cães de Companhia e Grupo 10 - Galgos (Lébreis).
Como papel de criador, é muito importante ter conhecimento básico de genética, compreendendo os efeitos de cruzamentos, para escolher o cão e prever se este chegará aos resultados esperados, sem características indesejáveis. O que não se pode prever num acasalamento é que o fenótipo (características externas) nem sempre condiz ao genótipo (material genético) do cão (OLIVEIRA, [20-?]; ACCIOLI, [20-?]).
A reprodução seletiva trata da escolha de casais reprodutores em busca de um objetivo, podendo ser para cão de trabalho ou animal de estimação (DOG COAT COLOUR GENETICS, [20-?]). É importante que esta seleção seja correta para que tenha o aperfeiçoamento das raças dos animais, para gerar filhotes com qualidades positivas (ACCIOLI, [20-?]). Ao nascer a ninhada percebe-se que um filhote é diferente do outro, pelo fato de que a combinação de genes é única, e para cada característica formará um resultado de combinações, sendo inúmeras combinações (MURILO, [2016?]).
Segundo Bertipaglia (2014), existem três passos básicos para o melhoramento genético:
1º Passo: Estabelecer a característica de interesse (aptidões físicas ou mentais, por exemplo);
2º Passo: Identificar genes que atuam na expressão da característica;
3º Passo: Seleção e cruzamento.
Ainda segundo Bertipaglia (2014), a herdabilidade - grau de semelhança entre a progênie e seus pais para uma dada característica - muda dependendo das características observadas:
· Características reprodutivas: h² 0,1 a 0,2 (varia com a raça);
· Características de comportamento: h² 0,3 a 0,5;
· Características de conformação corporal: h² 0,35 a 0,65;
· Doenças: h² 0,20 a 0,70.
Fonte: Bertipaglia (2014)
Reprodução de cães
Os cães têm papel importante como modelo experimental, devido a sua facilidade de manejo, pois permitem o estudo e o aprimoramento de processos biológicos e reprodutivos que podem ser aplicados aos canídeos selvagens (SILVA et al., 2003). Entretanto, as técnicas de reprodução na criação são bem diversas, variam de monta natural, ainda uma das ferramentas mais utilizadas em muitas raças devido sua facilidade e praticidade para os criadores, a inseminação artificial (IA) com sêmen fresco, esta técnica é a que obtém as melhores taxas de concepção, muito próximas das obtidas com monta natural (PEREIRA et al., 2001); IA com sêmen refrigerado que também pode apresentar resultados satisfatórios e IA com sêmen congelado, que ainda apresenta resultados bastante heterogêneos (LINDEFORSBERG e FORSBERG, 1989; SILVA, 1995; SANTOS, 2004).
A inseminação artificial consiste em, após a obtenção do sémen, depositá-lo no trato genital da fêmea a ser inseminada. Essa técnica pode ser utilizada como um meio alternativo quando da impossibilidade de realização de monta natural, devido a problemas anatômicos, comportamentais e sanitários, ou ainda, quando da utilização de sémen refrigerado ou congelado. É a biotécnica da reprodução mais importante e mais utilizada para o melhoramento genético das espécies, devido a poucos machos selecionados produzirem espermatozóides para a inseminação de centenas de fêmeas por ano, mesmo com o advento de novas biotécnicas como transferência de embrião e fertilização in vitro (BRONZATTO, 2009).
No entanto, segundo Andrade e Neuls, utilizar alguma ferramenta de reprodução artificial não significa necessariamente que o melhoramento genético está sendo promovido. O termo “melhoramento genético” envolve inicialmente a avaliação prévia de diversas características físicas e de saúde de ambos os reprodutores, além da avaliação com relação à mistura dos perfis genéticos de ambos. Um determinado padreador pode ser excelente em termos físicos e ter diversos exames de saúde que demonstrem que o mesmo é saudável. No entanto, se o seu sêmen for utilizado em uma matriz cujas características físicas demonstrem algumas faltas, cujos exames de saúde tenham demonstrado algum problema de fundo genético, ou ainda que seja de uma linhagem de sangue não tão compatível com o macho, o criador não estará trabalhando com melhoramento genético, mas sim somente utilizando uma biotecnologia da reprodução. 
