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BIANCA ABREU-MD3 1 
 
Objetivos 
1. Descrever a anatomia e a histologia dos ureteres, bexiga e uretra 
2. Explicar o reflexo da micção 
2.2. Descrever o controle neural (simpático ou parassimpático e somático) 
2.3. Contextualizar com AVC, situações de fuga/nervosismo, idosos, riso intenso, crianças e gestantes 
2.4. Correlacionar com bexigoma 
2.5. O que é bexigoma? 
3. Conceituar incontinência urinária 
3.1. Diferenciar os tipos e as causas 
3.2. Correlacionar com os sintomas 
4. Caracterizar os mecanismos de defesa imunológica do sistema urinário 
4.1 Descrever a defesa inata e a adaptativa 
5. Conceituar Infecção do Trato Urinário (ITU) 
5.1. Quais os principais agentes causadores (bactérias, fungos?) 
5.2. Diferenciar os tipos 
5.3. Correlacionar com o uso da sonda (aumenta a probabilidade de infecção?) 
5.4. Quais os fatores de predisposição? (sexo, idade etc) 
5.5. Descrever o mecanismo de ação dos principais antibióticos usados no tratamento de ITU 
(betalactâmicos, quinolonas e macrolídeos) 
5.6. Relacionar a morfologia das bactérias com os antibióticos usados 
5.6.1. Lembrar: E. coli, S. saprophyticus, Proteus, Klebsiella, Enterococos, 
Pseudomonas 
6. Explicar o mecanismo da dor no sistema urinário 
6.1. Relacionar com o bexigoma e com as infecções 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIANCA ABREU-MD3 2 
 
Anatomia do Bexiga Urinária 
 É um órgão muscular oco, elástico que, funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina. 
É composta de 4 partes principais: 
• ÁPICE: aponta em direção à margem superior da sínfise púbica quando a bexiga urinária está vazia. 
• FUNDO: é oposto ao ápice, formado pela parede posterior um pouco convexa. 
• CORPO: é a parte principal da bexiga onde a urina é armazenada, entre o ápice e o fundo. 
• COLO: extensão afunilada do corpo que passa inferior e anteriormente o triângulo urogenital, conectando a 
bexiga com a uretra. 
O corpo e o colo da bexiga podem ser chamados, respectivamente, de corpo e colo vesicais, e a porção mais 
inferior do colo vesical é denominada uretra posterior. 
• Quando VAZIA: localiza-se inferiormente ao peritônio e posteriormente sínfise púbica; 
• Quando CHEIA: ela se eleva para a cavidade abdominal + superfície interna fica lisa. 
• Nos HOMENS: situa-se diretamente anterior ao reto. 
• Nas MULHERES: está à frente da vagina e abaixo do útero. 
 
Uma área triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada trígono da bexiga 
e é sempre lisa. Este trígono é limitado por 3 vértices: os pontos de entrada dos dois ureteres (óstios ureterais) 
e o ponto de saída da uretra (óstio externo da uretra). O trígono é importante clinicamente, pois as infecções 
tendem a persistir nessa área. 
A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo 
o esvaziamento e, nos homens, se contrai durante a ejaculação para evitar a ejaculação retrógrada do sêmen 
para a bexiga urinária. Inferiormente ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, está o 
esfíncter externo, que controlado 
voluntariamente, permitindo a 
resistência à necessidade de urinar. 
O músculo liso vesical é denominado 
músculo detrusor, sendo que suas 
fibras musculares se estendem em todas 
as direções. Assim, a contração do 
músculo detrusor consiste em uma etapa 
fundamental no esvaziamento da bexiga. 
As suas células musculares lisas são 
acopladas umas às outras, eletricamente, 
por vias de baixa resistência elétrica. 
Portanto, o potencial de ação pode se 
difundir para todo o músculo, de uma 
célula à outra, ocasionando a contração 
simultânea de toda a bexiga. 
A capacidade média da bexiga urinária 
é de 700 – 800 ml; é menor nas 
mulheres porque o útero ocupa o 
espaço imediatamente acima da 
bexiga. 
 
BIANCA ABREU-MD3 3 
 
 
Histologia da Bexiga Urinária 
É revestida por uma fáscia visceral de tecido conjuntivo frouxo e suas paredes são formadas principalmente 
pelo músculo detrusor (músculo liso). 
Nos homens, as fibras musculares no colo da bexiga são contínuas com o tecido fibromuscular da próstata, ao 
passo que nas mulheres essas fibras são contínuas com fibras musculares da parede da uretra. 
O trígono da bexiga é liso e de espessura constante, e sua origem deriva dos ductos mesonéfricos. O restante 
da parede vesical é espesso e dobrado quando ela está vazia e fino e liso quando ela está distendida. 
O músculo esfíncter externo da bexiga é do tipo estriado esquelético voluntário, em contraste com o 
músculo detrusor do corpo vesical e do colo, que é do tipo liso. Desse modo, conclui-se que, para o 
funcionamento do reflexo da micção, dois componentes neurais entram em ação: o Sistema Nervoso Somático, 
para que ocorra o relaxamento e a contração do esfíncter externo; e o Sistema Nervoso Autônomo, para que 
ocorra a contração do músculo liso detrusor vesical. 
• TÚNICA MUCOSA: Epitélio estratificado de transição (urotélio) que varia entre células cúbicas e 
pavimentosas + lâmina própria (Superficial: denso não modelado/ Profunda: frouxo fibroelástico). Esse 
epitélio estratificado é essencialmente impermeável aos sais e a água. Ele pode conter até 6 camadas 
de célula na bexiga vazia, quando ela está distendida são visualizadas umas poucas três camadas. 
• TÚNICA MUSCULAR: Tecido muscular liso. 
• TÚNICA ADVENTÍCIA/ SEROSA: Serosa presente na região superior (t. conjuntivo + epitélio simples 
pavimentoso vindo do peritônio) e adventícia no restante (apenas t. conjuntivo). 
As Células na Bexiga distendida, particularmente as grandes Células Superficiais e aquelas nas camadas abaixo, 
achatam-se e se desdobram para acomodar a área de superfície crescente. À medida que as células se 
desdobram e se achatam individualmente, a aparência resultante é de três camadas “verdadeiras”. Essas 
Células Epiteliais Superficiais geralmente são cúbicas e se abaúlam para dentro da luz. Frequentemente são 
descritas como Células em “Formato de Cúpula” ou “Guarda-Chuva” por causa da curvatura da Superfície 
Apical. A Membrana Plasmática dessas células exibe um aspecto não habitual, como por exemplo áreas 
modificadas da Membrana Plasmática denominadas Placas. 
A Parede Vesical é composta de Músculo Liso e forma o Músculo Detrusor, sendo que suas Fibras Musculares 
se estendem em todas as direções e, quando contraídas, podem aumentar a pressão no interior da bexiga em 
até 40 a 60 mmHg. Assim, a contração do Músculo Detrusor consiste em uma etapa fundamental no 
esvaziamento da Bexiga. As Células Musculares Lisas do Músculo Detrusor são acopladas umas às outras, 
eletricamente, por vias de baixa resistência elétrica. Portanto, o Potencial de Ação pode se difundir para todo o 
Músculo Detrusor, de uma Fibra Muscular à outra, ocasionando a contração simultânea de toda a Bexiga. Na 
direção da abertura da Uretra, as Fibras Musculares Lisas formam o Esfíncter Interno da Uretra involuntário, 
um arranjo anular de músculo ao redor da Uretra. Os feixes de Músculo Liso do Músculo Detrusor são menos 
regularmente dispostos do que os das Porções Tubulares das Vias Excretoras, e, assim, os Feixes Musculares 
e de Colágeno estão misturados aleatoriamente. A Contração do Músculo Detrusor da Bexiga comprime todo o 
órgão e força a Urina para dentro da Uretra. 
 
Propriedades da Parede Vesical 
A capacitância vesical é definida como a propriedade da bexiga urinária humana tem de armazenar 
volumes apreciáveis de urina sem se esvaziar. Isso só é possível devido a dois fatores intrínsecos da bexiga 
que são: (1) a reorganização biofísica que as fibras musculares lisas que formam a parede da bexiga sofrem à 
medida que a bexiga comporta mais urina; elas aumentam de comprimento de modo a aumentar a capacidade 
da bexiga urinária de armazenar volumes grandes de urina; (2) presença de fibras colágenas e elásticas 
presentes na túnica mucosa da parede da bexiga,que permitem que a bexiga se distenda de forma a comportar 
urina. 
BIANCA ABREU-MD3 4 
 
A segunda propriedade funcional da bexiga urinária humana é a chamada elastância vesical que está relacionada 
com a habilidade da bexiga de se esvaziar assim que a pressão intravesical (i.e., a pressão dentro da bexiga) 
atingir valores na faixa de 30 cmH2O. É justamente neste momento que surge o chamado “desejo 
miccional”, isto é, o desejo consciente de urinar. 
Inervação 
FIBRAS SIMPÁTICAS: formam um plexo na adventícia da parede vesical, localizadas em L1 e L2 da medula espinhal, 
através dos nervos hipogástricos, as quais estimulam principalmente os vasos sanguíneos que irrigam a bexiga. 
Esse nervo também realiza o relaxamento da musculatura detrusora vesical, através dos receptores β2 e β3, tendo 
ação antagônica aos nervos pélvicos parassimpáticos. Lesões em L1 e L2 acabam por lesionar o mecanismo efetor 
do nervo hipogástrico, causando INCONTINÊNCIA URINÁRIA por falta de estimulação simpática para relaxar a bexiga 
durante o seu enchimento e, consequentemente, inibir a estimulação parassimpática dos nervos pélvicos. 
FIBRAS PARASSIMPÁTICAS: segmentos S2-S4 da medula espinhal e seguem seu curso com os nervos 
esplâncnicos pélvicos (que detectam o grau de distensão) para a bexiga. Elas terminam em gânglios terminais nos 
feixes musculares e na adventícia e são as fibras eferentes do reflexo da micção. Essas fibras motoras atuam por 
meio de receptores colinérgicos M2 e M3 e, ao se ligarem a eles, contraem o músculo vesical. 
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO: Além dos nervos pélvicos, dois outros tipos de inervação estão presentes na 
bexiga e são de vital importância para a função vesical. Os mais importantes são as fibras motoras esqueléticas 
(voluntárias) do nervo pudendo, que partem dos segmentos S2 e S3 (assim como os nervos pélvicos) e inervam o 
esfíncter externo da bexiga. 
Caso a medula espinhal seja lesada acima da região sacral, e os segmentos sacrais medulares permanecerem 
intactos, os reflexos da micção ainda podem ocorrer. Entretanto, eles não serão mais controlados pelo encéfalo. 
Durante os primeiros dias a semanas após a lesão medular, os reflexos da micção são suprimidos por causa do estado 
de ‘’choque espinhal’’ causada pela perda súbita dos impulsos facilitadores provenientes do tronco cerebral e encéfalo. 
Entretanto, caso a bexiga seja esvaziada periodicamente por cateterização para evitar lesão vesical por demasiado 
estiramento, a excitabilidade do reflexo miccional aumenta gradativamente até que o reflexo retorne; então, o 
esvaziamento vesical não anunciado ocorre. 
Obs.: A Bexiga é sustentada anteriormente pelo Ligamento Umbilical Mediano (Úraco) que é um resquício 
embriológico. Esse fato responde ao motivo pelo qual mexer no Umbigo dá vontade de urinar, uma vez que a 
Bexiga é diretamente estimulada. Além disso, quando a conexão entre os dois órgãos persiste após o 
nascimento, pode-se acontecer eliminação de Urina pelo Umbigo. 
 
