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TCC Tributário

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI 
 
 
 
ANANDA CUNHA CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO JURÍDICA NA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DO TRIBUTÁRIO 
Rondonópolis MT 
2020 
2 
 
ANANDA CUNHA CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO JURÍDICA NA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Direito, do Centro Universitário 
Leonardo da Vinci, como requisito para a 
obtenção do grau de Bacharel em Direito. 
 
Orientadora: Prof. M. Naiara de Oliveira 
Basílio Lopes. 
 
 
 
 
 
 
Rondonópolis MT 
2020 
3 
 
ANANDA CUNHA CARVALHO 
 
 
 
 
GESTÃO JURÍDICA NA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Direito, do Centro Universitário 
Leonardo da Vinci, como requisito parcial 
para a Obtenção do grau de Bacharel em 
Direito. 
 
 
 
 
Rondonópolis, 12 de dezembro de 2020. 
BANCA EXAMINADORA 
__________________________________ 
Orientadora Prof. Mestre Naiara de Oliveira Basílio Lopes 
Universidade .............. 
__________________________________ 
Prof. Dr. .............. 
Universidade .............. 
__________________________________ 
Prof. Dr. .............. 
Universidade .............. 
4 
 
 
Acima da tudo agradeço a Deus por mais esta realização. 
Dedico este trabalho a meus filhos, que são minha fonte 
inesgotável de superação e dedicação. A minha amada mãe, 
minha maior incentivadora, que não mediu esforços em me 
apoiar, a minha família, pois sem eles nada disso seria 
possível, e ao final e não menos importante, ao meu esposo, 
que cumpriu todo este trajeto ao meu lado, me dando forças. 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço aos meus professores que me influenciaram nesta trajetória, reconheço um 
esforço enorme que com muita paciência e sabedoria, foram eles que me deram recursos 
e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os dias. Esta fase da minha vida é muito 
especial e não posso deixar de agradecer novamente a Deus por toda força, ânimo e 
coragem que me ofereceu para ter alcançado minha meta. 
À Universidade quero deixar uma palavra de gratidão por ter me recebido de braços 
abertos e com todas as condições que me proporcionaram dias de aprendizagem. 
Agradecer aos colegas que passaram por mim em todos estes anos, não cheguei aqui 
sozinha. E claro que não posso esquecer-me da minha família e amigos, porque foram 
eles que me incentivaram e inspiraram através de gestos e palavras a superar todas as 
dificuldades. 
A todas as pessoas que de uma alguma forma me ajudaram a acreditaram em mim eu 
quero deixar um agradecimento eterno, porque sem elas não teria sido possível. 
6 
 
 
“A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o 
errado, mas em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer 
que ele se encontre, contra o errado”. Theodore Roosevelt 
 
https://www.pensador.com/autor/theodore_roosevelt/
7 
 
RESUMO 
A otimização ou redução do processo tributário nada mais é do que um 
planejamento fiscal, que sucintamente é uma forma de minimizar custos fiscais. O 
planejamento fiscal terá de respeitar a lei na forma integral, procurando negócios jurídicos 
com menor ou nula tributação. Esta é uma atividade lícita, e devidamente tutelada na 
forma jurídica. Este é direito subjetivo de qualquer pessoa natural ou coletiva, no que 
respeita as suas obrigações fiscais, mas é também fundamental para a segurança das 
relações tributárias juridicamente falando. Do ponto de vista dos contribuintes, quem 
usufrui do planeamento fiscal, o objetivo é a minimização da fatura fiscal, pagando o 
mínimo de impostos possível, no caso mais específico de empresas, há possibilidades na 
legislação em que se permite a escolha entre regimes de tributação que pode levar a uma 
carga de tributação menor. 
Esta pequena pesquisa tem o objetivo de verificar o quanto é importante a 
orientação e gestão jurídica em um planejamento tributário como instrumento eficaz na 
gestão organizacional, permitindo minimização dos custos tributários e aumento do lucro 
nas empresas. Por isso o planejamento tributário é coisa séria e não pode ser exercido por 
profissionais amadores ou negligentes, e deve ser conduzido de forma a analisar todos os 
aspectos envolvidos a modo de reduzir riscos. 
 
Palavras-chave: Direito Tributário. Gestão Jurídica. Planejamento Tributário. 
Planejamento Fiscal. 
8 
 
ABSTRACT 
The optimization or reduction of the tax process is nothing more than tax planning, which 
is succinctly a way to minimize tax costs. Tax planning will have to respect the law in full, 
looking for legal deals with less or no taxation. This is a lawful activity, and duly 
protected in legal form. This is a subjective right of any natural or legal person, with 
regard to their tax obligations, but it is also fundamental to the security of tax relations 
legally speaking. From the point of view of taxpayers, who take advantage of tax 
planning, the objective is to minimize the tax bill, paying the minimum possible taxes, in 
the most specific case of companies, there are possibilities in the legislation in which the 
choice between taxation regimes is allowed which can lead to a lower tax burden. 
This small survey aims to verify how important legal guidance and management is in tax 
planning as an effective tool in organizational management, allowing minimization of tax 
costs and increased profit in companies. For this reason, tax planning is serious and 
cannot be carried out by amateur or negligent professionals, and must be conducted in 
such a way as to analyze all aspects involved in order to reduce risks. 
 
Keywords: Tax law. Legal Management. Tax Planning. Tax Planning. 
9 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
TCC Trabalho de Conclusão de Curso 
CTN Código Tributário Nacional 
art ou ART Artigos 
IOF Imposto sobre Operações Financeiras 
ICMS Imposto sobre circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços 
PIS Programa Integração Social 
COFINS Contribuição para Financiamento de Seguridade Social 
OAB Ordem dos Advogados do Brasil 
IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS E CARACTERÍSTICAS DA 
GESTÃO TRIBUTÁRIA 
1.1 Princípios do Direito Tributário 
1.1.1 Princípio da Legalidade 
1.1.2 Princípio da Isonomia Tributária 
1.1.3 Princípio da Irretroatividade 
1.1.4 Princípio da Anteriodade 
1.1.5 Princípio do Não-Confisco 
1.1.6 Princípio da Liberdade de Tráfego 
1.1.7 Princípio da Capacidade Contributiva 
1.2 Tributos 
CAPÍTULO II – COMO FUNCIONA O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
CAPÍTULO III - O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA 
PARA REDUÇÃO DE IMPOSTOS 
3.1 Elisão e Elusão Fiscal 
3.2 Gestão Tributária Jurídica 
3.3 Objetivos Específicos da Gestão do Tributarista 
3.4 Tipos de Regimes Tributários 
3.5 Formas de Planejamento Tributário 
3.5.1 Planejamento Tributário Estratégico 
3.5.2 Planejamento Tributário Operacional 
3.5.3 Planejamento Tributário Tático 
3.5.4 Planejamento Tributário Corretivo 
3.6 Recuperação Tributária como forma de Planejamento 
3.7 A Relevância do Planejamento Jurídico para a Cisão, Fusão e Incorporação 
CAPÍTULO IV– REFORMA TRIBUTÁRIA 
4.1 Objetivos e principais pontos da Reforma Tributária 
4.2 Prós e Contras da Reforma Tributária 
CAPÍTULO V – DIREITO TRIBUTÁRIO PÓS PANDEMIA COVID-19 
CONCLUSÃO 
11 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA 
12 
 
INTRODUÇÃO 
Esse trabalho teve como principal foco,aumentar o conhecimento sobre os conceitos de 
planejamento tributário através do trabalho de um advogado, fazendo um comparativo 
entre as formas de atuação lícitas e ilícitas (elisão e evasão fiscal), assunto esse importante 
para a formação do advogado tributarista, sem, contudo, esgotar o tema, que possui ainda 
diversos questionamentos referentes à possibilidade da utilização da elisão fiscal como 
forma de planejamento tributário. O objetivo final do planejamento tributário é otimizar 
o montante da carga tributária a ser suportada pela pessoa física ou jurídica no âmbito 
legal. Assim, por exemplo, aplica-se aos casos em que a legislação prevê a escolha entre 
sistemas fiscais que podem levar a uma carga tributária mais baixa. Considera-se, que a 
princípio, a forma que o contribuinte utilizará para reduzir sua carga tributária pode 
assumir diversas posições quanto à licitude. Se for realizada com meios permitidos, será 
considerado planejamento tributário lícito, também conhecido como elisão fiscal. A ideia 
de que existe um direito natural de otimizar a carga tributária é antiga. Aliomar Baleeiro, 
em todos os seus escritos, afirma: "via de regra, se não violar proibição legal ou cometer 
falsidade material ou ideológica, o contribuinte tem liberdade de escolha dos atos e 
instrumentos jurídicos que, do ponto de vista tributário, sejam mais relevantes aos seus 
interesses". Se, porém, forem utilizadas formas legalmente proibidas, será denominada 
de evasão fiscal. A intenção de fugir ao tributo através da fraude, simulação ou conluio, 
encontra unanimidade dos autores, quando da análise do sistema tributário. Sua utilização 
como subterfúgio para o não recolhimento dos tributos devidos interfere na economia de 
um país quando atinge o Estado como órgão responsável pela segurança e bem estar 
social, e também as outras empresas, que se veem obrigadas a concorrer com as que agem 
dentro da clandestinidade, provocando uma concorrência desleal tendente a 
prejudicar um ramo da economia. Quando se busca os conceitos de elisão fiscal, essa 
unanimidade deixa de existir. Embora a legislação abra espaço para que o contribuinte 
organize sua vida econômica da forma que lhe cause o menor ônus, a linha que delimita 
a legalidade nestas ações é tênue, pois a elisão gira em torno das formas com que o 
contribuinte usa para não entrar na relação tributária, em princípio, não existe ato jurídico 
ou atividade económica exercida apenas para fins elisivos, a motivação pode ser a 
obtenção de alguma forma de otimização da carga tributária, entretanto, a transação tem 
outros efeitos, especialmente no campo do direito privado. Portanto, para justificar um 
ato eletivo ou omissão, é imprescindível que, para além da forma jurídica e com a lei, as 
13 
 