Avaliação do reprodutor, coleta e processamento de sêmen
A seleção de reprodutores deve ser feita através de uma detalhada anamnese, verificando-se o desempenho reprodutivo anterior do macho e problemas de saúde atuais ou prévios. Deve também ser procedido um cuidadoso exame clínico geral e andrológico, que deve incluir a inspeção e palpação dos órgãos reprodutivos, observando-se principalmente o tamanho e a consistência testicular, visto que cães com espermatogênese anormal freqüentemente têm testículos de consistência inferior à normal. Em seguida, deve-se proceder à coleta de sêmen, por métodos como: massagem digital, uso de vagina artificial, vibrador elétrico e eletroejaculação (Harrop, 1955; Christiansen, 1988). Segundo Boucher et al. (1958), a massagem digital permite a obtenção de um sémen de qualidade superior ao obtido por vagina artificial, sendo que o primeiro método é especialmente confiável mesmo para cães não condicionados. Após isso, é feita a avaliação do sémen e inspeção do comportamento de monta (líbido), podendo ter continuidade com testes hormonais e análises cromossômicas (Christiansen, 1988, Feldman e Nelson, 1996).
A análise padrão da fração espermática do ejaculadoé rotineiramente utilizada para avaliar a qualidade do sémen canino, incluindo a observação do volume, coloração, viscosidade, pH e osmolaridade. A avaliação microscópica do sémen inclui a observação da concentração e morfologia espermática, bem como a avaliação subjetiva da porcentagem de espermatozóides móveis na amostra (motilidade) e a qualidade dessa motilidade, denominada de vigor (Christiansen, 1988; Feldman e Nelson, 1996; Johnston et al., 2001). 
A IA com sémen fresco oferece taxas de gestação similares às obtidas com a monta natural (Pereira et al., 2001). Entretanto, o sémen fresco apresenta pouca flexibilidade, devendo ser utilizado em um curto período após sua coleta. Segundo England (1999), caso o volume ou a concentração espermática não seja suficiente para a IA, deve-se realizar uma nova coleta para incrementar a amostra. Por ocasião da IA, é necessário realizar a expansão da fração espermática, a qual é geralmente realizada adicionando-se o líquido prostático autólogo até ser atingido o volume mínimo desejado (Nothling e Volkmann, 1993; Uchoa et al., 2001; Silva et al., 2002a). Entretanto, pode-se também fazer uso de diluidores, como o Tris (Uchoa et al., 2001), água de coco (Pereira et al., 2001), solução salina fisiológica (Silva et al., 2002a) e o leite desnatado (Betini et al., 2001). 
Quando não é necessário o emprego imediato do sémen, sua viabilidade é prolongada através da refrigeração e da adição de diluidores, como o leite desnatado e a glicina-gema (Cunha e Lopes, 1997), o Tris-gema (Stornelli et al., 2001) e a água de coco (Fontenelle et al., 2002). O sémen refrigerado apresenta maior flexibilidade que o fresco, podendo ser transportado em garrafas térmicas e manter-se viável por um a cinco dias, desde que a temperatura seja mantida em torno de 4 e 5 °C (Province et al., 1984; England e Ponzio, 1996).
O sémen canino pode ser ainda congelado e armazenado por tempo indeterminado, permanecendo potencialmente fecundante quando reaquecido e utilizado em IA. Desse modo, o sémen congelado é o que oferece maior flexibilidade de uso, porém é o que sofre as mudanças mais drásticas quanto à sua qualidade pós descongelação (Concannon e Battista, 1989).
Avaliação da reprodutora e monitoramento do ciclo estral
A avaliação de uma cadela candidata à reprodução é essencial. Essa avaliação, no entanto, é pontual e a condição da cadela (de fertilidade, de subfertilidade ou de infertilidade) pode mudar ao longo do tempo. Dessa forma, uma avaliação reprodutiva periódica fornece um banco de dados mínimo para auxiliar o veterinário a fazer um diagnóstico sobre a capacidade reprodutiva de um animal (SILVA e LIMA, 2018).
