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APG 13 - Entre altos e baixos assim segue o tratamento

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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 1 
 APG 13 – Entre altos e baixos... assim segue o tratamento
1) REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DAS VIAS URINÁRIAS 
 O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, 
bexiga e uretra. A urina produzida nos rins passa pelos 
ureteres até a bexiga e é lançada no exterior pela uretra. 
 RINS 
 ANATOMIA 
 Os rins são um par de órgãos avermelhados em forma de 
feijão, localizados logo acima da cintura, 
entre o peritônio e a parede posterior do 
abdome = são considerados 
retroperitoneais. 
 Os rins estão localizados entre os níveis das 
últimas vértebras torácicas e a LIII, uma 
posição em que estão parcialmente 
protegidos pelas costelas XI e XII. 
 O rim direito está discretamente mais baixo 
do que o esquerdo, porque o fígado ocupa 
um espaço considerável no lado direito 
superior ao rim. 
 No adulto, o rim tem cerca de 10 a 12 cm de comprimento, 5 
a 7 cm de largura e 3 cm de espessura, com 
aproximadamente 135 a 150 gramas. 
 O hilo renal é um recorte perto do centro da margem côncava 
(medial), através do qual o ureter emerge do rim, juntamente 
com os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. 
 Um corte frontal através do rim revela duas regiões distintas: 
uma região vermelha clara superficial chamada córtex renal 
e uma região interna mais escura castanha-avermelhada 
chamada medula renal. 
 A medula renal consiste em várias pirâmides renais em 
forma de cone. A base (extremidade mais larga) de cada 
pirâmide está voltada para o córtex renal, e seu ápice 
(extremidade mais estreita), chamado papila renal, está 
voltado para o hilo renal. 
 O córtex renal é a área de textura fina que se estende 
da cápsula fibrosa às bases das pirâmides renais e nos 
espaços entre elas. Ela é dividida em uma zona cortical 
externa e uma zona justamedular interna. 
 As partes do córtex renal que se estendem entre as 
pirâmides renais são chamadas colunas renais. 
 Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal 
constituem o parênquima, ou porção funcional do rim. 
 No interior do parênquima estão as unidades funcionais dos 
rins, aproximadamente 1 milhão de estruturas microscópicas 
chamadas néfrons. 
 O filtrado formado pelos néfrons é drenado para grandes 
ductos coletores, que se estendem através da papila renal 
das pirâmides. 
 Os ductos coletores drenam para estruturas em forma de 
taça chamadas cálices renais 
maiores e cálices renais 
menores. Cada rim tem de 8 a 
18 cálices renais menores e 2 
ou 3 cálices renais maiores. 
 Uma vez que o filtrado 
entra nos cálices, torna-se 
urina, porque não pode mais 
ocorrer reabsorção. O motivo é 
que o epitélio simples dos 
néfrons e túbulos se tornam 
epitélio de transição nos cálices. 
 Dos cálices renais maiores, a urina flui para uma grande 
cavidade única chamada pelve renal e, em seguida, para fora 
pelo ureter até a bexiga urinária. 
 O hilo se expande em uma cavidade no interior do rim chamada 
seio renal, que contém parte da pelve renal, os cálices e 
ramos dos vasos sanguíneos e nervos renais. 
 O tecido adiposo ajuda a estabilizar a posição destas 
estruturas no seio renal. 
 Todo o sangue precisa passar pelos rins, para ser filtrado por 
eles, então eles precisam ter uma estrutura vascular 
organizada. 
 FISIOLOGIA 
 As funções dos rins incluem: 
 REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO IÔNICA DO SANGUE: Os 
rins ajudam a regular os níveis sanguíneos de vários íons, 
sendo que os mais importantes são os íons sódio, 
potássio, cálcio, cloreto e fosfato; 
 REGULAÇÃO DO PH DO SANGUE: Os rins excretam uma 
quantidade variável de íons hidrogênio para a urina e 
preservam os íons bicarbonato, que são um importante 
tampão do H+ no sangue. 
 REGULAÇÃO DO VOLUME DE SANGUE: Os rins ajustam 
o volume do sangue por meio da conservação ou 
eliminação de água na urina. O aumento do volume de 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 2 
sangue eleva a PA, enquanto a diminuição do volume de 
sangue reduz a PA. 
 REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: Os rins também 
ajudam a regular a pressão arterial por meio da secreção 
da enzima renina, que ativa o SRAA. O aumento da renina 
provoca elevação da pressão arterial 
 MANUTENÇÃO DA OSMOLARIDADE DO SANGUE: Ao 
regular separadamente a perda de água e a perda de 
solutos na urina, os rins mantêm uma osmolaridade do 
sangue relativamente constante; 
 PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS: CALCITRIOL , a forma 
ativa da vitamina D, ajuda a regular a homeostasia do 
cálcio, e a ERITROPOETINA estimula a produção de 
eritrócitos; 
 REGULAÇÃO DO NÍVEL SANGUÍNEO DE GLICOSE : Tal 
como o fígado, os rins podem utilizar o aminoácido 
glutamina na GLICONEOGÊNESE . 
 EXCREÇÃO DE ESCÓRIAS METABÓLICAS E 
SUBSTÂNCIAS ESTRANHAS: Por meio da formação de 
urina, os rins ajudam a excretar escórias metabólicas, 
substâncias que não têm função útil no corpo. 
 Incluem amônia e ureia, bilirrubina, creatinina, ácido 
úrico, substâncias estranhas da dieta, como 
fármacos e toxinas ambientais. 
 Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores 
realizam três processos básicos: 
 FILTRAÇÃO GLOMERULAR: Na primeira etapa da 
produção de urina, a água e a maior parte dos solutos do 
plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares 
glomerulares, onde são filtrados e passam para o interior 
da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo renal. 
 REABSORÇÃO TUBULAR: Conforme o líquido filtrado flui 
pelos túbulos renais e ductos coletores, as células 
tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da água 
filtrada e muitos solutos úteis. 
 A água e os solutos retornam ao sangue que flui 
pelos capilares peritubulares e arteríolas retas. 
 O termo reabsorção se refere ao retorno de 
substâncias para a corrente sanguínea. 
 O termo absorção indica a entrada de novas 
substâncias no corpo, como ocorre no sistema 
digestório. 
 SECREÇÃO TUBULAR: Conforme o líquido filtrado flui 
pelos túbulos renais e ductos coletores, as células dos 
túbulos renais e dos ductos secretam outros materiais, 
como escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons, 
para o líquido. 
 
 Os solutos e o líquido que fluem para os cálices renais menores 
e maiores e para a pelve renal formam a urina e são 
excretados. 
 A taxa de excreção urinária de qualquer soluto é igual à taxa 
de filtração glomerular, mais a sua taxa de secreção, menos 
a sua taxa de reabsorção. 
 Os néfrons (por meio de filtração, reabsorção e secreção) 
ajudam a manter a homeostasia do volume e da composição 
do sangue. 
 URETER 
 É composto por dois, que transporta a urina da pelve renal 
para a bexiga urinária. 
 As paredes musculares dos ureteres geram contrações 
peristálticas para empurrar a urina para a bexiga urinaria, 
mas a pressão hidrostática e a gravidade também são 
fatores contribuintes. 
 Os ureteres possuem 25 a 30 cm de comprimento, sendo 
tubos estreitos de paredes espessas, localizados 
retroperitoneais. 
 A medida em que a bexiga se enche de urina, a pressão no 
seu interior comprime as aberturas para os ureteres, 
impedindo o refluxo da urina, e quando essa válvula fisiológica 
não está funcionando de forma correta, é possível que 
microrganismos presentes na bexiga passem para os 
ureteres, gerando infecção no rim. 
 É composto por túnica mucosa, com epitélio de transição e 
lâmina própria, colágeno, fibras elásticas e tecido linfático. 
 Esse epitélio de transição possui capacidade de se 
distender quando o órgão precisa acomodar um volume 
variável de líquido. 
 Na maior parte do comprimento, é composto por túnica 
muscular, com camadas longitudinais internas e circulares 
ternas de fibras de músculos liso. 
 O revestimento superficial é a túnica adventícia, com vasos 
sanguíneos e linfáticos, e nervos que suprem a túnica 
musculare a mucosa. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
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 BEXIGA 
 É um órgão muscular oco e distensível localizado na cavidade 
pélvica. 
 Nos homens está mais anterior ao reto e nas mulheres, 
anterior a vagina e inferior ao útero, sendo menores por 
conta que o útero ocupa menos espaço. 