decisões pessoais e administrativas que constituem tais práticas tenham causa legítima e 
genuína. Em outras palavras, uma operação declarada que não foi realmente executada 
ou foi artificialmente revertida não pode ser considerada legal. sendo imprescindível o 
trabalho do advogado. Portanto, uma forma de se destacar no mercado é se especializar 
nessa área tributária, já que a alta carga tributária do país reduz a capacidade de produção 
riqueza nas empresas. Isso requer práticas de gerenciamento eficazes e eficientes do 
especialista, esforços constantes para manter a continuidade dos negócios, além de prestar 
atenção nas mudanças na legislação e busca de novos métodos jurídicos de redução da 
carga tributária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS TEÓRICOS E CARACTERÍSTICAS DA 
GESTÃO TRIBUTÁRIA 
 
Desta maneira, dando início ao objeto de discussão, analisemos o art. 96 do CTN: 
Art.96 – A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo 
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Até o momento, o sistema tributário nacional tem sido plenamente constitucional, 
ou seja, a “Constituição Federal” contém o padrão de incidência fiscal, que aponta de 
forma direta ou indireta: hipóteses da incidência, sujeito passivo possível, sujeito ativo 
possível, base de cálculo e proporção possível. Os tratados e convenções internacionais 
não fazem parte da legislação tributária. Na verdade, uma explicação melhor é que os 
tratados e convenções internacionais não fazem parte do sistema jurídico brasileiro, 
portanto, esses tratados não existem na legislação tributária 
O direito tributário é um ramo do direito público que tem por objetivo principal 
regular a cobrança de impostos pelo Estado ás pessoas fisicas e juridicas. A tributação no 
Brasil é motivo de muitas dúvidas e questionamentos para a população, mas é 
extremamente necessária para a manutenção do estado. Para poder pesquisar e observar 
o equilíbrio entre tributário e contribuinte, o direito tributário é fundamental. O direito 
tributário, como todas as áreas do direito, é compatível e relacionado com outros ramos 
do ordenamento jurídico brasileiro, mas não só apresenta um objeto de pesquisa muito 
específico, mas segue princípios próprios que fornecem a perspectiva necessária para a 
análise das regras que permitem a criação e cobrança de impostos. Nessa abordagem, a 
função do direito tributário no sistema jurídico brasileiro é analisar a natureza dos 
impostos, avaliar se os impostos criados têm uma regulamentação legal, se são geralmente 
indicados e se são consistentes com a constituição. O espectro de estudos neste ramo do 
direito começa com a criação dos impostos e termina com a sua efetiva arrecadação por 
parte do Estado, que onera a sociedade. 
No segundo nível da hierarquia, a legislação que rege o funcionamento da 
legislação tributária brasileira e do sistema tributário pode ser encontrada no Código 
Tributário Nacional (Lei nº 5.172 / 1966). Em última análise, a área de abrangência do 
15 
 
direito tributário é também o das regras detalhadas sobre a formação e ordenação de 
impostos, taxas e outros tipos de arrecadação que o Estado arrecada na sociedade. Como 
em todas as áreas do direito, existem princípios norteadores, impostos pela Constituição 
Federal, que determinam como os tributos podem ou não ser cobrados e, portanto, 
indicam como o direito tributário opera no ordenamento jurídico brasileiro. 
1.1 Princípios do Direito Tributário 
Os princípios são de fundamental importância no sistema jurídico, pois representam 
a perspectiva que as agências de aplicação da lei devem ter ao analisar, examinar, 
interpretar e aplicar as disposições legais e normativas existentes em um determinado 
caso. Embora a doutrina tenda a separar os princípios de maneiras diferentes, mais 
detalhadas ou não, este artigo tratará dos sete mais importantes: legalidade, isonomia, 
irretroatividade, precursor, não confisco e liberdade de movimento e capacidade de 
participação. 
1.1.1 Princípio da Legalidade 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”. 
 
Isso significa, que o estado pode criar ou aumentar impostos sem nenhuma lei especial 
que o permita. Este princípio é muito importante por vários motivos: evita o uso de 
impostos abusivos sem destinação explícita, não permite que o executivo recolha 
impostos sem o consentimento do legislativo, que tem de legislar, além de apresentar 
maior transparência na forma como os impostos são cobrados e administrados. 
 
1.1.2 Princípio da Isonomia Tributária 
Inciso II, Art. 150 CF: 
“II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentementeda denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos”. 
16 
 
O princípio da isonomia é comum a todo o ordenamento jurídico brasileiro, incluindo a 
aplicação de impostos. Basicamente, aponta que as pessoas em situação de igualdade não 
devem receber tratamento desigual, gerando um cuidado igual para todos os sujeitos da 
sociedade. 
1.1.3 Princípio da Irretroatividade 
Inciso III, art. 150, CF, tem “a”: 
“III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado”. 
A regra da irretroatividade afirma que é ilegal cobrar impostos sobre atividades 
anteriores, mas que agora existem regras fiscais específicas. Assim, não é possível tributar 
quem, à data da sua ativação, não existia na regulamentação que indica o pagamento do 
imposto sobre as atividades. 
1.1.4 Princípio da Anterioridade 
 Inciso III, CF, mas nos itens “b” e “c”: 
“b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b”. 
Esta regra protege o contribuinte de ter que pagar automaticamente um novo 
imposto ou aumentar um imposto existente no momento de sua criação ou alteração. 
Portanto, a Constituição determina que o estado deve esperar pelo menos 90 dias para 
iniciar a arrecadação dos recursos tributários. 
 
1.1.5 Princípio da Não-Confisco 
O princípio do não-confisco, como prevê o próprio nome, indica que o Estado não 
pode utilizar a tributação com o objetivo de confiscar os bens ou propriedades do 
contribuinte. De acordo com Inciso IV, art. 150, CF: 
17 
 
“IV - utilizar tributo com efeito de confisco”. 
 
1.1.6 Princípio da Liberdade de Tráfego 
 
Inciso V, art. 150, CF: 
“V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de 
vias conservadas pelo Poder Público”. 
A fim de preservar o direito pétreo de ir e vir, é inconstitucional usar impostos para 
restringir a circulação de pessoas ou mercadorias. A única exceção é a cobrança de 
pedágios pelo uso de rodovias públicas mantidas pelo governo ou privados sob concessão. 
Esta tributação é, portanto, para efeitos de proteção rodoviária e só pode ser cobrada 
quando existem outras vias públicas que conduzam a um destino específico. 
 
1.1.7 Princípio da Capacidade Contributiva 
 
Salienta que os impostos devem ser pessoais sempre que possível, tendo em conta 
a viabilidade económica do contribuinte. 
“§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte”. 
Portanto, podemos perceber que a característica da constituição federal é a 
necessidade de implantar um sistema tributário progressivo, ou seja, pessoas com 
condições econômicas precárias devem pagar menos impostos, enquanto aqueles com 
maior capacidade financeira devem pagar mais impostos. 
Portanto, os princípios do direito tributário são essenciais para que a tributação 
alcance um equilíbrio justo entre o dinheiro estadual arrecadado para a implementação 
18 
 
de ações afirmativas que beneficiam a sociedade e o peso monetário que essas ações 
trazem aos contribuintes. 
 
1.2 Tributos 
O CTN - Código Tributário Nacional - é a lei que rege no Brasil a aplicação de 
tributos, extensão, escopo, restrições, direitos e obrigações dos contribuintes, o exercício 
das atividades dos controladores e demais legislações tributárias. A atual possibilidade de 
aplicação do CTN, no âmbito da Constituição de 1988, decorre do fenômeno, da teoria 
ou do princípio da aceitação (art. 34 (5) da Lei das Disposições Constitucionais 
Transitórias). 
De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), os tributos são definidos 
como: 
“Toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato 
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966, p,60). 
A lei que sanciona o Código Tributário Nacional é a Lei Complementar nº 36/67, 
que foi oficialmente aceita como lei complementar na Constituição brasileira de 1967 e 
1988 (ver STF Pleno RE 93.850 / MG, Ministro Relator Moreira Alvi Si, J. 20.05.1982, 
DJ 27/08/1982; RTJ 105/194). Lei essa que atribui a seu texto funções como a de 
estabelecer definições de tributos. São, ao todo, seis elementos essenciais para 
identificação conceitual de tributo. 
 
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.” 
 
