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Aula 03 - Teniose e Cisticercose - P2 - Vinícius

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Teníase e Cisticercose
P2 – Parasitologia MédicaRaissa Fidelis - XLVI
2
Introdução 
Classe Cestoda: grupo de parasitos, hermafroditas, de tamanhos variado, encontrados em animais vertebrados. 
Corpo achatado dorsoventralmente, órgãos na extremidade mais estreita, sem sistema digestório. 
Os cestoides mais frequentemente encontrados parasitando os humanos pertencem à família Taenidade, na qual são destacados Taenia solium e Taenia saginata. 
Estas espécies são responsáveis por teníase-cisticercose. 
Morfologia 
T. saginata e T. solium: corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo. 
Cor branca leitosa. 
Escólex: órgão de fixação do cestode à mucosa do intestino delgado humano. 
Colo: porção mais delgada do corpo na qual as células do parênquima estão em intensa atividade de multiplicação. 
Estróbilo: é o restante do corpo do parasito. Inicia-se logo após o colo. 
Ovos 
Esféricos, morfologicamente indistinguíveis, medindo cerca de 30mm de diâmetro. 
Cisticerco
O cisticerco da T. solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginação no seu interior, um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo. 
Biologia 
T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado humano.
Cisticerco da T. solium: encontrado nos tecidos subcutâneo, muscular, cardíaco e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. 
Cisticerco da T. saginata: encontrado nos tecidos dos bovinos. 
T. solium para os suínos!!
T. saginata para os bovinos!!
Ciclo Biológico
Os seres humanos parasitados eliminam as proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior. 
As proglotes se rompem no meio externo por efeito da contração muscular ou da decomposição de suas estruturas, o que libera milhares de ovos no solo. 
RESUMO (TENÍASE): Homem ingere carne infectada (cisticercos) → verme adulto no intestino → ovos e proglotes nas fezes → boi e porco contaminados → cisticercos no músculo. 
RESUMO (CISTICERCOSE): Homem ingere ovos e proglotes → cisticercos disseminados no SNC, musculo, olhos, etc. 
1. Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos (larvas de tênia).
2. No intestino, a larva se liberta, fixa o escólex, cresce e origina a tênia adulta.
3. Proglotes maduras, contendo testículos e ovários, reproduzem-se entre si e originam proglotes grávidas, cheias de ovos. Proglotes grávidas desprendem-se unidas em grupos de 2 a 6 e são liberados durante ou após as evacuações.
4. No solo, rompem-se e liberam ovos. Cada ovo é esférico, mede cerca de 30 mm de diâmetro, possui 6 pequenos ganchos e é conhecido como oncosfera. Espalham-se pelo meio e podem ser ingeridos pelo hospedeiro intermediário.
5. No intestino do animal, os ovos penetram no revestimento intestinal e caem no sangue. Atingem principalmente a musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e coração.
6. Cada ovo se transforma em uma larva, uma tênia em miniatura, chamada cisticerco, cujo tamanho lembra o de um pequeno grão de canjica. Essa larva contém escólex e um curto pescoço, tudo envolto por uma vesícula protetora.
7. Por autoinfestação, os ovos passam para a corrente sanguínea, desenvolvem-se em cisticercos (larvas) em tecidos humanos, causando uma doença, a cisticercose, que pode ser fatal.
Transmissão – Teníase 
O hospedeiro definitivo (ser humano) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina crua ou mal cozida, infectada respectivamente pelo cisticerco de cada espécie de Taenia. 
A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium eliminados nas fezes de portadores de teníase. 
Autoinfecção externa: portadores de T. solium eliminam proglotes e ovos levando-os à boca pelas mãos contaminadas ou pela coprofagia. 
Autoinfecção interna: vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T.solium no estômago. 
Heteroinfecção: humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium (fezes). 
Patogenia e sintomatologia 
Geralmente pessoas são infectadas com mais de uma tênia (solitária ??). 
T. solium ou a T. saginata podem causar:
1) Fenômenos tóxicos alérgicos por substâncias excretadas;
2) Hemorragias pela fixação da mucosa, destruindo o epitélio;
3) Inflamação com infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de muco. 
Cisticercose 
É uma doença pleomórfica (capacidade de assumir diversas formas).