 Quando está distendida, é esférica e quando vazia, possui 
formato achatado. A capacidade média é de 700 a 800 ml. 
 No assoalho da bexiga possui o trígono da bexiga, sendo uma 
pequena área triangular que nos cantos posteriores possui 
dois óstio dos ureteres. 
 
 É formado pela túnica mucosa, com epitélio de transição e 
lâmina própria, semelhante do ureter, para possibilitar o 
estiramento. 
 Em torno da túnica mucosa, está a túnica muscular, chamada 
também de músculo detrusor da bexiga. 
 Em torno da abertura da uretra, as fibras musculares 
formam o músculo esfíncter interno da uretra, e abaixo dele 
está o músculo esfíncter externo da uretra, composto por 
músculo esquelético. 
 A parte mais superficial é a túnica adventícia, com tecido 
conjuntivo areolar contínuo com o do ureter. 
 Na face posterior, está a túnica serosa, uma camada de 
peritônio visceral. 
 URETRA 
 É um pequeno tubo que vai desde o óstio interno da uretra no 
assoalho da bexiga até a parte exterior do corpo. 
 Nos homens e mulheres é a parte terminam do sistema 
urinário, sendo a via para a descarga da urina do corpo, e nos 
homens, também libera o sêmen. 
 Nos homens, primeiro atravessa a próstata, depois o músculo 
transverso profundo do períneo e por último, o pênis. 
 É composta por túnica mucosa profunda e túnica 
muscular superficial, sendo subdividida em: parte 
prostática, membranácea e esponjosa. 
 Nas mulheres, está mais posterior a sínfise púbica, com 
comprimento de 4 cm. 
 O óstio externo da uretra é a abertura exterior, 
localizada entre o clitóris e a abertura vaginal. 
 A parede da uretra é constituída por túnica mucosa 
profunda composta por epitélio e lâmina própria. 
 Perto da bexiga contém epitélio de transição, e perto do 
óstio externo é composto por epitélio pavimentoso 
estratificado não queratinizado ou colunar 
pseudoestratificado. 
 A túnica muscular são fibras de músico liso continua com 
a bexiga urinária. 
2) ENTENDER A ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
 A infecção do trato urinário (ITU) compreende a colonização 
bacteriana da urina e infecção de várias estruturas que 
formam o aparelho urinário. 
 O termo infecção urinária engloba vários processos bem 
definidos, inclusive bacteriúria assintomática, infecções 
sintomáticas, infecções urinárias baixas (cistite = infecção da 
bexiga) e altas (pielonefrite = + grave = infecção do 
parênquima e da pelve renais). 
 As ITU estão entre as infecções bacterianas mais comuns, 
com alta recorrência. 
 É a principal causa de internações, podendo ser uma infecção 
de comunidade ou hospitalar. 
 Trata-se de uma doença de crianças, mulheres jovens e 
idosos. 
 As crianças são as que apresentam maior risco em 
adquirir lesões graves e, eventualmente, com episódios 
repetidos e quando de acometimento bilateral e 
associado a alterações como refluxo vesicoureteral 
(RVU) maciço, processos obstrutivos ou outros fatores 
de risco, evoluir com hipertensão arterial e doença renal 
crônica. 
 Para que se possa evitar tal evolução, é necessário 
identificar as bactérias virulentas e os indivíduos 
suscetíveis. 
 A ITU surge em ambos os sexos e em todas as idades. 
 Nos jovens, é 20 a 30 vezes mais frequente na mulher que 
no homem. Sendo nos homens mais comum nos extremos da 
vida e, nas mulheres, aumentam com a idade. 
 A bacteriúria assintomática ocorre em 1 a 2% dos recém 
nascidos, sendo o sexo masculino mais acometido que o 
feminino e não circuncidados apresentando risco ainda maior. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
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 Depois do 1º ano de vida, as ITU são mais frequentes em 
meninas (1,2%), com prevalência entre 5 e 18 anos e 0,03% 
em meninos. 
 A frequência cumulativa de bacteriúria assintomática em 
mulheres jovens é de 5%, aumentando 1% a cada década, 
com acentuações no início da atividade sexual e na gravidez, 
variando nesta de 2 a 6%, com prevalência entre 3 e 7%, a 
partir dos 16 anos. 
 Infecções associadas ao cateter são muito frequentes e 
ocorrem em qualquer idade, devendo-se seguir normas 
estritas quanto a sua indicação e cuidados em sua manutenção 
para minimizar os riscos. 
