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1 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL ÍNDICE TERAPÊUTICO • ÍNDICE TERAPÊUTICO: diferença entre a dose efetiva 50 e a dose letal 50 e esse índice quantifica se o fármaco é seguro ou não → quantifica a segurança relativa de um fármaco. Tudo é tóxico, nada é tóxico. O que mata é a dosagem. Desvantagem: leva em consideração apenas a dose efetiva 50 e a dose letal 50, não consideram as inclinações das curvas dose- resposta. Precisa levar em consideração também a margem de segurança. Quando as drogas apresentam a mesma dose letal 50 significa que elas têm o mesmo índice terapêutico. EXEMPLO DE ÍNDICE DE ALGUNS FÁRMACOS: Menor que 5,0 Entre 5,0 e 10 Maior que 10 Amitriptilina Barbitúricos Paracetamol Cordiazepóxido Diazepam Propoxifeno Metadona Digoxina Nortriptilina Procainamida Imipramina Hidrato de cloral ÍNDICE TERAPÊUTICO E MARGEM DE SEGURANÇA: intervalo de concentração muito menor. Leva em consideração a dose letal 1 (dose capaz de matar apenas 1% da população testada) dividida pela dose efetiva 99 (concentração necessária para ser eficiente em 99% da população). Estudo da Taquifilaxia e Índice Terapêutico ED 50/Dose efetiva 50 → 50% da população que faz uso desse fármaco naquela dosagem, adquire a resposta desejada. LD 50/Dose letal 50 → dose capaz de matar 50% da população que consumir. TD 50/Dose tóxica 50 → dose em que 50% dos indivíduos exibem uma resposta tóxica. IT MS O que significa um fármaco de baixo índice terapêutico? Quando é menor que 5,0 significa que a dose letal é apenas 5x maior do que a efetiva, então pouca variação na dosagem pode aproximar muito o fármaco da dose letal. 𝐼𝑇 = 𝐷𝐿50 𝐷𝐸50 𝑀𝑆 = 𝐷𝐿1 𝐷𝐸99 JANELA TERAPÊUTICA • A janela é a faixa entre dose efetiva e dose que gera efeito tóxico (teto). • Janela estreita: a dose tem maior potência mas está muito próxima ao índice tóxico podendo causar efeitos adversos, portanto deve-se optar por fármacos com maior janela terapêutica, exceto em situações de emergência psiquiátrica ou que exigem uma potência maior. 2 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL VARFARINA: EXEMPLO DE FÁRMACO COM ÍNDICE TERAPÊUTICO BAIXO • À medida que a dose de varfarina aumenta, uma maior fração dos pacientes responde (para esse fármaco, a resposta desejada é o aumento de duas a três vezes na relação normalizada internacional (INR), até que finalmente todos os pacientes respondam. • Contudo, nas doses elevadas de varfarina, ocorre hemorragia devido à anticoagulação em uma pequena porcentagem de pacientes. • Fármacos com IT baixos – ou seja, fármacos para os quais a dose é crucialmente importante – são aqueles cuja biodisponibilidade altera de modo crítico o efeito terapêutico PENICILINA: EXEMPLO DE FÁRMACO COM ÍNDICE TERAPÊUTICO ALTO • Para fármacos como a penicilina, é seguro e comum administrar dose excessiva em relação àquela que é necessária minimamente para obter a resposta desejada, sem o risco de efeitos adversos. • Nesse caso, a biodisponibilidade não altera criticamente os efeitos terapêuticos ou clínicos. DESSENSIBILIZAÇÃO HOMÓLOGA X HETERÓLOGA • Quando utiliza uma droga antagonista por um período prolongado, acaba aumentando o numero de receptores, então vai ter que aumentar também a dose do medicamento para continuar fazendo efeito. Quanto mais aumenta a dose, mais vai fazer uma superssensibilização. Vai precisar de mais droga para fazer efeito e pode chegar na dose teto. Se houver uma remoção brusca do antagonista → hiperativação da via funcional → efeito rebote. • O uso crônico do agonista vai diminuir o número de receptores → Dessensibilização. • Relembrando o que é dessensibilização: DESSENSIBILIZAÇÃO/TAQUIFILAXIA: a ativação do receptor dispara um circuito de retroalimentação que desliga o receptor ou o remove da superfície celular. A resposta não pode ser contínua e permanente então para que haja um equilíbrio, a resposta trata de inibir o próprio receptor, então será necessário uma maior quantidade de sinal para ativar o mesmo receptor na mesma intensidade. Divide-se em: 3 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL Refratariedade: levando a perda da eficácia terapêutica. Tolerância: diminuição gradual do efeito do fármaco. É insidiosa. • A dessensibilização de receptores pode ocorrer por fosforilação do receptor ou por internalização do receptor (endocitose). • Na região C-terminal dos Receptores Acoplados a Proteína G (GPCRs) existem resíduos de serina e/ou treonina, que podem ser fosforilados por Proteínas Quinases (ex. PKA, PKC) resultando no bloqueio do acoplamento entre o receptor e a Proteína G. Esta fosforilação ocorre, principalmente, quando os receptores estão em seu estado ativado. • Existem 2 tipos de dessensibilização: HOMÓLOGA: Ocorre quando a fosforilação se dá no próprio receptor que ativou a proteína quinase. Quando fosforilado, forma-se um sitio de ligação a Arrestinas, que ao se ligarem, impedem o acoplamento entre o GPCR e a Proteína G, inativando-o e direcionando-o para endocitose, onde a arrestina é removida devolvendo o receptor a superfície. HETERÓLOGA: Ocorre quando a fosforilação acontece em um receptor que não foi o responsável pela ativação da quinase responsável por esta fosforilação. Isto gera a dificuldade de acoplamento entre a Proteína G e o GPCR, e não envolve Arrestinas. O receptor fica na membrana mas é inativado. OBS: a arrestina aparece na imagem na parte heteróloga mas ela não participa diretamente, apenas secundariamente, depois da dessensibilização, já na homóloga ela está diretamente ligada e já causa o efeito. TAQUIFILAXIA • Taquifilaxia é o fenômeno de rápida diminuição do efeito de um fármaco após o uso repetitivo → dessensibilização. • Mecanismos que podem dar origem a esse tipo de fenômeno: Alteração conformacional dos receptores; Perda de receptores; Depleção de mediadores; Aumento da degradação metabólica da droga; Adaptação fisiológica; Extrusão ativa da droga nas células. CASO 1 R.D.S , 18 anos, feminino, leucoderma, solteira, estudante, residente em Maceió. Arrestinas: proteínas intracelulares que bloqueiam a interação com a proteína G. 4 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL História Clínica: A paciente foi atendida na sala de emergência, queixando-se de intensa dispneia. Informou ter asma brônquica desde os seis anos de idade. Os episódios eram mais frequentes no inverno e cediam com uso da “bombinha” de aerolin ®. A presente crise se iniciou 12 horas antes, com dispneia constante, cianose de extremidades, aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax, com presença na ausculta pulmonar de murmúrios vesicular, estertores roncantes esparsos e subcreptações com predomínio nas bases pulmonares. Ao exame do precórdio, observou-se impulsão sistólica paraesternal esquerda. Havia ritmo de galope em área de ventrículo D. Na leitura do oxímetro de pulso temos: SpO2 90%. Conduta: Foi prescrito: nebulização 10 gotas de berotec® diluído em 8 ml de soro fisiológico a um fluxo de 7 litros/minuto. Porém após o termino a mesma não melhorou do quadro, e o médico decidiu administrar aminofilina 24 mg por via endovenosa em q.s.p 100 ml de soro fisiológico 60 gotas por minuto. Após a aminofilina a paciente melhorou, e recebeu alta. Situações problema do caso: 01- COMO ENTENDER A FALHA DO BEROTEC® NESTA PACIENTE. Tanto o aerolin e o berotec apresentam o mesmo receptor (beta 2) – são iguais na ação terapêutica pois agem no mesmo receptor – então vai ocorrer uma dessensibilização (homóloga). 02- QUAL CONDUTA USUAL PARA ESSES CASOS? Se usar aminofilina vai broncodilatar por outro receptor (de xantina, que não é beta-2). Entretanto, precisa tomarcuidado, pois é uma droga arrítmica. SOCRATIVE Sensibilização é quando usa antagonista; anafilaxia é uma resposta alérgica; efeito idiossincrásico são reações que não dependem de dose nem da exposição anterior do indivíduo ao fármaco. foi usada uma droga agonista se forma contínua, então sempre que tiver uso crônico de agonista será sempre feito a redução do numero de receptores, uma dessensibilização. Se fosse heteróloga seria em outro receptor. 5 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL Gabarito errado, é letra D.
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