BIANCA ABREU-MD3 5 
 
Anatomia 
A uretra é um tubo fibromuscular que transporta urina da bexiga para o exterior através do ostio externo da uretra. 
HOMEM 
No homem, a uretra serve como o ducto terminal tanto para o Sistema Urinário quanto para o Genital. Ela tem cerca 
de 20cm de comprimento (maior do que nas mulheres) e se estende do orifício uretral interno na bexiga urinária até 
o orifício uretral externo na extremidade do pênis. 
Ela tem 3 segmentos distintos 
URETRA PROSTÁTICA: estende-se por 3 a 4 cm a partir do colo da bexiga através da próstata. Ela é revestida por 
urotélio. Os ductos ejaculadores entram na parede posterior desse segmento e muitos ductos prostáticos pequenos 
se esvaziam nesse segmento. 
URETRA MEMBRANOSA: estende-se por cerca de 1 cm do ápice da próstata até o bulbo peniano. Ela passa 
através do diafragma urogenital do assoalho pélvico e entra no períneo. O músculo esquelético que forma o diafragma 
urogenital que circunda a uretra forma o esfíncter externo da uretra (voluntário). O epitélio de transição (urotélio) 
termina na uretra mebranosa. Esse segmento é revestido por epitélio estratificado ou pseudoestratificado colunar 
que se assemelha mais ao epitélio do sistema ductal genital do que do sistema ductal urinário. 
URETRA PENIANA (ESPONJOSA): estende-se por cerca de 15 cm através do comprimento do pênis e se abre 
na superfície do corpo na glande. É circundada pelo corpo esponjoso, quando ela passa pelo comprimento do pênis 
e revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, exceto em sua extremidade distal onde é revestida por epitélio 
pseudoestratificado pavimentoso contínuo com o da pele do pênis. Os ductos das glândulas bulbouretrais e das 
glândulas uretrais secretoras de muco desembocam na uretra peniana. 
MULHER 
• A uretra é curta (3 a 5 cm) e situa-se anteriormente à vagina. Vai da bexiga até o vestíbulo da vagina, onde 
normalmente termina posterior ao clitóris. 
• Como na uretra masculina, o revestimento é inicialmente feito por epitélio de transição, uma continuação 
do epitélio vesical, porém altera-se para epitélio estratificado colunar e pseudoestratificado colunar na 
porção média (segundo alguns pesquisadores) e termina com epitélio estratificado pavimentoso. 
• Assim como no homem, na mulher, onde a uretra penetra no diafragma urogenital o músculo estriado dessa 
estrutura forma o esfíncter externo da uretra. 
• Glândulas uretrais e parauretrais (homologas a próstata no homem) produzem secreção alcalina e 
secretam na porção proximal da uretra e nos ductos parauretrais comuns, respectivamente. 
 
BIANCA ABREU-MD3 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia 
São tubos musculares, com cerca de 25-30 cm de comprimento e menos de 6 mm de diâmetro, que transportam a 
urina dos rins para a bexiga urinária. 
A pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada no interior do rim. Essa estrutura, se estreita quando 
passa inferiormente através do hilo renal e se torna continua com o ureter na junção ureteropélvica. Inferiormente a 
esta junção os ureteres têm um trajeto descendente e retroperitoneal na região medial do músculo psoas maior. 
 Na margem pélvica, os ureteres cruzam o fim da artéria ilíaca comum ou o início da artéria ilíaca externa, entram na 
cavidade pélvica (parte pélvica), deixando o abdome (parte abdominal), e continuam até a bexiga. Abre-se no óstio 
do ureter situado no assoalho da bexiga. 
 Ao entrar na face externa da bexiga urinária, formam uma “válvula” unidirecional. A pressão interna ocasionada 
pelo enchimento da bexiga urinária causa o fechamento da passagem intramural. Além disso, as contrações da 
musculatura vesical atuam como esfíncter, impedindo o refluxo de urina para os ureteres quando a bexiga 
urinária se contrai, o que aumenta a pressão interna durante a micção. 
 A urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo. 
EXISTEM 3 PONTOS DE CONSTRIÇÃO DURANTE O PERCURSO DOS URETERES 
• 1O PONTO: está na junção ureteropélvica, logo inferiormente ao rim. 
• 2O PONTO: está onde os ureteres cruzam os vasos ilíacos comuns no início da cavidade pélvica 
(margem pélvica); 
• 3O PONTO: está onde os ureteres penetram na parede da bexiga urinaria. 
 
Histologia 
BIANCA ABREU-MD3 7 
 
• TÚNICA MUCOSA: Tecido epitelial estratificado de transição ou polimorfo apoiado em lâmina própria 
típica contendo vasos sanguíneos-> epitélio de transição chamado de urotélio. Está incrustado no 
tecido adiposo retroperitoneal. 
• TÚNICA MUSCULAR: 3 camadas de tecido muscular liso-> uma camada longitudinal interna, camada 
circular média e uma camada longitudinal externa. 
• TÚNICA ADVENTÍCIA: Tecido conjuntivo. 
Inervação 
Os nervos para os ureteres são provenientes de plexos autônomos adjacentes (renais, aórticos, hipogástricos 
superiores e inferiores). 
As fibras aferentes (de dor) dos ureteres seguem as fibras simpáticasaté chegarem aos gânglios sensitivos de nervos 
espinais e aos segmentos Tll-Ll ou L2 da medula espinal. 
A dor ureteral geralmente é referida principalmente na região inguinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia miccional 
TRANSPORTE DE URINA DO RIM À BEXIGA PELOS URETERES: o Fluxo de Urina dos Ductos Coletores aos 
Cálices Renais os distende e aumenta sua atividade marca-passo. Dessa forma, são desencadeadas Contrações 
Peristálticas que se difundem para a Pelve Renal ao longo do Ureter, propelindo a Urina da Pelve Renal para o interior 
da Bexiga Urinária. As paredes dos Ureteres contêm Músculo Liso, inervado por Fibras Parassimpáticas e Simpáticas, 
bem como por Plexos Intramurais de Neurônios e Fibras Nervosas que se estendem ao longo de todo o Ureter. Assim 
como ocorre em outras Musculaturas Lisas, as Contrações Peristálticas são aumentadas por meio da Estimulação 
Parassimpática e inibidas pela Estimulação Simpática. 
Os Ureteres penetram na Bexiga pelo Músculo Detrusor na região do Trígono Vesical. O tônus fisiológico do 
Músculo Detrusor comprime a porção do Ureter inserida na Parede Vesical, evitando, portanto, o Refluxo da Urina da 
Bexiga quando ocorre um aumento da Pressão Intravesical durante a Micção ou a Compressão Vesical. Cada onda 
BIANCA ABREU-MD3 8 
 
peristáltica ao longo do Ureter aumenta a pressão no interior do próprio Ureter de forma que a região que passa 
através da Parede Vesical se abra, permitindo o Fluxo de Urina ao interior da Bexiga. 
A bexiga tem dois estados funcionais: AS FASES DE ARMAZENAMENTO E ESVAZIAMENTO. Em ambos os 
estados, tem-se a participação do sistema nervoso autônomo, que compreende o sistema nervoso simpático e 
parassimpático, e do sistema nervoso somático. 
FASE DE ENCHIMENTO VESICAL: a Bexiga, em uma pessoa normal, apresenta Complacência adequada (pressão 
varia pouco com o aumento do volume de Urina), estabilidade (ausência de Contrações Involuntárias do Músculo 
Detrusor), Tônus Esfincteriano adequado com reforço durante episódios de esforço físico e sensi-bilidade adequada. 
Durante esta Fase, a Resistência Uretral aumenta gradativamente e os Esfíncteres Estriado e Liso contribuem para 
que isso ocorra. O aumento constante da atividade do Esfíncter Estriado, com o Enchimento Vesical, é mediado pelo 
Nervo Pudendo e recebe o nome de Reflexo da Guarda. 
Tanto em humanos como em animais, os Níveis Pressóricos da Bexiga se encontram relativamente baixos e 
constantes durante toda a Fase de Enchimento, enquanto o Volume Vesical permanecer abaixo do volume 
necessário que induz a Micção. Como ocorre a manutenção das baixas pressões? Isso se deve às propriedades 
da parede Muscular Detrusora Vesical que apresenta uma boa elasticidade, distendendo-se com baixa resistência. 
Dessa forma, conclui-se que boa parte da Fase de Enchimento está sujeita a baixos níveis pressóricos durante o 
Enchimento Vesical, até que se atinja o limiar necessário para iniciar o Reflexo Miccional. 
FASE DE ESVAZIAMENTO: durante a Micção, ocorre contração coordenada do Músculo Detrusor e relaxa-mento 
do Esfíncter Urinário Externo. Como isso ocorre? A elevação da Pressão Intravesical comprime Receptores 
localizados na Parede Vesical, promovendo desejo miccional. A Contração Detrusora é resul-tante da Estimulação 
Parassimpática associada à inibição da Atividade Simpática sobre a Bexiga e o rela-xamento do Esfíncter Estriado. 
A Contração do Corpo Detrusor puxa a Base Vesical, afunilando-a e promovendo abertura do Colo, iniciando o Jato 
Urinário. Como ocorre a Micção? Em condições normais, por exemplo, durante uma aula, não iremos urinar em 
público, isso ocorre devido à inibição do Centro Pontino da Micção pelos Centros Corticais; porém, essa inibição é 
suprimida no momento em que vamos Urinar no banheiro. 
IMPORTANTE! A Musculatura Vesicuretral (Músculo Detrusor e Esfíncter Externo) possui papel fundamental em 
ambas as fases: na Fase de Armazenamento deve haver completo relaxamento do Músculo Vesical Detrusor e 
concomitante contração dos componentes Musculares Esqueléticos do Esfíncter Externo; na Fase de Esvazia-mento, 
é necessário que a Musculatura Lisa Vesical se contraia, e também que a Musculatura Esquelética Uretral relaxe, 
permitindo, desse modo, a passagem da Urina do Colo Vesical para a Uretra. 
Esse reflexo de micção acontece em pessoas que não foram treinadas e aprenderam a controlar os 
esfíncteres. Uma pessoa que foi treinada para o controle esfincteriano adquire um reflexo aprendido que 
mantém o reflexo da micção inibido até que ela deseje conscientemente urinar. 
Inervação 
O principal suprimento nervoso da Bexiga se dá pelos Nervos Pélvicos, os quais se conectam à Medula Espinhal pelo 
Plexo Sacral, ligando-se, principalmente, aos Segmentos Medulares S2 e S3. Os Nervos Pélvicos contêm Fibras 
Sensoriais (detectam o grau de estiramento da Parede Vesical) e motoras (Parassimpáticas) que terminam em Plexos 
Ganglionares localizados na parede da Bexiga, de onde partem pequenos Nervos Pós-Ganglionares que inervam o 
Músculo Detrusor. Essas Fibras Motoras atuam por meio de Receptores Muscarínicos Colinérgicos M2 e M3, que 
inervam o Músculo Vesical. 
Além dos Nervos Pélvicos, dois outros tipos de inervação estão presentes: 
BIANCA ABREU-MD3 9 
 
