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Viroses respiratórias [Influenza, Coronavírus, Parainfluenza, VRS, Adenovírus, Reovírus e Rinovírus]: Doenças graves, gripe e resfriado

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Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
CARACTERÍSTICAS 
Família Orthomyxoviridae; 
Vírus RNA com 8 segmentos na 
fita simples; 
Possuí envoltório glicoproteico; 
Altamente mutável; 
Extenso reservatório animal: 
humanos, aves, suínos, equinos e 
mamíferos marinhos 
Existem essencialmente três gêneros do vírus influenza: A, B e C. O 
tipo D, ou vírus Thogoto-like foi isolado de carrapatos apenas. O 
genoma viral sofre mutações de caráter antigênico e funcional, e 
essas mutações são contínuas e recorrentes. A doença causada por 
vírus influenza é de característica respiratória, e a primeira 
pandemia conhecida devido a esse vírus ocorreu no período de 
1889 a 1891. A Gripe Espanhola, em 1918, também foi resultado de 
uma variante do vírus influenza. 
O fato desse vírus ter envoltório, indica que a transmissão é entre 
células viáveis do trato respiratório superior. É necessário ter contato 
direto com partículas derivadas de tosse, espirro ou fala de pessoas 
infectadas. 
As viroses respiratórias são responsáveis por mais de 25% de todo o atendimento ambulatorial e domiciliar. 
Os agentes virais recorrentes são o vírus influenza, vírus parainfluenza, vírus respiratório sincicial, adenovírus, 
rinovírus, reovírus e coronavírus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vírus influenza 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFLUENZA A – mais comum. Causa gripe sazonal, com sintomas mais severos, e é a precursora de 
pandemias. Possui a maior variação genética com 18 subtipos de hemaglutinina e 11 subtipos de 
neuraminidase. 
INFLUENZA B – menos comum. Causa gripe sazonal, seu reservatório é exclusivamente os seres humanos, e 
não possui muitas variações genéticas. É dividido em duas linhagens apenas. 
Viroses respiratórias 
níveis de alerta (OMS) 
Fase 1: vírus identificado apenas em animais; 
Fase 2: vírus animal com contaminação 
humana (risco potencial); 
Fase 3: casos esporádicos ou pequeno grupo, 
sem transmissão sustentada entre hospedeiros 
humanos; 
Fase 4: identificada a transmissão humano-
humano (risco de pandemia); 
Fase 5: transmissão humano-humano 
sustentada, infecção em dois ou mais países 
de uma mesma região; 
Fase 6: infecção em dois ou mais países de 
regiões diferentes das observadas na fase 5 
(pandemia). 
gripe 
Pode ser causada pelo vírus influenza A, B ou C (o 
último sendo mais brando) e tem como sintomas 
forma abrupta, com calafrios, cefaleia, tosse seca, 
febre alta, mialgia generalizada, mal-estar e anorexia 
(5 a 7 dias). O tempo de incubação é de 24 a 72 horas, 
e pode acarretar algumas complicações, como 
bronquite, pneumonia, miocardite, conjuntivite, 
enterites, exantema e pericardite. 
A gripe é bem perigosa para indivíduos 
imunossuprimidos, idosos e gestantes. 
 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
NOMENCLATURA 
Exemplo: A/Brasil/2/78 (H3N2). A ordem para 
representação é a que segue: 
1. Gênero do vírus (A, B, C ou Thogoto-like) 
2. Origem geográfica do isolamento 
3. Número da amostra 
4. Origem animal 
5. Ano de isolamento 
6. Em parênteses: subtipo antigênico de 
suas estruturas antigênicas 
As alterações antigênicas podem ser de dois tipos: 
DRIFT 
• Pequenas alterações; 
• Mutações pontuais; 
• Tipo A e B; 
• Sazonal; 
• Permite novas cepas; 
SHIFT 
• Grandes alterações; 
• Rearranjo genético; 
• Apenas no tipo A; 
• Ocorre durante eventos incomuns, como 
pandemias; 
• Permite novos subtipos. 
INFLUENZA C – rara. Causa gripe branda, com sintomas leves. Praticamente não possui variações genéticas 
e seu reservatório é exclusivamente os seres humanos. 
INFLUENZA D – causa quadros de meningite e meningoencefalite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A biossíntese viral é iniciada quando acontece adsorção às células através da ligação da glicoproteína 
hemaglutinina (HA) com resíduos de ácido siálico, presentes na superfície da célula. Após a adsorção ocorre 
a endocitose com posterior fusão entre o envoltório viral e o endossomo; no interior da célula o RNA viral é 
liberado do nucleocapsídeo e dirigido ao núcleo pelo citoesqueleto onde penetra no núcleo, onde ocorrem 
os processos de transcrição e replicação do genoma viral. A enzima neuraminidase (N) cliva os resíduos de 
ácido siálico da membrana citoplasmática, liberando as partículas e fazendo com que a infecção se 
propague às células vizinhas. 
 
