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1 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL ASPECTOS FUNCIONAIS DO SISTEMA NERVOSO AUTONÔMICO Motora Sensitiva SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO • Constituído por nervos motores que conduzem impulsos do SNC à musculatura lisa de órgãos viscerais, músculos cardíacos e glândulas. • Realiza o controle da digestão, sistema cardiovascular, excretor e endócrino. • Os nervos do SNP autônomo possuem dois tipos de neurônios: Pré-ganglionares (corpo celular dentro do SNC); Pós-ganglionares (corpo celular dentro do gânglio). • CARACTERÍSTICAS DO SNA: Inerva a maioria dos tecidos; Mantém o equilíbrio interno do corpo; Estimula a musculatura lisa, cardíaca e glândula – que não são voluntários. • O que diferencia o simpático do parassimpático? A função, que são opostas! Apesar de inervarem o mesmo órgão, atuam de forma oposta. Introdução à Farmacologia do SNA Sistema Nervoso Sistema Nervoso Periférico Sistema Nervoso Central Divisão Eferente Divisão Aferente Sistema Nervoso Autônomo Sistema Nervoso Somático Parassimpático Simpático Entérico 2 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL • DIFERENÇAS ANATÔMICAS: SIMPÁTICO: segmento tóraco-lombar Neurônios pré-ganglionares são menores do que os pós. PARASSIMPÁTICO: segmento crânio-sacral. Neurônios pré-ganglionares são maiores do que os pós. • ASPECTOS FUNCIONAIS: SIMPÁTICO: adrenérgico (noradrenalina), catabólico (quebra de macromoléculas), sistema de desgaste (diminuindo a concentração de macromoléculas). PARASSIMPÁTICO: colinérgico (acetilcolina), anabólico (síntese), sistema de conservação. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO Luta e fuga Repouso e digestão Olhos Midríase (dilatação das pupilas) e relaxamento do músculo ciliar. Olhos Miose (contrição das pupilas) e contração do músculo ciliar Coração Aumento da frequência cardíaca e aumento da contratilidade. Coração Diminuição da frequência cardíaca e diminuição da contratilidade Vasos • Dilatação – musculatura esquelética; • Constrição – pele, mucosa e vísceras. Pulmões Broncoconstrição Pulmões Broncodilatação – favorecendo entrada de O2. TGI • Aumento da motilidade; • Dilatação dos esfíncteres; • + secreção glandular; • + secreção HCl. Fígado • Glicogenólise (a glicogênio fosforilase quebra o glicogênio para formar glicose). • Inibe a atividade da glicogênio sintase (que transforma glicosil em glicogênio). • Estimula a gliconeogênese. AÇÕES SEMELHANTES OU SINÉRGICAS SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO Glândulas salivares + secreção + secreção Órgãos sexuais + ejaculação + ereção • O neurônio pré-ganglionar expressa Acetilcolina (ACh), que se ligam a receptores nicotínicos no pós- ganglionar, fazendo o impulso nervoso ser propagado. • Chamada de “divisão adrenérgica” porque ao ser estimulado pela ACh, o neurônio pós ganglionar expressa Noradrenalina (NA) que será secretada na ligação do neurônio com a célula alvo-efetora e a nora vai agir com o receptor adrenérgico (α ou β). • EXCESSÃO: divisão que leva a fibra nervosa pré-ganglionar até a medula da glândula suprarrenal. DIVISÃO SIMPÁTICA 3 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL Nessa inervação, o neurônio pré-ganglionar não tem um neurônio pós- ganglionar → é apenas 1 célula que faz essa ligação do SNC até a glândula. Por isso, o neurônio vai secretar diretamente no órgão efetor Acetilcolina, e não Noradrenalina. Já que a célula da medula da glândula é um neurônio primitivo, ela ao receber a ACh é estimulada a produzir Adrenalina. • Do neurônio pré-ganglionar até a fenda sináptica tem o mesmo comportamento que o SIMPÁTICO, sendo expressada a Acetilcolina (ACh) com o receptor nicotínico. • O que vai ser diferente é o que o neurônio pós ganglionar ao ser estimulado pela acetilcolina, também vai produzir acetilcolina e vai agir em receptor muscarínico (M1 a M5). • Chamada de “divisão colinérgica”, pois apenas a acetilcolina vai circular. RESUMINDO AS DIFERENÇAS ENTRE O SIMPÁTICO E O PARASSIMPÁTICO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO Fibra pré-ganglionar Curta Longa Fibra pós-ganglionar