Fibras Motoras Esqueléticas do Nervo Pudendo: partem dos Segmentos Medulares S2 e S3 (assim como os 
Nervos Pélvicos) e inervam o Esfíncter Externo da Bexiga, sendo Fibras Somáticas controladas pelo Sistema Nervoso 
Somático e que atuam no Músculo Esquelético Voluntário presente no Esfíncter Externo. O Nervo Pudendo tem sua 
origem no Núcleo de Onuf, localizado no Corno Ventral do Segmento Sacral Medular S2 e S4. 
Nervos Hipogástricos: correspondem à Inervação Simpática de cadeias localizadas em L1 e, principalmente, em L2 
da Medula Espinhal, a qual estimula, principalmente, os Vasos Sanguíneos que irrigam a Bexiga. Esses Nervos 
também realizam o relaxamento da Musculatura Detrusora Vesical, mediante a ativação dos Recepto-res 
Adrenérgicos β2 e β3, tendo ação antagônica aos Nervos Pélvicos Parassimpáticos. 
Curiosidade! Lesões em L1 e L2 acabam por lesionar o mecanismo efetor do Nervo Hipogástrico, promovendo 
Incontinência Urinária por escassez de Estimulação Simpática para relaxar a Bexiga durante seu enchimento e, 
consequentemente, inibir a estimulação Parassimpática dos Nervos Pélvicos. 
Estimulação Parassimpática 
 
Estimulação Simpática 
 
Curiosidade! Caso a Medula Espinhal seja lesionada acima da Região Sacral e os Segmentos Sacrais Medulares 
permaneçam intactos, os Reflexos da Micção ainda podem ocorrer. Porém, estes não são mais controlados pelo 
Encéfalo. Durante os primeiros dias e semanas após a Lesão Medular, os Reflexos da Micção são suprimidos devido 
ao estado de “Choque Espinhal” causado pela perda súbita dos Impulsos Nervosos provenientes do Tronco Cerebral 
e Encéfalo. Entretanto, caso a Bexiga seja esvaziada periodicamente por Cateterização para evitar Lesão Vesical por 
demasiado estiramento, a Excitabilidade do Reflexo Miccional aumenta gradativamente até que o reflexo retorne; 
então, o esvaziamento vesical não anunciado ocorre. 
 
Micção involuntária 
• Inicialmente, receptores de estiramento (mecanorreceptores) da parede vesical, localizados principalmente na 
uretra posterior, enviam sinais sensoriais dos aos segmentos sacrais (S2 e S3) da medula através dos nervos 
pélvicos. 
• Esses neurônios aferentes transmitem essa informação para a medula espinhal e depois para o tronco encefálico, 
onde o reflexo é controlado pelo MESENCÉFALO e pela PONTE. O sinal chega ao Centro Miccional Pontino (PMC), 
o Centro Pontino da Continência (PCC) e a Substância Cinzenta Periaquedutal (PAG). 
A ativação dos Receptores M2 
e, principalmente, M3 pela 
Acetilcolina, os quais são 
Receptores Acoplados à 
Proteína Gq promove 
alterações intracelulares
A Proteína Gq desloca uma 
de suas subunidadese ativa 
a Via da Fosfolipase C, a 
qual hidrolisa o PIP2 em IP3 
e DAG
Esses componentes 
aumentam a concentração 
intracelular de Ca+2 e, 
portanto, realizam a 
Contração Muscular
A ativação dos Receptores 
Adrenérgicos β2 e β3 por 
meio das Catecolaminas, os 
quais são Receptores 
Acoplados à Proteína Gs
A Proteína Gs desloca a 
subunidade alfa, a qual 
interage com a Adenilato 
Ciclase que, por sua vez, 
aumenta a concentração 
intracelular de AMPcíclico
Desse modo, aumenta-se a 
captação de Ca+2 pelo 
Retículo Sarcoplasmático e, 
assim, diminui-se a 
concentração de Ca+2
intracelular. 
BIANCA ABREU-MD3 10 
 
• O sinal volta à bexiga através pelos mesmos nervos pélvicos, sendo que a sinapse desse nervo com as fibras 
motoras parassimáticas é mediada pelo neurotransmissor serotonina, através dos receptores para 5-HT (sensação 
de alívio, bem estar). 
Quando a BEXIGA ESTÁ ENCHENDO, o CONTROLE SIMPÁTICO predomina: 
• Via receptores B2 (proteína Gs): produz relaxamento do músculo detrusor; 
• Via receptores alfa1: contração do músculo esfíncter interno; 
• O esfíncter externo é simultaneamente contraído por ação voluntária. 
Quando a BEXIGA ESTÁ ESVAZIANDO, a ATIVIDADE PARASSIMPÁTICA é responsável pela estimulação dos 
receptores muscarínicos, sendo os M2 e M3 são os principais encontrados na bexiga, numa razão de 3/1. Apesar da 
predominância vesical do subtipo M2, o receptor M3 é quem ativa diretamente a contração vesical, produzindo: 
• M3: Contração do músculo detrusor (para aumenta a pressão e ejetar a urina); 
• Relaxamento dos esfíncteres internos (apenas pela inibição da atividade constritora simpática, sem ação 
de receptores colinérgicos específicos); 
• O esfíncter externo é relaxado ao mesmo tempo por ação voluntaria. 
Obs.: há a ação de um mecanismo NANC mediado pelo neurotransmissor óxido nítrico que contribui para o 
relaxamento dos esfíncteres. E também, a atuação do ATP sobre os receptores P2X e P2Y, facilitando a contração 
ou relaxamento vesical envolvido no relaxamento (ocorre estiramento-> o urotélio libera ATP-> que age nos receptores 
P2X). 
Quando o reflexo da micção se torna suficiente para esvaziar a bexiga, ele produz outro reflexo para relaxar o 
esfíncter externo através dos nervos pudendos. Caso o reflexo de relaxamento do esfíncter externo seja mais potente 
que sua inibição voluntária, a micção ocorre. Caso contrário, a micção não ocorrerá até que a bexiga se encha mais 
e o reflexo da micção se torne suficiente para sobrepujar a inibição voluntária. 
A sensação de enchimento vesical é transmitida pelas fibras A delta que são ativadas por estímulo mecânico. As 
fibras C respondem somente a estímulos mecânicos mais fortes e são ativadas também por estímulos de irritação 
química ou pelo frio. Os receptores ativados são do tipo TRPV 1, encontrados nas terminações neuronais periféricas 
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nociceptivas, que são canais catiônicos não seletivos, com alta permeabilidade ao cálcio e que também respondem a 
estímulos dolorosos, como o calor maior que 43˚C, pH menor que 5,5, capsaicina e resiniferatoxina. 
Além das fibras, inúmeros fatores podem INTERFERIR NA SENSIBILIDADE DOS RECEPTORES e, assim, modular 
a fase de esvaziamento: ATP, óxido nítrico (NO), fatores de crescimento, substância P, e neuroquininas A e B, 
produzidas pelo músculo detrusor ou pelo próprio urotélio. 
Obs.: + SOBRE REFLEXO DA MICÇÃO 
Conforme a Bexiga se enche, ocorre o surgimento de Contrações de Micção como resultado do Reflexo de 
Estiramento na Parede Vesical. Esses Receptores estão presentes, principalmente, na Uretra posterior, quando 
está área começa a ser preenchida com Urina. Os sinais sensoriais dos Receptores de Estiramento da Bexiga são 
conduzidos aos Segmentos Sacrais da Medula Espinhal pelos Nervos Pélvicos; por Reflexo, o sinal volta à Bexiga 
pelas Fibras Nervosas Parassimpáticas através dos mesmos Nervos Pélvicos. 
O volume que desencadeia o Ato Miccional ou informa a Distensão Vesical é avaliado por receptores presentes no 
Urotélio. A sensibilidade desses Receptores é dependente do grau de distensão vesical, e corresponde ao número 
de disparos que o receptor realiza: quanto maior a Distensão Vesical, maior o estiramento desses Receptores 
e, consequentemente, maior o número de Impulsos Nervosos enviados aos Centros que controlam a Micção. 
Inúmeros fatores podem interferir na sensibilidade desses receptores e, assim, modular a fase de esvaziamento: ATP, 
Óxido Nítrico (NO), Fatores de Crescimento, Substância P, e Neuroquininas A e B, produzidas pelo Músculo Detrusor 
ou pelo próprio Urotélio. 
Um Arco Reflexo simples coordena a Fisiologia Miccional: 
I. Fibras Sensoriais que partem dos Proprioceptores (Mecanorreceptores/ Receptores de Estiramento) pre-
sentes na Parede do Músculo Detrusor Vesical (especialmente no Colo Vesical) transmitem Impulsos Ner-vosos 
aos Nervos Pré-Sacrais que compõem as Fibras Sensoriais dos Nervos Pélvicos; 
II. Os Impulsos Nervosos chegam aos Segmentos Medulares e entram nas Raízes Nervosas S2 e S3, pene-trando 
no Núcleo do Músculo Detrusor (Núcleo de Onuff, localizado no Corno Dorsal), onde estabelecem sinapses com 
as Fibras Motoras Parassimpáticas Colinérgicas Pré-Sinápticas dos Nervos Pélvicos. A sina-pse é mediada 
pelo Neurotransmissor Serotonina, mediante aos Receptores para 5-HT; 
III. Essas Fibras Nervosas, então, transmitem Impulsos Elétricos que saem do Cone Medular e penetram na Parede 
Vesical, onde estabelecem sinapses com os Gânglios Intramurais, de onde partem as Fibras Moto-ras 
Parassimpáticas Colinérgicas Pós-Sinápticas; 
IV. Em seguida, ocorre a contração do Músculo Detrusor através da ação da Acetilcolina nos Receptores 
Muscarínicos M2 e M3 (principalmente M3), liberada pelas Fibras Motoras Pós-Sinápticas, esvaziando, assim, 
a Bexiga. 
Uma vez iniciado, o Reflexo da Micção pode ser considerado “Autorregenerativo”, pois a contração inicial da Bexiga 
ativa a geração de mais estímulos sensoriais pelos Receptores de Estiramento da Parede Vesical e da Uretra 
Posterior. Isso desencadeia o aumento reflexo da contração da Bexiga; assim, o ciclo se repete continu-amente até 
que a Bexiga alcance alto grau de contração que leva à vontade de Urinar. Após cerca de segundos a um minuto, 
o Reflexo Autorregenerativo começa a fatigar e o ciclo regenerativo é interrompido, o que permite que a Bexiga relaxe. 
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O Reflexo da Micção conta, dessa forma, como (1) aumento rápido e progressivo da Pressão, (2) período de pressão 
sustentada, (3) retorno da pressão ao Tônus Basal da Bexiga. A Bexiga não é esvaziada por completo com o Reflexo 
da Micção, e, para que não ocorra outro reflexo, os Elementos Nervosos que o compõem permanecem inibidos por 
minutos a mais de uma hora. 
Quando o Reflexo da Micção se torna suficiente para esvaziar a 
Bexiga, ele produz outro reflexo para relaxar o Esfíncter Externo 
através dos Nervos Pudendos. Caso este Reflexo de Relaxamento 
seja mais potente do que sua inibição voluntária, a Micção ocorre. 
Caso contrário, a Micção não ocorrerá até que a Bexiga se encha mais 
e o Reflexo da Micção se torne suficiente para sobrepujar (ultrapassar) 
a Inibição Voluntária. 
 
