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Ventilação, perfusão e relação V/Q Ventilação – pressão parcial dos gases, considerações e distribuição; • Perfusão – considerações e distribuição; • Relação ventilação/perfusão – normal e distúrbios da relação V/Q; • Difusão de O2 e CO2; • Transporte de O2 e CO2. Ventilação A atividade muscular gera mudanças no volume da cavidade torácica durante a respiração. Ou seja, mudanças no volume da cavidade torácica causam mudanças nas pressões intrapulmonar e intrapleural, que permitem a movimentação do ar de região de alta pressão para região de baixa pressão. Sendo assim, a ventilação é o deslocamento em massa do volume de ar, a renovação do ar contido na porção condutora da via respiratória de modo espontâneo e por ação dos músculos respiratórios, músculos intercostais e, sobretudo o diafragma (inspiração e expiração). Inspiração + Expiração = Ventilação A lei de Dalton diz que, em uma mistura de gases, a pressão total é igual à soma da pressão parcial dos componentes da mistura. Dessa forma, o resultado da pressão de oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e água é a pressão total da mistura. Como a pressão total é a soma da pressão parcial desses gases, qual o percentual de oxigênio? P gás = % gás total x P total A fração inspirada é composta por 21% do gás oxigênio, diferente da ventilação mecânica em que fração inspirada de oxigênio é menor. O O2 e CO2 estão em constante troca devido ao seu gradiente pressórico, onde a maior quantidade de CO2 no sangue faz com que ele vá para o alvéolo e, assim, ser eliminado. Quanto menor a pressão, menor a quantidade de oxigênio e maior altura. Ciclo Respiratório O processo de entrada e saída do ar caracteriza o ciclo respiratório, o quanto de ar que entra em um minuto. Pode ser calculado da seguinte forma: • Vm – volume minuto/global (5 a 6 L/min); • FR – freqüência respiratória (12 a 20 irmp); • Vc – volume corrente (350 a 500mL). Primeiramente a pressão gera um fluxo inspiratório e, após, o volume corrente. IMPORTANTE: as vezes Vm pode estar normal visto que haverá um mecanismo compensatório com aumento da FR e compensando Vc reduzido. Pensando dessa forma Vm não deve s er o único parâmetro para avaliar se o paciente está sendo ventilado da forma correta ou não. Espaço Morto Anatomicamente, o espaço morto é uma região que apenas ventila e não ocorre troca gasosa, ele varia de pessoa para pessoa, mas tem média de 150 mL. Atua apenas como reserva. Temos duas formas de espaço morto: • Anatômico – constituído pela zona de transporte e transição, onde não há troca; • Fisiológico – formado pela soma do espaço morto anatômico e alvéolos que não estão sendo perfundidos. Aumentar o espaço morto fisiológico é aumentar a quantidade de alvéolos ventilados, mas não perfundidos. Estes não estão contribuindo para a troca gasosa. Dos 500 mL que inspiramos, parte dele fica retido no espaço morto e apenas 350mL alcança os alvéolos. O ar que é primeiramente perfundido, em um novo ciclo, é o que estava retido no espaço morto. O O2 está sendo continuamente removido e o CO2 continuamente acrescentado ao gás alveolar pelo sangue da circulação pulmonar. Assim, o aporte de oxigênio e a remoção de gás carbônico são assegurados pela ventilação alveolar. É a porção da ventilação global que, a cada minuto, alcança a zona respiratória. Dos 8000L de ar que entraram no pulmão, por exemplo, o que de fato chegou aos alvéolos foi 5600L. • Hipoventilação – ocorre quando a ventilação é inadequada para realizar a troca de gases nos pulmões, caracterizando alvéolos pouco ventilados; • Hiperventilação – é o aumento da quantidade de ar que ventila os pulmões, devido ao exercício físico, febre e hipóxia, por exemplo. Podendo traduzir-se em hipocapnia e alcalose. quando comparada