Vamos revisar estes elementos: o tributo é uma prestação pecuniária: o imposto é um 
benefício em dinheiro e deve ser necessariamente pago em moeda ou outra moeda cujo 
valor possa ser expresso em moeda, nos casos permitidos no próprio CTN, como doação 
de bens imóveis (CTN Art. 156, XI); O tributo é uma prestação obrigatória: não é da 
19 
 
vontade da pessoa pagar o imposto. Assim, quando ocorre um fato gerador, o imposto é 
devido e deve necessariamente ser pago. 
O tributo é um benefício que não constitui uma sanção para um ato ilícito: o pagamento 
do imposto não deve servir como penalidade, ou seja, uma penalidade por cometer um 
ato proibido. Podemos, portanto, concluir que impostos não devem ser confundidos com 
penalidades fiscais. 
O tributo é um ato legal: devido ao princípio da legalidade da tributação (CF / 88, 
art. 150, I), todo e qualquer tributo deve ser cobrado por lei. Ao se referir à lei, deve ser 
claramente indicado que, a menos que seja necessário promulgar leis complementares em 
certas circunstâncias, a lei geralmente é lei comum. De referir ainda que, de acordo com 
a CF / 88, a entidade com direito a editar a lei deve, evidentemente, ser uma entidade com 
jurisdição tributária para formular o imposto correspondente. 
A tributação é a receita arrecadada por meio de atividades de gestão totalmente 
conectadas: por um lado, se o indivíduo é obrigado a pagar impostos (renda obrigatória), 
por outro, o fisco não pode renunciar à cobrança no momento devido. Pode-se dizer que 
as atividades tributárias não dependem dos critérios de conveniência e oportunidade, 
sendo obviamente uma espécie de comportamento de encadeamento. 
Os princípios do direito tributário são, portanto, necessários para que a tributação 
seja realizada com um equilíbrio adequado entre a arrecadação estadual de recursos para 
a realização de ações afirmativas em benefício da sociedade e o peso monetário que essas 
ações agregam ao bolso do contribuinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CAPÍTULO II – COMO FUNCIONA O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 
A tributação foi introduzida em nosso país nos primeiros anos de colonização. 
Inicialmente, era muito semelhante ao modelo egípcio. Isso se deve ao fato de que 
pesquisadores interessados no pau brasil (uma árvore nativa) tiveram que pagar um quinto 
do material estudado à coroa portuguesa. Esse sistema também foi usado para outras 
riquezas do país que foram minadas. Esse sistema se desenvolveu desde que o Brasil foi 
dividido em 15 capitanias hereditárias, governados por donatários (principalmente para 
organizar e proteger a terra contra saqueadores de outros países). Ainda não havia moeda, 
então o sistema ainda consistia na monarquia sobre a riqueza brasileira. Eles tinham suas 
próprias matérias como forma de pagamento.Somente após a instalação da família real, 
o uso de moedas de ouro, prata e cobre foi adotado. Surgiu então a necessidade de criar 
um novo imposto para pagar a mudança da coroa para o Brasil. A chegada só ocorreu em 
1808, cerca de 278 anos antes de a moeda se tornar negociável no país. Graças ao poder 
centralizado no Brasil, as relações comerciais internacionais se intensificaram e surgiram 
os impostos sobre a importação de produtos. 
A legislação tributária brasileira é uma das mais complexas do mundo, e a razão 
para isso é a quantidade de leis em vigor que acabam por dificultar a vida de um 
contribuinte, seja ele pessoa física ou jurídica. Embora seja importante entender do que 
se trata cada situação, não se esqueça que apenas um especialista pode, na prática, 
determinar o que é o planejamento de cada negócio. Portanto, o desafio para profissionais 
tributários e contábeis é dedicar-se a entender a fundo como funciona, bem como 
conhecer as leis e regulamentos que o compõem. 
Em resumo, nosso sistema tributário sofreu muitas mudanças desde o período 
colonial até o modelo atual. Uma análise de como surgiram os impostos no Brasil é muito 
interessante para entender como esse modelo extremamente primitivo ainda gera reflexos 
no atual sistema tributário brasileiro. Porém, mudanças na regulamentação tributária 
aparecem a todo o tempo e é importante, principalmente para os profissionais da área, 
estarem sempre atentos às atualizações. 
O funcionamento do sistema tributário nacional é baseado na arrecadação de 
tributação, e tem como objetivo a captação de recursos para as atividades nacionais, como 
a melhoria do atendimento à população, o investimento em infraestrutura e o pagamento 
de salários de funcionários. Esses impostos podem ser cobrados diretamente pelo Estado, 
ou indiretamente, quando os cidadãos compram produtos ou usam serviços (sejam de 
21 
 
empresas privadas ou públicas). Por exemplo o ICMS que é de competência estadual. No 
entanto, cada estado tem suas próprias leis de ICMS. O resultado são 27 leis, de cada um 
dos impostos mais complexos do país. 
 
É claro que existe uma escassez na estrutura tributária brasileira, 
resultando em uma carga tributária muito elevada, sem uma 
contrapartida adequada aos serviços públicos oferecidos 
(GIAMBIAGI e ALÉM, 2000, p. 38). 
 
Dados esses problemas identificados e a capacidade das empresas brasileiras de praticar 
a evasão da tributação para evitar uma carga tributária elevada, é necessário distinguir 
entre evasão fiscal e planejamento tributário. O estudo da legislação tributária, suas 
legislações e hierarquia propicia à empresa um planejamento tributário alternativo. É uma 
forma legal de pagar menos impostos, garantindo a credibilidade da empresa no futuro e 
diminuindo os custos fiscais. Não há necessidade de confundir planejamento tributário 
com elisão fiscal. Por sua vez, a evasão significa usar meios ilegais, como trapaça, 
simulação, dissimulação etc., para deixar de pagar o imposto devido. Entende-se também 
por evasão fiscal qualquer ato ou omissão deliberada com o objetivo de impedir ou 
atrasar, total ou parcialmente, o conhecimento da autoridade gestora da realização da 
ocorrência do fato que deu origem à obrigação principal. 
Há doutrinador que critique a frase "prestação compulsória" contida no art. 3º do CTN. 
O devedor de um passivo não tributário também é obrigado a fornecer o objeto da sua 
obrigação legal, visto que o credor tem o direito de exigi-la sob coação. O conceito de 
tributo também pode variar dependendo da perspectiva do agente que o utiliza. Portanto, 
para o contribuinte, a tributação costuma ser considerada como algo ruim ou penoso, 
sendo a intervenção do Estado no seu patrimônio, devendo, portanto, ser realizada dentro 
dos estritos limites da lei. 
Portanto, a disposição para cumprir ou não cumprir nada tem a ver com a criação de 
obrigações tributárias, pois tem origem na lei. E não basta que uma lei preveja impostos 
ou obrigações tributárias, e os fatos ou premissas que os legisladores apontam como base 
para a ocorrência das relações jurídicas tributárias são chamados de fator gerador. Embora 
ambos os tipos de arrecadação sejam obrigatórios, eles não devem ser confundidos com 
multas ou penalidades financeiras. O imposto é usado principalmente para pagar as 
despesas estaduais necessárias. Existem muitas regras no direito positivo brasileiro que 
22 
 
definem uma finalidade adequada para fins fiscais. Um exemplo de norma que estabelece 
que a causa de um negócio jurídico ou atividade empresarial está relacionada a uma 
finalidade específica é aquela existente na legislação do imposto de renda, que estipula 
que somente serão deduzidas as despesas necessárias ao negócio - para apuração do lucro 
real. Portanto, gastos sem motivo ou com motivo que não esteja relacionado com as 
necessidades da empresa não são reconhecidos como custos dedutíveis de impostos. Este 
exemplo mostra que questões relacionadas à causa de um ato ou atividade podem e devem 
estar na lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CAPÍTULO III - O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FERRAMENTA 
PARA REDUÇÃO DE IMPOSTOS 
De fato, quando alguém celebra um negócio jurídico e cumpre as obrigações 
assumidas o faz com a finalidade de movimentar a sua autonomia privada e atingir a 
função social que é inerente ao negócio. Assim, a causa que está pressuposta acima, e a 
falta desta mesma, corresponde a uma “causa ilícita”, a partir deste ponto de vista, a falta 
de causa é prova suficiente da ocorrência de fraude ou simulação e o ordenamento 
jurídico contém normas de bloqueio para cercear a produção de efeitos tributários em 
operações que sejam formalmente documentadas, mas que não tenham causa real. De 
certo modo, há um consenso de que as operações que envolvam reorganizações 
societárias visam a reduzir despesas e duplicidade de controles; permitir a melhor 
administração do ponto de vista logístico e financeiro; atender a exigências legais, etc. 
Mas se os contribuintes declaram esses motivos para realizar certa operação, que estão de 
acordo com a legislação, eles dificilmente podem ser contestados pela fiscalização. Sendo 
assim é possível que essas declarações encubram o verdadeiro motivo, o de reduzir 
a carga tributária. Claro que, como já foi dito, que a lei tributária pode determinar que 
estas categorias (causa e motivo) venham, eventualmente, a compor o conjunto de 
critérios de validade material dos atos e negócios. Neste momento, as ideias de causa e 
de motivo mostram se estreitamente relacionadas com a ideia de propósito negocial. A 
rigor, este, quando presente, absorve aqueles. A necessidade da mudança e a adoção de 
medidas jurídicas tendentes a diminuir ou redimensionar a carga tributária nos limites da 
lei e do ordenamento jurídico, no campo tributário, para concluir as mudanças que 
decorrem de uma exigência natural para a empresa enquanto tal, os empresários ou os 
administradores, não ficam obrigados, salvo disposição expressa de lei, a justificar as suas 
ações, se não podem apresentar justificativas para se escusar ao cumprimento de 
obrigações tributárias quando praticam o chamado “fato gerador” previsto em lei; não 
devem, ao reverso, explicar porque não o praticam ou porque escolhem meios menos 
onerosos que sejam permitidos pela lei; a permissão, no caso, abrange a 
“permissão forte”, aquela que está explícita na lei, e abrange, de igual forma, a “permissão 
fraca”, ficando considerada que o que não está proibido está permitido. 
A gestão jurídica, no caso o trabalho do advogado se dá de forma repressiva em se 
tratando de prática contenciosa, quando o problema já está instalado, ou seja, o Auto de 
Infração já foi lavrado e o advogado estará, na melhor das possibilidades, defendendo seu 
24 
 
