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FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 1 Biofarmácia é a rama da farmacologia que se encarrega do estudo da influência da forma farmacêutica sobre os acontecimentos farmacodinâmicos e farmacocinéticos como consequência de sua administração. Os fármacos são moléculas quimicamente bem definidas, bem estabelecidas e que quando se introduzem no corpo chegam ao nível celular. Faz uma interação com outras moléculas para poder ordenar uma modificação nesse funcionamento celular total, o que chamamos em farmacologia de efeito farmacológico. Mecanismos de ação dos fármacos e efeitos bioquímicos-fisiológicos que desenvolvem aos fármacos Por que estudar farmacodinâmica e farmacocinética? R. Porque isso depende da ação terapêutica que atribui ao processo de administração de fármacos ao paciente. As moléculas de um fármaco interagem com outras moléculas e dessa maneira originam uma resposta e isso faz com que se tenha uma ação farmacológica. H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ Droga no sítio de ação Interação da droga com seu receptor Resposta ou efeito biológico FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 2 Os inibidores das bombas de prótons ou IBP são medicamentos que funcionam reduzindo a quantidade de ácido gástrico produzido pelas glândulas que revestem o estômago. A farmacodinâmica é capaz de identificar todas essas ações de interação da droga com o seu receptor e a resposta biológica que produz. O receptor farmacológico também pode ser denominado células dianas. O receptor farmacológico em geral é uma molécula proteica, porque as proteínas determinam a forma e a estrutura das células e dessa maneira dirigem todos os processos vitais celulares. Isso permite a célula manter sua integridade, se defender de agentes externos, reparar os danos, controlar e regular funções, então todas as proteínas fazem suas funções através da união seletiva das moléculas e isso facilita que essa molécula denominada receptor farmacológico possa exercer sua ação. O receptor farmacológico está na célula e é específico para cada autacoide, que são hormônios locais, mediadores endógenos que estão presentes em diversos tecidos, como os blandos que estão muito perto dos tecidos de liberação ou incluso na mesma célula liberadora e muitas dessas células autacoides são produzidas como resposta do organismo a certas mudanças por exemplo agressões. Em certos tecidos algumas dessas moléculas são capazes de produzir esta função denominada autacoide ou fármaco. Os autacoides são mediadores químicos que tem relação com diferentes medicamentos e que compreendem uma série de substâncias endógenas com estruturas químicas e efeitos farmacológicos diferentes que participa dos processos fisiológicos e patológicos do organismo, ou seja, eles atuam como mediadores que cumprem muitas funções e dentro do âmbito farmacológico a principal função é de mediador químico. Temos como exemplos de autacoides farmacológicos como histamina, serotonina, as citoquinas. Autacoides = Mensageiros químicos que intermediam a sinalização celular. Droga capaz de unir ao receptor, interagir com ele produzindo uma cadeia de reações que levam ao efeito biológico desejado, que pode ser estimulante ou inibitório. Os agonistas convencionais estimulam os receptores para produzir uma resposta desejada. Os agonistas aumentam a proporção de receptores ativados. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 3 Os agonistas inversos estabilizam a conformação inativa do receptor e atuam de maneira parecida aos antagonistas competitivos. Muitos hormônios, neurotransmissores como a acetilcolina, histamina, noradrenalina e os fármacos como a morfina, o isoproterinol, os benzodiazepínicos, os barbitúricos, atuam como agonistas. Os agonistas ativam os receptores para produzir uma resposta desejada, os receptores são macromoléculas que intervêm na sinalização química entre a célula e o seu interior, podem se encontrar na superfície da membrana celular, no citoplasma, os receptores ativados regulam de forma direta ou indireta esses processos bioquímicos celulares. Os receptores ativados regulam sejam de forma direta ou indireta os processos bioquímicos celulares como por exemplo a conduta