A HA é o alvo principal de anticorpos neutralizantes, que agem na região do sítio receptor, próximo às quatro 
regiões antigênicas variáveis. 
A vacina contra influenza existe e é produzida todos os anos com novas características, isso devido a 
variabilidade genética e facilidade de mutação do vírus. A estratégia da vacinação é reduzir 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
morbimortalidade associada à pandemia de Influenza e impedir a propagação do vírus. A vacina pode ser 
monovalente, bivalente (A e B), trivalente (2A e 1B) ou tetravalente (2A e 2B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O diagnóstico laboratorial de influenza pode ser feito por ELISA, imunofluorescência direta ou indireta, PCR, 
ou cultura viral (ovos embrionados ou cultura celular). 
 
coronavírus 
Está associado a infecções do trato respiratório superior e na exacerbação de quadros de asma e bronquite. 
Pertence à família Coronaviridae e é classificado em 4 subgêneros: Alphacoronavírus, Betacoronavírus que 
infectam mamíferos, e Gamacoronavírus, Deltacoronavírus que infectam aves. 
 
VACINAS EM 2020 – Rede pública 
Na rede pública havia vacina trivalente 
disponível para a população: 
H1N1: A/Brisbane/02/2018 
H3N2: A/ South Australia/34/2019 
Influenza B: B/Washington/02/2019 
 
VACINAS EM 2020 – Rede particular 
Na rede particular havia vacina tetravalente 
disponível para a população: 
H1N1: A/Brisbane/02/2018 
H3N2: A/ South Australia/34/2019 
Influenza B: B/Washington/02/2019 
Influenza B: B/Phuket/3073/2013 
VACINAS EM 2021 – Rede pública 
Na rede pública havia vacina trivalente 
disponível para a população: 
H1N1: A/Victoria/2570/2019 
H3N2: A/ Hong Kong/2671/2019 
Influenza B: B/Washington/02/2019 – linhagem 
B/ Victoria 
VACINAS EM 2021 – Rede particular 
Na rede particular havia vacina tetravalente 
disponível para a população: 
H1N1: A/Victoria/2570/2019 
H3N2: A/ Hong Kong/2671/2019 
Influenza B: B/Washington/02/2019 – linhagem 
B/ Victoria 
Influenza B: B/Phuket/3073/2013- tipo selvagem 
CARACTERÍSTICAS 
São vírus de RNA não segmentado 
fita simples; 
Possui envoltório; 
Proteína estrutural bem conhecida: 
Spike; 
Tem grande variedade de 
hospedeiros (aves e mamíferos); 
Altas taxas de mutações são 
características; 
Possui alto potencial de transmissão 
entre espécies e rápida 
adaptação ao ambiente. 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O coronavírus é transmitido de pessoa a pessoa 
por contato com superfícies contaminadas ou 
gotículas levadas pelo ar. Vírus penetram 
através da nasofaringe, são propagados pelas 
células do epitélio respiratório superior, que são 
destruídas com consequente necrose celular e 
descamação (sinais clínicos da doença). 
A disseminação ocorre por contato célula-
célula ou por viremia no paciente. Atinge a 
tranqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões. 
Cada coronavírus possuí um receptor celular 
específico, mas a proteína SPIKE é responsável 
pelo reconhecimento desse receptor na célula 
alvo. Mutações, deleções e recombinações no 
gene spike definem o processo adaptativo ao 
hospedeiro – spillover. 
SARS COV-1 (2002/2003) 
Vírus zoonótico, com origem em 2002 na 
província de Guangdong (China). É 
transmissível através de secreções respiratórias, 
e configurou, na época, uma epidemia que 
atingiu 29 países em 6 meses. A taxa de 
mortalidade foi de 10% (8096 casos e 774 
mortes), e além disso os casos humanos da 
doença estão relacionados ao consumo de 
carneanimal silvestre (cães guaxinim). 
Curiosamente, foi encontrado prevalência de 
RNA similar ao SARS Cov em morcegos da raça 
Rhinolophus (China, denominado SARS like Cov. 
Pesquisas demonstram que esse genótipo like 
tem capacidade de utilizar o mesmo receptor 
ACE2 (ECA2) que seu precedente. 
MERS Cov (2012) 
A sigla MERS vem de “síndrome respiratória do 
oriente médio” e que também foi causada por 
um vírus zoonótico. O início foi na Arábia Saudita 
em 2012 e foi uma epidemia que atingiu 27 
países. A MERS teve taxa de mortalidade de 34% 
(2494 casos e 858 mortes). A transmissão ocorreu 
primordialmente de morcegos para camelos, e 
então atingiu os seres humanos. 
SARS Cov-2 (2019) 
O início da pandemia causada pelo SARS Cov-
2 foi na província de Wuhan (China), em 
dezembro de 2019. O primeiro caso confirmado 
no Brasil foi em 25 de Fevereiro de 2020, e a 
caracterização como pandemia pela OMS 
aconteceu em Março de 2020. 
O receptor deste vírus é ECA2 (ou ACE2) e tem 
a função de inibir a ação da angiotensina, 
induzindo resposta inflamatória exacerbada e 
produção de citocinas em excesso. 
A origem do SARS Cov-2 não é completamente 
conhecida, por isso está sumarizada na imagem 
abaixo a hipótese de surgimento do vírus. 
 