Micção voluntária 
• Primeiro, o indivíduo voluntariamente contrai a musculatura abdominal, o que aumenta a pressão na bexiga 
e permite que uma quantidade extra de urina entre no colo vesical e na uretra posterior, distendendo suas 
paredes. 
• Isso estimula os receptores de estiramento e dispara o reflexo da micção, inibindo, simultaneamente, o 
esfíncter externo uretral. 
 
COMANDO DO CÉREBRO 
O reflexo da micção é um reflexo espinhal totalmente autônomo, mas pode ser inibido ou facilitado por centros 
cerebrais. Esses centros incluem: 
• Centros facilitadores e inibitórios no tronco encefálico, localizados principalmente na PONTE. 
• Centros localizados no CÓRTEXcerebral que são principalmente inibitórios mas podem torna-se excitatórios. 
Microrregiões dentro da ponte que, por sua vez, destacam-se no controle da micção: 
PMC (Centro Miccional Pontino ou núcleo de Barrington) 
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Sua principal função é ser o centro de comando do esvaziamento vesical. Alguns dos seus neurônios disparam o 
gatilho para iniciar a micção, outros para mantê-la, e não há evidências de neurônios atuando em ambas as situações. 
Sua estimulação causa: relaxamento do esfíncter uretral e contração do músculo detrusor; 
Duas vias distintas partem do PMC: 
• VIA DIRETA: contendo o neurônio pré-ganglionar parassimpático, que é responsável por estimular 
diretamente o músculo detrusor; 
• VIA INDIRETA : passa pela formação reticular medial e permite relaxamento esfincteriano. 
LESÕES: neste evoluem para abolição da micção e retenção urinária completa. 
PCC (Centro Pontino Da Continência) 
• Função: responsável por parar a micção, ao excitar a musculatura pélvica e contrair o esfíncter uretral. 
• Localização: caudoventrolateralmente ao PMC. 
• Não há evidências de conexões entre o PMC e o PCC, o que sugere que estas áreas funcionem de modo 
independente. 
PAG (Substância Cinzenta Periaquedutal) 
Forma um grande centro integrador de informações em virtude de sua extensa gama de conexões com diferentes 
estruturas, como a amígdala, o córtex orbital e pré-frontal, a área pré-óptica hipotalâmica, o núcleo do trato 
solitário (NTS) e o PMC. 
A PAG recebe modulação da região posterior hipotalâmica, a qual está envolvida com o mecanismo de luta ou 
fuga, que inibe a PAG e que, levará a um novo estímulo inibitório ao PMC via liberação de GABA, causando 
retenção urinária. 
 
Os centros superiores mantêm o reflexo da micção parcialmente inibido, exceto quando se tem a vontade de 
urinar. Além disso, eles podem evitar a micção, até mesmo quando o reflexo da micção está presente, pela contração 
do esfíncter vesical externo até o momento conveniente para o esvaziamento. No momento da micção, os centros 
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corticais podem auxiliar os centros sacrais a iniciar um reflexo de micção e ao mesmo tempo inibir o esfíncter urinário 
externo, de forma que a micção ocorra. 
ESTRUTURAS SUPRAPONTINAS 
Possuem função moduladora às estruturas do tronco encefálico, na questão do controle miccional e inibição da micção 
A ínsula e o córtex frontal estão envolvidos no no processamento de informações aferentes vesicais, como o desejo 
consciente de micção, o qual é perdido após lesões nesses locais. 
O hipotálamo parece ter função inibitória sobre a PAG e consequentemente sobre o PMC em situações não 
seguras. Além disso, produz substâncias de grande importância no controle da micção, como a ocitocina, que aumenta 
a capacidade de armazenamento vesical de urina. 
Obs.: Durante o ATO SEXUAL, ocorre ação direta do hipotálamo através do MPO (núcleo pré-óptico medial) e BNST 
(núcleo do leito da estria terminal) nessa atividade. Esses ditos núcleos hipotalâmicos fazem sinapse com a substância 
cinzenta periaquedutal, que envia eferências até o núcleo de Barrington. Desse modo, ocorre a sincronia adequadas 
das funções sexuais e vesicais utilizando uma estrutura nervosa comum: o núcleo de Barrington. Essa sincronia é 
responsável, por exemplo, em inibir a micção durante o ato ejaculatório do homem, e ativar a vontade de 
urinar após a ejaculação. 
Regiões suprapontinas, como córtex pré-motor medial, núcleos da base e cerebelo são ativadas por contração 
do assoalho pélvico. Essa contração resulta em desejo de micção. O cerebelo, em especial, função inibitória da 
micção, principalemnte, durante a fase de armazenamento e determinada ação facilitadora durante a fase miccional 
de esvaziamento 
O giro anterior do cíngulo (GAC) é importante para o armazenamento, micção e interrupção voluntaria miccional, 
já que houve incontinência após infarto, pós-acidente vascular cerebral bilateral dessa região encefálica. 
 
AQUISIÇÃO DO CONTROLE VESICAL DA MICÇÃO DURANTE A INFÂNCIA 
 O treinamento visa fazer com que o córtex cerebral tenha controle direto sobre as ações do núcleo de Barrington 
que, controla e integra as funções anorretais, sexuais e vesicais. Durante o treinamento, ocorre o amadurecimento 
do córtex motor do cérebro (especificamente o seu sistema piramidal), o qual representa a principal via de controle 
voluntário da micção. Em lactentes até os 24 meses, o reflexo da micção é controlado pelo núcleo de Barrington 
sem a interferência do córtex motor, que atua na adequação do tônus muscular que controla a micção. A partir dos 
24 meses, nas ditas crianças pré-escolar, a micção é controlada pelo córtex motor normalmente, sendo do tipo 
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voluntária; entretanto, eventualmente esse controle pode falhar, e o tônus esfincteriano baixo pode provocar enurese, 
principalmente noturna. 
Obs.: Fase de enchimento EXPLICADA 
O nosso sistema nervoso central apresenta a habilidade de saber quando a bexiga está se enchendo, e isso ocorre 
através de fibras sensoriais que partem da bexiga e chegam em uma região bem delimitada na ponte que é 
responsável pelo controle da micção. Dessa região partem fibras motoras que vão sinaptar com todas as fibras que 
inervam a bexiga, a fim de criar condições neurofisiológicas que permitam com que a bexiga urinária humana se encha 
sem se esvaziar. A fase de enchimento é caracterizada pela contração voluntária do esfíncter uretral externo, com 
contração simpática do esfíncter uretral interno, mediada por fibras simpáticas dos nervos hipogástricos, que agem 
nos receptores α1 adrenérgicos do esfíncter interno, assim como relaxamento do músculo detrusor mediante a 
liberação de noradrenalina nos receptores ꞵ3 adrenérgicos. 
 
Obs.: Fase de esvaziamento EXPLICADA 
Quando a pressão intravesical aumenta a valores acima de 30 cmH2O (o que equivale, no adulto, a um volume de 
urina na faixa de 300 a 400 ml), a parede vesical se distende, o que ativa barorreceptores que são sensíveis ao grau 
de distensão da bexiga. Não obstante, quimiorreceptores também poderiam excitar aferências que promoveriam a 
micção. Quanto os neurotransmissores participantes destacam-se as neurocininas, que seriam liberadas da 
musculatura detrusora em resposta ao aumento da distensão da parede vesical, que atuam sobre os receptores de 
neurocinina (NK1 e NK2). Isso excita as fibras sensoriais que inervam a parede da bexiga urinária, que podem ser 
classificadas em dois tipos: (1) fibras Aδ, pouco mielinizadas e (2) fibras-C, não mielinizadas. 
Os corpos celulares dessas fibras sensoriais, que são carreadas até a medula espinhal pelos nervos pélvicos, estão 
situados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais a nível de S2-S4. Os ramos centrais dessas fibras fazem 
sinapse, a nível medular, tanto com interneurônios curtos, que estão envolvidos no reflexo da micção somente a nível 
medular, quanto com interneurônios longos, que se projetam, através do funículo lateral, a centros subcorticais que 
estão envolvidos com o reflexo da micção, como a Substância Cinzenta Periaquedutal (PAG) e o núcleo de Barrington. 
Esses interneurônios longos podem excitar centros facilitadores ou inibidores do reflexo da micção localizados no 
tronco encefálico e no córtex, os quais exercem suas funções aumentando ou diminuindo o limiar de sensibilidade 
dos receptores de estiramento da bexiga. Dentre os centros subcorticais mais importantes no controle do reflexo da 
micção destacam-se o núcleo de Barrington (PMC) na ponte, que pode receber aferências diretas dos interneurônios 
longos ou indiretamente através da PAG. 
O núcleo de Barrington (também chamado de núcleo pontino da micção) refere-se a um agrupamento heterogêneo 
de corpos celulares de neurônios localizado na região dorsolateral da formação reticular na ponte, bastante próximo 
ao locus ceruleus. Ele recebe aferênciasde diversas formações, como a substância cinzenta periaquedutal (PAG), 
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cujo papel, neste caso, é detectar o grau de distensão da bexiga e retransmitir esta informação ao núcleo de 
Barrington, do córtex pré-frontal (de fato, sabe-se que lesão no lobo frontal causa a perda da capacidade inibitória da 
micção), da ínsula (que é responsável por desencadear o desejo consciente da micção) e de núcleos do hipotálamo, 
como o núcleo pré-óptico medial (NPO, que impede o reflexo da micção durante a fase de ejaculação nos homens no 
ato sexual) e do núcleo da estria terminal (BNST, que está associado com a emissão súbita, intensa e involuntária da 
urina em situações de estresse). 
O núcleo de Barrington, por sua vez, emite eferências motoras descendentes que causam relaxamento da uretra 
através da inibição dos nervos pudendos que inervam o esfíncter externo, além da ativação das fibras parassimpáticas 
pré-ganglionares dos nervos pélvicos que estimulam a contração do músculo detrusor via liberação de Ach que agem 
nos receptores M3 do detrusor, resultando em contração da bexiga, assim como de fibras parassimpáticas que liberam 
NO, causando a dilatação da uretra. 
 
