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Fisiologia da Tireoide e hormônios tireoidianos

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Tireoide 
 Unidade funcional da tireoide: folículo tireoidiano. 
 A glândula tireoide é formada por aproximadamente 3 milhões de folículos. 
 Lúmen: preenchido por coloide, cujo principal componente é a proteína tireoglobulina (TG) 
 Tireoglobulina (TG): contém diversos aminoácidos tirosina em sua composição 
 Nomenclatura: 
• Duas TIROSINAS recebe o nome de TIRONINA 
• Algumas dessas tirosinas podem receber um IODO. Tirosina + 1 IODO: Monoiodotirosina (MIT) 
• Algumas dessas tirosinas podem receber um segundo IODO. Tirosina + 2 IODOS: Diiodotirosina 
(DIT) 
• Essas tirosinas podem se acoplar. 
• Tironina + 3 IODOS: Triiodotironina T3 
• Tironina + 4 IODOS: Tetraiodotironina T4 
• Tironina + 2 IODOS: Diiodotironina T2 
• MIT + MIT = T2 
• MIT + DIT= T3 
• DIT + DIT= T4 
 
 Célula folicular: é uma célula polarizada – membrana basolateral e membrana apical. 
 Na membrana basolateral tem um transportador simporte NIS que vai jogar iodeto para dentro da célula, em 
troca de sódio. 
 
 Etapas da biossíntese dos HT 
1- Captação do iodeto pela NIS 
2- Efluxo do iodeto, pela pendrina (sair da célula e ir para o coloide) 
3- Oxidação do iodeto pela TPO 
4- Ligação do iodo na TG, pela TPO, formando MIT e DIT (organificação do iodo) 
5- Acoplamento, realizado pela TPO, formando T2, rT3, T3 e T3 
6- Endocitose do coloide, contendo os produtos do acoplamento 
7- Digestão da TG com liberação de iodotirosinas e iodotironinas (MIT, DIT T2, rT3, T3 e T4) 
8- Reciclagem do iodo de MIT e DIT, pela DEHAL 
9- Secreção dos HT, pelo MCT8 na membrana basolateral 
 
 
✓ Captação do iodeto pela NIS: Na membrana basolateral, entrara iodeto na célula pelo NIS (transportador 
simporte), esse iodeto (2) irá para o coloide por meio da pendrina (PDS) que está na membrana apical (proteína 
transportadora). 
✓ No coloide o iodeto será oxidado (3). O peróxido de hidrogênio funcionará como um doador de elétrons para 
oxidar o iodeto, o H2O2 virá da DUOX2, enzima na célula responsável pela formação do H2O2. Quem catalisa a 
oxidação do iodeto é a tireoperoxidase (TPO). 
✓ Uma vez que o iodeto foi oxidado, ele deve ser ligado a uma tirosina (na tireoglobulina). Esse processo é 
chamado de organificação (3) (formação do MIT e DIT). Quem catalisa a organificação também é a TPO. 
MIT: mono-iodotirosina (1 iodo + 1 tirosina) 
DIT: di-iodotirosina (2 iodos + 1 tirosina) 
✓ Depois da organificação, acontecerá o acoplamento (4) que é a junção de uma tirosina com outra tirosina 
formando uma tironina. Essa formação acontecerá no “esqueleto” da tireoglobulina, onde ficará armazenado. 
Também é realizado pela TPO. 
Processo de acoplamento: 
MIT+ MIT: T2 (2 iodos + 2 tirosinas) 
MIT + DIT = T3 triiodotironina (3 iodos + 2 tirosinas) 
DIT + DIT = T4 tetraiodotironina (4 iodos + 2 tirosinas) 
✓ (6) Endocitose do coloide, contendo os produtos do acoplamento. Formação de vesículas (contendo coloide) 
dentro das células que irão se fundir com lisossomos, digerindo (7) a tireoglobulina liberando os hormônios T2, 
rT3, T3, T4, MIT, DIT. 
✓ As células irão secretar T3 e T4 por meio do transportador MCT8 que está na membrana basolateral. 
✓ MIT e DIT não possuem função biológica, então não ocorre a secreção dessas moléculas. A célula folicular possui 
a enzima desalogenase (DEHAL) (8) que irá tirar o iodo de MIT e DIT deixando o iodo nas células foliculares para 
ser usado em outro momento (saindo pela pendrina). (9) Secreção dos HT na membrana basolateral. 
- Bócio endêmico: falta de iodo. Aumento da tireoide, pela proliferação celular. Como não tem iodo suficiente na 
alimentação, não forma HT, acarretando hipotireoidismo, aumentando os níveis de TSH, que estimula a alteração do 
epitélio e proliferação das células foliculares, causando bócio. O bócio pode acontecer também em quadro de 
hipertireoidismo (ex: doença de Graves). 
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/ 
9 
Regulação da função tireoidiana 
- Feedback positivo ou retroalimentação positiva: A resposta de um estímulo inicial irá aumentar o estímulo. 
- Feedback negativo ou retroalimentação: O estímulo inicial produziu uma resposta que irá levar a redução desse 
estímulo. 
 Aplicando no eixo da tireoide: 
- O hipotálamo, irá liberar TRH (hormônio liberador de tireotrofina), o TRH irá atuar nos tireotrofos da adeno-
hipofise, estimulando a liberação de TSH, o TSH irá estimular a liberação de T3 e T4 pelas células foliculares na 
tireoide. Se houver um aumento de T3 e T4, haverá inibição da síntese de TSH e TRH. 
 