cliente em sede administrativa. Poderá ainda, já estar discutindoo crédito tributário na 
esfera judicial, seja na Execução Fiscal (ação de cobrança ajuizada pelo fisco), seja por 
meio de Ação anulatória de débito fiscal. E se dá também de forma preventiva, que seria 
uma advocacia de análises e números, diretamente conectada ao mundo dos negócios e 
ao dia a dia das empresas. 
 
 3.1 Elisão e Elusão Fiscal 
 
O artigo 114 do Código Tributário Nacional (CTN), define que: “Fato gerador da 
obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência.”. Chegando à definição do direito, deve-se entender que fator gerador é a 
situação prevista em lei que, se ocorrer, dá origem à obrigação de recolhimento do 
imposto. Essa situação é fundamental para caracterizar a elisão ou evasão fiscal. Com um 
planejamento adequado, evitando a ocorrência de um fator gerador e, portanto, o 
surgimento de uma obrigação tributária, tratamos da elisão fiscal. No entanto, uma vez 
ocorrido um evento tributário e feita a tentativa de alterar o impacto sobre o que já estava 
definido no momento da ocorrência, enfrentaremos a sonegação fiscal. 
Roque Carrazza (2011, p.349) assim define: A elisão fiscal pode 
ser definida como a conduta lícita, omissiva ou comissiva, do 
contribuinte, que visa impedir o nascimento da obrigação 
tributária, reduzir seu montante ou adiar seu cumprimento. A 
elisão fiscal é alcançada pela não realização do fato imponível 
(pressuposto de fato) do tributo ou pela prática de negócio 
jurídico tributariamente menos oneroso, como, por exemplo, a 
importação de um produto, via Zona Franca de Manaus. Tais 
manobras, embora beneficiem o contribuinte, não são condenadas 
por nosso direito positivo. 
Em contrapartida, a evasão fiscal, também conhecida como sonegação fiscal, é 
caracterizada pela economia fiscal após a ocorrência de um fator gerador, onde o 
contribuinte não paga a dívida por meio de métodos obscuros, e o objetivo é esconder um 
compromisso já nascido. 
A Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, em seus artigos 1º e 2º, define: 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou 
reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: 
25 
 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, 
ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou 
livro exigido pela lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de 
venda, ou qualquer outro documento relativo à operação 
tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento 
que saiba ou deva saber falso ou inexato; 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal 
ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou 
prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em 
desacordo com a legislação. 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: 
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens 
ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou 
parcialmente, de pagamento de tributo; 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de 
contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de 
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres 
públicos; 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte 
beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou 
deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, 
incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou 
entidade de desenvolvimento; 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que 
permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir 
informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à 
Fazenda Pública. 
 
Pode-se observar que a elisão fiscal busca uma economia tributária lícita, evitando a 
ocorrência de um fato tributável já em caso de evasão ou sonegação das características de 
uma infração, quando um fato tributável ocorre e o imposto foi abolido ou reduzido por 
meio de informações falsas, imprecisas ou enganosas. 
26 
 
A elusão fiscal, segundo Ricardo Alexandre (2010, p. 287), é uma forma que 
aparentemente não é uma forma ilegal de isenção fiscal, mas toma medidas artificiais e 
inusitadas para evitar o seu pagamento, também conhecidas como elisão ineficaz, pois 
isso permite às autoridades fiscais detectar a atividade e cobrar o imposto a ser isento. 
São aquelas atividades ou empreendimentos que, embora não constituam violação frontal 
da regulamentação, são praticados pelo contribuinte por meio da utilização de “artefatos” 
que resultem em redução da carga tributária. No entanto, é necessário reconhecer que as 
premissas em que uma pessoa física pode fazer negócios sem contribuir com o fisco são 
limitadas e envolvem a execução dentro dos limites fixados em lei, não cabendo hipóteses 
de simulação, fraude ou fraude. 
 
3.2 Gestão Tributária Jurídica 
 
 De acordo com estudo do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, 
cerca de 364 mil leis foram elaboradas desde a promulgação da Constituição Federal de 
1988, entre leis, medidas provisórias, instruções normativas, emendas constitucionais, 
decretos, regulamentos e atos declarativos relacionados ao imposto. Mesmo assim, em 
média, mais de 12.000 atualizações fiscais são realizadas pelo Serviço de Impostos 
Federais. 
 Entende-se que a finalidade do planejamento tributário é reduzir custos para contribuir 
para a tomada de decisão dos gestores em relação à carga tributária. A princípio, não 
existe um ato ou negócio jurídico que seja realizado apenas com fins de suprimir, a 
motivação pode ser a obtenção de alguma forma de otimização da carga tributária, no 
entanto, o negócio produz outros efeitos, no campo do direito privado especialmente. 
Para justificar a ação ou omissão elisiva, é apenas imprescindível que, além da forma de 
acordo com a lei e o direito, as decisões pessoais e administrativas que constituem tais 
práticas tenham uma causa lícita e verdadeira. Em outras palavras, não pode ser 
considerada legítima uma operação declarada que não tenha sido efetivamente realizada 
ou que tenha sido revertida de forma artificiosa. E para êxito nessa função levamos em 
conta três fatores que dizem a respeito dos meios e dos fins. O primeiro fator diz respeito 
à legalidade formal e material. É necessário verificar se o modelo idealizado pode ser 
licitamente utilizado ou se o mesmo constitui ou não uma forma direta ou indireta de burla 
a normas de autoridades ou ordem pública, aquelas que não podem ser desprezadas ou 
contornadas pelos particulares sob pena de sanção, o que inclui a invalidade dos atos ou 
27 
 
negócios jurídicos celebrados sem que elas sejam observadas. O segundo fator diz 
respeito legalidade teleológica, que tem relação com a higidez jurídica da função dos atos 
ou negócios, se para a finalidade a ser alcançada é necessário estabelecer se os atos ou 
negócios jurídicos destinam-se a alcançar um resultado legítimo. O terceiro fator, filtro 
de sinceridade dos atos e negócios. Diz respeito à verificação do comportamento das 
partes, se interessa atestar se as partes agem efetivamente para dar realidade negocial às 
formas idealizadas, isto é, se os negócios declarados são efetiva e verdadeiramente 
realizados e de acordo com a estrutura jurídica aplicada às referidas formas ou se, por 
outro lado, a forma está a serviço de falsa representação da realidade. A licitude formal 
dos atos ou negócios jurídicos não é suficiente para impedir que as autoridades fiscais 
possam vir, nos limites da lei, a contestar os resultados produzidos. Especialmente nas 
operações entre partes relacionadas, são necessários cuidados especiais para afastar 
artificialismos.A causa ou o motivo do negócio não tem, em princípio, importância para 
a aplicação ou não de uma norma tributária. Tudo fica a depender da própria norma, que 
pode exigir ou não a ocorrência de um ou de outro ou de ambos concomitantemente. E o 
que acontece quando atos ou negócios jurídicos são celebrados sem que seja observados 
estes fatores? De fato, quando alguém celebra um negócio jurídico e cumpre as 
obrigações assumidas o faz com a finalidade de movimentar a sua autonomia privada e 
atingir a função social que é inerente ao negócio. Assim, a causa que está pressuposta 
acima, e a falta desta mesma, corresponde a uma “causa ilícita”, a partir deste ponto de 
vista, a falta de causa é prova suficiente da ocorrência de fraude ou simulação e o 
ordenamento jurídico contém normas de bloqueio para cercear a produção de efeitos 
tributários em operações que sejam formalmente documentadas, mas que não tenham 
causa real. De certo modo, há um consenso de que as operações que envolvam 
reorganizações societárias visam a reduzir despesas e duplicidade de controles; permitir 
a melhor administração do ponto de vista logístico e financeiro; atender a 
exigências legais, etc. Mas se os contribuintes declaram esses motivos para realizar certa 
operação, que estão de acordo com a legislação, eles dificilmente podem ser contestados 
pela fiscalização. Sendo assim é possível que essas declarações encubram o verdadeiro 
motivo, o de reduzir a carga tributária. Claro que, como já foi dito, que a lei tributária 
pode determinar que estas categorias (causa e motivo) venham, eventualmente, a compor 
o conjunto de critérios de validade material dos atos e negócios. Neste momento, as idéias 
de causa e de motivo mostram-se estreitamente relacionadas com a ideia de propósito 
negocial. A rigor, este, quando presente, absorve aqueles. A necessidade da mudança e a 
28 
 
adoção de medidas jurídicas tendentes a diminuir ou redimensionar a carga tributária nos 
limites da lei e do ordenamento jurídico, no campo tributário, para concluir as mudanças 
que decorrem de uma exigência natural para a empresa enquanto tal, os empresários ou 
os administradores, não ficam obrigados, salvo disposição expressa de lei, a justificar as 
suas ações, se não podem apresentar justificativas para se escusar ao cumprimento de 
obrigações tributárias quando praticam o chamado “fato gerador” previsto em lei; não 
devem, ao reverso, explicar porque não o praticam ou porque escolhem meios menos 
onerosos que sejam permitidos pela lei; a permissão, no caso, abrange a 
“permissão forte”, aquela que está explícita na lei, e abrange, de igual forma, a “permissão 
fraca”, ficando considerada que o que não está proibido está permitido. 
 