 FISIOPATOLOGIA 
 Define-se infecção bacteriana pela localização e multiplicação, 
no trato urinário, de bactérias obtidas na cultura de urina, na 
maior parte das vezes com contagem ≥ 105 UFC/mℓ de 
urina. 
 A infecção é facilitada por diversas condições que impedem a 
eliminação dos agentes patogênicos do sistema urinário por 
meio do fluxo urinário, alteram as propriedades protetoras do 
revestimento de mucina das vias urinárias, anulam a função 
protetora da flora bacteriana normal ou deprimem a função 
do sistema imune. 
 A virulência do agente patogênico está relacionada com sua 
capacidade de ter acesso e proliferar nas vias urinárias, 
aderir aos tecidos do sistema urinário superior ou inferior, 
evitar os efeitos destrutivos do sistema imune do hospedeiro 
e desenvolver resistência aos antimicrobianos. 
 A maioria das infecções do sistema urinário inferior não 
complicadas é causada por vários patógenos como Escherichia 
coli (principal agente na comunidade), Klebsiella pneumoniae, S. 
saprophyticus, Proteus sp, Enterococcus sp e Pseudomonas 
(os 2 últimos + comum em ambiente hospitalar). 
 Sendo a maioria por bactérias que entram pela uretra 
(via ascendente). 
 Também podem invadir o organismo a partir da corrente 
sanguínea, geralmente nos pacientes imunossuprimidos e 
nos recém-nascidos (via hematogênica). 
 A urina formada nos rins e encontrada na bexiga 
normalmente é estéril ou isenta de bactérias, e isso é 
atribuído ao FENÔMENO DE ELIMINAÇÃO, por meio do qual a 
urina da bexiga normalmente elimina as bactérias por 
“lavagem” da uretra. 
 Quando ocorre infecção urinária, isso geralmente se deve às 
bactérias que colonizaram a uretra, a vagina ou a região 
perianal. 
 Dessa forma, os fatores de risco para infecção urinária são: 
 Infecção urinária prévia; 
 Atividade sexual com um novo parceiro, mulheres 
sexualmente ativas e pós menopausa; 
 Alterações da flora vaginal por modificação do pH; 
 Obstrução e refluxo urinário; 
 Homens com doenças da próstata e nos idosos. 
 Instrumentação e cateterização das vias urinárias; 
 Pacientes diabéticos. 
 INTERAÇÕES PATÓGENO-HOSPEDEIRO: infecções urinárias são 
mais comuns em mulheres do que homens e, especificamente, 
mulheres jovens sexualmente ativas correm o risco mais 
elevado. 
 Nos homens, o maior comprimento da uretra e as 
propriedades antibacterianas do líquido prostático, que 
contém imunoglobulinas (IgA e IgG), conferem alguma 
proteção contra infecções urinárias ascendentes. 
 Quando homens apresentam infecções urinárias, 
tipicamente desenvolvem complicações relacionadas com 
prostatite aguda. 
 Nos adultos de idade avançada com cateteres urinários 
de demora, há formação de biofilme (agregado de células 
de microrganismos) e promoção de crescimento 
bacteriano. 
 DEFESAS DO HOSPEDEIRO: No desenvolvimento de uma 
infecção urinária, as defesas do hospedeiro são contrapostas 
à virulência do patógeno. As da bexiga são: 
 Fenômeno de eliminação, por meio do qual as bactérias 
são removidas da bexiga e da uretra durante a micção; 
 Revestimento vesical, que ajuda a formar uma barreira 
de proteção contra invasão bacteriana 
 Reação imune do organismo: 
 Os mecanismos imunes, especialmentea IgA 
secretória, parecem oferecer defesas 
antibacterianas importantes. 
 As células fagocitárias também ajudam a erradicar 
bactérias do sistema urinário. 
 Flora normal das regiões periuretrais das mulheres, 
que inclui microrganismos como os lactobacilos, 
confere defesa contra colonização por patógenos 
urinários bacterianos. 
 As alterações do ambiente periuretral, inclusive as 
que ocorrem com a redução do nível de estrogênio 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 5 
durante a menopausa ou o uso de antibióticos, 
podem modificar a flora protetora e possibilitar que 
patógenos urinários colonizem e tenham acesso ao 
sistema urinário. 