Avaliações ginecológicas são raramente realizadas em cadelas, em grande parte devido à dificuldade de examinar boa parte dos órgãos reprodutivos. Uma avaliação ginecológica, no entanto, pode fornecer informações valiosas para orientar futuras procriações e pode ajudar a melhorar os índices reprodutivos. Embora uma avaliação ginecológica possa ser realizada a qualquer momento do ciclo estral da cadela, se o objetivo é obter informações específicas, então a fase do ciclo deve ser levada em consideração ao planejar o exame (Wilborn e Maxwell, 2012).
Inicialmente, faz-se uma avaliação física da cadela, incluindo o escore de condição corporal, a cadeia mamária, a vulva e a vagina. A reprodutora deve apresentar um escore corporal ideal, pois cadelas com escore corporal elevado podem apresentar ciclos estrais irregulares ou terem dificuldade de levar a gestação a termo, além de serem mais predispostas a desenvolverem distocias (Zoran, 2010).
A glândula mamária pode ser avaliada por meio da ultrassonografia em modo bidimensional e modo Doppler. Este último é de suma importância, pois permite avaliar a vascularização normal da glândula e ainda observar os padrões de vascularização nos casos de patologia mamária, em especial no estudo das neoplasias (Feliciano et al., 2012). 
A inspeção da vulva e da vagina deve ser feita para avaliar se não há nenhuma alteração ou corrimento. A vulva é a única porção do trato reprodutor feminino que está exteriorizada e, portanto, pode ser inspecionada mais facilmente. Ela pode ser avaliada quanto à integridade, coloração, aspecto, conformação, tamanho e presença ou não de secreção. Se a vulva apresentar uma característica anormal, isso pode representar um obstáculo para o macho fazer a monta natural (Barstow et al., 2018).
A vagina pode ser inspecionada por meio de um vaginoscópio. A mucosa vaginal muda drasticamente em cor e aspecto à medida que a cadela progride de anestro para o proestro e estro. As alterações observadas inicialmente são devidas ao aumento dos níveis sanguíneos de estrógeno, mas as alterações posteriores são devidas ao aumento da progesterona (Jeffcoate e Lindsay, 1989). A vaginoscopia é uma excelente ferramenta para inspecionar a vagina (Lindsay, 1983), no entanto ela não é eficaz para determinar a ovulação (Bergeron et al., 2014). 
Inicialmente, para o monitoramento do ciclo éstrico da cadela, sugere-se a observação das mudanças anatômicas e comportamentais da cadela que ocorrem principalmente durante o proestro, que dura em torno de 9 dias, caracterizando-se por edemaciação vulvar, associada a uma descarga serosanguinolenta vaginal, em resposta às altas concentrações de estrógeno. Usualmente, nesse momento, a cadela atrai os machos, mas não permite ser acasalada, mantendo a cauda sobre a vulva e demonstrando um comportamento agressivo (Johnston et al., 2001). A fase subseqüente é denominada de estro e caracteriza-se pela vulva aumentada e amolecida, diminuição das descargas vaginais e aceitação do acasalamento pelo macho (Allen, 1992), com exibição da vulva através do afastamento da cauda (Uchoa et al., 2001). No início dessa fase, o estrógeno atinge seu pico máximo, a partir do qual inicia seu declínio. Esse pico de estrógeno promove o pico de LH, que por sua vez é responsável pelo desencadear da ovulação, que irá culminar na elevação dos níveis de progesterona (Concannon et al., 1989).
