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APRECIAÇÃO POR TRIBUNAIS SUPERIORES DA VIOLAÇÃO DE PRINCÍPIOS PROCESSUAIS (1)

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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DE IGARASSU – FACIG 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CRIMINAIS 
 
 
 
 
 
 
APRECIAÇÃO POR TRIBUNAIS SUPERIORES DA VIOLAÇÃO DE 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IGARASSU 
2020 
 APRECIAÇÃO POR TRIBUNAIS SUPERIORES DA VIOLAÇÃO DE 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS 
 
Inicialmente, salienta-se que a presente atividade avaliativa fora solicitada pela 
professora da respectiva disciplina, instruindo o aluno a dissertar de forma clara 
e objetiva uma análise crítica a respeito do tema: “Apreciação por tribunais 
superiores da violação de princípios processuais”. 
 
INTRODUÇÃO 
Direito Processual chamado por alguns de direito adjetivo, é o ramo do 
Direito que se ocupa do processo, isto é, a série de atos com finalidade 
definida, que se identifica com o mesmo fim da jurisdição. Integra o Direito 
Público e congrega os preceitos e regras que dispõem sobre a jurisdição, que é 
o exercício da função típica do poder judiciário. 
Os princípios do Direito são definidos pelos doutrinadores tendo em 
conta a idéia de começo, germe, fonte, primeiras noções, determinação sob 
forma de lei, orientando um conjunto de fenômenos essenciais, considerado 
com alicerce da ciência do Direito. 
Na condição de regra básica, bem como de fonte do Direito, os 
princípios se constituem na estrutura central de todos os ramos do Direito em 
um sistema jurídico, o que representa dizer que se tratam de normas 
fundamentais, provendo sustentáculo estrutural ao Direito, estabelecendo o 
comportamento a ser observado nas relações jurídicas. 
Celso Antônio Bandeira de Mello (1992, p. 230) formulou o conceito 
que contém a melhor noção de princípio no âmbito jurídico, a saber: 
Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro 
alicerce dele, disposição fundamental que irradia sobre diferentes normas 
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e 
inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema 
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. 
Considerados como precedente a tudo, os princípios não se limitam 
somente à ciência jurídica, estendendo-se a toda a essência do Direito, em 
termos gerais, totais, extrapolando as fronteiras do sistema jurídico de cada 
ente estatal. 
Sendo considerado fonte do direito, os Princípios abrangem os 
fundamentos da ciência jurídica, onde os preceitos originários ou as normas 
científicas do Direito, que projetam as concepções estruturais, encontram 
suporte. 
No direito processual, como em toda a área da ciência jurídica 
autônoma, os princípios norteadores estão definidos na Constituição da 
República, circunstância que determina a sua observância na elaboração das 
normas infraconstitucionais e na aplicação do direito processual, sob pena de 
violação da própria Constituição. 
A Constituição Federal, em seu art. 93, IX, traz garantia cristalina ao impor 
que "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Por sua vez, o 
CPC/2.015 inovou para trazer em seu art. 489, § 1º, incisos I a VI, situações 
que, uma vez configuradas, implicam violação ao Princípio Constitucional da 
Fundamentação das Decisões Judiciais. 
Em verdade, tais hipóteses refletem reivindicação da doutrina no escopo de 
dar exemplos de violação ao princípio constitucional. Foi necessário tornar 
alguns exemplos, desta feita em lei, tal qual se compõe os incisos do art. 489. 
§ 1º1. 
A inovação legislativa parece ter surtido resultado prático. Nesse contexto, 
recentes julgados determinaram a anulação da decisão judicial, ao 
fundamento de violação ao art. 489, § 1º, do CPC: 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO - Execução fiscal - Decisão que indeferiu 
pedido de expedição de ofício à Delegacia da Receita Federal para 
localização do devedor. Nulidade por ausência de fundamentação. 
Configuração. Afronta aos arts. 489, §1º do CPC e 93, IX da 
CF. Possibilidade, contudo, de apreciação da questão diretamente pelo 
Tribunal, mediante aplicação analógica do art. 1.013, §3º, IV, do CPC. 
Precedente do STJ. Obtenção de informações que dependem de requisição 
judicial, o que autoriza expedição do ofício pleiteado. Recurso provido. 