Alterações miccionais em crianças, grávidas e idosos 
 nos recém-nascidos e nas crianças com menos de 2 a 3 anos de idade, a incontinência é 
normal, porque os Neurônios que inervam o Músculo Esfíncter Externo da Uretra não estão completamente desen-
volvidos; a eliminação ocorre sempre que a Bexiga Urinária está suficientemente distendida para estimular o Reflexo 
de Micção. No lactente, a Micção ocorre pelo Reflexo Medular, quando a Distensão Vesical provoca um estímulo Via 
Aferente do Arco Reflexo Sacro, resultando em Micção Automática. 
Como ocorre o aprendizado? Entre 1 e 2 anos de idade a aquisição da Continência depende do aumento gradativo 
da Capacidade Vesical e da maturação dos Lobos Frontal e Parietal. A criança passa a ter percepção da Plenitude 
Vesical, reconhece uma Micção eminente, mas ainda não é capaz de controlá-la. 
Com o crescimento, a criança passa a ter melhor Comando Voluntário sobre o Esfíncter Estriado (Externo) e Córtex 
Cerebral, sendo então capaz de iniciar ou inibir a Micção em qualquer nível de plenitude vesical. 
Obs.: antes do processo de aprendizados a Micção é controlada pelo Núcleo de Barrington sem a interferência do 
Córtex Motor, que atua na adequação do Tônus Muscular que controla a Micção. Sendo que em torno dos 24 meses 
de vida isso começa a mudar. 
 nas gestantes, a Incontinência Urinária pode ser atribuída às alterações anatômicas que 
atingem o corpo das mesmas: especialmente no final da gestação, o peso do bebê e o Útero distendido acabam 
por comprimir a Bexiga Urinária; o que facilita o Reflexo Miccional e faz com que a Bexiga se esvazie com uma 
quantidade de Urina menor do que a habitual, pois sua capacidade de armazenamento se encontra reduzida. Essa 
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alteração favorece que a mãe armazene menos líquido, fazendo com que a Urina seja eliminada durante algum 
esforço mais forte ou inesperado, como Espirrar ou Tossir. 
: os efeitos do envelhecimento sobre a Bexiga, a diminuição exacerbada da Pressão Uretral, o 
aparecimento de distúrbios do Assoalho Pélvico e o uso de medicamentos que acabam prejudicando a capacidade 
de os Rins de produzirem a Urina corretamente favorecem o aparecimento de Infecção Urinária em idosos. 
Com o decorrer da idade, ocorrem os seguintes efeitos na Bexiga: aumento da Frequência Urinária (Polaciúria); 
diminuição da Complacência da Bexiga, impedindo sua distensão correta e ativando precocemente o Reflexo 
Miccional; presença de contrações desinibidas e espasmos no Músculo Detrusor; aumento do Volume Residual; 
e diminuição da velocidade do Jato Urinário, aumentando o Resíduo Pós-Miccional. Além disso, ocorre a dimi-
nuição da Pressão Uretral, o que favorece a Micção pelos seguintes fatores: diminuição da ação Muscular 
Esquelética do Esfíncter Externo; diminuição da Vascularização Peri-Uretral; e redução da Complacência e 
Elasticidade da Bexiga. Além disso, indivíduos idosos podem vir a apresentar Atrofias Musculares, alterações de 
Tecido Conjuntivo, lesão do Nervo Pudendo e alterações nos fatores hormonais que podem levar à distúrbios do 
Assoalho Pélvico. Esse quadro de distúrbios ocasiona alterações na contratilidade e automatismo dos Músculos 
Levantador do Ânus e do Esfíncter Externo, facilitando a Micção Excessiva. 
O uso de alguns medicamentos para tratar Doenças Crônicas são bastante utilizados, principalmente por idosos, 
pois as mesmas são bastante prevalentes com o avançar da idade. Esses fármacos são: Diuréticos (aumentam o 
fluxo urinário); Sedativos (causam confusão mental e lentidão); Antagonistas α-Adrenérgicos (diminuem o tônus dos 
Esfíncteres Interno e Externo); etc. Além de favorecer o aparecimento de IU, o envelhecimento também é uma das 
principais causas de Noctúria (necessidade de acordar para urinar por conta do elevado volume de Urina Noturno). 
Bexigoma 
A bexigoma (globo vesical termo mais atual) é uma condição na 
qual a bexiga fica distendida por acúmulo de urina; pode ser 
entendida também como retenção urinária. Acontece quando, 
por alguma razão, a bexiga é impedida de esvaziar, ficando 
muito cheia e dilatada. Na maioria das vezes, a passagem de 
sonda vesical de alívio (SVA) é necessária 
+ BEXIGOMA: PERDA DAS FUNÇÕES DA BEXIGA em virtude 
de uma lesão de alguma parte do sistema nervoso. A Bexigoma 
pode existir devido a alguma doença ou a um problema 
congênito, que costuma atingir o cérebro, a medula espinhas ou 
os nervos. Já os nervos atingidos, no caso, são aqueles que se 
direcionam à bexiga ou ao esfíncter. Pode ser considerada 
hipoativa, ou seja, quando o órgão não é capaz de se contrair, 
não se esvaziando adequadamente. Ou pode ser hiperativa 
(espástica) –esvaziando-se por reflexos incontroláveis. 
 
 
 
