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Sabrina Angheben │ Otorrinolaringologia OTITES e COLESTEATOMA OTITE EXTERNA REVISÃO ANATOMIA SISTEMA AUDITIVO ● Orelha externa: ○ Pavilhão auditivo; ■ Formado por retalhos de cartilagem, epiderme e tecido adiposo. ■ É um amplificador natural. ○ Meato acústico externo ou ducto; ■ Média de 2,5 cm; ■ Possui glândulas ceruminosas (sebáceas modificadas). ● Orelha média: ○ É uma cavidade oca na porção petrosa temporal; ○ Delimitada pela membrana timpânica e janela redonda (da cóclea); ○ Membrana timpânica: ■ É composta por epiderme, tecido conjuntivo denso e epitélio simples cúbico. ○ Martelo: ■ Está conectado à membrana timpânica pelo processo lateral e pelo cabo. ○ Bigorna: ■ Seu corpo está articulado com a cabeça do martelo e sua porção restante se articula com o estribo. ○ Estribo: ■ Sua base se encaixa na janela do vestíbulo (oval). ○ Músculo tensor do tímpano: ■ Se liga ao martelo, limitando o movimento da membrana e aumentando a tensão. ■ Inervado pelo mandibular. ○ Músculo estapédio: ■ Amortece as vibrações do estribo para evitar dano à janela do vestíbulo. ○ Tuba auditiva: ■ Se mantém comumente fechada, abrindo para aliviar pressão em alguns momentos, como bocejo e deglutição. ● Orelha interna: ○ Composta pelo labirinto ósseo e membranoso. ○ Labirinto ósseo: canais semicirculares + vestíbulo + cóclea. ■ É revestido por periósteo e contém perilinfa (composição do LCR - pelo contato direto com aracnóide). Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia ■ Essa região circunda o labirinto membranáceo. ○ Labirinto membranáceo: encontra-se dentro do ósseo e contém endolinfa. ■ É composto por ducto semicircular, sacos e tubos epiteliais. ○ Vestíbulo: ■ É a região central da orelha interna; ■ É composta pela janela do vestíbulo, sáculo e utrículo. ○ Canais semicirculares: ■ São três, 2 verticais (anterior e posterior) e 1 horizontal (lateral). ■ Estes possuem regiões dilatadas, conhecidas como ampolas, que se comunicam com o utrículo. ○ Cóclea: ■ O labirinto ósseo é composto por 3 voltas ao redor de um cerne ósseo (modíolo), bem como por duas rampas. ■ A porção membranosa é composta pelo ducto coclear. ■ Rampa do vestíbulo: ● É superior ao ducto e é preenchido por perilinfa. ■ Rampa do tímpano: ● É inferior ao ducto e também é preenchida por perilinfa. ■ Ambas se comunicam apenas na região do helicotrema. ■ Ducto coclear ou rampa média: ● É central e preenchido por endolinfa (produzida pela estria vascular). ■ Além disso, possui o órgão espiral. OTITE EXTERNA AGUDA DEFINIÇÃO ● Processo inflamatório infeccioso ○ Comumente causado por bactérias, sendo as mais comuns: Pseudomonas, Staphylococcus e Streptococcus. ○ Pode ser causada por vírus e fungos, como Aspergillus e Candida. FATORES PREDISPONENTES ● Exposição à água; ● Presença de corpo estranho; ● Cerume impactado; ● Doença dermatológica por uso excessivo de gotas tópicas otológicas; ○ Estão menos relacionadas com episódio prévio de IVAS, estando mais frequentemente associadas a um histórico prévio de manipulação de conduto e/ou prática de atividades aquáticas. DIAGNÓSTICO e TRATAMENTO ● Clínico: ○ Ao exame físico apresenta eritema, edema de pele e possível otorreia. ○ Otoscopia: ■ Prurido intenso e micélios sugerem etiologia fúngica (otomicose); ■ Vesículas e crostas, vírus; ■ Celulite e linfadenopatia indicam complicação. ■ Confirmar a integridade da membrana timpânica. ○ Fungos: ■ Nem sempre causa dor ■ Principalmente prurido, levando à otite ● Lesa pele e infectada com bactéria ■ Massa preta ou