No caso dos autos, diante do pedido de expedição de ofício à Receita Federal 
para obtenção de dados pessoais dos sócios da empresa, o Juízo em 
substituição ao ofício pleiteado, autorizou o Município de Lins a solicitar aos 
órgãos públicos e empresas privadas, mediante exibição da decisão ora 
atacada, informações exclusivamente a respeito do endereço da empresa, 
mediante pagamento de taxa ou preço. Não houve, portanto, qualquer 
fundamentação quanto à negativa da pretensão fazendária, o que implica 
nulidade da decisão agravada. " 
(TJSP, Agravo de Instrumento n. 2099249-60.2018.8.26.0000, Rel. João 
Alberto Pezarini, 14ª Câmara de Direito Público, j. 27/09/2018, grifou-se) 
"REIVINDICATÓRIA. NULIDADE DA SENTENÇA. MÉRITO. EXCEÇÃO DE 
USUCAPIÃO ACOLHIDA. Sentença de improcedência. Irresignação dos 
autores 1. Preliminar. Nulidade da sentença por ausência de 
fundamentação. Preliminar acolhida. Magistrado de primeiro grau que 
não enfrentou os argumentos que, em tese, poderiam infirmar a 
conclusão pela ocorrência da usucapião (art. 489, §1º, IV, CPC). 
Decretada a nulidade sentença, prosseguindo-se à análise do mérito por 
estar o processo em condições de imediato julgamento (art. 1.013, §3º, IV, 
CPC). Recurso provido em parte, para decretar a nulidade da sentença e 
julgar improcedentes os pedidos. 
De início, é caso de acolher a preliminar de nulidade da sentença por falta de 
fundamentação. Isto porque, o magistrado de primeiro grau não enfrentou os 
argumentos deduzidos pelos autores capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão pela ocorrência de usucapião. Com isso, em razão da ausência de 
fundamentação da sentença (art. 489, §1º, IV, CPC), deve ser decretada sua 
nulidade. " 
(TJSP, Apelação n. 1031803-74.2016.8.26.0114, Rel. Carlos Alberto de 
Salles, 3ª Câmara de Direito Privado, j. 07/08/2018, grifou-se) 
"SUSTAÇÃO DE PROTESTO - INSURGÊNCIA CONTRA A DECISÃO QUE 
DEIXOU DE ESTENDER OS EFEITOS DA LIMINAR ANTERIORMENTE 
CONCEDIDA AOS TÍTULOS POSTERIORMENTE INFORMADOS PELA 
AUTORA - NULIDADE POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO - A 
rejeição do pedido de extensão da liminar aos títulos apresentados a 
protesto depois da concessão da liminar de sustação de protesto, sem 
fundamentação alguma, ofende diretamente o art. 489, §1º, inciso II do 
CPC, e art. 93, inciso IX, da Constituição Federal - Decisão anulada. 
Recurso provido. 
A decisão agravada é nula, por ausência de fundamentação. A decisão foi 
proferida sem a observância do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, e 
art. 489, §1º, inciso II do Código de Processo Civil de 2015, fato que penaliza 
o conhecimento da convicção do magistrado e dificulta a exteriorização de 
eventual inconformismo da parte. Isso porque, ao indeferir a extensão da 
liminar de sustação de protesto, o MM. juiz oficiante não atribuiu nenhum 
fundamento, nem mesmo sucinto, para sua decisão. Sem motivação, a 
decisão judicial acaba por carecer da fundamentação necessária para que a 
parte prejudicada a devolva corretamente nas razões de sua insurgência a 
questão ao conhecimento deste E. Tribunal ad quem, que impede a análise 
da correção ou não do comando judicial neste grau recursal. " 
(TJSP, Agravo de Instrumento n. 2110593-38.2018.8.26.0000, Rel. Walter 
Fonseca, 11ª Câmara de Direito Privado, j. 13/09/2018, grifou-se) 
"INDENIZAÇÃO - DEMANDA AJUIZADA PELA GENITORA EM FACE DO 
ESPÓLIO DE SEU FILHO, VISANDO DISCUTIR ATOS DE EXCESSO NA 
UTILIZAÇÃO POR ELE DA CONTA CORRENTE QUE TINHAM EM 
CONJUNTO - INSURGÊNCIA CONTRA A DECISÃO QUE CONCEDEU A 
TUTELA DE URGÊNCIA POSTULADA PELA AUTORA PARA O ARRESTO, 
COMDEPÓSITO JUDICIAL, DA INDENIZAÇÃO PAGA PELO SEGURO DE 
VIDA CONTRATADO PELO DE CUJUS, EM FAVOR DE SUA ESPOSA E 
FILHOS - NULIDADE POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO - A 
concessão da tutela de urgência sem fundamentação alguma ofende 
diretamente o art. 489, §1º, inciso II do CPC, e art. 93, inciso IX, da 
Constituição Federal - Decisão anulada. Recurso provido. Isso porque, ao 
deferir a tutela de urgência para arresto da indenização paga pelo seguro de 
vida contratado pelo réu, a MM. juíza oficiante não atribuiu nenhum 
fundamento, nem mesmo sucinto, para sua decisão." 
(TJSP, Agravo de Instrumento n. 2111685-51.2018.8.26.0000, Rel. Walter 
Fonseca, 11ª Câmara de Direito Privado, j. 13/09/2018, grifou-se) 
"DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO 
ADEQUADA - VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 93, INCISO IX, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 489, § 1º, INCISO IV, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL - AGRAVO INTERNO PREJUDICADO - NULIDADE 
RECONHECIDA DE OFÍCIO. A omissão, pelo magistrado, da 
fundamentação de sua decisão com base nos elementos técnicos 
constantes dos autos, além de afrontar o inciso IX, do artigo 93, da Carta 
Magna, impossibilita à parte o seu eficaz ataque pela via recursal 
própria, inviabilizando, ainda, a aferição, no grau superior, da 
pertinência e correção do ato recorrido. Não se afigura lícito, portanto, 
estendê-la à agravante, que não integrou a relação processual do 
despejo, isso sem falar que a decisão agravada padece de 
fundamentação adequada, uma das características do processo 
contemporâneo, calcado no due process of law, representando uma 
garantia inerente ao Estado de direito, implicando maltrato a norma 
inscrita no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal que obriga sejam 
fundamentadas todas as decisões judiciais, sob pena de nulidade.Na 
verdade, só o conhecimento das razões de decidir pode permitir que os 
interessados recorram adequadamente e que os órgãos superiores 
controlem com segurança a justiça e a legalidade das decisões 
submetidas à sua revisão (José Carlos Barbosa Moreira, Temas de Direito 
Processual, segunda série, p. 86, Saraiva). Os litigantes têm o direito de 
conhecer precisamente as razões de fato e de direito que determinaram 
o sucesso ou insucesso de suas posições de tal modo que as questões 
submetidas devem ficar claramente resolvidas, sem obscuridades ou 
omissões, inclusive para proporcionar o reexame da matéria pela 
Superior Instância, verbis: "Elevada a cânone constitucional, a 
fundamentação apresenta-se como uma das características do processo 
contemporâneo, calcado no 'due process of law', representando uma 'garantia 
inerente ao Estado de direito'" (REsp. 131.899 - MG - STJ - 4ª T. - Rel. Min. 
Sálvio de Figueiredo Teixeira). A omissão, pela magistrada, na 
fundamentação de sua decisão implica ofensa ao disposto no art. 489, § 1º, 
inciso IV, do CPC não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: não enfrentar todos os 
argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão adotada pelo julgador impossibilitando a aferição, no grau superior, 
da pertinência e correção do ato judicial recorrido." 
(TJSP, Agravo Interno n. 2144249-83.2018.8.26.0000, Rel. Renato Sartorelli, 
26ª Câmara de Direito Privado, j. 13/09/2018, grifou-se) 
" Preliminar de nulidade da sentença, por ausência de fundamentação - 
Nulidade reconhecida - Ofensa ao artigo 93, inciso IX, da CF e art. 489, § 
1º, II, III e IV, do CPC - É nula a sentença genérica que não externar as 
razões do convencimento adotado, caracterizando ofensa ao princípio 
da fundamentação dos atos processuais - Preliminar acolhida, para 
anular a sentença - Recurso provido neste ponto. 
Inicialmente, cabe acolher a alegação preliminar de nulidade da sentença 
proferida, por violação da regra do artigo 93, inciso IX, da Constituição 
Federal, também do artigo 489, parágrafo 1º, incisos III e IV, do Código de 
Processo Civil. (...) 
A apelante se insurge alegando que o D. Juízo "a quo" não enfrentou as 
questões postas em debate, sendo que nada foi apresentado a respeito das 
peculiaridades do caso concreto e, conseqüentemente, os argumentos 
desenvolvidos pela ora apelante deixaram de ser apreciados. (...) 
Realmente, conforme se insurge a apelante, a r. sentença analisou de forma 
superficial e genérica os pontos conflitantes (...) 
O nosso sistema legal veda a absoluta ausência de motivação (CF, art. 
93, IX; CPC, art. 489), como se deu no caso em apreço, em que, embora 
não fosse necessário extenso relato ou extensa explanação de 
motivação, alguma motivação era de rigor. Com efeito, um dos princípios 
constitucionais norteadores do processo é a fundamentação das decisões 
judiciais. Tal determinação constitucional visa a evitar decisões arbitrárias 
por parte dos magistrados e a garantir ao jurisdicionado o direito de 
compreender os fundamentos do julgamento de seu caso. O princípio 
constitucional da fundamentação e publicidade das decisões judiciais é 
cláusula essencial ao estado democrático de direito. O princípio em comento 