Longa Curta Origem dos nervos Região torácica e lombar da medula (somente nervos raquidianos) Região cervical (nervos cranianos) e região sacral da medula (nervos raquidianos) Mediador químico Fibras pré-ganglionares: Acetilcolina Fibras pós-ganglionares: Noradrenalina Fibras pré-ganglionares: Acetilcolina Fibras pós-ganglionares: Acetilcolina SINAPSE COLINÉRGICA • A acetilcolina é formada pela junção da Colina (que é captada pelo neurônio pré-ganglionar através de um transportador que envolve Na+) com o grupamento Acetil que vem do metabolismo da glicose. Essa junção é efetivada pela ação da enzima Acetilcolina- transferase. • A acetilcolina é então armazenado em vesículas sinápticas, onde será guardado até o momento da sua liberação, a partir de uma despolarização (impulso nervoso). • O neurotransmissor (ACh) será então liberada para a fenda sináptica. Tendo vários destinos: Pode se ligar a receptores do tipo nicotínico. Pode se ligar a receptores do tipo muscarínico. Pode ser degradado pela acetilcolinesterase, que irá degradar a ACh em colina e acetil. A colina então vai ser recapturada e vai voltar para dentro do neurônio e fazer parte novamente da formação de outra ACh. DIVISÃO PARASSIMPÁTICA 4 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL RECEPTORES MUSCARÍNICOS (METABOTRÓPICOS) • A ACh ao se ligar nesse receptor, vai desenvolver/ativar uma via de sinalização intracelular. RECEPTORES EXCITATÓRIOS RECEPTORES INIBITÓRIOS M1 (entérico, neuronal) M3 (glandular, vascular) M5 (SNC) M2 (cardíaco) M4 (SNC) A proteína acoplada a esse receptor é do tipo Gq. Ou seja, uma proteína G que vai ativar a fosfolipase C (PLC), que vai: • ↑ IP3 (inositol trifosfato), DAG (diacilglicerol) • ↑ Intracelular Ca2+ (Estimulação) • ↓ Condutância de K+ (Despolarização) A proteína acoplada a esse receptor é do tipo Gi (inibitória). Ela inibe a adenilato ciclase (AC), consequentemente: • ↓ cAMP • ↓ Canais de Ca2+ (Inibição) • ↑ Condutância de K+ (Hiperpolarização) Excitação do SNC Secreção gástrica Motilidade Gastrointestinal Secreção glandular Contração da musculatura Lisa visceral Vasodilatação (via NO) Inibição cardíaca Inibição Pré-sináptica Inibição neuronal MECANISMO DE AÇÃO DOS AGONISTAS MUSCARÍNICOS EXEMPLO: Cardiomiócito (que possui inervação simpática e parassimpática). Os receptores encontrados no coração são receptores muscarínicos do tipo M2, ou seja, inibitório. Ele inibe a Adenilatociclase, e sem ela, teremos baixos níveis de AMPc, e sem AMPc não temos a ativação da PKA (proteína quinase A). Essa proteína normalmente fosforila canais iônicos que transportam o sódio. Sem essa fosforilação, os canais iônicos irão permanecer fechados, e o sódio não consegue entrar, então se ele não entra, não há despolarização de membrana que seria importante para abertura dos canais de cálcio. Sem o cálcio, temos uma redução da força de contração e na frequência cardíaca. Excitatório é quase sempre ímpar! 5 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL RECEPTORES NICOTÍNICOS • São do tipo canais iônicos – proteínas que deixam entrar ou bloqueiam a entrada de íons, fazem com que a célula seja despolarizada ou hiperpolarizada. • São pentaméricos → 5 subunidades proteicas. • Tipos: 𝑵𝑵 ou 𝑵𝟏 → gânglios, medula suprarrenal (formado pelas subunidade 𝛼2𝛽3 ou 𝛼3𝛽2 ) 𝑵𝑴 ou 𝑵𝟐 → músculo esquelético (criança 𝛼2𝛽δε, adulto 𝛼2𝛽δγ) • A AChse liga com a subunidade α, então é preciso 2 unidades de ACh. Quando 2 ACh se ligam, promovem uma alteração conformacional na estrutura da proteína e o canal irá se abrir, fazendo a despolarização de membrana. 