Outro método prático sugerido para o acompanhamento do ciclo éstrico da cadela é a associação da observação de suas mudanças comportamentais e anatômicas com a citologia vaginal. Porém, como este método não é muito preciso, ele fica reservado à inseminação artificial com o sémen fresco. Assim, tal método se baseia na observação do perfil citológico da cadela, o qual sofrerá mudanças bem características de acordo com as fases do ciclo éstrico (Schutte, 1967). A inseminação deve ser realizada quando a fêmea estiver receptiva ao macho e apresentar uma citologia com pelo menos 70% de células epiteliais superficiais. No entanto, uma grande parcela de cadelas candidatas a IA com sémen fresco são justamente aquelas que têm desvio de comportamento, não aceitando a cópula e não manifestando comportamento sexual normal. Nesses casos, o comportamento não pode ser utilizado como guia, ficando a citologia vaginal como método isolado.
Outros exames complementares utilizados em reprodução canina são: endoscopia vaginal (Moxon et al., 2012); ultrassonografia de útero e de ovários (Barbosa et al., 2013; Bergeron et al., 2013); análise das concentrações séricas ou plasmáticas de progesterona (Brugger et al., 2011) e termografia (Olğaç et al., 2017).
Seleção e cruzamentos consanguíneos
A remodelação de animais por meio da seleção artificial também abrangeu os animais de companhia como cães e gatos (UFAW, 2018). Os cães inicialmente eram selecionados para características de trabalho (Serpell, 1995) e, posteriormente, por características morfológicas de estética (Broom e Fraser, 2010).
Ao contrário de animais para produção (carne, leite etc), os cães não apresentam características de produção e são selecionados de acordo com características de interesse como comportamento, conformação corporal, reprodução e doenças.
O cruzamento consanguíneo, ou entre parentes, é uma ferramenta utilizada em diversas situações da criação, uma vez que pode trazer resultados satisfatóriosjá aparentes em somente uma geração de reprodução. No entanto, a consanguinidade nem sempre traz à tona o efeito esperado, e pode, muitas vezes, ser bastante arriscada. Desta forma, é muito importante que o criador saiba avaliar qual será o efeito mais provável de um cruzamento consanguíneo, de maneira a atingir os resultados desejados, e diminuir a chance de problemas na ninhada (ANDRADE e NEULS).
Na prática da criação, muitos já conseguiram produzir ninhadas superiores fenotípicamente, quando algum grau de consanguinidade é utilizado. Isto realmente pode ocorrer, mas não é a regra: a consanguinidade não irá trazer novas características para a ninhada, mas manter ou até exacerbar características já presentes nos pais. Assim, cruzamentos consanguíneos só serão bem-sucedidos se o casal for corretamente escolhido. Do contrário, podem trazer ninhadas tão comuns como qualquer outra.
Os principais tipo de cruzamentos consanguíneos são (ANDRADE e NEULS):
Inbreeding: cruzamento de dois animais com grau de parentesco próximo, que tenham um ou mais ancestrais em comum (ex: dois irmãos, que possuem pai e mãe em comum);
Linebreeding: cruzamento de dois animais que podem ter grau de parentesco próximo ou não, mas que utiliza da repetição de um mesmo cão superior em diferentes gerações (ex: a utilização de um cão como pai e ao mesmo tempo avô materno da ninhada; ou a utilização de um cão como bisavô materno e como pai da ninhada).
Crossbreeding, que não é um cruzamento consanguíneo, mas sim o cruzamento de dois cães que, apesar de não serem parentes, cada um foi produzido através de consanguinidade. Algumas vezes este termo é confundido com o termo outcrossing que é o cruzamento de animais de duas raças diferentes, ou outbreeding que é o cruzamento de dois animais sem nenhum grau de parentesco em mais de cinco ou seis gerações, animais estes que não tenham sido originados de consanguinidade.
O segundo critério importante de ser avaliado em qualquer cruzamento consanguíneo é o valor chamado de coeficiente de consanguinidade, ou COI (do inglês, coefficient of inbreeding). Este coeficiente é uma porcentagem diretamente relacionada ao grau de parentesco dos pais do animal. Assim, um cão nascido de irmãos completos tem um COI de 25%, assim como aquele nascido do cruzamento de pais com seus filhos; cães nascidos do cruzamento de meio irmãos ou primos, um COI de 12, 5%; de primos em 2º grau, de 6,5% e assim por diante. Existem diversas maneiras de interpretar este valor, mas a maneira que é mais interessante de ser aplicada na criação é: o COI reflete a proporção total de genes para a qual o animal é homozigoto, lembrando que para cada gene, ele pode ser homozigoto dominante (“AA”) ou recessivo (“aa”). Desta maneira, um cão com um COI de 25%, é homozigoto em 25% ou ¼ de seus genes, ou seja: para cada QUATRO genes, é homozigoto para UM (ANDRADE e NEULS).