 
BIANCA ABREU-MD3 18 
 
A INCONTINÊNCIA Representa a ausência do controle voluntário sobre a micção. O distúrbio é mais frequente no 
sexo feminino e pode manifestar-se tanto na quinta ou sexta década de vida quanto em mulheres mais jovens. 
Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher apresentar, além da uretra, duas falhas naturais no assoalho pélvico: 
o hiato vaginal e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos 
e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta da 
uretra, sejam mais frágeis nas mulheres. 
CAUSAS 
• Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico; 
• Gravidez e parto; 
• Obesidade; 
• Tumores malignos e benignos; 
• Doenças que comprimem a bexiga; 
• Tosse crônica dos fumantes; 
• Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal; 
• Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador; 
• Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que lesem os nervos do esfíncter masculino. 
 CLASSIFICA-SE EM 5 TIPOS: 
• INCONTINÊNCIA POR ESTRESSE (ESFORÇO):o tipo mais comum de incontinência em mulheres jovens e de 
meia-idade, e resulta de fraqueza dos Músculos Profundos do Assoalho Pélvico. Como resultado, qualquer 
estresse físico que aumenta a Pressão Abdominal, como Tosse, Espirro, Riso, Exercício, Esforço, erguer 
objetos pesados e Gravidez, provoca o vazamento de Urina da Bexiga Urinária. 
• INCONTINÊNCIA DE URGÊNCIA (URGEINCONTINÊNCIA): é mais comum em idosos, sendo caracterizada 
por uma Urgência Intensa e Repentina de Urinar, seguida por perda involuntária de urina. Pode ser 
provocada por Irritação da Bexiga Urinária, AVC, Esclerose Múltipla, lesão na Medula Espinal ou 
Ansiedade. 
• BEXIGA NEUROGÊNICA (BN): é um termo criado para descrever Disfunções Vésico-Esfincterianas que 
atingem indivíduos portadores de doenças do Sistema Nervoso Central e Periférico, os quais podem teralterações do padrão miccional normal nas Fases de Enchimento Vesical e de Esvaziamento Vesical. Uma 
das diversas anormalidades que podem acometer a função miccional fisiológica é a chamada Bexiga 
Neurogênica não Inibida, que resulta em micção frequente e relativamente descontrolada. Essa condição 
se origina de Lesão Parcial da Medula Espinhal ou do Tronco Cerebral, que interrompe a maior parte dos 
Sinais Inibitórios que chegam ao Reflexo da Micção. Como consequência, os Impulsos Facilitadores que 
continuam passando pela Medula Espinhal mantêm os Centros Sacrais tão excitáveis que até mesmo uma 
quantidade ínfima de urina origina o Reflexo Miccional Incontrolável, promovendo micções frequentes e 
descontroladas. 
• INCONTINÊNCIA DE FLUXO CONSTANTE: refere-se ao Vazamento Involuntário de pequenos volumes de 
Urina provocado por algum tipo de bloqueio ou Contrações Fracas da Musculatura Vesical. Quando o Fluxo de 
Urina é bloqueado (por exemplo, em razão de aumento na Próstata ou Cálculos Renais) ou os Músculos da 
Bexiga Urinária não se contraem mais, a Bexiga Urinária torna-se excessivamente cheia, e a Pressão Interna 
Aumenta até que pequenos volumes de Urina vazem. 
• INCONTINÊNCIA FUNCIONAL: é a perda de Urina resultante da incapacidade de chegar ao toalete a tempo, 
como resultado de condições como AVC, Artrite Grave e Alzheimer. Escolher a opção de tratamento adequada 
depende do diagnóstico correto do tipo de incontinência. Tratamentos incluem exercícios de Kegel, treinamento 
da bexiga urinária, medicamento e, possivelmente, cirurgia. 
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OBS.: LESÃO MEDULAR ASSOCIADA À RETENÇÃO/ INCONTINÊNCIA 
URINÁRIA: 
• LESÕES SUPRASSACRAIS: ocorre interrupção das vias, comunicando os Níveis Sacrais da Medula 
com a Ponte e, consequentemente, com os Centros Superiores. Ocorre perda do Controle Voluntário da 
Micção. Além disso, por causa da interrupção da Influência Pontina, deixa de ocorrer coordenação 
entre Contrações Vesical e Esfincteriana, condição chamada de Dessinergismo Vésico-Esfincteriano, 
gerando elevação da Pressão Vesical e esvaziamento vesical incompleto. Embora seja teoricamente 
inesperado, cerca de 15% desses pacientes desenvolvem padrão de Arreflexia Vesical. 
• LESÕES SACRAIS: apresentam-se com Arreflexia Vesical causada pela lesão do Centro Vesical 
Parassimpático em nível Medular. Pacientes com lesões incompletas podem desenvolver Hiperatividade 
Detrusora, como observada nas Lesões Suprassacrais. O padrão de atividade do Esfíncter Externo 
também é variável, podendo ser não funcionante ou Hiperativa Dessinérgico. 
• LESÃO DA INERVAÇÃO PERIFÉRICA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR: geralmente resulta em perda 
de sensibilidade e em diminuição da Contratilidade Vesical. O Esfíncter Externo também pode ter o 
tônus e a contratilidade prejudicados. 
Moraxella, Legionella e Staphylococcus. 
O trato urinário é normalmente um meio estéril, exceção do segmento distal da uretra. É mantido livre de 
microrganismos pelo fluxo da urina, que é um dos mais importantes mecanismos de defesa contra a 
proliferação das bactérias, eliminando-as. Além disso, a urina normal possui propriedades antibacterianas tais como 
a alta osmolaridade, a elevada concentração de ureia e de ácidos orgânicos, e o pH ácido. 
A urina tem também inibidores da aderência bacteriana, entre os quais se destacam a proteína de Tamm-
Horsfall, que é uma glicoproteina uromucoide produzida pelas células tubulares da Alça de Henle ascendente, que 
inibe a aderência bacteriana por ser capaz de se ligar à fímbria tipo 1 impedindo a interação com os 
receptores de uroplaquina. O epitélio urinário produz também peptídeos com acção antimicrobiana, como as 
defensinas, a catelicidina e as lactoferrinas, que competem com os sideróforos do microrganismo pelo ferro, que 
é um nutriente essencial para o desenvolvimento das bactérias uropatogénicas. 
A presença de IgA nos fluídos vaginais é também um fator protecor, ela se liga às fímbrias tipo1, inibindo a 
aderência da bactéria ao tecido uroepitelial. Outro mecanismo de defesa na mulher reside na flora vaginal, 
constituída por Lactobacilus, que formam uma barreira que impede a colonização pelos microrganismos 
uropatogénicos. 
O epitélio escamoso estratificado reveste a mucosa vaginal e a uretra terminal masculina, além do trato genital 
superior feminino também possuir um epitélio colunar secretor de muco. O epitélio vaginal contém células de 
Langerhans e uma variedade de células dendríticas (APCs) e macrófagos localizados abaixo do epitélio vaginal 
e uretra, além de também residirem células B e T locais na mucosa vaginal. Existe pouca especialização regional 
do sistema imune adaptativo na mucosa geniturinária, sendo a maioria dos anticorpos IgG produzidos por 
plasmócitos da mucosa genital ou vindos da circulação sanguínea. 
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Como outras superfícies mucosas, o trato urinário possui receptores capazes de reconhecer patógenos pelos seus 
PAMPS. Uma das principais moléculas receptoas é o Toll-like receptor (TLR), que funcionam detectando os 
PAMPS e mobilizando uma resposta imune apropriada. Os TLR mais comuns no trato urinário inclui TLR2 (acido 
lipoteicoico ou lipoproteína), TLR3 (RNA fita dupla), TLR4 (LPS), TLR5 (flagelina), TLR9 e TLR11. O mais estudado 
é o TLR4 que promove vigorosa resposta via citocinas e quimiocinas frente a gram-negativas. 
LPS-> TRL4/CD14 -> ativação e fosforilação de proteínas que convergem para a sinalização da molécula TRAF6 
que conduz a ativação do NF-kbeta -> núcleo estimular transcrição de citocinas e quimiocinas (IL-6 e IL- 8) 
Outro caminho: TLR4 ativado -> influxo de Ca2+ -> aumento de AMPc por meio da Adenil ciclase 3 -> 
fosforilação do CREB via PKA (cAMP response element-binding protein) que ativa expressão de IL-6 e IL-8. 
Imunidade Inata 
 O mecanismo imunológico contra a invasão microbiana na Mucosa Geniturinária conta com vários fatores, 
destacando-se, dentre eles, a integridade de seu Revestimento Epitelial. Ademais, o próprio Fluxo Urinário e as 
características da Urina (alta Osmolaridade, concentração de Ureia e Ácidos Orgânicos, baixo pH e a presença de 
Anticorpos) dificultam, por exemplo, o crescimento bacteriano. A Peristalse Ureteral e a existência de mecanismos 
de Válvula protegem quanto à progressão bacteriana ao Trato Urinário Alto. As Secreções Prostáticas contêm 
alto teor de Zinco, um mineral com ação antimicrobiana. 
A flora normal vaginal, do Períneo e da Uretra, contém micro-organismos como Lactobacilos, Staphylococcus 
coagulase negativo e Streptococcus que formam uma barreira contra Uropatógenos e mantêm um pH vaginal 
ácido. Entretanto, a microbiota é sensível às alterações hormonais, ao pH e aos Antibióticos. 
 A Mucosa da Bexiga é revestida por uma camada de Oligossacarídeos e Mucopolissacarídeos que inibem a 
Adesão Bacteriana ao Urotélio. Além disso, as Células Uroteliais apresentam Receptores Toll-Like (TLR), os quais 
reconhecem Padrões Moleculares incomuns (Lipossacarídeos e Glicopeptídeos), associados a diversos microrga-
nismos. Esses Receptores são encontrados tanto em células móveis (Macrófagos e Monócitos) quanto em células 
fixas/teciduais (Células do Urotélio, Células Mesangiais e Enterócitos). Após sua ativação, produzem 
mediadores inflamatórios, através da transcrição de diversas substâncias, como o Fator de Transcrição NF-kB e a 
Proteína Ativadora 1 (AP-1). Esses fatores regulam a expressão gênica de citocinas pró-inflamatórias, tais como: 
MULHERES HOMENS 
- Baixo pH do liquido vaginal dificulta a fixação de uropatógenos desta região. 
- O ESTRÓGENO, em mulheres em fase reprodutiva, faz com que o epitélio vaginal 
se torne maduro e se diferencie em células superficiais ricas em glicogênio. 
Os lactobacilos de Doderlein promovem a metabolização deste glicogênio em ácido 
láctico, conferindo um pH menor que 4,5 à vagina, que, juntamente com o Peróxido de 
Hidrogênio(H2O2) e bacteriocinas, também produzidos pelos lactobacilos, conferem 
a proteção natural da vagina, inibindo o crescimento de microrganismos. 
- Em condições normais, há competição entre os uropatógenos e a microbiota vaginal. 
A colonização da vagina é facilitada principalmente pelo uso de antibióticos, pela má 
higiene. 
- A migração para a uretra e bexiga é desencadeada pela atividade sexual, pelo uso 
de contraceptivos com espermicida e pela alteração do pH vaginal que pode ocorrer 
com o uso de antibióticos ou hipoestrogenismo (menopausa). 
- Na GRAVIDEZ ocorre ITU devido o aumento do útero obstruir principalmente o 
ureter e causar estase urinária, além da dilatação do TU que causa essa estase e 
favorece o crescimento bacteriano. 
- Uretra: maior, longe do ânus e jato forte de urina que 
limpa o trato urinário 
- Em idosos, ocorre o crescimento da próstata, 
causando esvaziamento incompleto da bexiga. 
- A bexiga apresenta vários mecanismos de proteção e 
que dificultam o desenvolvimento de uma infecção: 
 *Micção é o mais eficaz: o aumento do volume 
urinário e da diurese é capaz de reduzir o número de 
bactérias na bexiga. 
 *Camada de glicosaminoglicanos protegem a 
superfície da bexiga e dificulta a fixação de bactérias 
as células uroteliais. 
 *Existência de fator antibacteriano produzido pelas 
células do urotélio, produzidos por plasmócitos da 
mucosa genital ou vindos da circulação sanguínea. 
BIANCA ABREU-MD3 21 
 
TNF-alfa, IL-1, IL-6, IL-8 e IL-12. A produção de IL-8, por exemplo, estimula o recrutamento de Neutrófilos para os 
sítios de infecção. 
 
Além disso, a presença da Proteína de Tamm-Horsfall (THG) ou Uromodulina na Urina participa da Imunidade Inata. 
Essa proteína é produzida exclusivamente no Ramo Ascendente Espesso da Alça Néfrica, a qual é secreta-da na 
Urina após a clivagem de sua molécula precursora. Ela é constituída de inúmeros Oligossacarídeos que são 
capazes de se ligarem a diversos tipos de Receptores. A deposição anormal de THG, pode, inclusive, levar à 
formação de Cálculos Renais. Ela consiste em um bom fator de defesa contra Escherichia coli, Staphylococcus 
saprophyticus, Kleibsiella pneumoniae e Proteus mirabilis. O Fluxo de Urina leva consigo a THG, a qual se liga 
a moléculas presentes na Parede Celular das Bactérias, conhecidas como Fimbrias (Tipo 1 e P). No caso, a THG se 
liga preferencialmente às Fimbrias do Tipo 1, diminuindo, portanto, a adesão destas ao Urotélio. 
Imunidade Adaptativa 
 Existe pouca especialização regional da Imunidade Adaptativa na Mucosa Genituriná-ria, sendo a maioria dos 
Anticorpos residentes do tipo IgG produzidos por Plasmócitos da Mucosa Genital ou vindos da Circulação 
Sanguínea. 
A interação entre as Imunidades Inata e Adaptativa requer a presença de Células Apresentadoras de Antígenos, 
como Macrófagos e Células Dendríticas, os quais expressam moléculas coestimuladoras como o CD40, CD80 e 
CD86 e que produzem Citocinas Pró-Inflamatórias (como a IL-12). Quando os antígenos são apresentados aos 
Linfócitos TCD4+ Naive, os últimos se diferenciam em 2 tipos: TH1 e TH2. Os Linfócitos TH1 secretam Interferon 
gama (promove a Imunidade Celular pela ativação dos Macrófagos) e os Linfócitos TH2 secretam IL-4, IL-5, IL-10 e 
IL-13 (promovendo, sobretudo, a Imunidade Humoral). 
BIANCA ABREU-MD3 22 
 
 
 