iônica, a transcrição de DNA, a atividade enzimática, entre outros. As moléculas, os fármacos, os hormônios, os neurotransmissores que se unem a um receptor se chamam ligandos farmacológicos e essa ligação pode ser específica e reversível. Eles são capazes de intervir nessa sinalização química porque se encontram não somente no interior celular, como também na membrana como na própria superfície celular ou mesmo no citoplasma e justamente essa localização que faz com que cumpram essas funções diferenciais. Um ligando pode ativar ou inativar um receptor e a ativação pode aumentar ou reduzir a atividade de uma determinada função celular, é um regulador, cada ligando pode interagir com muitos tipos de receptores. Há raros ligando que são específicos a apenas um determinado tipo de receptor, mas a maioria apresenta um grau de seletividade e é por isso que são capazes de exercer a sua ação farmacológica em maior ou menor grau segundo a sua seletividade. Seletividade: Grau em que um fármaco atua em um sítio em relação a outro sítio e depende em grande medida dessa união físico-química aos receptores celulares FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 4 A capacidade de um fármaco de interagir com um dado receptor depende da afinidade A capacidade da droga de formar esse complexo com o receptor, ou seja, é a probabilidade que esse fármaco ocupe um receptor em um certo instante e em um determinado tempo = afinidade. Atividade intrínseca: É a capacidade que esse ligando é capaz de ativar a um receptor e conduzir a uma resposta celular. A afinidade e a atividade intrínseca de um fármaco dependem de sua estrutura química. O efeito farmacológico está determinado pela duração de tempo que o complexo fármaco-receptor persiste com essa união. Em relação ao tempo de vida do complexo fármaco-receptor se vê afetado por esses processos dinâmicos de acoplamento que se denominam mudanças de conformação (câmbios de conformación). As mudanças de conformação são capazes de controlar a velocidade de associação e dissociação dos fármacos com o objetivo, neste caso de receptor, e essa interação gerada entre fármaco e receptor que é capaz de produzir uma resposta. Um fármaco pode unir ao seu receptor, mas ter pouca atividade intrínseca porque realmente depende dos mecanismos físico químicos do fármaco mas depende também de uma situação fisiológica porque nem sempre desencadeia um efeito farmacológico desejado, as vezes o ligando não consegue acoplar devido a alterações de mecanismos físico químicos estruturais do fármaco, por uma situação fisiopatológica e por uma situação que tem haver com as características de utilização do fármaco como a dose (subdoses) e a posologia. Impedem a ativação do receptor, da inibição da ativação do lugar e faz com que se gere diversos efeitos. Aumentam a função celular quando bloqueia a ação de uma substância que normalmente diminui a função celular. Quando uma substância bloqueia a ação de outra ela atua como antagonista. Os antagonistas também podem classificar em reversíveis, irreversíveis. Os antagonistas reversíveis se separam facilmente dos seus receptores e os antagonistas irreversíveis são capazes de formar um enlace químico muito mais estável, permanente ou quase permanente como por exemplo as substâncias que produzem alquilação. Há também os antagonistas pseudoreversíveis que são capazes de desassociar de seus receptores de forma mais lenta. A droga agonista é capaz de unir ao seu receptor e interagir com ele. A afinidadeé a capacidade da droga para conformar o complexo A atividade intrínseca desencadeia as reações que levam ao efeito farmacológico. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 5 Antagonismo químico: Inativa a resposta não pela atuação competitiva dos receptores e sim por uma inativação química entre ambas as diferentes substâncias, por exemplo os antiácidos quando não produzem efeito farmacológico. Os antídotos são substâncias ou fármacos que atuam para reverter os efeitos tóxicos quanto fisiológicos quanto químicos. Existe alguns quelantes como o Dimercaprol que se une a metais pesados que atuam no bromo, cromo, mercúrio, arsênio, alguns tipos de sais e são capazes de reduzir sua toxicidade e os anticorpos neutralizantes usados como mediadores proteicos, citocinas, fatores de crescimento. São usados como antídoto para desintoxicação, fazendo a quelação e sendo capaz de exercer uma função de antagonismo químico que inibe ou elimina os outros agentes no caso de intoxicação de mercúrio e bromo acelerando o seu processo de excreção Antagonismo fisiológico: Produz uma anulação de uma resposta devido a efeitos farmacológicos opostos e não a ocupação de receptores similares geralmente por estimulação de vias regulatórias endógenas contrarias como a adrenalina e os sedativos. Neste caso há uma resposta a regulação por uma atividade intrínseca semelhante mas não ocorre sobre a mesma célula diana, isso acontece porque tem mecanismos farmacológicos opostos que não é pela ocupação do receptor. Antagonismos farmacológicos: Quando produz a anulação de uma resposta pela ocupação dos receptores anulando a ação farmacológica como a acetilcolina e os organofosforados. As diferenças que encontramos nestes tipos de antagonismos é que os antagonismos químicos e fisiológicos não se dão pela ocupação dos receptores o que difere do farmacológico que se dá pela ocupação de receptor. O tipo de antagonismo que se apresenta com maior frequência é o antagonismo farmacológico. Isso acontece muito em pacientes polimedicados. Não é comum que se de antagonismos químicos porque quando vai prescrever já se tem em conta esses mecanismos de antagonismos químicos. Os receptores regulam ou desencadeiam efeitos fisiofarmacológicos através de uniões com moléculas que são capazes de Que tipo de antagonismo se dá por ocupação de receptor? R. Antagonismo farmacológico FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 6 ter afinidade com o receptor. A raiz da propagação de sinais que são capazes de determinar esse efeito com essa participação frequente de segundos mensageiros intracelulares. Os receptores além de modular ou regular as funções são objetos de mecanismos de regulação e autoregulação de sua própria atividade No quadro acima temos os receptores com seus agonistas e antagonistas. O receptor alfa 1 é responsável por medir a resposta do órgão efetor. O alfa 2 se localiza pré-sinapticamente para regular a liberação de neurotransmissores, mas ele também pode estar a nível pós-sináptico e coexiste com o musculo liso vascular com o receptor alfa 1, então ambos os receptores são importantes para o controle do tonos vascular. Os receptores beta 1 incremetam as respostas cardíacas incrementando os batimentos cardíacos e fazem porque aumentam a velocidade de condução e o volume sistólico. Os receptores beta 2 inclui o relaxamento dos músculos lisos como os brônquios, do trato gastrointestinal, das veias, da musculatura esquelética. Utiliza para a asma para o relaxamento do músculo bronquial, para hipercalemia incrementando a toma de potássio, para o parto prematuro também porque reduz a contração da musculatura lisa uterina. Existe um terceiro receptor que não aparece no quadro que é o beta 3 responsáveis por incrementar a lipólise do tecido adiposo e o relaxamento da bexiga. Esses receptores beta 3 podem ser utilizados para a perda de peso mas deve ser administrado com cautela porque tem muitos efeitos adversos como excitação extrema, tremores de extremidades. Os fármacos agonistas são aqueles que cumprem duas características: afinidade e eficácia. Os antagonistas podem ser capazes de ter afinidade e unir-se a receptores, mas não possuem eficácia Agonismo parcial possue afinidade e uma certa eficácia Um mesmo fármaco pode ser agonista e pode ser antagonista também Antagonismo inverso onde se tem afinidade e eficácia, mas o efeito que se produz é inverso do agonista, é um efeito contrário do que produz o primeiro fármaco administrado. São as alterações de um efeito de um fármaco devido a utilização recente ou simultânea de outro fármaco e este tipo de interação é chamada de fármaco.. O consumo de um alimento também pode ter interação quando isso ocorre é chamado fármaco alimento ou interação nutriente fármaco. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 7 A interação farmacológica fala da alteração dos efeitos de um fármaco devido a utilização de um fármaco, ou o consumo recente de outras substâncias com alimentos, um suplemento dietético. Devemos lembrar que tem certos alimentos que não devem ser consumidos com alguns medicamentos. Os leites não podem ser consumidos com os antibióticos porque o cálcio diminui o efeito do antibiótico, ou se já sua absorção no organismo então deve-se esperar 1h ou 1h30 antes de consumir o antibiótico. O médico evita a interação fármaco fármaco porque tem muitos efeitos adversos e pode levar ao fracasso terapêutico. Ritanovir com lopinavir em pacientes com infecção o vírus da imunodeficiência humana tem uma alteração do metabolismo do lopinavir quando se administra junto com o ritanovir porque aumentam suas concentrações séricas e sua eficácia e quando uma substância tem sua concentração aumentada acima do normal a nível orgânico pode produzir uma ação toxicológica. Tem um processo farmacológico muito comum que se chama duplicação da ação terapêutica que consiste na administração simultânea de dois fármacos que tem propriedades muito parecidas e que dá lugar a adição de seus efeitos, aumenta o efeito terapêutico desse medicamento. O ideal seria usar antibiótico e um anti-inflamatório. Nas interações farmacodinâmicas um fármaco é capaz de mudar a sensibilidade ou a resposta tissular a outro fármaco devido a esse efeito parecido agonista ou bloqueados como antagonista, os efeitos podem ser produzidos a nível de receptor como também a nível intracelular, ou seja, pode estabelecer uma interação farmacodinâmica do tipo química, fisiológica e farmacológica. Nas interações farmacocinéticas o fármaco é capaz de modificar a absorção, a distribuição, a união proteica, a metabolização ou o processo de excreção, devida a essa interação farmacocinética tem uma série de fármacos que podem unir com seu receptor farmacológico e o tempo de persistência. As interações farmacocinéticas modificam a magnitude e a duração dos efeitos mas não pela sua natureza mas sim pela capacidade de unir-se a seu receptor. Segundo o sentido das interações farmacológicas temos: Interações de sinergia: Incrementa o efeito do fármaco Sumación: Medicamentos ou substâncias que tem o mesmo mecanismo de ação e é capaz de acentuar a sua própria ação farmacológica. Potenciação: quando o fármaco produz o mesmo efeito por mecanismos de ações diferentes. Interações de antagonismo: Diminui o efeito dos fármacos que ocorre devido a ineficácia de um ou dos dois fármacos implicados na interação. A ineficiência de um fármaco se refere a sua incapacidade de gerar a ação terapêutica seja por uma subdosagem ou porque fisiologicamente não se absorve corretamente e o efeito adverso é quando FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 8 uma vez que se une a seu receptor farmacológico o medicamento gera uma ação que não é terapêutica. A interação farmacológica é aadministração conjunta de dois ou mais medicamentos implica uma maior possibilidade de que se apresente uma interação farmacológica. O álcool atua inibindo o efeito da medicação É importante saber que nem todas as interações farmacológicas são negativas, pois existe combinações úteis e racionais. N Arterial Tiazida + beta bloqueador Potencializa o efeito anti- hipertensivo. Ex. Hipertensão arterial de grau II. Infecções urinárias Sulfametoxazol + trimetropim Maior espectro. Num período mais curto de tempo há uma melhoria dos sintomas Asma bronquial Salbutamol + beclometasona Potencializa a ação farmacológica Interações farmacodinâmicas: São aquelas que devido a influência que tem um fármaco sobre o efeito de outro no receptor/órgão que atuam. Alta união a proteínas plasmáticas Fármacos inibidores ou indutores enzimáticos Fármacos que afetam a função renal Fármacos de estreita margem terapêutica Pauta de administração dose/intervalo Polifarmácia = polimedicação Idade Sexo Características genéticas Situações fisiológicas ou patológicas Hábitos alimentares, tabaco, álcool, drogas de abuso. AINES Furosemida Diminui a potência da furosemida. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 9 A furosemida é um diurético usado por associação ou sozinho para pacientes que tenham hipertensão arterial A furosemida é uma medicação de teto alto sendo assim se tem efeitos como consequência da ação de dois fármacos ou mais sobre o mesmo receptor, o mesmo órgão ou o mesmo sistema fisiológico. Os fenômenos que derivam destas interações podem ser: Sinergismos: Os efeitos que se obtém são iguais ou superiores a soma dos seus efeitos separados. Pode ser: Sinergismo de soma (3+3) e sinergismo de potenciação (3x3=9). Ex. Os antihistaminicos com benzodiazepínicos aumentam a sedação, anticoagulantes orais com AAS ou AINE aumentam o risco de hemorragias, hipoglicemiantes com betabloqueadores aumentam o risco de hipoglicemias, IECAS com diuréticos que retiram potássio aumentam o risco de hiperpotassemia. Antagonismos: Diminuição ou anulação do efeito de um fármaco pela ação de outro. A estrutura química é semelhante e se une aos mesmos R bloqueando. Ex. Antihipertensivos com AINES diminuem o efeito hipotensor, anticoagulantes orais com vitamina K diminuem o efeito anticoagulante e os antidiabéticos orais com glicocorticóides que diminuem o efeito hipoglicemiante. Faz o estudo temporal das concentrações dos fármacos no organismo. O fármaco deve alcançar sua concentração ótima quando estiver ligado adequadamente ao seu receptor. A administração pode ser local, que é a ação do fármaco no local onde se administra ou sistêmica que a passagem do fármaco pela corrente sanguínea. Constitui uma ciência de caráter multidisciplinar e de um grande interesse sanitário, cujo principal objetivo na prática assistencial é a individualização posológica ou otimização dos tratamentos farmacológicos, afim de alcançar a FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 10 máxima eficácia terapêutica com a mínima incidência de efeitos adversos. As estratégias de acerto e erro se verifica pela resposta clínica ou bioquímica do paciente, porque é um enfoque empírico em relação com a presença fármaco como pode ser a melhoria de uma infecção, o controle da glicemia com a insulina. Não é possível realizar em todos os casos essas estratégias de acertos e erros, em certas ocasiões é necessário implementar métodos alternativos aplicados a situações individuais. O que buscamos é uma relação de risco benefício. Essa parte clínica compreende um conjunto de ações que abarca o uso das concentrações plasmáticas de fármacos e seus metabólitos que também faz referência aos princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos assim como também a situação clínica do paciente para que possamos otimizar a terapia por medicamento de maneira individual. Um dos objetivos da farmacologia clínica é a individualização do tratamento do paciente. Margem terapêutica: O controle depende da concentração do fármaco no seu sítio de ação. Por cada forma farmacêutica deve -se ter uma concentração adequada. Dependendo da forma farmacêutica vai subindo a curva. Geralmente nas formas farmacêuticas sólidas varia entre 30 a 40 minutos de maneira normal e as de via parenteral são muito mais rápidas porque estamos falando de uma aplicação sistêmica. Essa margem terapêutica pode ir alcançando sua máxima concentração ou diminuindo porque a concentração se refere a quantidade de fármaco que tem no organismo conforme o seu poder de absorção. O efeito farmacológico se relaciona com as concentrações séricas porque elas tem de estar vinculadas diretamente com margens efetivas e toxicológicas. A distribuição está divida em: Desgregação = Ocorre em formas farmacêuticas que estão agregadas como os comprimidos, as cápsulas. Fragmentar o comprimido em pequenas partes para serem absorvidos de uma melhor maneira. Forma que se separa o comprimido do seu composto total uma vez deglutido e conforme os miligramas e o principio ativo o sistema digestivo se encarrega de fazer a absorção de certos metabolitos e aqueles FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 11 que não usam são metabolitos secundários que podem ser excretados. Tem fármacos que o que se utiliza são os metabólitos secundários. Distribuição por dissolução = Se dá em todas as formas farmacêuticas exceto aquelas que estão diluídas em soluções como as líquidas. Quando consumimos um comprimido ele sofre desgregação e dissolução em um meio específico que se faz de maneira lenta, que é a parte mais importante porque dessa maneira o fármaco assegura através da dissolução que vai absorver completamente e dessa maneira poderá ser metabolizado. O terceiro passo da distribuição é a difusão onde o fármaco que já está disuelto no meio deve