 Nos homens, o líquido prostático tem propriedades 
antimicrobianas que evitam colonização da uretra. 
 RESUMINDO FATORES BIOLÓGICOS: Fatores 
antibacterianos na urina e na mucosa vesical contribuem 
para uma maior proteção contra bactérias 
uropatogênicas: IgA secretória, pH ácido, concentração 
de ureia, osmolalidade e vários ácidos orgânicos evitam a 
multiplicação da maioria das bactérias no trato urinário. 
 Anormalidades hormonais e metabólicas, cmo 
gravidez, diabetes melito e diminuição de estrógenos 
em pacientes idosas, representam fatores para 
maior incidência e recorrência da ITU. 
 VIRULÊNCIA DOS PATÓGENOS (fatores bacterianos): existem 
fatores que ajudam os microrganismos a evitar as defesas 
do hospedeiro e a produzir doenças. 
 Apenas as bactérias que mostram mais capacidade de 
adesão às células epiteliais do sistema urinário conseguem 
causar infecção urinária. 
 Estirpes (tipos) da Escherichia coli, como antígenos 
somáticos (O), flagelares (H) e capsulares (K), estão 
associados ao desenvolvimento de pielonefrite, e essas 
são conhecidas como E. coli uropatogênicas (EPEC ou 
ECUP). 
 Essas bactérias têm filamentos proteicos finos, 
denominados pili ou fimbrias (tipos L e P), que promovem 
a colonização ao ajudar essas bactérias a ADERIR a 
receptores no revestimento de estruturas do sistema 
urinário. = são filamentos proteicos que existem na 
superfície de bactérias Gram-negativas uropatogênicas. 
 Neutrófilos não têm receptores de pili P, por isso as 
bactérias com pili P são resistentes à fagocitose. A 
resposta do hospedeiro aos pili P via TLR-4 é 
exacerbada, resultando em liberação de citocinas 
inflamatórias. 
 As cepas com pili do tipo I apresentam maior afinidade 
por aderência e conseguem formar inclusões 
semelhantes a biofilmes. 
 RESUMINDO: observou-se a capacidade da proteína de 
TammHorsfall e de receptores uroteliais celular de 
impedir a aderência da E. coli tipo fimbriada, o que 
constitui eficiência defesa contra a ITU causada por 
bactérias uropatogênicas. Pacientes não secretores de 
antígenos do grupo sanguíneo ABO mais frequentemente 
apresentam cistite recorrente (+ 3 episódios/ano). 
 Mulheres e crianças com o fenótipo do grupo 
sanguíneo P1 apresentam risco aumentado para 
pielonefrite recorrente, já que as células 
uroepiteliais dessas pacientes exibem aumento da 
aderência das ECUP em relação às não secretoras, 
com reações inflamatórias e imunológicas. 
 OBSTRUÇÃO E REFLUXO: São fatores que contribuem para o 
desenvolvi’mento das infecções urinárias. Todos os 
microrganismos que entram na bexiga normalmente são 
eliminados durante a micção. 
 Quando a drenagem urinária está OBSTRUÍDA, a urina 
permanece na bexiga e funciona como meio favorável à 
proliferação de microrganismos. 
 Dessa forma, os microrganismos na urina contaminada 
podem ascender ao longo dos ureteres e infectar os 
rins. 
 A existência de urina residual correlaciona-se 
diretamente a bacteriúria e sua recidiva depois do 
tratamento. 
 Outra consequência da obstrução da drenagem vesical e 
da distensão da bexiga é o aumento da pressão 
intravesical, que comprime os vasos sanguíneos da 
parede do órgão e deprime as defesas da mucosa vesical. 
 As infecções urinárias associadas à estase da urina, a 
obstrução pode ser: 
 Anatômicas: cálculos urinários, hiperplasia 
prostática, gestação e malformações da junção 
ureterovesical. 
 Funcionais: bexiga neurogênica, micções 
infrequentes, instabilidade do músculo detrusor 
(vesical) e constipação intestinal. 
 O REFLUXO ocorre quando a urina proveniente da uretra 
entra na bexiga (refluxo uretovesical). Nas mulheres, 
pode ocorrer durante atividade como tossir ou se 
agachar, por que aumentam a pressão intra-abdominal e 
fazem com que a urina seja comprimida para dentro da 
uretra e, em seguida, reflua para a bexiga à medida que 
a pressão diminui. 