6 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL • Quando a ACh é liberada na fenda sináptica, vai se ligar num receptor nicotínico, promovendo a entrada de sódio e a saída de potássio (despolarização) e o estímulo dessa célula efetora. Quando é no músculo, por exemplo, promove a contração. SINAPSE ADRENÉRGICA • A Noradrenalina, neurotransmissor da sinapse adrenérgica – parassimpático, é produzida a partir do aminoácido TIROSINA. • A tirosina é hidroxilada através da enzima tirosina hidroxilase e produz o neurotransmissor DOPA. • A DOPA sofre uma descarboxilação, dando origem à DOPAMINA. • A DOPAMINA é capturada pelas vesículas sinápticas, onde tem a dopamina B-hidroxilase que irá hidroxilar a dopamina formando a NORADRENALINA (neurotransmissor do sistema nervoso simpático). • VMAT: transportador que leva a dopamina para as vesículas. • A Noradrenalina (NE) depois de lançada na fenda pode tanto agir em seus receptores da célula pós-sináptica como pode ser recapturada pelo NET (transportador de Noradrenalina). • Diferente da ACh, a NE não é degradada na fenda, e sim dentro da célula. As enzimas que a degradam são a MAO. • Destinos da NE: ou ser degradada pela MAO ou ser novamente armazenada em vesículas dependendo do transportador VMAT. 7 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL Qual o mecanismo de ação da Noradrenalina em cada um dos receptores? AÇÕES DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS Subtipo de Receptor Mediadores da Sinalização Tecido Efeitos 𝛼1 Gq/Gi/Go Músculo liso vascular Músculo liso genitourinário Músculo liso intestinal Coração Fígado Contração Contração Relaxamento ↑ Inotropismo e excitabilidade Glicogenólise e gliconeogênese 𝛼2 Gi/Go Célula β do pâncreas Plaquetas Nervo Músculo liso vascular ↓ Secreção de insulina Agregação ↓ Liberação de noradrenalina Contração 𝛽1 Gs Coração Coração Células justaglomerulares renais ↑ Cronotropismo e inotropismo ↑ Velocidade de condução do nó AV ↑ Secreção de renina 𝛽2 Gs Músculo liso Fígado Músculo esquelético Relaxamento Glicogenólise e gliconeogênese Glicogenólise e captação de K+ 𝛽3 Gs Tecido adiposo Lipólise MECANISMO DE AÇÃO DO RECEPTOR α1: estão ligados a proteína Gq, e vai ativar a fosfolipase C e vai quebrar o fosfatidilinositol bifosfato, liberando IP3 (inositol trifosfato), responsável pelo aumento do cálcio, e o DAG (diacil glicerol), responsável pela ativação da proteína quinase (PKC). 8 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL MECANISMO DE AÇÃO DOS RECEPTORES β: estão associados à proteína Gs, que ativa a adenilato ciclase (que quebra o ATP produzindo AMPc). O AMPc vai ativar a proteína quinase A que será responsável pela fosforilação de diversas enzimas e no final terá um efeito biológico. MECANISMO DE AÇÃO DOS RECEPTORES α2: possuem proteína Gi, então ela inibe a adenilato ciclase, então todo o processo produzido pelos receptores β vão ser inibidos pelos receptores do tipo α2. EXEMPLO: No cardiomiócito, que é repleto de receptores β1, receptor excitatório. Possui uma proteína Gs que vai ativar a adenilato ciclase, que vai promover altos níveis de AMPc, ativação da PKA, que irá fosforilar os canais de sódio (aumentando sua entrada), fazendo despolarização de membrana, abrindo os canais de cálcio que vai fazer com que tenha um aumento da força e da frequência cardíaca. A fosforilação também permite o fechamento dos canais de potássio, contribuindo para a despolarização. TÉRMINO DA AÇÃO DA NORADRENALINA: • A Noradrenalina não é destruída na fenda sináptica, ela precisa ser captada, que acontece de 2 formas: Captação 1: a NE é captada por transportadores de membrana NET e esses transportadores levam a NE para o neurônio pré-ganglionar e ela será degradada por enzimas mitocondriais (MAO – monoamino oxidase) produzindo compostos inativos. Captação 2: vai ser captada pelos tecidos periféricos e vai sofrer a ação de outra enzima (COMT - catecol ortometil transferase) que também vai produzir metabólitos inativos. METABOLIZAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES SNA: • Terminações colinérgicas: enzimática = acetilcolinesterase ou butirilcolinesterase. • Terminações adrenérgicas: Captação 1 e 2; Metabolização enzimática: monoamino-oxidase (MAO) ou catecol-O-metil transferase (COMT). Por isso tem medicamentos antidepressivos que são inibidores da MAO, porque se impedir essa enzima de metabolizar a noradrenalina, vai aumentar sua quantidade. Há também antiparkinsonianos inibidores da COMT que funciona com essa mesma lógica, só que com a levodopa. 9 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL 10 Mayra Alencar @maydicina | HAB. TERAPÊUTICAS I | P4 - MEDICINA UNIT AL
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