No entanto, é erroneamente aceito que quanto mais gerações se utiliza para a realização deste cálculo, melhor e, assim, boa parte destes sites calculam COI´s para 10 ou 12 gerações, o que não traz informações úteis para o criador. Quando se utiliza o valor de COI, é de extrema importância saber quantas gerações foram utilizadas para este cálculo, pois um COI de 20% calculado para cinco gerações é considerado alto, mas se o mesmo foi calculado para doze gerações é somente um COI mediano (ANDRADE e NEULS).
Apesar de trazer bons resultados nas primeiras gerações, a consanguinidade possui algumas desvantagens muito importantes e que podem impactar negativamente na vida do animal, como: Surgimento de doenças recessivas, cujas mutações estavam “escondidas” nas famílias; diminuição do tamanho da ninhada; aumento de doenças relacionadas ao sistema imunológico; diminuição da expectativa de vida e aumento de casos de câncer. 
Criação de raças: Australian Cattle Dog
A necessidade de ajuda no pastoreio de gado nas extensas áreas rurais da Austrália fez com que os colonos buscassem desenvolver um animal capacitado para a lida no campo, tolerante às altas temperaturas locais e também resistentes a prolongados períodos de trabalho exaustivo. Tudo iniciou por volta de 1800, onde fazendeiros utilizavam cães denominados de "Smithfields" para cercar e conduzir o gado selvagem, entretanto, esses cães tinham traços que desagradavam os proprietários, latiam de forma excessiva, o que prejudicava na condução dos bovinos e não eram tolerantes ao extremo calor das extensas áreas. A partir de 1830, inúmeros acasalamentos experimentais foram sendo realizados com o intuito de criar o cão ideal para pastoreio. Um cruzamento com um Dingo (cão nativo da Austrália) resultou em um animal mais quieto, rápido e melhor do que os Smithfields, porém herdaram o comportamento do Dingo de morder e mastigar severamente o gado quando não estavam sob supervisão do tropeiro, o que prejudicava a comercialização destes animais atacados. Outros muitos cruzamentos foram sendo realizados, misturando Bull Terriers, Welsh Herders, cães Cangurus, poodles russos, mas nada que atendesse de forma satisfatória a qualidade de pastorear adequadamente o gado (SCHWARTZ, 2004).
Mesmo com o insucesso nos acasalamentos anteriormente citados, os fazendeiros não desistiram do ideal de produzir um cão especialista na condução de rebanhos bovino. No ano de 1840, Thomas Hall realizou experimentalmente o cruzamento de um cão Welsh Heeler com Dingo, denominados Hall's Heelers, cães rápidos e quietos no trabalho que somente beliscavam os calcanhares dos bovinos. Estes animais adquiriram o desejável comportamento do Dingo de aproximar e beliscar o calcanhar do animal e logo em seguida projetar seu corpo no chão, a fim de evitar os coices do animal conduzido. O cruzamento parecia o ideal, pois originava animais tolerantes ao clima quente das terras australianas, capazes de conduzir o rebanho a longas distâncias, a qualquer hora e a qualquer lugar. Posteriormente os irmãos Bagust adquiriram filhotes Hall's Heelers e introduziram mais duas raças. Primeiro acasalaram uma cadela Blue Merle com Dálmata, com intuito de aperfeiçoar a capacidade de trabalho com cavalos e fortalecer o aspecto de devoção ao dono, com isto substituíram a pelagem merle azul para o azul esmaltado nos filhotes (uma das duas cores padronizadas no Boiadeiro Australiano). Em seguida introduziram sangue Kelpie Australiano objetivando reforçar as características de excelente pastoreio e inteligência, além da facilidade em ser controlados, produzindo um cão semelhante ao Dingo nas cores vermelho ou azul esmaltado (SCHWARTZ, 2004).