branca. ■ Utilizar Ciclopirox tópico. ○ Limpeza + tópico Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia ○ Sistêmico → quinolona: ■ Cipro → não ototóxica ● Diagnóstico diferencial: ○ Eczema; psoríase, queratose obliterante, colesteatoma de MAE e neoplasias; APRESENTAÇÕES CLÍNICAS CARACTERÍSTICAS - OEA BACTERIANA ● OEA bacteriana difusa: ○ O edema do conduto é tão pronunciado que impede a inspeção otoscópica e uso de gotas tópicas. ○ TTO: curativo otológico intrameatal com pomada por 24/72h para reverter oclusão. ■ Associar antibióticos sistêmicos e corticoesteróides. ● OEA bacteriana localizada ou furunculose: ○ Acometimento da unidade pilosa com edema localizado. ○ Comumente causado pelo S. aureus. ○ TTO: drenar abscesso, realizar curativo com pomada e introduzir antibióticos sistêmicos em casos mais pronunciados. ○ Em caso de celulite, prescrever antibiótico sistêmico. ● Otomicose: ○ TTO: remoção do micélio periodicamente e tratamento prolongado. ○ Pode-se realizar acidificação do meio com ácido acético 1,5%, dispensando aplicação de antifúngico tópico (risco ototóxico importante). ○ Raramente é necessária a prescrição de fluconazol. TRATAMENTO ● OEA bacteriana: ○ Remoção de cerume e restos epiteliais, seguida por aplicação de gotas de antibiótico tópico por 7 dias. ■ Antibiótico de alta concentração (maior que a sistêmica máxima) ■ O antibiótico possui efetividade, baixo potencial ototóxico (seguro), baixa viscosidade, alto pH e baixo custo ■ Se necessário → Cipro + corticóide (VO + tópico) ● Especialmente se imunossuprimido ○ Orientações: ■ Proteção do meato acústico com algodão em óleo durante o banho ■ Suspensão de atividades aquáticas durante o tratamento ○ Cultura e antibióticos sistêmicos são dispensáveis na maioria dos casos. ○ Outras linhas antibióticas: ■ Aminoglicosídeos: eficaz e baixo custo, porém potencial ototóxico importante. ■ Fluoroquinolonas: alta efetividade e segurança, porém de custo elevado. ● Pode ser a escolha em caso de perfuração da membrana timpânica. ■ Corticosteróides e/ou anestésicos melhoram os sintomas, porém aumentam o potencial ototóxico. OTITE EXTERNA MALIGNA OU NECROSANTE FISIOPATOLOGIA ● A provável fisiopatologia é o comprometimento da microvascularização do hospedeiro. ● É iniciado por um processo inflamatório do conduto auditivo externo que acomete o periósteo, causando osteíte temporal progressivo com invasão de estruturas subjacentes, evoluindo para sepse e óbito. PROGNÓSTICO ● Pode evoluir para neuropatias cranianas → mau prognóstico. ○ Ocorre no sentido latero-medial ○ Em ordem de frequência: nervo facial (VII), glossofaríngeo (IX), Vago (X), acessório (XI), hipoglosso (XII), abducente (VI), trigêmeo (V) e óptico (II). ● Pode acometer a região cervical: parótida e espaço mastigatório. ● Possível acometimento intracraniano: meningite, abcesso e trombose venosa ● Possui índice de mortalidade em 50%; Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia FATORES DE RISCO ● Idosos e diabéticos. ● Relação com lavagem otológica recente. AGENTE ETIOLÓGICO ● 95% das vezes Pseudomonas aeruginosa; ● Pode ocorrer também por Staphylococcus aureus e epidermidis, Proteus mirabilis, Klebsiella ocytoxa e Pseudomonas cepacia. ● Dentre os fungos, Aspergillus niger e fumigatus, Scedosporium apiospermum, Pseudallescheria boydii, Candida ciferrii, Malassezia sympodialis. DIAGNÓSTICO ● Associação de achados clínicos, laboratoriais e exames de imagem. ● Exame físico: ○ Ausência de melhora do quadro de OEA bacteriana após o tratamento → especialmente em pacientes idosos, diabéticos