• Hipotireoidismo primário: tireoide não funciona adequadamente 
 T4 e T3 baixos 
 TSH aumenta 
 Mesmo aumentando o nível de TSH, os HT não vão aumentar pois a tireoide não está funcionando 
adequadamente. 
 O feedback negativo está funcionando normalmente. 
 
• Hipotireoidismo secundário: Tireotrofos na adenohipófise não estão funcionando. Diminuição da secreção 
de TSH. 
 TSH baixo 
 T4 e T3 baixos 
 Se o hipotálamo estiver saudável o nível de TRH aumentará (tentando manter o feedback negativo) 
 
• Hipertireoidismo primário: Tireoide está produzindo muito T3 e T4 
 T3 e T4 aumentados 
 Diminuição de TSH (se o feedback negativo estiver funcionando, para tentar regular os níveis de HT) 
• Hipertireoidismo Secundário: Tireotrofos estão liberando muito TSH 
 TSH aumentado 
 T3 e T4 aumentados 
 TRH diminuído (se o feedback negativo estiver funcionando) 
 
• Hipo subclínico 
 Níveis normais de HT 
 TSH alto 
 Sem sintomas, tireoide começa a falhar. Para que ela mantenha a produção de T3 e T4 precisa ser 
muito estimulada, por isso o nível elevado de TSH. 
 
Reguladores das funções tireoidianas 
1- TSH: 
- Receptor do TSH fica na membrana basolateral, desencadeando 
uma serie de repostas, estimulando a síntese de HT. 
- O frio é um fator que estimula a liberação de TRH. 
- A somatostatina é um hormônio pan-inibidor. 
- Glicocorticoides podem inibir a produção de TSH. 
- O TSH se ligará ao seu receptor (TSHR), ele é acoplado a uma 
proteína Gq e Gs, ativando duas cascatas de sinalização (tanto a 
fosfolipase C, quanto cAMP, respectivamente). Ou seja, o TSH 
estimula a síntese e liberação de HT, e a proliferação de células 
foliculares. 
- Via cAMP: captação de iodo, síntese de NIS, TG e TSHR, iodação 
da TG, reabsorção do coloide, secreção de T3 e T4 e proliferação 
celular. 
- Via fosfolipase C: geração de H2O2 e efluxo do iodo. 
 
 - Caracteristicas das células foliculares em relação aos níveis de TSH 
 Normal Hipotireoidismo secundário Hiperfuncionante 
 
- Hipotireoidismo secundário: pouco TSH, células achatadas (pavimentosas), e muito coloide, para liberar 
mais T3 e T4. 
- Hiperfuncionante: muito TSH, proliferação das células foliculares, pouco coloide, células mais colunares. 
 
2- Iodo: 
- Se tiver pouco iodo na alimentação não irá formar HT, os níveis de TSH irão aumentar. 
- O TSH se liga ao receptor, aumentando a proliferação celular, surgindo o aumento da glândula = bócio. 
- Bócio endêmico: o crescimento da glândula corre em consequência do estímulo do TSH hipofisário para 
compensar a falta de síntese de HT. 
- Bócio vai ocorrer com aumento do TSH (hipertireoidismo secundário e hipotireoidismo primário). 
 
 
 
Mecanismo autorregulatório da tireoide: 
- A glândula irá tentar manter o equilíbrio, tentando manter o estoque de HT. 
- Em casos de deficiência de iodo o transporte deste é o aumentado, já em casos de maior disponibilidade, diminui 
o transporte. Independente dos níveis de TSH. 
 
 
 Iodo HT 
 
 
 
 
- O HT será transportado pela TBG (globulina carregadora de HT), TTR, Albumina, HDL. 
 
Metabolismo dos hormônios tireoidianos 
- Fígado e rins Produtos Inativos Eliminados pelas fezes 
- Desiodaçãodos hormônios: desiodases. Irão retirar um iodo do hormônio tireoidiano. 
Aminoácido selênio-cisteína, formação das desiodases. A falta de selênio pode causar disfunção tireoidiana. 
✓ D3 - Inativa o HT: converte T4 e rT3 (hormônio desativado) e converte T3 em T2. Presente em sistema nervoso, 
placenta e pele. 
✓ D1 e D2: convertem T4 em T3. Quem se liga em receptor nuclear de hormônio de tireoidiano é o T3 (possui 
ação biológica). Essas desiodases são essenciais para que os HT exerçam sua função. Localização de D1: fígado, 
rim, tireoide, SNC. 
✓ A D1 é importante exportadora de T3 para o plasma, também é capaz de inativar HT. D2: SNC, adenohipófise, 
tecido adiposo, placenta, tireoide, musculo esquelético, coração. 
✓ A D2 converte T4 em T3 para ser usada dentro da célula. 
 