chegar ao seu lugar de absorção, então ele se difunde. Aqueles medicamentos que se encontram em alta concentração em ampolas não tem excipiente, mas a maioria das medicações tem. A utilidade dos excipientes vai além da simples conservação ou manutenção da forma farmacêutica, ele também ajuda no processo de utilização da mesma para a sua administração. Temos que conhecer a concentração mínima eficaz (CME) que é aquela que se observa o efeito terapêutico. Essa concentração pode variar em intensidade e pode ter um teto. Tem uma concentração específica, a menor que está dada por uma dose ideal para alcançar o efeito terapêutico. Concentração mínima tóxica (CMT): Aquela em que se observa os efeitos tóxicos e geralmente não pe a dose terapêutica mas o cociente da concentração mínima tóxica e a concentração mínima eficaz define o índice terapêutico do fármaco, quanto maior seja este índice, mais fácil será conseguir esses efeitos terapêuticos sem produzir efeitos tóxicos. Isto não se aplica aos medicamentos de estreita margem terapêutica porque eles podem exercer uma ação tóxica, uma concentração mínima que gera uma ação tóxica a mesma dose de concentração mínima eficaz. Período de latência (PL): Tempo que transcorre desde a administração do fármaco ou da toma até o começo do efeito farmacológico, ou seja, até que a concentração plasmática dentro do organismo alcance a CME.. Nos comprimidos e xaropes esse tempo é de 30 a 40 minutos, os injetáveis são muito mais rápidos inclusive nos primeiros 60 segundos, existem outros que levam 5 minutos, vai depender da sua forma farmacológica e do princípio ativo de cada medicamento e sua concentração plasmática terapêutica. Tem princípio ativo que se absorve com muita facilidade e tem a capacidade de passar pelo primeiro passo hepático Intensidade do efeito: Guarda relação com a concentração plasmática máxima que se alcança esse efeito, ou seja, a quantidade mais alta quese necessita. Sobredose para medicações de uso comum e para medicações de estreita margem terapêutica a dose ideal já pode causar esses efeitos. Geralmente é a dose máxima. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 12 Ficha técnica do fármaco: Tem todas as informações do fármaco e o prospecto que não contém todas as informações detalhadas mas tem o básico que precisa saber L A D M E Importante: A farmacocinética compreende o estudo da absorção, distribuição, metabolismo ou biotransformação e excreção das drogas. Este conhecimento é essencial para a adequada administração de um fármaco, seus desconhecimento pode originar fracassos terapêuticos, falta de benefícios no paciente e produção de danos ao paciente. 1. Relação entre a dose, a concentração plasmática e o efeito Para que um fármaco produza seus efeitos terapêuticos ou tóxicos, deve alcançar um intervalo preciso de concentrações na biofase, ou seja, o meio em que interage com seus receptores ou dianas. A concentração de um fármaco alcançada em seu lugar de ação é de consequência dos seguintes processos: - Absorção – Entrada de fármaco no organismo, que inclui os processos de liberação de sua forma farmacêutica, dissolução e absorção propriamente dita. - Distribuição do fármaco - para que chegue do lugar de absorção a circulação sistêmica e aos tecidos. A passagem de sangue aos tecidos depende da fixação do fármaco as proteínas do plasma, já que só o fármaco livre se difunde livremente aos tecidos. - Eliminação – seja por metabolismo principalmente hepático ou por excreção do fármaco inalterado pela urina, bílis, etc. O metabolismo pode produzir metabolitos ativos cuja presença também deverá ter em conta. O metabolismo pode produzir os metabolitos farmacológicos ativos que exercem a ação terapêutica e geram metabolitos secundários que são os excretados e por outro lado cujo metabolito secundário é o que exerce a função terapêutica. I b e r a ç ã o b s o r ç ã o i s t r i b u i ç ã o e t a b o l i s m o x c r e ç ã o Etapas de liberação Desintegração Disgregação Dissolução FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 13 Esse processo de excreção é importante porque vamos supor que o fármaco alcance a sua curva terapêutica através de sua dose, exercendo o seu efeito terapêutico e vai se eliminado do organismo através de um processo