encontra-se expressamente previsto no art. 93, IX, da Carta Magna (...) 
Consagrando a importância do princípio da fundamentação no ato da 
prestação jurisdicional o atual ordenamento processual civil não apenas o 
elencou como um dos requisito essenciais das decisões judiciais, mas 
expressamente tratou das hipóteses de não fundamentação, que estão 
consubstanciadas no rol exemplificativo do art. 486, §1º (...) A garantia 
constitucional da fundamentação das decisões judiciais integra o devido 
processo legal artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal. Destarte, no 
presente caso, dada a falta de fundamentação da decisão, verificou-se, 
por conseguinte, ofensa ao devido processo legal, bem como o princípio 
da fundamentação dos atos processuais, sendo de rigor, portanto, a 
anulação da sentença nos moldes pleiteados ponto. (...)" 
(TJSP, Apelação n. 1048463-35.2016.8.26.0053, Rel. Ponte Neto, 8ª Câmara 
de Direito Público, j. 12/09/2018, grifou-se) 
E, conforme já pudemos abordar o tema em outra oportunidade2, no que 
tange aos incisos V e VI, do art. 489, § 1º, os quais determinam que também 
não será considera fundamentada a decisão judicial que "(...) se limitar a 
invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se 
ajusta àqueles fundamentos" ou "(...) deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a 
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento", respectivamente, foram apontados entendimentos no sentido 
de afastar tal regra, sob a interpretação de que o dispositivo somente há de 
ser observado quanto a aplicação de precedentes "obrigatórios", tais como 
aqueles apontados no art. 927 do CPC3. 
Tal leitura não soa a que parece resistir no âmbito do STJ. Nesse contexto, é 
o recente julgado da Corte Superior: 
"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE PRECEDENTE 
QUE CORROBORA COM A TESE RECURSAL E QUE FORA UTILIZADO 
COMO RATIO DECIDENDI DA DECISÃO MONOCRÁTICA. VIOLAÇÃO AO 
ART. 1.022 DO CPC CONFIGURADA. 
1. O Diploma Processual estabelece quatro hipóteses de cabimento dos 
embargos de declaração, tratando-se de recurso de fundamentação 
vinculada, restrito a situações em que patente a existência de i) obscuridade, 
ii) contradição, iii) omissão e iv) erro material (art. 1.022). 
2. Com relação à omissão do julgado, previu, ainda, em seu parágrafo 
único, que incidirá neste vício o julgado que incorrer em qualquer das 
condutas descritas no artigo 489, § 1º, do NCPC, entre as quais se 
destaca o inciso VI - "deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a 
existência de distinçãono caso em julgamento ou a superação do 
entendimento". 
3. O acórdão recorrido, na hipótese, foi omisso, uma vez que, a despeito 
da oposição de embargos de declaração - pela ausência de manifestação 
sobre o precedente da Segunda Seção que corrobora com a sua tese 
recursal, sendo tal julgado, inclusive, utilizado como ratio decidendi da 
decisão agravada pelo Min. Relator -, não se manifestou de forma 
satisfatória sobre o ponto articulado. 
4. Mostra-se imprescindível, no caso, que o Juízo aprecie o precedente 
indicado, seja para efetuar o distinguishing, seja para reconhecer a 
superação do posicionamento (overruling), não podendo ficar silente 
quanto ao ponto. 
 
5. Embargos de declaração parcialmente providos. 
(STJ, EDcl no AgInt no AgInt no AREsp 165.721/BA, Rel. Min. Lázaro 
Guimarães (desembargador convocado do TRF 5ª Região), Rel. p/ Acórdão 
Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, j. 07/08/2018, DJe 25/09/2018) 
É evidente que não soa razoável que o julgador justifique o afastamento, um 
a um, de todos os precedentes suscitados pela parte ou, quando do emprego 
de determinado precedente, tenha que identificar cada um ao caso concreto, 
mas se espera, no mínimo, que seja destacado o fio condutor que se amolda 
ao caso concreto, as razões de decidir, a ratio decidendi ou as razões de sua 
superação. 
Embora num primeiro momento tal providência possa soar mais trabalhosa no 
desiderato de respeitar o princípio da fundamentação judicial, na forma 
prevista no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC, tal medida certamente reflete em 
melhor diálogo no seio do próprio Poder Judiciário, ciente da forma como vem 
sendo examinado, decidido e aplicado o direito, a se integrar uma jurisdição 
que se espera, seja uma. 
	INTRODUÇÃO

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