3.3 Objetivos Específicos da Gestão do Tributarista 
A atuação do advogado na gestão tributária das empresas deve ser encarada como 
um importante investimento e não como uma despesa, pois a atuação desse 
profissional especializado é fundamental para que todas as atividades de cobrança de 
impostos sejam realizadas e identificadas com todos os atos para recolhimento dos 
tributos e para também serem identificados previamente os riscos com maior segurança 
Além disso, seus resultados em ações judiciais são igualmente importantes, pois, no 
sentido contrário, a Receita Federal investe cada vez mais recursos para melhorar o 
controle. O objetivo primordial do advogado tributarista que atua na esfera contenciosa é 
evitar a redução do patrimônio do seu cliente, extinguindo ou reduzindo o crédito 
tributário em discussão, garantindo assim, a continuidade das atividades do seu 
constituinte, o profissional Jurídico Tributário possui todas as condições de atuar de 
forma a reduzir tributos e desenvolver um planejamento tributário que viabilize as 
atividades da empresa. A carga tributária de produtos e serviços é uma preocupação 
comum entre a maioria dos empresários, talvez uma das maiores. E essa preocupação é 
justificável, pois dependendo do valor da carga tributária, a continuidade do negócio fica 
inviável. A gestão dos impostos indiretos é uma das maiores dificuldades enfrentadas 
pelas empresas brasileiras. A sua alta complexidade tributária, as diferentes legislações 
na sua aplicação nos estados e municípios e a necessidade de envolvimento de diversos 
setores na tarefa de atender às exigências do Fisco são algumas das razões pelas quais as 
empresas brasileiras admitem ter grande dificuldade em manter-se em conformidade. 
Para se ter uma ideia, o fisco arrecadou cerca de R $ 205 bilhões em autuações em 2017, 
29 
 
sendo os principais problemas identificados o descumprimento, a falta de organização no 
preenchimento de dados como notas fiscais e o pagamento incorreto de tributos. A boa 
gestão tributária dentro da organização é um dos principais fatores para o sucesso de 
qualquer negócio no Brasil, considerando que o país é um dos que possui uma das maiores 
cargas de impostos do mundo. Falta de preparação para lidar com impostos elevados faz 
com que grande parte dessas empresas operem informalmente ou recorram a práticas 
ilícitas de evasão fiscal para manter suas atividades e sobreviver, o que é prejudicial à 
sociedade, ao mercado, à economia e à própria empresa, que terá dificuldades de 
crescimento. O planejamento tributário é uma ferramenta essencial na gestão financeira 
da empresa, visto que quando feito corretamente pode reduzir custos, aumentar a 
capacidade produtiva e o desenvolvimento de vantagem competitiva para a organização. 
O administrador é o grande responsável pelo desenvolvimento do processo de 
planejamento dentro da empresa, incluindo o planejamento tributário junto a um 
profissional qualificado. 
 
3.4 Tipos de Regime Tributário 
 
Os regimes tributários são as leais que regem e indicam todos os tipos de tributos 
que as empresas devem pagar ao Governo. Os mais comuns são: 
 
- Simples Nacional: os empresários costumam procurar a este em primeiro lugar, pois ele 
oferece alíquotas menores que os outros, administração tributária mais simplificada, com 
a facilidade de a arrecadação ser feita por meio do pagamento de uma única guia, e etc. 
Para se adequar a este regime tributário sua empresa precisa de faturamento de R$ 4,8 
milhões no máximo, por ano, isso já de acordo com o novo teto que entrou em vigor desde 
janeiro de 2018, e preenchimento de alguns outros requisitos previamente estabelecidos, 
como atividade da empresa, quadro de sócios, entre outros. 
- Lucro Presumido: este regime tributário é bastante utilizado por prestadores de serviços, 
como médicos, dentistas, economistas, entre outros. Para as empresas com o lucro 
superior a 32% do faturamento bruto, podem ter grandes vantagens nessa modalidade. A 
apuração deste regime impacta no: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). E a base de 
cálculo para recolhimento de impostos varia de acordo com a atividade de cada empresa. 
30 
 
- Lucro Real: este tipo de regime as empresas de maior porte costumam optar por esta 
modalidade, sendo pouco utilizado pelas PMEs. No regime Lucro Real, a empresa paga 
o IR e a contribuição social sobre a diferença positiva entre receita da venda e os gastos 
operacionais em determinado período. Este regime costuma interessar as empresas 
somente quando existe a combinação de um grande volume de faturamento com negócios 
que possuem margens de contribuição apertadas. 
 
3.5 Formas de Planejamento Tributário 
 
Agora que já conhecemos os tipos de regimes tributários, conhecer os diferentes 
tipos de planejamento tributário é essencial para obter maior lucratividade, bem como 
evitar interrupções que possam levar sua empresa a violar qualquer regulamentação 
tributária federal. Isso faz uma diferença ainda maior neste momento de crescimento 
econômico, em que as empresas estão mudando com valores expressivos. Vale lembrar 
que o planejamento tributário é uma forma lícitade reduzir o pagamento de tributos por 
meio das atividades que a empresa realiza em relação à liquidação dessas obrigações. 
 
3.5.1 Planejamento Tributário Estratégico 
 
No planejamento estratégico, os interesses de longo prazo da empresa devem ser 
levados em consideração na definição dos objetivos. Visa prever o futuro do negócio e 
ajuda a definir a visão, missão e valor da organização. Geralmente é elaborado para um 
período de 5 a 10 anos, por isso não é muito detalhado e necessita de constantes correções 
para evitar que se torne obsoleto. No desenvolvimento, deve-se levar em consideração 
fatores internos e externos da empresa, pensando na melhor alocação de recursos de forma 
que traga benefícios para a empresa. Por se tratar de decisões que implicam em mudanças 
nas características da empresa, na maioria das vezes são tomadas pelos proprietários, 
CEOs e diretores. Durante o planejamento estratégico, é determinado o tipo de sistema 
tributário mais adequado à estrutura da empresa. Para isso, algumas questões como 
localização, estrutura de capital, setor precisa ser avaliadas. Há também questões 
fundamentais sobre a missão da empresa (onde está e para onde quer chegar), visão (o 
que é e o que faz) e valores (que a prioriza). Uma vez definidos esses pontos, é possível 
adotar planos estratégicos de adaptação. Em outras palavras, um dos grandes benefícios 
é justamente a antecipação de cenários futuros, internos e externos, deixando a empresa 
31 
 
preparada para todas as possibilidades. Portanto, o planejamento tributário estratégico 
pode ser utilizado por novas empresas, passando por mudanças estruturais ou ainda 
planejando inovações e expansões significativas nos próximos anos. 
 
3.5.2 Planejamento Tributário Operacional 
 
É aquele que utiliza procedimentos previstos em lei dentro de uma 
empresa, a fim de cumprir as obrigações fiscais. Esse modelo de desenvolvimento está de 
acordo com a regulamentação em vigor, incluindo tarefas como a correta escrituração e 
o pagamento de impostos em dia na rotina de trabalho. A redução de impostos é gerada 
pelo pagamento antecipado. O planejamento tributário operacional é projetado para 
períodos de 3 a 6 meses. Demonstra todos os meios que serão articulados para alcançar 
os objetivos estabelecidos. Esses planos de ação precisam ser desenvolvidos dentro do 
período projetado. O planejamento tributário operacional deve ser utilizado por todas as 
empresas, em todos os momentos, já que atua no dia a dia corporativo. Quanto mais 
alinhado estiver o operacional, menos correções serão necessárias mais tarde. 
 
3.5.3 Planejamento Tributário Tático 
 
O planejamento tributário tático se concentra no médio prazo. Eles são projetados 
por uma média de 1 a 3 anos. Mantém a visão global da organização utilizada no 
planejamento estratégico. A diferença é que ele visa áreas e departamentos diretamente. 
Ou seja, o planejamento estratégico prepara decisões e projeções para a empresa como 
um todo, e a tática traduz esses planos e os concretiza para cada setor. Portanto, cada área 
tenta disparar metas para garantir o cumprimento das metas propostas pelo planejamento 
estratégico. Sendo assim, o nível tático é gerencial, e seus agentes são, na prática, os 
responsáveis por balancear os desejos da equipe estratégica e também por apoiar a equipe 
operacional. A vantagem do bom planejamento é evitar a perda de informações entre o 
planejamento estratégico e o operacional - ou seja, entre a teoria e a prática. O 
planejamento gerencial tributário é destinado às empresas que já possuem um modelo 
tributário selecionado e não pretendem alterá-lo no médio prazo. Pode ser utilizado em 
situações em que a organização esteja em busca de novos métodos de trabalho mais 
eficientes que os anteriores. 
 