ou imunocomprometidos. ○ Evolução do quadro com dor intensa, plenitude auricular, otorréia persistente e tecido de granulação → sugestivos. ● Exame laboratorial: ○ Elevação do VHS. ○ Em alguns casos pode haver leucocitose. ● Exame de imagem: ○ Cintilografia Tc99MDP: ■ É o mais sensível para diagnóstico precoce, porém com baixa especificidade. ■ Observa-se aumento da atividade dos osteoblastos e osteoclastos. ○ TC: ■ É utilizada para diagnóstico tardio, pois identifica a desmineralização de ao menos 30%. ■ É útil para avaliação da gravidade do caso. ○ RM: ■ Avaliação de partes moles e envolvimento intracraniano. ● Diagnóstico diferencial: ○ Neoplasia do MAE, doenças granulomatosas, doença de Paget e displasia fibrosa. TRATAMENTO ● Multidisciplinar → infectologista: ○ Controle do nível glicêmico; ○ Reversão de estados de imunocomprometimento;○ Solicitar cultura de secreção e/ou granuloma → antibiograma + pesquisa de fungos. ■ Importante para definir antibiótico e se há infecção por múltiplos agentes. ○ Ciprofloxacino (quinolona): excelente penetração óssea. ■ Não é liberado para crianças e possui até 30% de falha. ■ Deve ser maior que 6-8 semanas, mesmo com resposta em menor período → risco de resistência ○ Outros antibióticos: ■ Drogas com ação antipseudomonas, como a ceftazidima (cefalosporina de 3a geração), o imipenem (tienamicina semissintética) e a piperacilina (ureidopenicilina semissintética) podem ser utilizadas, mas só por via parenteral → internação prolongada. ■ Aminoglicosídeos: úteis, porém com nefro e ototoxicidade. ○ Em caso de fungo: ■ Anfotericina B EV e itraconazol via oral, posteriormente (mínimo de 12 semanas). ● A melhora clínica da dor, normalização da otoscopia e queda do VHS indicam melhora. ○ Não é indicada avaliação por exame de imagem com essa finalidade. ○ Cintilografia Ga67: ■ É o principal exame de definição de cura, devendo ser repetido a cada 4 semanas após a suspensão dos antibióticos, até a normalização. ● É mandatório acompanhar o paciente por um ano, pelo menos. OTITE EXTERNA CRÔNICA DEFINIÇÃO: ● Etiologia alérgica, semelhante ao eczema. ○ Geralmente relacionada com alergias. Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia ● É definido por quadro inflamatório por mais de 3 meses. ● Pode ocorrer por infecções prévias não tratadas ou tratadas de forma inadequada. ● Ocorre aumento da espessura da pele, sinais de ressecamento e descamação. QUADRO CLÍNICO ● Prurido intenso; ● Desconforto; ● Ressecamento da pele do conduto; ● Hipoacusia; ● Geralmente é indolor; ● Perda de cerume; ● Maior predisposição para infecções secundárias pelo acúmulo de debris; TRATAMENTO ● Tratamento local com objetivo de restaurar a pele do conduto e promover a produção de cerume; ○ Limpeza e debridamento local; ○ Aplicação tópica de agentes acidificantes e secativos (Timerosal); ○ Lavagem com água morna; ○ Corticosteróides tópicos e gotas queratolíticas; OTITE MÉDIA A otite média é definida como uma inflamação da orelha média, independente de etiologia ou patogênese específicas. Uma vez que todos os espaços pneumatizados do osso temporal são contíguos, a inflamação da orelha média pode envolver também outros três espaços pneumatizados: mastóide, ápice petroso e células perilabirínticas - Etiologias virais - Avaliar em 48h - Perfurado → otorréia e valsalva positiva para dor. - Diferenciar etiologia conforme o quadro - Febre e sintomas de IVAS - Bactéria: pior quadro - Tratamento - Geralmente amoxi - Pode associar clavulanato - Se alérgico à amoxi → Macrolídeo ou Cefalosporina - Associar