• Definição: é definida pela presença de Bacteriúria tendo como limite máximo definido a existência de 100.000 
Unidades Formadoras de Colônia Bacterianas por mililitro de Urina (UFC/mL). Representa um tipo de 
Infecção recorrente, que acomete tanto indivíduos em comunidade, quanto indivíduos internalizados em 
unidades hospitalares. Ela pode ser classificada quanto à localização em ITU Baixa (Cistite) e ITU Alta (Pielo-
nefrite); quanto à presença de fatores complicadores em ITU Complicada (presença de alterações funcionais e 
estruturais do Sistema Geniturinário) e não Complicada (sem comorbidades); em Aguda e Recorrente; e se é 
Sintomática (Polaciúria, Febre, Urgência Miccional, Disúria, Hematúria e Piúria) e Assintomática (Bacteri-úria 
Assintomática). 
• Etiologia: os agentes etiológicos mais frequentemente envolvidos na ITU Adquiridas em Comunidade são, em 
ordem de frequência: a Escherichia coli sorogrupos O, K e H (80%), o Staphylococcus saprophyticus, 
espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. Entretanto, quando a ITU é adquirida em 
ambiente hospitalar, ocorre uma predominância das Enterobactérias, com redução na frequência da E. coli e 
crescimento de Proteus sp, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp, Enterobacter sp, Enterococcus 
faecalis e de fungos, com destaque para Cândida sp. 
POR QUE A ESCHERICHIA COLI É O PRINCIPAL AGENTE ETIOLÓGICO? Essa Bactéria Gram Negativa 
Anaeróbia Facultativa faz parte da Microbiota Gastrointestinal normal dos seres humanos, auxiliando na 
manutenção da Homeostasia da Flora Bacteriana no lúmen intestinal normal. Dessa forma, apenas em condições 
especiais ela se torna patogênica aos hospedeiros, como quando as Barreiras Gastrointestinais são danificadas. 
Além disso, ressalta-se o fato de que a E. coli é uma espécie de Bactéria que possui diferentes cepas, tais como: 
Cepas Comensais (90%), Cepas Patogênicas Intestinas e Cepas Patogênicas Extra-intestinais (ExPEC 
“Extraintestinal Pathogenic E. coli”), que juntas, somam 10% do total. Estas últimas albergam em seu genoma genes 
codificadores de virulência que propiciam a colonização e a ocorrência de diversos eventos que alteram a fisiologia 
hospedeira. Assim como outras Bactérias presentes à sua família (Enterobacteriaceae), ela produz Endotoxinas 
(Hemolisina), possui uma Cápsula, é resistente a algumas classes de antibióticos (produção de Beta-Lactamase), 
sequestra fatores de crescimento, varia a produção de Antígenos de Superfície. Mas, além disso, apresenta em 
sua Parede Celular Fimbrias do Tipo 1 (Manose Sensitivo, liga-se às moléculas de Manose das Bactérias) e do 
Tipo P (Manose Resistente, liga-se à Glicolipídeos), que permitem estas Bactérias aderir às Células do hospedeiro, 
resistindo, portanto, aos mecanismos de eliminação bacteriana como o Fluxo Urinário e a Mobilidade Intestinal. 
BIANCA ABREU-MD3 23 
 
INTERESSANTE! o processo que torna Cepa Não Patogênica em Patogênica é denominado Transferência 
Horizontal de Genes. 
Obs.: entre os pacientes com ITU complicada e de repetição tem crescido a incidência de microrganismos 
produtores de β-Lactamase de Espectro Estendido (ESBL) incluindo a própria E. coli multirresistente o que 
dificulta o tratamento da Infecção Urinária e exige a utilização de Antibióticos de Largo Espectro com frequência 
cada vez maior. 
INTERESSANTE! Biofilmes são comunidades biológicas onde as Bactérias formam comunidades estruturadas, 
coordenadas e funcionais. Estas comunidades biológicas encontram-se embebidas em Matrizes Poliméricas 
produzidas por elas próprias. São envolvidas por substâncias como açúcares, que conferem proteção contra 
diversos tipos de agressão que ela pode vir a sofrer como, por exemplo, a falta de nutrientes, o uso de um 
Antibiótico ou algum agente químico utilizado para combater bactérias. Uma das espécies bacterianas que pode 
formar o biofilme é a Escherichia coli. Quando estamos diante da instrumentação contaminada de um Cateter 
Vesical, por exemplo, a formação do Biofilme se inicia com a deposição de componentes da Urina sobre este, 
formando um filme de proteína. Este filme, por sua vez, potencializa a adesão de microrganismos, formando, por 
isso, o Biofilme. 
CLASSIFICAÇÃO: 
QUANTO À TOPOGRAFIA: 
• Altas: envolvem o Parênquima Renal (Pielonefrite) e os Ureteres (Ureterites). 
• Baixas: envolvem a Bexiga (Cistite), A Uretra (Uretrite); nos homens, a Próstata (Prostatite) e o Epidídimo 
(Epididimite). 
QUANTOÀ PRESENÇA DOS SINTOMAS: 
• Sintomáticos: infecção urinária confirmada. 
• Assintomáticos: portadores de Bacteriúria Assintomática. 
É importante diferenciar esses dois grupos tanto do ponto de vista de Conduta, como de Prognóstico. Os 
Sintomáticos precisam de tratamento imediato, enquanto que os Assintomáticos, comumente correspondendo às 
meninas em idade escolar e mulheres jovens com vida sexual ativa, podem passar a ter Urocultura Negativa 
dentro de um prazo de um ano. Os principais grupos com Bacteriúria Assintomática são: gestantes, idosos e 
pacientes cateterizados. 
QUANTO À EVOLUÇÃO: 
• Episódio Único/Isolado: ocorre uma única vez e se resolve habitualmente pelo uso de Antibioticoterapia. 
• Recidiva/Recaída: em consequência da falha do tratamento, o mesmo microrganismo isolado 
previamente persiste no Trato Urinário, causando Infecção ou Bacteriúria Assintomática. 
• Reinfecção: ocorrência de um novo episódio, sem relação com evento anterior, causado por outro 
microrganismo. 
• ITU Crônica: persistência do mesmo microrganismo por meses ou anos com recidivas após tratamento; 
no caso de pielonefrite crônica, há associação com comprometimento da pelve e parênquima renal. 
• ITU Recorrente: pode ser tanto por recidiva quanto por reinfecção, com meses de intervalo entre eles. 
No caso das recorrentes: (1) para mulheres, cerca de 20% das jovens com cistite apresentam esse quadro, dois ou 
mais episódios no período de seis meses ou três no período de um ano caracteriza as infecções recorrentes nas 
BIANCA ABREU-MD3 24 
 
mulheres. (2) para homens, a ITU recorrente é definida quando ocorrem dois ou mais episódios de ITU em um 
período de 3 anos, comumente associada com Prostatite Bacteriana Crônica. 
Quanto à presença de Fatores Predisponentes ou Agravantes: 
• ITU não Complicada: ocorre sem Anormalidade Anatômica ou Funcional do Aparelho Geniturinário; 
comu-mente associada às mulheres jovens sexualmente ativas. 
• ITU Complicada: ocorre em indivíduos que já possuem Anormalidade Estrutural ou Funcional do 
processo de Diurese (Cálculos Renais ou Prostáticos, Diabetes Melitus, Anemia Falciforme, Doença 
Policística Renal, Transplante Renal) ou na vigência de Cateterismo Vesical, Instrumentação ou 
Procedimentos Cirúrgicos no Trato Urinário. 
VIAS DE ENTRADA BACTERIANA: 
Os microrganismos atingem o sistema urinário superior através de três vias: a Ascendente, Canalicular ou Urinária; 
a Hematogênica ou Descendente; e a Via Linfática. Em detalhes, essas três vias são caracterizadas por: 
• VIA ASCENDENTE: é a principal via responsável pela invasão do Trato Urinário, ocorrendo em mais de 95% 
dos casos. A maioria das bactérias que entra no Trato Urinário pertence à Flora Intestinal que coloniza a 
Uretra. A Uretral Distal apresenta Flora Bacteriana semelhante à da pele adjacente, sendo a maioria dos 
microrganis-mos não patogênicos. A Infecção Urinária se inicia pela Colonização dos Microrganismos, na sua 
grande maioria os Coliformes. Os microrganismos ascendem até a Bexiga, onde se inicia o processo de 
Multiplicação Bacteriana quando há redução dos fatores locais de defesa. Daí, as Bactérias podem atingir os 
Ureteres e ascender aos Rins. 
Nesta migração, as Bactérias podem invadir o Epitélio Urinário e causar Resposta Inflamatória em qualquer nível, 
o que resulta em diferentes tipos de ITU, de acordo com a localização anatômica. Esta Infecção Ascenden-te do 
Trato Urinário é um processo complexo, associado à adesão e outras propriedades de virulência da Bactéria, à 
Estrutura Anatômica, à Resposta Humoral e aos Fatores Genéticos do hospedeiro. 
A Infecção Vesical/ da Bexiga (Cistite) pode ficar isolada ou se estender aos Ureteres, mesmo contra a gravidade e 
o Fluxo Urinário (quadro favorecido pelo Refluxo Vesicoureteral) e, também, atingir os Rins devido ao Refluxo 
Intrarrenal ou Calicotubular, originando uma Infecção de Trato Superior (Pielonefrite). Em comparação a outras 
regiões, a Medula Renal é a mais vulnerável e, portanto, a mais acometida pelos sorogrupos de Escherichia coli, 
devido ao baixo teor de oxigênio local (vascularização predominantemente cortical); Hiperosmolaridade local e 
inativação da Fração IV do Sistema Complemento devido à presença de Amônia (NH3+). 
• VIA HEMATÓGENA OU DESCENDENTE: trata-se de uma via menos frequente de Invasão Bacteriana do 
Trato Urinário e ocorre em 5% dos casos. Está mais relacionada com as infecções causadas por 
Staphylococcus aureus, Candida spp., Salmonella spp. e Mycobacterium tuberculosis, que causam 
Infecções Primárias em outras partes do corpo, e, através do fluxo sanguíneo, atingem o Sistema 
Urinário, podendo resultar em Abscessos Focais Renais. Pode atuar concomitantemente com a Via 
Ascendente e, em neonatos, é a principal via das ITUs. Os focos infecciosos já presentes em outros 
órgãos podem derivar de Endocardites, Infecção Pulmonar, Septicemia e Endomiometrites. 
• VIA LINFÁTICA: as Bactérias são, então, transportadas pelos Vasos Linfáticos Regionais a partir do 
Foco Séptico para o Conduto Torácico, podendo alcançar os Rins pela corrente sanguínea. A provável 
existência de Conexões Linfáticas indiretas entre o Trato Urinário Inferior e o Intestino favorece essa 
rota de Contaminação. 
Epidemiologia 
BIANCA ABREU-MD3 25 
 
• NEONATOS (< 1 ANO DE IDADE): prevalecem os recém-nascidos do sexo masculino, devido a anormalidades 
anatômicas do Sistema Geniturinário e inflamação do Prepúcio). O menor risco de Infecção Urinária nessa Faixa 
Etária se deve, principalmente, à amamentação e à circuncisão de meninos. 
• PRÉ-ESCOLARES: risco para menina maior que para menino; infecções geralmente sintomáticas e presença 
de Danos Renais. 
• ESCOLARES: prevalência de Bacteriúria maior em meninas que em meninos; pacientes do sexo feminino com 
Bacteriúria Assintomática correm mais risco de desenvolver sintomas quando iniciam a vida sexual ou durante 
a gravidez. 
• ADULTOS: em homens é extremamente baixa, associada com Anormalidades Anatômicas e Doenças da 
Próstata, sendo um pouco maior em pacientes com ISTs. 
• IDOSOS: maior equilíbrio entre os sexos; fatores de risco: Comorbidades, Doenças que dificultam o esvazia-
mento normal da Bexiga, instrumentação das Vias Urinárias, Cateterização Vesical, diminuição da ativida-de 
Bactericida Prostática e aumento do pH Vaginal. 
 