A resposta imunológica do hospedeiro também 
não é muito bem compreendida, dado que a 
doença só existe há pouco mais de um ano. 
Sabe-se que o receptor ECA2 tem papel 
fundamental para a internalização do vírus, mas 
outros detalhes ainda estão em estudo e 
precisam ser mais aprofundados. 
 
Mundialmente conhecidas, existem 5 vacinas em 
fase II ou III de pesquisa clínica, sendo elas: 
• NVX-CoV2373 (fase III): de subunidade 
proteica, de origem estado-unidense. A 
empresa responsável é Novavax. 
• ChAdOx1- nCoV-19 (fase II e III): de vetor 
viral, de origem inglesa. Empresa 
responsável é Oxford/AstraZeneca. 
• Sputnik V (fase III): de vetor viral, de origem 
russa. Empresa responsável é Instituto 
Gamaleya. 
• Coronavac (fase III): de vetor viral, de 
origem chinesa. A empresa responsável é 
Sinovac. 
• mRNA-1273 (fase III): de mRNA viral, de 
origem estado-unidense. A empresa 
responsável é Moderna. 
 
 
Gabriela Lagreca 
BIOMEDICINA 
O diagnóstico laboratorial do coronavírus é feito por teste sorológico (ELISA) por meio da dosagem de 
anticorpos totais (policlonais) ou a quantificação de anticorpos monoclonais anti-SPIKE. Teste molecular de 
PCR também é utilizado como método mais preciso para diagnóstico do material genético viral. 
 
vírus parainfluenza 
e vírus respiratório sincicial 
As manifestações clínicas desses vírus é o que conhecemos como os sintomas de um “resfriado”. O vírus 
parainfluenza pode atingir faringe, traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos; seu período de 
incubação é de 2 a 6 dias com coriza, laringite e febre baixa. Geralmente atinge muito mais crianças. 
O vírus respiratório sincicial (VRS) pode levar a quadros de gravidade, envolvendo traqueia, brônquios, 
bronquíolos e alvéolos. Atinge essencialmente crianças, causando otite, e idosos. O seu período de 
incubação é de 4 a 5 dias e pode estar associado a rinite e/ou laringite. 
Ambos os vírus não estão sujeitos a processo de mutação e por isso são vírus de menor preocupação 
terapêutica. VRS foi isolado pela primeira vez em chimpanzés, e logo após em crianças com pneumonia e 
dificuldade de respirar. Possuem RNA de fita simples, com envoltório, e o vírus parainfluenza contém tipos 1, 
2, 3, 4a e 4b, enquanto o VRS possui tipos A e B. Pertencem à família Paramyxoviridae. 
A biossíntese viral ocorre no citoplasma da célula infectada. O processo de transcrição e de replicação do 
RNA viral é comandado pelo complexo polimerase, seguindo-se a tradução, montagem e liberação por 
brotamento. 
 
outros vírus respiratórios 
 
ADENOVÍRUS 
Grupo de vírus isolados da 
adenoide humana em 1953. São 
da família Adenoviridae que é 
subdividida em dois gêneros: 
Mastadenovirus e Aviadenovirus 
(aves). O genoma é de DNA e 
possui envoltório. A transmissão 
ocorre por contato direto ou 
indireto com secreções oculares, 
respiratórias e oral-fecal. 
A infecção é localizada e o vírus 
se propaga por células epiteliais 
da faringe. Não ocorre viremia, e 
o período de incubação é de 5 
a 10 dias. Tosse, congestão 
nasal, cefaleia e coriza podendo 
ser acompanhados de mal-estar 
e mialgia são sintomas. Pode 
causar laringite, doença 
respiratória aguda ou 
pneumonia. 
REOVÍRUS 
Classificados em 9 gêneros sendo 4 infectantes ao homem: Reovirus 
(Orthoreovírus), Orbivirus, Rotavirus e Coltivirus. 
O genoma é de RNA e esse vírus não possui envoltório nuclear. 
RINOVÍRUS 
Da família Picornaviridae, com 120 tipos sorológicos, são 
responsáveis por mais de 50% de todos os casos de resfriado com 
predominância no trato respiratório superior. 
O genoma é de RNA e também não possuem envoltório. 
 
prevenção 
Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, evitar contato 
direto com outros indivíduos (beijos, apertos de mão), não 
compartilhar utensílios, evitar alterações bruscas de temperatura, 
evitar levar as mãos à face quando não estiverem limpas, e manter 
toalhas de banho e de cozinha sempre limpos.

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