corticóide OTITE MÉDIA SECRETORA DEFINIÇÃO ● Persistência de secreção mucoide ou serosa na orelha média, com a membrana timpânica íntegra. ● Outros termos: otite média serosa, otite média com efusão, otite média mucóide, otite média não supurativa e otite média catarral. ● Pode ser considerada uma evolução da otite média aguda. ● Quando a efusão se mantém por período maior que 3 meses, denomina-se otite média com efusão persistente ou otite média serosa crônica. ● Possui etiologia multifatorial, sendo os agentes etiológicos mais comuns as bactérias Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Streptococcus pneumoniae. FATORES DE RISCO ● É predominante entre 6 meses e 1 ano, com altas taxas até 5 anos de idade. ● A disfunção tubária, as infecções virais e bacterianas do trato respiratório alto e a inflamação nasal resultante de alergia respiratória são os principais fatores contribuintes. ● Infecções repetidas podem se relacionar com fatores genéticos e alterações imunológicas. ● Alergia: ○ Indivíduos com alergia e maior sensibilidade a certos alérgenos respiratórios podem desenvolver alterações na mucosa das vias aéreas, especialmente edema e hipersecreção. ● Infecção das vias aérea superiores: ○ Por promover lesões na mucosa respiratória, causa disfunção da tuba auditiva, levando à aspiração de secreção para a orelha média, por pressão negativa. Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia ● Síndrome de Down: ○ Em razão da obstrução funcional, por fraqueza da cartilagem tubária e colapso da tuba auditiva. ● Anatomia da tuba auditiva: ○ Em crianças pequenas, a tuba é mais curta, estreita e horizontalizada que nos adultos, o que parece prejudicar sua abertura muscular ativa. ○ A tuba auditiva adquire a configuração adulta ao redor dos 6 a 7 anos de idade. QUADRO CLÍNICO ● Oligossintomático: ○ Dificuldade auditiva leve ou moderada. ○ Pode ocorrer estalos, zumbidos e plenitude. ○ Em alguns casos, desequilíbrio. DIAGNÓSTICO ● Otoscopia: ○ Em geral a membrana timpânica está fina, acinzentada, translúcida e com movimentação fácil à alteração de pressão. ○ Secreção e bolhas são visualizadas através da membrana. ○ Fase mucóide: membrana opaca, espessada e com vascularização aumentada. ○ Retração timpânica ou atelectasia. ● Exame de imagem: ○ Pneumotoscopia: ■ Evidencia a menor mobilidade da membrana. ○ Timpanometria: ■ Avalia mobilidade da membrana e função da tuba → curva timpanométrica e reflexo estapédio. ○ Testes audiométricos podem ser utilizados. ● Diagnóstico diferencial: ○ Otite média aguda, otite média recorrente, otite média crônica, perfurações timpânicas, secreção no meato acústico externo e formação de colesteatoma. TRATAMENTO ● Deve ser realizado independente da fase. ● Corticoesteróides e antibióticos → redução do edema, reduzir viscosidade das secreções e controlar os microorganismos. ● Anti-inflamatórios, descongestionantes e anti-histamínicos não têm eficácia comprovada nos casos de otite média secretora. ● Pacientes sem resolução espontânea ou sem resposta ao tratamento clínico podem ser indicados cirurgia. Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia OTITE MÉDIA AGUDA - Repetição: - >3 em 6 meses - >4 em 12 meses - Risco: - Alterações craniofaciais - Malformações - Creche - Tabagismo - Alergia medicamentosa e alimentos - IVAS - Protetivo: - Aleitamento materno - Vacinação INCIDÊNCIA ● Picos de incidência dos 6 a 24 meses, e entre 4 e 7 anos. QUADRO CLÍNICO ● Comumente é precedida por infecção viral das vias aéreas superiores. ● Otalgia de rápida instalação, febre, otorreia, prostração, inapetência, dificuldade para dormir, choro persistente e irritabilidade em crianças. ETIOLOGIA ● Relação com sistema imunológico, agentes infecciosos (virais e bacterianos) e fatores anatomofisiológicos (tuba auditiva). ● Anatomicamente, a tuba é mais curta e horizontalizada nas crianças → facilita migração de secreção e microorganismos. ● Patógenos mais comuns: ○ Virais: ■ Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae não capsulado e Moraxella catarrhalis. ○ Bacterianos: ■ Staphylococcus aureus e demais gram-negativas. DIAGNÓSTICO ● É clínico: deve-se observar evidências claras de inflamação da orelha média. ○ Otoscopia: ■ Presença de efusão em orelha média e abaulamento de membrana associados a sinais de processo inflamatório agudo. ■ Em caso de cerume ou descamação deve-se remover para a visualização adequada. ■ Secreção purulenta ou hematopurulenta indica processo inflamatório ativo. ■ Hiperemia da membrana e edema, podendo haver perda da translucidez. ■ Pode ocorrer formação de lesão bolhosa. ■ Presença de líquido retro timpânico ou abaulamento da membrana → fecha diagnóstico. ■ Pode ocorrer perfuração da membrana timpânica, que cicatriza sem sequelas na maioria dos casos. ● A presença de secreção purulenta no MAE é indicativa de processo inflamatório em atividade, mas não é patognomônica de OMA, estando também presente nos casos de otites externas e otites médias crônicas. ● Diagnóstico diferencial: ○ OEA: ■ São mais relacionadas com episódio prévio de IVAS; ■ A OEA é mais frequentemente associada a um histórico prévio de manipulação de conduto e/ou prática de atividades aquáticas. ○ OMC: ■ Diferencia por histórico préviode episódios repetidos de supuração; ■ Normalmente não são acompanhados de dor ou febre, que se iniciam com entrada de água no MAE ou quadro de IVAS. ■ No exame físico, observa-se perfuração de membrana timpânica. ○ OMS: ■ Diferem pois nesta há conteúdo mucóide intra timpânico sem processo inflamatório agudo ativo. OTITE MÉDIA CRÔNICA - Acúmulo de catarro Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia - Tratamento clínico por 6 meses (unilateral) e 3 (bilateral) - Se não resolver, cirurgia. DEFINIÇÃO ● Condição inflamatória da orelha média por mais de 3 meses, associadas à perfuração da membrana e otorréia. ● É uma inflamação, infecciosa ou não, que causa alteração tecidual irreversível. ETIOLOGIA ● Geralmente ocorre por OMA prévia. ● Outras causas menos comuns: disfunção tubária, trauma, tumores e etc. ● Agentes mais comum: ○ Aeróbios: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococus aureus, Proteus mirabilis, E. coli, Corynebacterium e Klebsiella pneumoniae ○ Anaeróbios: Bacteroides spp, Peptococcus spp, Peptostreptococcus spp, Prevotella spp, Porphyromonas spp, Fusobacterium spp e Propionibacterium acnes, principalmente em pacientes com colesteatoma. CLASSIFICAÇÃO ● OMC simples ● OMC não colesteatomatosa ● OMC colesteatomatosa OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES DEFINIÇÃO ● É a forma mais comum de OMC; ● Consiste na perfuração da MT associada com episódios de otorréia intermitente, com alterações permanentes da mucosa e mastóide. QUADRO CLÍNICO ● Otorréia intermitente → fluído ou mucóide, sem odor. ● Respondem aos ATB tópicos. ● Hipoacusia de grau variável; ● Raramente haverá otalgia, zumbido ou tontura. ● Otoscopia: ○ O CAE pode estar normal, com secreção, edema, hiperemia ou com granulações. ○ Perfuração da MT: ■ Central (porção central de pars tensa); ■ Marginal (pars tensa até anel timpânico); ■ Ântero-superior (pars