Fatores de Risco 
• GÊNERO: nas mulheres, a Uretra é mais curta e mais calibrosa e sua vizinhança com cavidades naturalmente 
contaminadas favorecem a penetração de Microrganismos Coliformes. Além disso, a Aderência Bacteriana 
parece ser favorecida por Fatores Hormonais Femininos, como o Estrógeno e a Progesterona. No homem, o 
Líquido Prostático exerce uma função protetora natural contra Bactérias Coliformes, pois possui função 
antibacteriana devido à presença de Zinco (Zn+2). 
• INTERNAÇÃO: pacientes internados desenvolvem ITUs mais frequentemente que pacientes comunitários, tendo 
em vista as condições gerais dos pacientes hospitalizados e alta probabilidade de instrumentação do Trato 
Urinário. 
• GRAVIDEZ: a ITU durante a Gravidez associa-se predominantemente à Bacteriúria Assintomática, resultando 
possivelmente da Estase Urinária consequente da Dilatação Fisiológica dos Ureteres e da Pelve durante a 
Gravidez, e resultando também da diminuição do Peristaltismo que ocorre a partir do segundo mês de Gravidez, 
devido ao Efeito Hormonal da Progesterona. Além disso, níveis elevados de Progesterona parecem ter ação na 
Contratilidade Vesical, reduzindo o Tônus Contrátil do Músculo Detrusor. A compres-são pelo Útero aumentado 
sobre a Bexiga parece não ter influência no aparecimento de ITU. 
• OBSTRUÇÃO URINÁRIA: microrganismos na Bexiga são normalmente eliminados com o Fluxo Urinário. Entre-
tanto, quando há Obstrução do Trato Urinário, as bactérias não são eliminadas e se multiplicam, levando a um 
quadrode ITU. Essa Obstrução Urinária pode ocorrer: na Uretra (Hiperplasia Prostática); na Bexiga (Bexiga 
BIANCA ABREU-MD3 26 
 
Neurogênica, Cálculos Renais, etc.); nos Ureteres e na Pelve Renal (Anomalias Congênitas, Cálculos Renais, 
etc.); e no interior dos rins (precipitação intratubular de Cristais de Ácido Úrico). 
• REFLUXO VESICOURETERAL (RVU): normalmente, a Porção Intravesical do Ureter tem disposição oblíqua 
e fica comprimida durante a Micção pela contração do Músculo Detrusor, impedindo o retorno da Urina para os 
Ureteres (Mecanismo Valvar). O RVU consiste na passagem de Conteúdo Vesical para o Ureter, principal-mente 
durante o Ato Miccional por falência da Válvula Ureterovesical, quando há aumento da Pressão Intravesical. 
O RVU, então, permite o acesso de Bactérias do Trato Urinário Inferior para o Superior e mantém Urina 
Residual na Bexiga. O RVU pode ser de dois tipos: Primário, quando há Distúrbio Congênito na Válvula 
Vesicoureteral; ou Secundário, quando há Insuficiência da Válvula Vesicoureteral. 
• DIABETES MELITUS: indivíduos diabéticos têm maior risco de desenvolver Infecção Urinária, provavelmente 
devido à Neuropatia Vesical, às lesões vasculares e ao próprio distúrbio metabólico do diabetes. 
• ISQUEMIA RENAL: Regiões Isquêmicas dos Rins são mais sujeitas a infecções, pois a redução do Fluxo 
Sanguí-neo determina Hipóxia e dificulta a chegada de Leucócitos. Devido a esse motivo, inúmeras Nefropatias 
criam condições favoráveis ao aparecimento de ITU. 
 
OBS.: MECANISMO DE AGRESSÃO RENAL 
 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO 
Visando o diagnóstico dos diversos tipos de infecção do trato urinário, foram estabelecidos três critérios 
para identificar a doença em indivíduos sintomáticos: 
• Critério 01: o exame de urocultura deve apresentar 100.000 ou mais UFC/ml com a presença de até dois 
microrganismos, seguido de 1 ou + dos seguintes sintomas: febre, disúria, urgência miccional, aumento da 
frequência miccional, dor supra-púbica ou aumento da espasticidade muscular (presente em casos 
neurológicos). 
• Critério 02: 2 ou + dos seguintes sinais ou sintomas sem outra causa reconhecida devem estar presentes: 
febre, disúria, urgência miccional, aumento da frequência miccional, dor supra-púbica ou aumento da 
espasticidade muscular. Além disso, um ou mais dos seguintes critérios devem estar presentes no exame 
de urocultura: fita positiva para esterase leucocitária e/ou nitrito, piúria (> 10.000 leucócitos/ml ou > 10 
leucócitos/campo) e presença de microrganismos no Gram. 
Infecção da área Periuretral por 
Escherichia coli, que adere às 
Células Uroepiteliais por meio 
das Fimbrias dos Tipos 1 e P
Ocorre invasaão, multiplicação 
intracelular das Bactérias, o que 
promove a Apoptose das 
Células Epiteliais da Bexiga 
(esfoliação epitelial)
Promove-se, então, uma Resposta 
Inflamatória, com o recrutamento 
de Leucócitos Polimorfonucleados, 
os quais liberam citocinas pró-
inflamatórias (IL-2, TNF-alfa) e 
enximas proteolíticas, o que 
promove o Edema local
O Edema, por sua vez, induz à 
Anoxia Tissular (baixa de O2
tecidual), o que é interpretado 
erroneamente e ativa o Sistema 
Renina-Angiotensina-Aldosterona, 
induzindo o aumento dos níveis 
plasmáticos de Angiotensina II
A Angiotensina II, então, promove 
vasoconstrição, o que aumenta a 
Isquemia Renal, levando ao 
aumento da Apoptose, gerando 
deposição de Tecido Fibroso 
(Cicatriz Renal), que, quando 
extensa, associa-se à Insuficiência 
Renal
BIANCA ABREU-MD3 27 
 
• Bacteriúria Assintomática: para diferenciar uma possível ITU de uma bacteriúria assintomática: paciente 
ter urocultura positiva com mais de 100.000 UFC/ml com no máximo dois microrganismos isolados; e o 
paciente não deve apresentar febre maior que 38ºC, disúria, urgência miccional ou aumento da frequência 
miccional. 
UROCULTURA 
• Negativa: não houve crescimento bacteriano. 
• Positiva: ocorreu crescimento bacteriano (Ex: Escherichia coli) 
• Amostra com 100.000 UFC/ml em paciente sintomático: INFECÇÃO- tratar; 
• Amostra maior que 100.000 UFC/ml em paciente assintomático : solicitar segunda amostra, se 
repetir 100.000 UFC, iniciar tratamento. 
• Menor que 100.000 UFC/ml: COLONIZAÇÃO, sintomática ou assintomática. 
 
Cistite 
CISTITE AGUDA: refere-se a infecção do trato urinário inferior, principalmente da bexiga. Sendo que afeta mais 
comumente mulheres do que homens. O modo 1º de infecção é Ascendente pela Flora Periuretral/Vaginal e Fecal. 
O paciente, frequentemente refere Disúria, Polaciúria, Urgência Miccional, dor Lombar e Suprapúbica, 
Hematúria e Urina Turva/Fétida. Febre apenas em condições raras e mais avançadas. 
CISTITE RECORRENTE: é causada ou por Persistência Bacteriana, ou por Reinfecção com outro 
microrganismo. A identificação da causa da infecção recorrente é importante, porque o manejo da persistência 
bacteriana e o da reinfecção são distintos. Se a Persistência Bacteriana é a causa de ITU recorrente, a remoção 
da fonte infectada frequentemente é curativa, ao passo que a terapia preventiva é efetiva no tratamento de 
Reinfecção. 
Pielonefrite 
 É definida como Inflamação do Rim e da Pelve Renal causada por Infecção Bacteriana, sendo o diagnóstico 
geralmente clínico. Ela pode se apresentar de duas maneiras: Aguda e Crônica. 
PIELONEFRITE AGUDA: tem como principais agentes etiológicos os Bastonetes Entéricos Gram-Negativos, tendo 
a Escherichia coli como a principal (80% dos casos). Outros importantes microrganismos são Proteus, Klebsiella, 
Enterobacter, Serratia, Citrobacter e Pseudomonas. Em se tratando das Bactérias Gram-Positivas, temos: 
Streptococcus faecalis e S. aureus. Morfologicamente falando, um ou ambos os Rins podem estar envolvidos. Na 
superfície do Rim acometido, observam-se Abscessos Amarelados, os quais podem estar dispersos ou limita-dos 
a determinada região do Rim, podendo, até mesmo, coalescer e formar uma única área ampla de Supuração. Em 
um estágio inicial, a formação de pus (Supuração) é limitada ao Tecido Intersticial, porém os Abscessos se rompem 
nos Túbulos. Aglomerados de Neutrófilos Intratubulares frequentemente formam Cilindros Leucocitá-rios no 
interior dos Néfrons e Ductos Coletores. Quando a obstrução é proeminente, o pus pode não ser drenado e em 
seguida preencher Pelve Renal, Cálice e Ureter, produzindo Pionefrose. Outra forma de Pielonefrite é a necrose 
das Papilas Renais, conhecida como Necrose Papilar. 
Os pacientes com Pielonefrite Aguda apresentam calafrios, febre e dor à palpação do Ângulo Costovertebral. 
Frequentemente, eles têm sintomas do Trato Inferior associados, como Disúria, Polaciúria e Urgência Miccional. 
Sepse pode ocorrer, com 20 a 30% de todas as Sepses Sistêmicas resultando de uma Infecção Urinária. É comum 
que o sumário de urina demonstre a presença de Leucócitos e Hemácias na Urina. 
BIANCA ABREU-MD3 28 
 
PIELONEFRITE CRÔNICA: resulta de Infecção Renal de Repetição, o que leva a Retração Cicatricial, Atrofia do 
Rim e Insuficiência Renal Subsequente. O diagnóstico é feito por exame radiológico ou patológico, em vez de pela 
apresentação clínica. As cicatrizes do Parênquima Renal estão predominantemente associadas a cicatrizes ma-
croscopicamente visíveis e a deformidades do Sistema Pielocalicial. É uma importante causa de Falência Renal 
Crônica e pode ser dividida em duas formas: Pielonefrite Crônica Obstrutiva e Refluxo Crônico associado a 
Pielonefrite. 
• PIELONEFRITE CRÔNICA OBSTRUTIVA: a obstrução predispõe ao aparecimento de infecção Renal. 
Infecções Recorrentes sobrepostas em Lesões Obstrutivas Difusas ou localizadas levam a surtos recorrentes de 
Inflama-ção e Fibrose Renal, que podem eventualmente causar Pielonefrite Crônica. Essa doença pode ser 
bilateral, juntamente com Anormalidades Congênitas da Uretra (exemplo: Válvulas de Uretra Posterior), 
resultando em Insuficiência Renal Fatal, a menos que a anormalidade seja corrigida,

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