 
O excesso de iodo causa um bloqueio na formação dos HT 
(efeito Wolff-Chaikoff). Mas esse efeito só funciona de 1-2 dias, 
após esse período a glândula faz um escape desse efeito, 
voltando à normalidade. 
Na clínica: Hipertireoidismo: administração de iodo, para 
bloquear a síntese/secreção de HT 
- Tireotrofo é responsivo a T4. T4 atravessa a barreira hematoencefálica, e é convertida em T3 dentro das células, 
pois é o T3 que possui função biológica (se liga ao receptor nuclear). 
- O T4 entra no astrócito por um transportador (OATP), ele possui D2, convertendo T4 em T3, esse T3 será utilizado 
pelo neurônio, pois o neurônio não possui D2, apenas D3. 
 
Mecanismos de ação dos HT 
 Ação genômica: No núcleo da célula, tem o receptor de hormônio de tireoidiano. Ele está ligado a regiões 
especificas do DNA, chamadas TRE, formando um complexo. Quando o T3 se liga ao receptor, irá ativar o 
complexo podendo ativar ou reprimir a expressão gênica. 
- Ativa: GH, síntese de ácidos graxos, enzima lipogênica Spot14, miosina. 
- Inibe: prolactina, TRH e TSH. 
 
 Ação não-genômica: a ação é mais rápida. Tanto T3 e T4 podem se ligar em uma integrina alfa-V-beta-3 que 
é uma proteína estrutural de membrana (receptor). Quando essa integrina é ativada, ela pode estimular a 
ação genômica do HT, via MAPK. Aumentar a captação de glicose, controle do transporte de cálcio e da 
remodelação da actina, modificando o citoesqueleto em vários tecidos, o rápido aumento da atividade das 
calmodulinas e dos transportadores iônicos (trocador Na+/H+, canal de Na+ e Ca2+-ATPase) nos miócitos e 
cardiomiócitos. 
 
 
Ações fisiológicas dos hormônios tireoidianos. 
• Desenvolvimento 
• Crescimento 
• Metabolismo 
• É essencial no consumo de oxigênio e no metabolismo celular de quase todos os tecidos. 
• Principal função: aumentar o metabolismo basal 
 T3: 
Ação no metabolismo basal: 
- Aumento da absorção e metabolismo de glicose. 
- Aumento da geração de calor. 
- Aumento do uso de ATP. 
- Hipotireoidismo: vasoconstrição periférica, palidez. Não realiza a termogênese (é intolerante ao frio, pois 
não consegue regular a temperatura). 
- Hipertireoidismo: vasodilatação periférica, pele avermelhada e umedecida. Muita termogênese 
(intolerância ao calor). 
 
Ação no sistema respiratório: 
- Aumento da frequência respiratória em repouso 
- Aumento da resposta ventilatória à hipercapnia e hipóxia 
- Aumento do volume-minuto na respiração 
- Aumento de hematócrito (EPO) 
 
Ação nos lipídeos: 
- Maturação de pré-adipócito em adipócito 
- Lipólise (principalmente) e lipogênese no tecido adipose, fígado e glândula mamária 
- Síntese/degradação (principalmente) de colesterol 
- Aumenta nº de receptores de LDL 
Hipotireoidismo: aumento de colesterol total e LDL 
 
Ação nas proteínas: 
 -Síntese/degradação de proteínas (influencia no crescimento) 
Hipertireoidismo: catabolismo acelerado. 
Ação nos Carboidratos: 
- Gliconeogênese - fígado (hiper) 
- Aumenta a absorção intestinal de glicose 
- Entrada de glicose nas células - 
- Síntese de GLUT4 
Ação no sistema cardiovascular: 
- Aumento de frequência e débito cardíaco 
- ↑ HT - efeito sobre força de contração. 
- ↑↑↑ HT - ↓ força de contração por catabolismo proteico. 
Ação no tecido ósseo 
- Velocidade de crescimento esquelético em crianças 
- Remodelação óssea – síntese/reabsorção óssea 
- ↑↑↑ HT – Osteoporose: Encurta o tempo entre formação e reabsorção 
- Cretinismo: hipotireoidismo congênito não tratado. 
Ação no Sistema Nervoso Central 
- Embrionário: multiplicação celular e a sinaptogênese (formação de sinapse) no SNC, mielinização neuronal 
- No período neonatal: sinaptogênese.

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