No ano de 1893, Robert Kaleski iniciou a criação e reprodução de cães Australian Cattle Dog, apresentou a raça em exposições de cães em 1897 e escreveu o padrão para a raça em 1902, submetendo o mesmo para o "Cattle and Sheep Dog Club of Australian" e "Kennel Club of South Wales" com aprovação no ano seguinte (SCHWARTZ, 2004). 
Segundo a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC, 2018), o Australian Cattle Dog deve ser um cão compacto, resistente, forte e apto a realizar as atividades de sua responsabilidade. O animal deve ser extremamente ágil, forte e resistente e para isso deve demonstrar condicionamento de musculatura rígida, potência, porém equilibrado, nunca tendendo a rusticidade ou a fragilidade. O boiadeiro australiano deve ser ligeiramente mais comprido do que alto em suas medidas, os machos devem ter de 46 a 51 cm de altura de cernelha e as fêmeas de 43 a 48 cm. Os cães devem apresentar os dois testículos descidos e alojados adequadamente na bolsa escrotal e de tamanho normal. Animais clinicamente doentes, afuncionais e inaptos a realização de pastoreio deveriam ser vetados a reprodução.
Anomalias genéticas
Um equívoco muito comum em alguns cruzamentos é a utilização de sêmen de um animal que possui diversas premiações, mas exames de saúde medianos: se por um lado esta genética pode melhorar as características físicas da próxima geração, se utilizado com uma fêmea que seja igualmente superior fisicamente, pode também piorar característicasrelacionadas à saúde. Um bom exemplo disso, seria usar animais muito premiados em exposições e, portanto, com padrões físicos raciais excelentes, mas que tinham exames ortopédicos medianos (por exemplo, RX coxofemoral “C”), que morreram precocemente de câncer ou que eram portadores de outros tipos de doenças, muitas vezes ainda não manifestadas (ANDRADE e NEULS).
Outro problema bem importante de ser discutido com relação a estas práticas é a excessiva valorização de poucos reprodutores, o que é bastante comum em algumas raças. Um cão que é campeão em exposições nacionais e internacionais se torna famoso entre criadores de uma raça, e seu material genético se torna bastante valioso e procurado. No entanto, na vida real não existem animais perfeitos: em todas as espécies, qualquer animal porta mutações recessivas (aquelas que ficam escondidas, sem provocar nenhum efeito). A enorme maioria destas mutações são raríssimas em cada raça, algo como 0,000001% dos animais. É comum um cão famoso ter centenas de filhotes, e agora 50% destes filhotes terão esta mutação raríssima. Como a prática do inbreeding e linebreeding é muito difundida na cinofilia, descendentes deste animal serão reproduzidos ou com ele mesmo, ou com outros descendentes deste mesmo animal, aumentando muito a chance de filhotes nascerem com duas mutações recessivas iguais, fazendo com que esta doença rara “de repente” se torne comum (ANDRADE e NEULS).
A indústria da raça pura faz com que os cães devam seguir padrões e certos aspectos de conformação que têm impacto negativo sobre sua saúde, apresentando não somente alterações fenotípicas, mas que, somando-se ao ambiente, podem aumentar a expressão de defeitos associados à raça (Asher et al., 2009). Existem cerca de 400 raças modernas de cães domésticos (Parker et al., 2017) e foram descritas aproximadamente 350 doenças com importante componente hereditário em populações de raças puras (Parker et al., 2004).
As diferenças de tamanho entre raças podem ser associadas a consequências físicas deletérias (Fleischer et al., 2008). Raças menores têm maior propensão a apresentar distúrbios no sistema nervoso sensorial, respiratório, urogenital e endócrino, enquanto raças maiores têm maior probabilidade de apresentar problemas cardiovasculares, gastrointestinais e no sistema músculo esquelético (Asher et al., 2009). A displasia coxofemoral apresenta alta prevalência em raças grandes como Pastor-Alemão e São Bernardo (Barros et al., 2008; Roberts e McGreevy, 2010). Raças de pequeno porte apresentam problemas odontológicos, pois seus dentes são relativamente grandes em relação ao tamanho da arcada dentária (Asher et al., 2009). 