a outras partes do pulmão – ápice e zona média – decrescendo em direção ao ápice. Essa desigualdade ocorre pela diferença dos valores de pressão intrapleural ao longo do pulmão. No ápice a pressão intrapleural é mais negativa, o que faz com que os alvéolos fiquem mais negativos e abertos. O contrário do que ocorre na base pulmonar. A pressão intrapleural da base é menos negativa por estar recostado no diafragma. Podemos dizer então que os alvéolos da base são mais complacentes. Essa pressão pode várias em uma pessoa deitada e ereta, por exemplo. à base pulmonar de uma pessoa em ereta. Em uma pessoa em decúbito dorsal é a porção posterior. De acordo com a posição podemos saber quando ocorre maior ou menor ventilação. Perfusão O pulmão recebe dois tipos de circulação: • Pulmonar – arterialização do sangue por meio de trocas gasosas ao nível alvéolo -capilar. É uma circulação de pressão e res istência baixa e fluxo grande, proveniente do ventrículo direito, que tem apenas um destino, o pulmão; • Sistêmica (brônquica) – nutre as estruturas pulmonares, com exceção dos ductos alveolares e alvéolos (banhados pela circulação pulmonar) não participando da hematose. Depende da alta pressão sistêmica, resistência elevada e perfusão reduzida. Os capilares pulmonares podem passar por dentro dos alvéo los (intralveolar) e por fora (extralveolar). Quanto maior a resistência menor o fluxo, é uma relação inversa. A resistência vascular pulmonar é influenciada por fatores passivos que f az com que esse vaso aumente ou diminua seu calibre. Tais como: • Fatores que aumentam a resistência; • Resistência vascular pulmonar; • Pressão alveolar elevada ou redução do fluxo sanguíneo alveolar. Como ocorre a distribuição da perfusão? MECANISMO COMPENSATÓRIO PULMONAR O mecanismo compensatório ocorre através do ventrículo direito. Uma constrição que prejudica a perfusão dos alvéolos (hipóxia) forma uma região com baixa concentração de PO2 e desvia o sangue para regiões melhor ventiladas. Como ocorre a distribuição da perfusão? A ventilação está relacionada à redução intrapleural ao redor dos alvéolos. Na perfusão, a inomogeneidade (diferença) da perfusão pulmonar pode ser explicada pelas diferenças de pressão hidrostática no interior dos vasos sanguíneos. Gerando três zonas diferentes (zonas de West): PA – pressão alveolar Pa – pressão arterial pulmonar Pv – pressão venosa pulomonar • Zona 1: PA > Pa > Pv Ao aumentar a pressão dentro dos alvéolos pode ocorrer não perfusão por compressão dos vasos. É mais propenso a acontecer no ápice pulmonar, quando a pressão arterial pulmonar não consegue vencer a coluna hidrostática e está inferior à pressão alveolar (próxima à atmosférica). Neste caso os capilares são espremidos e não há perfusão. Essa zona somente existe quando a pressão alveolar fica muito grande, como na ventilação mecânica, ou quando ocorre diminuição da perfusão, como na hemorragia. Ou seja, não existe em um indivíduo s audável já que a pressão arterial pulmonar é suficiente para lançar sangue até aquela altura. Tendência a pouca perfusão ou perfusão ausente. • Zona 2: Pa > PA > Pv Um pouco mais abaixo no pulmão (zona 2) a pressão arterial pulmonar já é francamente maior do que a pressão alveolar. O fluxo sanguíneo ocorre pela diferença de pressão entre a artéria e o alvéolo. Tendo em vista que a pressão arterial vai aumentando em direção à base pulmonar e a pressão alveolar é a mesma em todoo pulmão, a diferença de pressão responsável pelo fluxo aumenta progressivamente. Além disso, há crescente recrutamento de capilares ( isto é, capilares previamente fechados se abrem) ao longo desta zona. Sendo assim, na zona 2 começamos a ter perfusão e que vai aumentando à medida que vai entrando na zona 3. É uma perfusão esporádica. • Zona 3: Pa > Pv > PA Na zona 3 a pressão