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INSTITUTO DE BIOLOGIA Neurociências para a Fonoaudiologia Estudo Dirigido - Aprendizagem e Memória 01. O que é aprendizagem? É um processo, de mudança de comportamento decorrente da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. Sendo assim, segundo a neurociência, a aprendizagem acontece quando o estudante consegue resgatar uma memória e aplicá-la de forma inovadora e criativa na resolução de problemas. Ainda neste processo, o aluno alinha os estudos à vivência, à imaginação e à necessidade de fazer diferença na sociedade e no mundo. 02. O que é memória? É a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro, seja externamente, em dispositivos artificiais. Também é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Ela é oriunda da formação de conexões pelos neurônios ou células nervosas no cérebro. As quais são ligadas pelas sinapses. Memória é o processo pelo qual esses conhecimentos são codificados, armazenados e posteriormente evocados. Memória é a retenção de um aprendizado. 03. Defina memória implícita e explícita. Memória implícita é um tipo de memória no qual as experiências passadas auxiliam o desempenho de uma tarefa sem que haja consciência destas experiências anteriores. Memória explícita - quando sabemos que uma determinada tarefa envolve memorização e fazemos esforços conscientes para memorizar imagens, palavras ou textos acionamos a memória explícita. Memória implícita - quando não temos consciência do processo de memorização usamos a memória implícita. Memória implícita: Estratégias, aprendizagem motor (ou de procedimentos) (Gânglios da base, Cerebelo, Amigdala, Córtex frontal. Memória explícita: Fatos, dados (ou declarativa) (Hipocampo, Córtex temporal). 04. Defina e exemplifique aprendizado não associativo de habituação e sensitização e aprendizado associativo tipo condicionamento clássico e condicionamento operante. 05. Cite os estágios temporais da memória. Os estágios distintos da memoria são: codificação, armazenamento (ou consolidação) e recuperação (ou recordação). 06. Defina codificação, consolidação e recuperação da memória. A memória comporta processos complexos pelos quais o indivíduo codifica, armazena e resgata informações. A codificação refere-se ao processamento das informações que serão armazenadas. A armazenagem, também chamada de retenção ou consolidação, é o processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registradas. Ja a a recuperação ou repescagem é o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através de associações dependentes do contexto, ativação por semelhança ou por necessidades 07. Defina amnésia e os seus diferentes tipos. Amnésia é a perda de memória que pode ser total ou parcial, constante ou episódica, temporária ou permanente dependendo das causas. • Amnésia anterógrada – o paciente não consegue se lembrar de novas informações, como coisas que aconteceram recentemente. Informações que devem ser armazenadas na memória de curto prazo desaparecem. Isso geralmente é causado por trauma cerebral (dano cerebral a partir de uma pancada na cabeça, por exemplo).No entanto, um paciente com amnésia anterógrada pode se lembrar de dados e eventos que aconteceram antes da lesão. Este efeito pode ser temporário, como em um blecaute causado por excesso de álcool. • Amnésia retrógrada – muitas vezes considerado como o oposto da amnésia anterógrada. O paciente não se lembra de eventos que ocorreram antes do trauma, mas se lembra de coisas que aconteceram depois. • Amnésia global transitória – uma perda temporária de toda a memória. O paciente com amnésia global transitória também acha muito difícil de formar novas memórias – neste caso tem amnésia anterógrada grave. Um paciente com amnésia global transitória geralmente tem uma doença vascular (um problema com os vasos sanguíneos). • Amnésia traumática – perda de memória causada por um duro golpe na cabeça, como um acidente de carro. Pessoas com amnésia traumática podem experimentar uma breve perda de consciência ou até mesmo entrar em coma. Na maioria dos casos, a amnésia é temporária – depende de quão grave é a lesão. • Psicose de Wernike-Korsakoff – este tipo de perda de memória é causado pelo abuso de álcool. A doença tende a ser progressiva – que gradualmente fica pior ao longo do tempo. Os doentes também tendem a ter problemas neurológicos, como a falta de coordenação e a perda de sensibilidade nos dedos dos pés. Ela também pode ser causada por desnutrição, estando ligada à deficiência de tiamina. • Amnésia psicogênica – este é um fenômeno muito raro. Pacientes esquecem não só o passado, mas a sua própria identidade. A pessoa acorda e de repente não tem qualquer sentido de quem ela é – mesmo se olhar no espelho, não se reconhece no próprio reflexo- (a pessoa no espelho é um estranho). Todos os detalhes da sua vida, como carteira de habilitação e cartões de crédito não fazem sentido. Este tipo de amnésia é geralmente desencadeado por um acontecimento, no qual a mente da pessoa é incapaz de lidar corretamente. Na maioria dos casos, a memória, seja lenta ou de repente, volta dentro de poucos dias. No entanto, a memória do evento em si pode nunca mais voltar completamente. • Amnésia infantil – o paciente não recorda acontecimentos desde a infância. Este tipo de amnésia pode estar associado com o desenvolvimento da linguagem. Ou é possível que algumas áreas da memória do cérebro não eram totalmente desenvolvidas durante a infância. • Amnésia pós-hipnótica – eventos durante a hipnose podem não ser recuperados. • Amnésia da fonte – a pessoa pode se lembrar de certas informações, mas não sabe como ou onde ela teve essa informação. • Fenômeno Blackout – amnésia causada por se beber demais. A pessoa não consegue se lembrar de acontecimentos durante a embriaguez. • Prosopamnesia – a pessoa não consegue se lembrar de rostos. As pessoas podem adquirir prosopamnesia ou ter nascido com isso. 08. Explique as bases moleculares do mecanismo de potenciação de longa duração no hipocampo. 09. Qual é a evidência de que processos dependentes de NMDA estão envolvidos na memória? Terje Lomo e Tim Bliss descreveram o fenômeno agora amplamente estudado de potenciação de longa duração (LTP) em uma publicação no Journal of Physiology. O experimento descrito foi conduzido na sinapse entre a via perfurante e o giro dentado no hipocampo de coelhos anestesiados. Eles foram capazes de demonstrar que uma explosão de estímulos tetânicos (100 Hz) nas fibras da via perfurante levaram a um aumento dramático e de longa duração na resposta pós-sináptica das células nas quais essas fibras fazem a sinapse no giro dentado. No mesmo ano, a dupla publicou dados muito similares gravados a partir de coelhos acordados. Essa descoberta foi particularmente interessante devido ao papel proposto para o hipocampo em certas formas de memória. 10. Qual a relação entre potenciação de longa duração e o tráfego de receptores glutamatérgicos? 11. Qual a relação entre a síntese protéica e a memória a longo prazo? Descobertas recentes sugerem que a degradação de proteínas dependentes do complexo ubiquitina-proteassoma contribui para a desestabilização “desaprender” da memória de longo prazo anteriormente consolidada, enquanto que a síntese de proteína contribui para a reestabilização “Reaprender” da memória original.
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