de excreção adequado, quando a excreção é mais alta ou permanece um maior tempo pode rgerar um efeito nocivo ou tóxico levando a um fracasso terapêutico que pode ser por um problema renal ou um problema fisiológico em que a pessoa é incapaz de absorver corretamente esse fármaco fazendo com que a dose não exerça nenhum efeito porque se excreta de maneira muito rápida. Absorção de fármacos: Depende de suas propriedades físico-químicas, sua formulação e sua via de administração. As formas farmacêuticas como comprimidos, capsulas, estão compostos por excipientes e se formulam de maneira que podem ser administrados de várias maneiras como oral, bucal, sublingual, retal, parenteral, tópica e inalatória. Qualquer que seja a via de administração, em primeiro lugar os fármacos devem dissolver-se para serem absorvidos. Por isso as formas sólidas devem ser capazes de desintegrar-se e desagregar-se. Na administração IV o fármaco deve atravessar várias barreiras celulares semipermeáveis antes de alcançar a circulação sistêmica. A mais rápida é a via intravenosa. O metabolismo dos fármacos compreende duas fases com a fase I de oxidação, redução ou hidrólise por um grupo funcional que são ações denominadas não sintéticas. Reações de fase II que estão a conjugação de substâncias endógenas e estas são de caráter sintético. Todas essas reações dependem dos transportadores hepáticos dos fármacos e estes transportadores que estão localizadas nas células do parênquima hepático e afetam tanto o metabolismo e liberação do fármaco por parte do fígado, essa pequena parcela é capaz de mostrar várias naturezas do fármaco um é onde separa o metabólito secundário de determinado precursor farmacológico (uma substância que ainda não se biotransformou a nível hepático) e quando passa por esse primeiro passo perde uma proporção de fármaco e por isso que se tem doses estabelecidas e ao perder essa proporção não falamos só de quantidade mas também de uma transformação a nível hepático que de precursor sai um metabólito secundário e ele exerce a ação farmacológica e se dirige aos seus receptores farmacológicos para unirse e exercer uma afinidade intrínseca porque por ambos se gera a ação terapêutica. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 14 Grau e a velocidade com que uma forma ativa chega a circulação e alcança seu lugar de ação. A biodisponibilidade de um fármaco depende em grande medida das propriedades e da forma farmacêutica que por sua vez depende do desenho e fabricação. As diferenças da biodisponibilidade entre diferentes formulações de um mesmo fármaco podem ter importância clínica, por isso é essencial saber se diferentes formulações de um fármaco são equivalentes ou não, ou seja, se apresentam a mesma situação. O problema desse processo é baixa disponibilidade do fármaco. Os fármacos que são administrados por via oral devem atravessar a parede intestinal, depois a circulação portal até chegar ao fígado, nestes dois sítios serão produzidos os metabolismos de primeiro passo que é o metabolismo que ocorre antes que um fármaco alcance a circulação sistêmica, então muitos fármacos podem ser metabolizados antes de alcançar a sua concentração plasmática adequada, a baixa biodisponibilidade é muito mais frequente nas formas farmacêuticas de uso oral especialmente os fármacos lipossolúveis ou que absorvem com muita lentidão. Outro fator é que ele não se encontre tempo suficiente no trato digestivo para que se produza a absorção por exemplo se o fármaco não se dissolve com facilidade ou tem dificuldade de atravessar a membrana epitelial o tempo de permanência nos locais de absorção será insuficiente. A biodisponibilidade de um fármaco pode ser afetada pela idade, sexo, fenótipo genético, estressem doenças. Síndrome de mal absorção, má biodisponibilidade por algum tipo de antecedente cirúrgico digestivo como a bariátrica que afeta a biodisponibilidade a certas substâncias. Equivalência química: Dois produtos farmacológicos contêm a mesma quantidade do mesmo composto ativo e cumprem com os requisitos oficiais vigentes. Neste caso o excipiente pode ser diferente. Bioequivalência: Produtos farmacológicos dão lugar a concentrações equivalentes do fármaco no plasma e tecidos quando se administram a um mesmo paciente empregando as mesmas doses. Equivalência terapêutica: Produtos provocam os mesmos efeitos terapêuticos e adversos quando se administram a um mesmo paciente empregando a mesma dosificação. Uma vez que o fármaco penetra na circulação sistêmica, distribui-se entre os tecidos corporais. Esta distribuição normalmente não é uniforme devido as diferenças de perfusão sanguínea, a fixação dos tecidos, o PH da região e a permeabilidade das membranas celulares. Os rins são os órgãos principais para a excreção de substâncias hidrossolúveis. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 15 O sistema biliar também colabora com a excreção sempre e quando um fármaco não seja reabsorvido a partir do tubo digestivo. Em geral, a contribuição do intestino, a saliva, o suor, o leite materno e os pulmões excreção é pequena exceto em caso de exalação dos anestésicos voláteis. A excreção através do leite materno pode afetar o lactante que é amamentado. A maior parte da excreção dos fármacos se leva a cabo mediante excreção renal. Ramo da farmacologia que se encarrega de controlaros aspectos referentes a utilização do medicamento. Se encarrega de vigiar o consumo e a comercialização dos medicamentos. A OMS a define como a ciência e a atividade relativas a detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos dos medicamentos ou qualquer outro problema relacionado com eles. Nenhum medicamento é 100% seguro. Muitos profissionais da área da saúde estão implicados nesse processo de farmacovigilância. O objetivo da farmacovigilância é proporcionar de forma continuada a melhor informação possível sobre a segurança dos medicamentos e adotar as medidas necessárias para que as condições de uso autorizados, a relação risco-benefício dos medicamentos presentes no mercado seja favorável para a população. A farmacovigilância favorece o conhecimento e o uso seguro de medicamentos comercializados. Oferece a oportunidade de gerar alertas, recomendações ou retirada de medicamentos do mercado. Qualquer profissional de saúde que indique ou administre medicamentos e suspeite de uma reação adversa deve reportá-lo. Ler ley 1119/97 Efeitos não desejados de um fármaco que provocam mal-estar ou são perigosos. Como todos os fármacos podem causar reações adversas, sempre que se prescreve um medicamento é preciso realizar um análise risco-benefício (avaliar a probabilidade de obter benefícios frente ao risco de reações adversas ao fármaco). FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 16 - Efeito farmacológico desejado - Reação adversa: - Efeito secundário: Surge como consequência de uma ação fundamental, mas não forma parte inerente da terapêutica. - Reação alérgica: Fármacos e metabolitos adquirem um caráter antigênico, precisa de um contato sensibilizante que vai provocar reação Ag-Ac - Efeito colateral: Efeito que forma parte da própria ação farmacológica do medicamento, mas o aparecimento resulta indesejável. Reação idiossincrásica: Resposta anormal de um indivíduo frente a um fármaco. Reações adversas a fármacos relacionadas com a dose: preocupante quando o fármaco tem um índice terapêutico estreito. Ex. Hemorragia e anticoagulantes. Reações adversas a fármacos de origem alérgico: Reação antígeno anticorpo Reações adversas a fármacos idiossincrásica Tipos: A e B A – Relacionada com as propriedades do fármaco. Ex. Hipoglicemia no tratamento com antidiabéticos orais. São previsíveis. B – Reações idiossincrásicas e alérgicas. Ex. anafilaxia devido a tratamento de penicilinas. Não são previsíveis. Classificação das reações adversas: Leve: Não necessita de tratamento e nem uso de antibiótico Moderado: Mudança no tratamento Grave: Interromper o fármaco Mortal: Contribui para a morte do paciente. Qualquer resposta a um fármaco que é nociva e não intencional que se produz com uma dose habitual para a profilaxia, diagnóstico e tratamento. FARMACODINÂMICA, FARMACOCINÉTICA E REAÇÃOS ADVERSAS/ @ESTUDANDOCOMMARIANA 17 Dependem do paciente (idade, sexo, situações fisiológicas e patológicas, características genéticas e pacientes alérgicos a medicamentos.) Dependem do fármaco: propriedades farmacocinéticas, efeitos tóxicos e interações. Mal uso do fármaco: dose, pauta e duração do tratamento.
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