venosa também já excede a pressão alveolar, e a perfusão é determinada pela diferença de pressão entre a artéria e a veia. O aumento do fluxo sanguíneo ao longo desta zona é aparentemente causado pela distensão dos capilares. É uma perfusão constante. Obs: a perfusão vai mudar de acordo com a gravidade, só que em menor tamanho que na ventilação. Lembrando que quanto maior a perfusão, maior a troca gasosa. RELAÇÃO, VENTILAÇÃO E PERFUSÃO V/Q Tanto a ventilação quanto a perfusão são maiores na base do pulmão e decrescem em direção ao ápice. Contudo, a variação do fluxo é muito maior que a variação da ventilação. À medida que vai para o ápice essa relação inverte. Em resumo, a base é mais ventilada e perfundida do que o ápice, mas a relação ventilação-perfusão é maior no ápice. • Distúrbios da relação V/Q Quando a ventilação ou perfusão de uma unidade alveolar é alterada, sua composição gasosa se aproxima daquela do sangue venoso misto ou, inversamente, daquela do ar inspirado. alvéolo seja ventilado, não havendo troca gasosa. Perfusão sem ventilação. V/Q, PO2 PCO2 – vasoconstrição hipóxica por alta pressão alveolar e hipotensão, por exemplo. DIFUSÃO E TRANSPORTE DE GASES Como um gás se difunde em uma direção? Quão rápido ocorre? A difusão ocorre pelo gradiente de pressão, onde quanto maior a superfície de contato maior a difusão. Espessura da membrana também é capaz de interferir na difusão, quanto maior a espessura menor a troca gasosa. Ex: asma. Obs: CO2 tem maior facilidade de difundir que o oxigênio, cerca de 20 vezes mais. O ar possa entra e s ai através de um deslocamento em massa, na difusão é diferente. O que vai importar é a composição dos gases e o quanto de pressão está chegando. No enfisema pulmonar ocorre destruição dos alvéolos e diminuição da área de troca, perfusão e a velocidade da difusão. A difusão através dos tecidos é um processo passivo regido pela lei de Fick, em que a velocidade de transferência de um gás através de um tecido é proporcional à área de tecido e ao gradiente de pressão parcial do gás entre os dois lados e é inversamente proporcional à espessura do tecido. • Transporte de O2 O transporte de gases ocorre dissolvido no plasma. O oxigênio, especialmente, será transportado dissolvido no plasma ou, na maior parte dos casos, ligado reversivelmente à proteína hemoglobina (proteína existente no interior das hemácias). Cada molécula de hemoglobina, portanto, é capaz de transportar no máximo quatro moléculas de O2. A quantidade de oxigênio dissolvido vai ser proporcional à sua pressão parcial no sangue – lei de Henry. Quanto maior a quantidade de oxigênio no sangue maior a quantidade de oxigênio dissolvido no mesmo. Saturação da hemoglobina • HbO2 x 100/Hb = saturação de O2 A quantidade total de O2 é o conteúdo de O2 dissolvido + hemoglobina ligada. Há quatro f atores bem conhecidos que alteram a interação do O 2 com a hemoglobina: a PC02, o pH, a temperatura e o nível de 2,3- difosfoglicerato. • Transporte de CO2 Pode estar tanto no plasma como na hemácia. • O dióxido de carbono é transportado no sangue como: • CO2 dissolvido; • Íons bicarbonato (HC03-) – principal; • Carbaminohemoglobina; • Outros compostos carbamínicos. Quando se analisa o sangue para determinar seu teor total de CO2, es tão incluídas todas essas formas moleculares. A maior parte do CO2 combina-se com a água, formando ácido carbônico (H2CO3), que se dissocia em H+ e HC03 -. Ao contrário da reação química similar que se dá no plasma, no interior da hemácia existe uma enzima catalisadora, a anidrase carbônica, que acelera a conversão de CO2 e H2O em H2C03 (e vice-versa). A alta relação ventilação-perfusão é capaz de eliminar o excesso de CO2 retido em uma zona de baixa relação ventilação-perfusão.
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