flácida); TRATAMENTO ● Em agudização: ○ Limpeza repetida e cuidados locais; ○ Se ATB tópico empírica (neomicina); ○ ATB sistêmico apenas em casos mais complicados; ○ Evitar fatores desencadeantes (ex. entrar na água) ● Cirúrgico: ○ A timpanoplastia com eventual reconstrução de cadeia ossicular é o tratamento indicado. ○ É preconizado um período de pelo menos 3 meses sem otorréia antes da cirurgia. OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO COLESTEATOMATOSA VISÃO GERAL ● Fatores de risco: ○ IVAS ○ Contaminação extrínseca por banhos ● Causa perda neurossensorial CLASSIFICAÇÃO: ● Supurativa: ○ Otorréia mucopurulenta de longa duração, persistente, contínua e refratária ao tratamento. ○ Otoscopia: ■ Perfurações amplas, geralmente marginais. ■ Erosão ossicular. ■ Mucosa espessada e inflamada. ● Não-supurativa: ○ Otorréia crônica intermitente há mais de 3 meses, com secreção amarelada não fétida, raramente com otalgia. ○ Otoscopia: ■ Perfuração central, frequentemente na pars tensa; ■ Hiperemia e edema indicam infecção; ■ Palidez indica ausência de infecção ativa TRATAMENTO ● Remoção periódica (2-3/semana) de resíduos epiteliais e secreções, por aspiração. Sabrina Angheben da Silva │Otorrinolaringologia ● Gotas otológicas de agente acidificantes e ATB (cipro) associado à corticosteróide (varia de 1 a 14 dias). ● Cirúrgico: restauração da aeração timpânica e reconstrução da orelha média. OTITE MÉDIA CRÔNICA COLESTEATOMATOSA ● Colesteatoma: acúmulo de queratina esfoliada na orelha média ou qualquer área do osso temporal, originada do epitélio escamoso queratinizado ○ Destruição do tecido ósseo ● Aspecto de cisto perolado, podendo causar destruição da cadeia ossicular ou partes do osso temporal. CLASSIFICAÇÃO ● Congênita: ○ Presença de tumorações peroláceas em MP intacta, sem alterações, otorréia ou cirurgia pregressa. ● Adquirida: ○ Primários: ocorrem pela retração da membrana timpânica (geralmente pars flácida), sem OM prévia. ○ Secundária: ocorre por perfuração marginal, migração epitelial ou metaplasia, relacionada com OMC. QUADRO CLÍNICO ● Perda auditiva, otorreia (amarelada e fétida), otalgia pela infecção secundária do meato ou complicações. ● Vertigem e zumbido. TRATAMENTO ● Cirúrgico é o mais indicado → Mastoidectomia. ● objetiva erradicar o colesteatoma e tecido inflamatório. COLESTEATOMAS CONGÊNITOS DEFINIÇÃO ● Massa queratinizada localizada na fenda da orelha média, com membrana timpânica íntegra e normal, sem retrações ou bolsas. ● Relacionada ao histórico de OM sem perfuração, otorréia ou procedimento cirúrgico prévio. QUADRO CLÍNICO ● Mais comum em crianças por volta dos 5 anos; ● História de OM; ● MP íntegra com irritação do mastóide. DIAGNÓSTICO ● Suspeita: faixa etária, clínica e história compatíveis; ● Otoscopia: MP integra e tumor esbranquiçado ou amarelo na caixa timpânica; TRATAMENTO ● Ressecção cirúrgica, que varia conforme a localização e tamanho do tumor. REFERÊNCIAS: https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_38.pdf https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_34.pdf http://www.otorrinousp.org.br/imagebank/seminarios/seminario_74.p df OEA OEM OEC História de exposição (água, corpo estranho, cerume impactado e doença dermatológica) https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_38.pdf https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_34.pdf http://www.otorrinousp.org.br/imagebank/seminarios/seminario_74.pdf http://www.otorrinousp.org.br/imagebank/seminarios/seminario_74.pdf
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