32 
 
3.5.4 Planejamento Tributário Corretivo 
 
O planejamento tributário corretivo é usado quando uma empresa 
identifica imprecisões em fatores que podem afetar os impostos. Isso ajuda a recuperar o 
valor dos créditos fiscais ou reduzir ou até mesmo evitar a exposição às autoridades 
fiscais. Como o nome sugere, a grande vantagem desse planejamento é "parar" com os 
erros antes que seja tarde. No dia a dia de uma organização, ao desenvolver o 
planejamento, podem ocorrer situações inusitadas que expõem o negócio ao risco 
tributário. Portanto, assim que tais circunstâncias forem descobertas, o planejamento 
corretivo deve entrar em ação. Seu objetivo seria, portanto, investigar inconsistências, 
propor mudanças alternativas e agir para encontrar as soluções adequadas. Portanto, vale 
ressaltar a importância de empresas que o jurídico conta com apoio de contadores no dia 
a dia para orientar suas decisões nessa área - além de realizarem o tipo de planejamento 
tributário que aqui se discute. Afinal, nada pode substituir o conhecimento de 
especialistas na área. De qualquer forma, quanto mais informado e bem amparado você 
estiver, melhor será para a empresa. 
 
 
3.6 Recuperação Tributária como forma de Planejamento 
 O Governo também comete erros, e quando esses erros se referem a tributação, e 
quase todas as empresas brasileiras pagam mais impostos do que deveriam, 
independentemente do porte e do sistema tributário em que se inserem, elas fazem jus a 
recuperação tributária. A recuperação fiscal é um dos principais pontos para se obter um 
reembolso financeiro que beneficie o seu negócio. O governo pode cobrar impostos 
ilegais de várias maneiras. Por exemplo, existe um princípio de anualidade segundo o 
qual um novo imposto só pode ser aplicado um ano após a sua publicação. A taxa só pode 
ser aumentada por lei, nunca por regulamento. Toda vez que surgem tributos contrariando 
essas regras, eles estão sendo estabelecidos de forma ilegal e a empresa tem direito à 
recuperação tributária. Como obter seu imposto de volta? É fundamental que você avalie 
completamente todos os impostos que foram coletados ilegalmente pelo governo e pagos 
pela empresa. Em seguida, é necessário fazer uma atualização monetária e atualizar os 
valores pela taxa básica de juros (SELIC, Sistema Especial de Liquidação e Custódia). A 
recuperação dos tributos e das declarações de impostos são feitas principalmente pela 
33 
 
dedução dos impostos pagos. Essa compensação só pode ser paga com impostos da 
mesma espécie. Dessa forma, o imposto de renda pode ser deduzido de outros tributos 
federais, o salário educação pode ser deduzido no INSS, e assim por diante. Para outros 
impostos, é necessário avaliar todas as declarações fiscais, verificar todas as faturas, 
investigar todos os custos, despesas e taxas, identificar saídas (vendas ou serviços) para 
que todos os impostos possam ser recuperados. A empresa também pode obter um 
certificado negativo de dívida durante a compensação fiscal. É muito importante buscar 
a assistência de um advogado tributarista na realização desses procedimentos. Quais 
impostos posso recuperar? Existem vários impostos reembolsáveis. Um advogado 
tributarista é capaz de identificá-los a todos e favorecer a empresa. Entre esses impostos 
estão: 
- PIS (Programa de Integracao Social)– receita bruta e repique; 
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); 
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); 
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); 
- ICMS-ST (ICMS-Substituição Tributária); 
- IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Juridica); 
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); 
- FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) – multa dos 10% em demissões sem 
justa causa; 
- INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social) sobre verbas indenizatórias – nos 
casos de demissão sem justa causa; 
- ICMS pago nas contas de Energia elétrica, entre outros. 
“Quando a empresa se encontra em condições de reduzir a carga 
tributária com impostos e contribuições federais é o momento, ou 
seja, oquanto antes melhor. Vale ressaltar que esse é um contexto 
dos negócios dentro do regime do Lucro Presumido e Lucro Real” 
Reduzir a carga tributária é até uma saída para a crise. É uma alternativa dentro da lei que 
permite que as empresas recuperem valores que podem até aumentar suas finanças. A 
recuperação da desoneração tributária é feita por meio de minuciosa análise tributária, 
após levantamento de todas as informações detalhadas. Após análise técnica, é possível 
34 
 
identificar empréstimos que devem ser recuperados caso tenham sido reembolsados 
indevidamente. 
“No caso de ocorrências, a empresa pode solicitar a recuperação 
de crédito tributário por via administrativa, através do Pedido 
Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e a 
Declaração de Compensação (PER/DCOMP). O valor passível de 
recuperação já sofre a atualização de acordo com a taxa Selic” 
O planejamento tributário e a recuperação tributária são mais benéficos para as empresas 
sujeitas ao sistema tributário Lucro Suposto e Lucro Real: “Pela utilização de créditos de 
ICMS, IPI, PIS e COFINS, e despesas que podem ser vistas como uma redução da base 
de cálculo do PIS e COFINS”, acrescenta especialistas. Empresas públicas e privadas, 
independentemente do porte, podem se beneficiar com a redução da carga tributária. 
Dentre os principais benefícios da recuperação tributária, estão: identificação de falhas 
que podem ser corrigidas para minimizar riscos de autuações e multas, ajuste da carga 
tributária, já que identifica o que deve ou não ser pago pelo contribuinte, melhoria no 
geral da gestão financeira do negócio. 
 
3.7 A Relevância do Planejamento Jurídico para a Cisão, Fusão e Incorporação 
 
Por sua vez, o planejamento tributário ou a elisão tributária tem como objetivo 
primordial selecionar as situações de fato ou de direito que visam eliminar a carga 
tributária prevista na lei. Após essa abordagem conceitual, passar-se-á ao exame da elisão 
fiscal ou Planejamento Tributário, com ênfase na cisão, incorporação e fusão. Andrade 
Filho leciona que: 
As operações de incorporação, fusão e cisão são normalmente 
referidas como “reorganizações societárias”. Qualquer uma 
dessas operações pode ser realizada com diversos objetivos. 
Assim, elas são instrumentos societários que servem para: 
separação dos sócios, divisão da gestão administrativa de 
atividades ou produtos, resolução de problemas relacionados à 
sucessão empresarial; ou sucessão civil dos sócios ou acionistas 
35 
 
e etc. [...] Tais operações, todavia, podem servir de instrumento 
de planejamento tributário. 
 