O cisticerco pode alojar-se em diversos locais, como:
1) Tecidos musculares ou subcutâneos;
2) Glândulas mamárias (mais raramente);
3) Bulbo ocular;
4) Sistema nervoso central. 
Diagnóstico – Teníase 
Diagnóstico clínico difícil.
Maioria dos portadores são assintomáticos ou possuem sintomas similares a outras parasitoses intestinais. 
Detecção de ovos (não diferencia as duas espécies) ou proglotes (método de tamisação, identifica a espécie) nas fezes. 
Método de fita adesiva.
PCR é sensível e possibilita o diagnóstico específico das tênias. 
Tamização – lavagem em peneira fina – de todo o bolo fecal – recolher as proglotes existentes e identifica-las pela morfologia da ramificação uterina. 
Os antígenos podem ser detectados na qualidade de ovos nas fezes. 
Os coproantígenos são testes com bases em ELISA. 
Diagnóstico – Cisticercose 
A cisticercose muscular ou subcutânea em geral é assintomática. 
Os cisticercos instalados desenvolvem reação local, tornando uma membrana adventícia fibrosa. 
Com a morte do parasito há tendência à calcificação. 
Clínica + neuroimagem + testes sorológicos + LCR (análise do liquor) + história de exposição. 
Pesquisa-se o parasito por meio de observações anatomopatológicas de biópsias, necrópsias e cirurgias.
O cisticerco pode ser identificado ainda em exame oftalmoscópico de fundo de olho, caso o paciente desenvolva a forma ocular. 
NEUROCISTICERCOSE: clínica + testes sorológicos + LCR (pleocitose, eosinofilomaquia – presença de eosinófilos no líquor – e positividade para reação de complemento) + história de exposição. 
Epidemiologia
As tênias são encontradas em todas as partes do mundo em que a população tem o hábito de comer carne de porco ou de boi cruz ou malcozida. 
De acordo com os hábitos alimentares de determinadas populações, a teníase pode ser mais comum ou rara. 
Profilaxia 
A teníase é uma doença infecciosa potencialmente erradicável. 
Inspeção das carcaças nos matadouros dos grandes centros são praticadas (ministério da agricultura) com o objetivo de: 
1) Liberação de carnes adequadas para o consumo da população;
2) Tratamento especial para as carcaças com cisticerco (defumação, refrigeração e salgar);
3) Rejeição total para o consumo humano. 
Critérios para aproveitamento de uma carcaça:
1) Somente poderá ser aproveitada após o tratamento pelo frio (-15°C por 15 dias), pelo calor (temperatura mínima de 60°C) e pela salga (temperatura de 10°C). 
Se houver mais de 20 cisticercos, deverá ser descartada. 
Métodos definitivo para profilaxia:
1) Impedir o acesso do suíno e do bovino às fezes humanas. 
Melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto ou fossa;
Tratamento dos casos humanos nas populações-alvo;
Instruir um serviço regular de educação em saúde, envolvendo professores primários e líderes comunitários;
Orientar a população a não comer carne crua ou malcozida;
Estimular a melhoria do sistema de criação de animais;
Inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros.
Tratamento 
Teníase 
T. solium ou T. saginata: albendazol, nicosamida, clorossalicilomida e o praziquantel. 
Nicosamida: imobilização da tênia, facilitando a sua eliminação com as fezes. 
Tratamento - Neurocisticercose 
Praziquantel e albendazol: tem sido considerado eficazes na terapêutica etiológica da neurocisticercose. 
Albendazol é mais eficaz que praziquantel na redução do número de cisticercos. 
Tratamento farmacológico: destruição simultânea de múltiplos cisticercos, controlando um eventual surgimento de reação inflamatória com corticosteroides. 
D1-D2 e D3 – 1comprimido de albendazol / D4 – 2 comprimidos.
Tratamento!!
Utilização de antiparasitários:
1) Doença ativa;
2) Sintomáticos;
3) Pacientes com células viáveis, múltiplos, parenquimatosos;
4) Positividade nas provas imunológicas no LCR. 
Tratamento sintomático!
Neurocisticercose com crise epiléptica: feniltoba e carbomazequina para controle da crise. 
Sempre associar corticoide. 
Tratamento cirúrgico!
Queda na importância.
Interposição de derivação do líquor na hidrocefalia secundária à neurocisticercose. 
Remoção de cistos em topografia intraventricular ou no espaço subaracnóideo, quando exequível.

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