A anatomia da caixa craniana constitui outro exemplo importante. Cães braquicefálicos apresentam distúrbios respiratórios e alta incidência de distocias (Monnet, 2004; Asher et al., 2009). Por outro lado, a redução do tamanho do crânio por seleção artificial está associada a potenciais doenças neurológicas como a siringomielia (Rusbridge, 2005), que acomete cães das raças Cavalier King Charles Spaniels, Pequinês, Maltês, Fox Terrier, Lhasa Apso e Dachshund (Taga et al., 2000). Cães com olhos protrusos, como os das raças Bulldog Francês e Pug, têm grande propensão a ulcerações e irritações oculares (Asher et al., 2009). A quantidade de dobras de pele pode originar fricção e circulação de ar deficiente, contribuindo para a colonização e infecção por bactérias e leveduras. Essas dobras, quando localizadas na região palpebral do cão, podem gerar uma doença denominada entrópio, cujo único tratamento é cirúrgico (Viana et al., 2006). As raças mais predispostas são Shar Pei, Bulldog, Pequinês, Pug e gatos persas (Bellah, 2008).
Segurança em cruzamentos consanguíneos
O principal dilema da criação de cães de raça é: como promover o melhoramento genético dos animais sem promover a consanguinidade? Especialistas nacionais e internacionais são unânimes na opinião de que a continuidade do uso desta ferramenta levará, mais cedo ou mais tarde, todas as raças a um “beco sem saída”. Em países desenvolvidos, a tendência da criação animal é justamente a oposta: a de reproduzir animais o mais distante geneticamente possível, pois isto irá manter a variabilidade da raça, e impedir o surgimento de doenças.
O cruzamento consanguíneo será sempre menos seguro do que a reprodução entre animais com parentesco distante. Assim, a decisão sobre realizar ou não o cruzamento entre parentes cabe ao criador, uma vez que somente ele pode avaliar sua disposição de correr riscos. Ainda assim, é importante saber que existem riscos maiores e menores, o que é quantificado pelo coeficiente de consanguinidade (COI), especialmente aquele calculado somente para as últimas gerações (5 ou 6 gerações no máximo).
A segunda maneira através da qual é possível aumentar a segurança em um cruzamento consanguíneo é priorizando exames de DNA nos animais a serem cruzados, especialmente para as doenças mais comuns na raça. Existem dezenas de doenças genéticas para as quais exames de DNA já estão disponíveis, mas o número de doenças comuns em cada raça é bastante reduzido (uma, duas ou no máximo três doenças com prevalência acima de 5%).
Por último, é importante salientar que animais utilizados repetidas vezes como reprodutores – geralmente machos – deveriam obrigatoriamente ser testados geneticamente, ao menos para as doenças comuns. Quando um padreador se torna famoso devido a suas características físicas, é comum que seu sêmen seja congelado, e continue sendo utilizado para o estabelecimento de linhas de sangue, através de linebreeding, mesmo após sua morte. Este animal poderia ter inúmeras qualidades físicas, e inclusive é provável que não tivesse uma única doença genética ao longo de toda sua vida. No entanto, se ele era portador de uma única mutação recessiva (o que é muito provável), sua utilização excessiva pode provocar o aumento agravante da prevalência desta doença na raça.
CONCLUSÃO
O melhoramento genético animal visa a melhoria dos índices reprodutivos e, principalmente, no caso dos cães, das características de interesse para determinado grupo ou raça. No entanto, os problemas genéticos gerados pelos cruzamentos com o objetivo de manutenção de padrões estéticos ou comportamentais podem pôr em risco diversas raças de cães. Ainda assim, alguns cuidados podem ser tomados para que esses problemas sejam evitados e a perpetuação das raças ocorra de forma adequada e consciente. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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