 Também pode acontecer quando a micção é interrompida 
subitamente. 
 Como o orifício uretral geralmente está contaminado por 
bactérias, o mecanismo de refluxo pode possibilitar que 
refluam para dentro da bexiga. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 6 
 Outro tipo de mecanismo de refluxo, vesicoureteral, 
ocorre nos níveis da bexiga e do ureter. 
 Em condições normais, a parte distal do ureter estende-
se entre a camada muscular e a superfície mucosa da 
parede da bexiga, formando um flap/retalho. Durante a 
micção, a pressão intravesical alta comprime o flap 
contra a parede da bexiga e fecha seu lúmen. 
 Nos indivíduos com refluxo 
vesicoureteral, o ureter 
entra na bexiga 
praticamente em ângulo 
reto (sem flap), de modo 
que a urina é forçada a 
entrar no ureter durante 
a micção. 
 Isso ocorre mais nas crianças com infecção urinária e 
parece resultar anomalias congênitas de comprimento, 
diâmetro, estrutura muscular ou inervação do segmento 
submucoso do ureter. 
 O refluxo vesicoureteral também ocorre nos adultos com 
obstrução da via de saída de bexiga, basicamente em 
consequência dos aumentos do volume e da pressão 
intravesicais. 
 RESUMINDO FATORES DO HOSPEDEIROS: A maior 
prevalência da ITU é em mulheres em relação ao início e 
à maior atividade sexual e à utilização de espermicidas. O 
uso pregresso inadequado ou necessário de antibióticos 
altera a microflora vaginal normal constituída 
principalmente de lactobacilos e estafilococos, que 
estabelecem proteção à infecção com uropatógenos, 
facilita a colonização vaginal pela E. coli. Nos homens, o 
maior comprimento da uretra, a maior fluxo urinário e, 
também o fator antibacteriano prostático contribuem 
para uma menor incidência de ITU. A disfunção miccional, 
promovendo esvaziamento vesical incompleto, e a 
constipação intestinal, comprimindo e alterando o 
funcionamento normal da bexiga, favorecem a 
recorrência da ITU. Qualquer condição congênita ou 
adquirida, em ambos os sexos, orgânica ou funcional, que 
promova em maior ou menor grau, estase da urina deve 
ser investigada, para que possa diminuir o risco de lesões 
futuras. 
 IINFECÇÃO NDUZIDA POR CATETER: cateteres urinários são 
tubos de látex ou plástico introduzidos pela uretra até a bexiga 
com a finalidade de drenar urina. Eles causam irritação da 
uretra e constituem um meio de acesso dos microrganismos 
ao sistema urinário. 
 A bacteriúria associada ao uso de cateter ainda é a causa 
mais comum de infecção em pacientes hospitalizados. 
 As bactérias aderem à superfície do dispositivo e 
estimulam a formação de uma biopelícula ou biofilme, que 
então recobre sua superfície, e tende a proteger as 
bactérias da resposta do hospedeiro e da ação dos 
antibióticos, o que dificulta o tratamento. 
 Um sistema de drenagem fechada (impede a entrada de 
ar e outras fontes de contaminação) e a atenção 
cuidadosa com a higiene perineal (limpeza da região em 
torno do meato uretral) ajudam a evitar infecções nos 
pacientes que precisam usar cateter urinário de longa 
permanência. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 As manifestações clínicas da ITU dependem de a infecção 
alcançar as vias urinárias inferiores (bexiga = cistite) ou 
superiores (rins= pielonefrite), e de ser aguda ou crônica. 
 Bacteriúria assintomática: há 2 uroculturas positivas, com o 
mesmo agente >10 UFC (unidades formadoras de colônia); 
 O episódio agudo de cistite caracteriza-se por sintomas 
baixos, como desconforto na região abdominal baixa ou no 
dorso, ardência e dor ao urinar (disúria), polaciúria, hemáturia. 
Em alguns casos, a urina fica turva e com odor fétido. 
 Em crianças com menos de 2 anos, as manifestações 
são tipicamente inespecíficas. 
 Nos adultos, geralmente não há febre nem outros sinais 
de infecção. 
 PIELONEFRITE: além dos outros sintomas já citados, o paciente 
vai ter febre, dor lombar (gravidadade = Giordano +), vômitos 
e náuseas. 
 DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico de uma infecção urinária baseia-se nos 
sintomas, exame físico, e nos exames de urina para mostrar 
a existência de microrganismos. 
 Os exames de urina são realizados para revelar bactérias na 
urina e diagnosticas infecção urinária. 
 Excepcionalmente, há necessidade de obtenção da 
primeira urina da manhã, como na suspeita de contagens 
bacterianas baixas (Staphylococcus saprophyticus) ou 
bacteriúria assintomática. 
 Nos pacientes sintomáticos, a urina coletada em qualquer 
período do dia é satisfatória para realização da urinálise 
e da cultura. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 7 
 Um critério diagnóstico amplamente aceito de infecção 
urinária é a detecção de 100.000 unidades formadoras 
de colônia (UFC) ou mais bactérias por mililitro (μℓ) de 
urina. 
 A cultura de urina pode ser efetuada para confirmar se 
há bactérias patogênicas nas amostras de urina, 
viabilizar sua caracterização e determinar sua 
sensibilidade aos antibióticos específicos. 
 A amostra de 
urina pode ser 
examinada com 
fita reagente 
ou microscopia 
óptica a 
procura de 
biomarcadores 
de infecção: 
pesquisa de nitrito e de esterase leucocitária. 
 São testes relativamente baratos, fáceis de realizar e 
podem ser empreendidos no contexto ambulatorial. 
 As bactérias reduzem os nitratos da urina a nitritos, 
fornecendo um substrato para análise bioquímica. Os 
testes para nitritos podem ser negativos quando o 
agente etiológico não decompõe nitratos (enterococos ou 
S. saprophyticus. 
 Os leucócitos ativados secretam esterase leucocitária 
que pode ser detectada por testes químicos. 
 TRATAMENTO 
 Para escolha do tratamento deve-se avaliar o estado geral do 
paciente, se o quadro clínico é mais sugestivo de cistite ou 
pielonefrite e presença ou não de sonda vesical. Outra 
consideração é o fato de a infecção ser aguda, crônica ou 
recidivante. 
 Pacientes com pielonefrite em que não seja indicada 
internamento, deve receber a 1ª dose do antibiótico 
endovenoso ainda no serviço de emergência, seguindo as 
outras doses ambulatorialmente; 
 Deve-se realizar o teste de gravidez em mulheres com 
sintomas de ITU, pois o tratamento em gestantes é 
diferenciado. 
 A maioria das infecções urinárias baixas agudas, que 
acometem principalmente mulheres e geralmente são 
causadas por E. coli, é tratada eficazmente com um ciclo 
breve de antibiótico. 
 As infecções urinárias baixas recidivantes são as que 
recorrem depois do tratamento e são causadas por 
persistência das bactérias ou por reinfecção, podendo 
ser curada com a remoção da fonte de infecção 
(cateter urinário ou cálculos vesicais infectados). 
 As infecções urinárias crônicas são mais difíceis de tratar, 
como geralmente estão associadas à uropatia obstrutiva ou 
ao refluxo urinário, os exames complementares são realizados 
frequentemente para detectar essas anormalidades. 
 
 
3) ESTUDAR COMO PODEMOS PREVINIR DA INFECÇÃO URINÁRIA 
 Em qualquer tipo de ITU, complicada ou não complicada, o 
manejo envolvendo a terapêutica inclui não somente aderência 
ao tratamento antimicrobiano, mas também medidas 
comportamentais para auxiliar no processo de cura e na 
diminuição das recorrências: 
 Aumento da ingesta líquida; 
 Micções frequentes e completas, objetivando o 
esvaziamento completo da bexiga, com micções em dois 
tempos, principalmente em crianças com refluxo 
vesicoureteral (RVU) ou nos pacientes em que se detecta 
resíduo pós-miccional 
 Regularização dos hábitos intestinais na ocorrência de 
constipação intestinal, tornando possível um melhor 
esvaziamento vesical; 
 Evitar banhos de espuma e com adição de produtos 
químicos, com higiene íntima adequada; 
 Esvaziamento vesical antes de ir para o leito à noite e 
após o ato sexual nas mulheres sexualmente ativas. 
REFERÊNCIAS 
 TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016. 
 NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2021. 
 RIELLA, Miguel C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios 
Hidroeletrolíticos, 6ª edição. Rio de Janeiro Grupo GEN, 2018.

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