Deve-se notar que a fusão, cisão e incorporação ocorrem por várias razões, mas 
principalmente por razões econômicas, uma vez que se destinam a fundir, dividir e 
incorporar para obter economias fiscais legítimas. É de conhecimento público que hoje 
existe muita concorrência no mercado empreendedor e muitas vezes algumas sociedades 
não estão preparadas para isso, e nem consiga acompanhar o ritmo exigido. Não é à toa 
que em um mercado competitivo como o Brasil, as empresas buscam soluções para seus 
contratempos. E neste aspecto, além de ação conjunta para continuar atuando no mercado, 
fazem economia nos tributos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
CAPÍTULO IV – REFORMA TRIBUTÁRIA 
Há algum tempo, a necessidade de mudar a forma de cálculo dos tributos no Brasil 
é entendida por razões como sua intensidade e complexidade, o que também coloca nosso 
país na 109ª posição no ranking mundial que mede a facilidade de fazer negócios. Toda 
esta burocracia e pesados encargos fiscais desestimulam a economia e têm um impacto 
profundo nas empresas e no governo. O sistema tributário atual do país é o resultado de 
um desenvolvimento lento e seu desenvolvimento está em conformidade com a teoria 
geral tradicional de tributação na literatura econômica. Na primeira fase, durante o 
período imperial e o início da República, os impostos sobre o comércio exterior eram 
generalizados, incluindo os impostos sobre a propriedade e uma série de impostos 
menores, que incidiam sobre bens, parte da renda e serviços prestados pelo governo. No 
final do século passado, foi instituído um imposto sobre o consumo que, com o tempo, 
passou a ser um IPI que ainda prevalecia nos anos 1960. O ICMS teve origem no imposto 
comercial sobre vendas criado em 1922. Somente em 1924, o imposto de renda gerado 
ao longo do tempo foi agrupado para formar o imposto de renda, que foi semi cedular por 
40 anos, até que uma forma semelhante é formada hoje. Os impostos sobre o comércio 
exterior representavam a principal fonte de receita tributária interna até o início da década 
de 1940, após os quais foram necessários mais 25 anos para que o sistema tributário fosse 
considerado uma ferramenta econômica. A lentidão é uma característica importante da 
evolução do sistema tributário nacional. Reflete a forte resistência da sociedade e do 
próprio Estado à mudanças, e não é por acaso que o tempo decorrido entre os primeiros 
apelos por reforma e sua implementação sejam tão longos. A reforma tributária afeta 
todos os fatores econômicos, e mudanças radicais que trazem imediatamente grandes 
alterações aos preços relativos da economia, e variações bruscas na carga tributária 
podem causar caos econômico e /ou falência do Estado. A natural lentidão da evolução 
do sistema fiscal é uma barreira, que é criada pelos próprios operadores económicos, que 
os protege contra esse risco. 
Atualmente o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, o que gera 
muita complexidade e muita burocracia. Essa situação impede o pleno desenvolvimento 
da indústria brasileira e é uma das causas do Custo Brasil, termo criado para identificar 
obstáculos econômicos, políticos e burocráticos para fazer negócios com o Brasil. A 
reforma tributária, que segue em passos lentos, é uma das principais formas de aumentar 
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a produtividade, confiabilidade e segurança de um país, atraindo investimentos nacionais 
e estrangeiros, seus resultados podem ser traduzidos em 5 palavras: simplificação, justiça, 
neutralidade, transparência e justiça. ABIMAQ apóia a simplificação de um sistema 
tributário abrangente que inclui pelo menos seis impostos principais. Então devemos 
cobrar do Congresso posição ao importante projeto de normas básicas capazes de 
constituir uma base constitucional no domínio da tributação, e não podem ser 
simplificadas por meras alegações de ineficácia no parlamento. Os fatores significativos 
são, sem dúvida, a defesa dos interesses dos grupos econômicos ou locais contra os efeitos 
restritivos dessa legislação e uma reação errônea ao que significaria essa sistematização 
em termos de limitação da autonomia dos governos estaduais e locais. No entanto, o fator 
decisivo seria o fato de que tais tentativas de coordenação e padronização iriam, na 
prática, impedir diferentes níveis de governo de atender às suas necessidades crescentes 
de recursos, à luz do crescimento acelerado das despesas e do contexto inflacionário, 
através da trajetória fácil da instituição de novos impostos ou de uma mudança de bases 
de cálculo, facilitada por por um sistema fluido e nominalista de discriminação de renda. 
Uma reforma que introduz mudanças significativas em toda a cadeia produtiva e permite 
ao Brasil ser mais competitivo e alinhado às melhores práticas internacionais. 
A atual Reforma Tributária brasileira que esta em andamento, segundo o vigente 
Ministro da Economia Paulo Guedes, não vai aumentar a carga de impostos e tributos 
pagos. Conforme explicado até então pelo ministro, o objetivo dessa mudança é fazer um 
rearranjo no que é pago hoje, a fim de estimular a atividade econômica e gerar mais 
eficiência ao sistema de arrecadação. 
A reforma a se realizar é aquela que visa também simplificar o sistema tributário, 
mas não confunde simplicidadecom simplismo. Em uma sociedade moderna, onde as 
relações econômicas são extremamente complexas, o sistema tributário relevante tem 
necessariamente algum grau de complexidade, e por um lado, o que conta é a eliminação 
de complicações desnecessárias e, por outro, simplificações que, embora agradáveis, 
escondem enormes custos económicos e sociais. 
 
4.1 Objetivos e principais pontos da Reforma Tributária 
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Um dos objetivos da proposta de reforma tributária a ser votada é aumentar a 
transparência do sistema tributário e simplificar o processo de arrecadação de impostos, 
o que, como se pode dizer, é um pouco confuso no momento. Essa mudança também deve 
reduzir a burocracia dessas taxas e impulsionar a economia. Acredita-se que impostos 
mais simples incentivam o consumo e o investimento, tanto internos quanto externos. 
Nesse caminho, espera-se que a reforma tributária também crie novos negócios, afetando 
diretamente as taxas de emprego. Do ponto de vista empresarial, essa é uma forma de 
facilitar o cumprimento tributário, permitindo que o empresário perca menos tempo 
entendendo os tributos que deve pagar. 
Um dos motivos para a discussão da reforma tributária é que existem duas PECs que 
tratam do assunto em análise: a PEC 45/2019 da Câmara dos Deputados e a PEC 110/2019 
do Senado Federal. Ambos visam simplificar o atual modelo de arrecadação de tributos e 
tributos sobre a produção e comercialização de bens e prestação de serviços, afetando as 
obrigações tributárias municipais, estaduais e federais. Além disso, as duas PECs também 
sugerem a extinção de diversos tributos, combinando-os em dois novos: no IBS (Imposto 
sobre o Valor Agregado) e no imposto seletivo. 
IBS, o imposto sobre valor agregado, é baseado no modelo de Imposto sobre Valor 
Agregado (IVA) cobrado pela maioria dos países desenvolvidos. Tanto na PEC proposta 
pela Câmara quanto no Senado, a influência do IBS se aplica a todos os bens e serviços, 
incluindo o aluguel de bens e a exploração de bens e direitos (tangíveis e intangíveis). 
Vale ressaltar que, pela regulamentação em vigor, essas operações não estão sujeitas a 
ICMS (imposto sobre o faturamento de mercadorias e serviços) ou ISS (imposto sobre 
serviços). 
PEC 45/2019 em relação ao IBS: 
“Para essa PEC, o Imposto sobre Bens e Serviços é um tributo 
federal a ser instituído por uma lei complementar. 
O IBS na PEC da Câmara dos Deputados unifica e substitui 5 
tributos: 
PIS, Programa de Integração Social; 
Cofins, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social; 
IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados; 
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ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços 
ISS, Imposto Sobre Serviço. 
Com relação à determinação da alíquota dessa nova forma de 
tributação, a proposta é que aconteça da seguinte forma: 
cada ente federativo (ou seja, município, estado ou federação) 
fixa uma parcela da alíquota total do IBS por meio de uma lei 
ordinária; essas, por sua vez, serão uma espécie de “subalíquotas” 
e formarão a alíquota única a ser aplicada sobre todos os bens e 
serviços.” 
Assim, é criada a chamada “alíquota de referência”, que será 
aplicada sobre a base de cálculo do Imposto sobre Bens e 
Serviços, substituindo as cobranças dos impostos citados.” 
Dessa forma, a mesma alíquota será aplicada para bens e serviços que se destinem 
a determinado município ou estado. No entanto, a tributação não será a mesma para todos 
os locais, pois cada entidade federal poderá definir sua própria alíquota. A parcela de 
consumo de cada município, estado e até união também é determinada pelas taxas 
parciais. 
PEC 110/2019 em relação ao IBS: 
“Já o IBS previsto na PEC do Senado é visto como um tributo 
estadual, a ser instituído pelo Congresso Nacional. 
A proposta prevê a unificação e a substituição de 9 tributos: 
IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados; 
IOF, Imposto Sobre Operações Financeiras; 
PIS, Programa de Integração Social; 
Pasep, Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público; 
Cofins, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social; 
CIDE-Combustíveis, contribuição incidente sobre a importação 
de comercialização de combustíveis; 
Salário-Educação, contribuição social para financiamento de 
programas e projetos de educação pública; 
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ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços 
ISS, Imposto Sobre Serviço.” 
A taxa aplicável ao IBS PEC 110/2019 será determinada por lei complementar 
especificando a taxa padrão. No entanto, é possível definir taxas diferentes para 
determinados bens e serviços. Isso significa que pode variar dependendo do que é 
tributado, mas sua aplicação é uniforme em todo o Brasil. 
Outro ponto é o Imposto Seletivo, que é uma tributação específica sobre alguns 
bens e serviços, e se assemelha aos excise taxes, ou seja, a um imposto especial de 
consumo. 
PEC 45/2019 em relação ao Imposto Seletivo: a ideia do imposto tributário seletivo 
na PEC na reforma tributária da Câmara é evitar o consumo de determinados produtos e 
serviços, como cigarros e bebidas alcoólicas. Trata-se de uma espécie de tributo externo, 
embora o objetivo seja desestimular determinados consumos, não existe uma lista clara 
de produtos ou serviços a serem cobrados. Para esta definição, serão criadas medidas 
provisórias ou de common law. 
Na PEC do Senado, os tributos seletivos são considerados tributos arrecadatórios, 
e incidirão em: petróleos e operações de produtos petrolíferos, combustível e lubrificantes 
de qualquer fonte, gás natural, cigarros e outros produtos do tabaco, eletricidade, serviços 
de telecomunicações (referidos na CF), bebidas alcoólicas e não alcoólicas, novos 
veículos motorizados (terrestres, aquáticos e aéreos). 
4.2 Prós e Contras da Reforma Tributária 
Agora que resumidamente já se sabe o que são as reformas tributárias, as 
recomendações da PEC e as recomendações do governo, também é importante saber os 
prós e os contras dessas mudanças, caso sejam aprovadas. Geralmente, a maior vantagem 
da reforma tributária é simplificar a arrecadação e gestão de impostos, classificar certos 
impostos como uma única fonte de tributação e tornar todo o processo mais transparente. 
No entanto, considerando que a definição de uma PEC não foi aprovada e a proposta do 
governo não foi aceita, pode ser muito cedo para descrever com precisão os outros prós e 
41 
 
contras da reforma tributária. A meta é livrar o Brasil das amarras econômicas e tributárias 
que desestimulam o investimento externo e interno. 
“Uma tributação mais simples e calibrada vai não só diminuir a 
burocracia como também contribuir para o desenvolvimento do 
setor de franchising em todos seus segmentos de atuação”. 
Na verdade, cada projeto tem seus méritos e o obstáculo político é que a PEC 45 foi 
apresentada à Câmara dos Deputados e defendida pelo atual Presidente da Câmara como 
uma reforma a ser implementada. Já a PEC 110 foi apresentada ao Senado Federal. Para 
garantir que nenhuma das propostas fosse arquivada, o Congresso Nacional propôs a 
constituição de uma comissão mista que tentaria mesclar os projetos em um que pudesse 
ser aprovado em conjunto. A combinação desses projetos, se bem executada, pode ser um 
cenário ideal para uma reforma tributária ampla e favorável ao país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
CAPÍTULO V – DIREITO TRIBUTÁRIO PÓS PANDEMIA COVID-19 
O sistema tributário deve ser compatível com a riqueza nacional, pois é preciso 
buscar a manutenção dos recursos necessários ao país. É o poder econômico que restringe 
os gastos públicos. Um sistema tributário justo consiste em observar a capacidade de 
pagamento das pessoas que recebem serviços públicos em uma distribuição justa e 
solidária dos gastos públicos. A Constituição brasileira cobre esse princípio ao combinar 
o objetivo básico de estabelecer uma sociedade justa e fortecom a determinação da carga 
tributária com base na capacidade econômica dos cidadãos (artigo 3º, I; e artigo 145, § 
1º), ademais de prever que a Administração Pública obedeça à eficiência e à moralidade. 
Em termos fiscais, o tratamento equitativo dos recursos públicos deve obedecer ao 
princípio fundamental da capacidade de contribuição, tanto ao nível das potenciais 
requisições como dos aspectos distributivos, para justificar o uso necessário da 
progressividade e seletividade fiscais, ademais, a tributação completa a sua conformação 
como processo financeiro justo, na medida em que atende aos propósitos do 
desenvolvimento socioeconômico, por meio da progressividade e seletividade não fiscais 
como instrumentos de implementação de políticas públicas constitucionais ou pactos com 
os valores da ordem jurídica. 
No entanto, a irresponsabilidade tributária e as irregularidades administrativas, 
ilegais para os contribuintes, devem ser mais bem prevenidas e combatidas, caso 
contrário, continuaremos a reclamar da impunidade dos crimes contra as finanças 
públicas. Como a jurisprudência e a lei especificam especificamente o prazo de 
prescrição, é evidente a desproporção entre o dano social e a pena. Sem punição adequada, 
não há efeito dissuasor e há impunidade, então o dano moral não é reparado e o prejuízo 
financeiro é geralmente coberto por novos pagamentos à carteira do cidadão contribuinte. 
Tudo é inaceitável. 
Em tempos de pandemia, cabe alertar que o custo da ação do Estado no combate a 
esta catástrofe terá de ser arcado por todos nós brasileiros, onde se prevê o cumprimento 
do orçamento e dos impostos, de acordo com as disposições do direito financeiro e 
tributário, com os olhos no bem comum. Nesse sentido, deve-se notar que os gastos 
extraordinários com uma pandemia podem vir acompanhados de maior dívida pública, 
instituição ou aumento dos impostos ordinários, e mesmo extraordinários, 
43 
 
Independentemente da solução, entretanto, o modelo da capacidade contributiva deve ser 
respeitado para se conseguir uma distribuição equitativa do encargo correspondente, visto 
que a cidadania está empobrecida em relação à situação pré-pandêmica. 
É imperativo que o enfraquecido poder do governo seja interrompido para a 
execução adequada da lei financeira. Desse modo, aqui se abrirá um novo caminho, como 
nas democracias consolidadas que não sofrerão ajustes fiscais que se reduzam a pressões 
ilícitas sobre a população trabalhadora, doente e mal escolarizada, sujeita a carga 
tributária de confisco do Estado, que não prevê direitos fundamentais conducentes ao 
desenvolvimento e à felicidade prometidos pela ordem constitucional perante as medidas 
que parecem se comprovar, num imprevisto financeiro e orçamental, banalizam a 
turbulência interna e desastre social. 
5.1 Principais alterações tributárias durante a pandemia COVID-19 
A atual crise financeira que afeta a maioria dos países torna necessário tomar 
medidas destinadas a minimizar o impacto desta situação catastrófica o mais rapidamente 
possível. Depois que estados e municípios começaram a aumentar o período de 
quarentena e confirmar a ocorrência de desastres públicos no país, o governo federal 
(entendido em um sentido amplo) passou a tomar uma série de medidas para salvar a 
economia por meio do atendimento a determinados grupos de pessoas (trabalhadores 
informais, microempresários individuais, autônomos e desempregados) 
fornecendo assistência financeira, seja auxilio emergencial ou fazendo as legislações 
trabalhistas e tributárias do país mais flexíveis. Estas ultimas tem o objetivo de dar um 
prazo para que as empresas tenham um folego para cumprir suas obrigações com o fisco, 
empregados, fornecedores e etc. 
5.1 Prorrogação do prazo para pagamento dos tributos do Simples Nacional 
O Comitê de Gestão do Simples Nacional, por meio da Resolução nº. 154/2020, adiou-
se em 6 (seis) meses, o vencimento dos tributos federais apurados no Simples Nacional 
para os próximos 3 (três) meses. Assim, os tributos federais que deveriam ser pagos em 
abril, maio e junho de 2020 podem ser pagos em outubro, novembro e dezembro de 2020, 
respectivamente. Outros tributos cobrados pelo Simples Nacional, ou seja, O ISS 
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(Commune Jurisdiction) com vencimento em abril, maio e junho de 2020 poderam ser 
pagos em julho, agosto e setembro de 2020, respectivamente. 
5.1.2 Prorrogação do prazo para o recolhimento do FGTS 
Medida provisória no. 927/2020, que previa uma série de medidas trabalhistas que 
poderiam ser adotadas pelos empregadores em estado de catástrofe pública, introduziu 
em seu art. 19 a 25, a possibilidade de as empresas diferirem o pagamento do Fundo de 
Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS) com vencimento nos meses de abril, maio e 
junho de 2020. Esses pagamentos podem ser feitos em no máximo 6 (seis) parcelas 
mensais, a partir de julho de 2020, sem sem penalidades ou taxas. A adoção desta medida 
não está condicionada ao número de trabalhadores da empresa, ao regime fiscal, à 
natureza jurídica, ao setor empresarial e à adesão antecipada. Ressalte-se, no entanto, que 
o texto legal suspendeu o prazo de prescrição do débito relativo às contribuições ao FGTS 
pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias. 
5.1.3 Redução do IOF sobre operações de crédito 
O governo federal reduziu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre 
operações de crédito para 0%, incluindo cheque especial e cartão rotativo, de 3 de abril a 
3 de julho de 2020. A medida instituída pelo Decreto nº. . 10.305 / 2020 é o início de um 
amplo programa de linhas especiais de crédito que serão criadas pelo governo federal para 
atender empresas, especialmente o setor de manufatura, com taxas de juros reduzidas. 
5.1.4 Redução de impostos sobre produtos necessários ao combate da Covid-19 
As alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI (Decreto nº 
10285/2020 do Governo Federal) e Imposto de Importação - II (Resolução nº 17/2020 da 
Câmara de Comércio Exterior) também foram reduzidas para 0% sobre produtos 
essenciais Covid-19, como álcool etílico com teor alcoólico 70% ou mais. Essas taxas 
foram aplicadas até 30 de setembro de 2020. 
Além das medidas já mencionadas, que reduzem diretamente a carga tributária sobre as 
empresas, outras medidas tributárias foram anunciadas para “amenizar” a vida dos 
contribuintes atualmente, a prorrogação do prazo para o recolhimento de contribuições 
sociais federais e redução de 50% das contribuições ao Sistema S (que nada mais é que 
45 
 
as alíquotas das contribuições aos serviços sociais autônomos), entre vários outros cujo 
seus prazos já foram findados. O fato é que vivemos dias obscuros, cercados de incertezas 
sobre um futuro em que todos devem, tanto quanto puderem, fazer com que todos os 
atingidos se recuperem o mais rápido possível. Portanto, além de manter a esperança de 
dias melhores, aguardemos as próximas mudanças legislativas, sem saber ao certo se tais 
ações serão suficientes para minimizar o impacto da pandemia na nossa economia 
nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
CONCLUSÃO 
 
Posta a pesquisa apresentada, o objetivo da gestão não é "fazer", mas "administrar", 
corrigir possíveis erros de interpretação e implementação de acordo com as obrigações e 
rotinas fiscais em vigor na empresa, evitar circunstâncias fiscais imprevistas (multas e 
penalidades), bem como pagar impostos indevidamente e implementar formas jurídicas 
de economia fiscal. Afirmo que o planejamento tributário desempenha um papel 
importante na gestão do empreendimento, proporciona ao empresário uma visão positiva 
dos custos tributários, pois, graças a inúmeras leis, ele pode utilizar os meios legais para 
obter benefícios do Estado. Diante dessa realidade jurídica, a empresa poderá trilhar um 
caminho que traz enormes vantagens financeiras, e ao mesmo tempo em que garante o 
cumprimento

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