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Aula 1- Conceitos e métodos em psicologia do desenvolvimento. Teorias do desenvolvimento. Objetivos: Descrever as funções psicológicas das crianças em diferentes idades, e descobrir como tais funções mudam com a idade. Descobrir quando e como cada tipo de comportamento vai aparecendo. Para você fazer, esta semana: Ler o material de estudo; Acessar o link complementar para o estudo da semana. Em caso de dúvida entre em contato com o tutor pela Sala de Tutoria. Bons Estudos! Conceitos É o estudo científico das mudanças de comportamento (habilidades motoras, habilidades em solução de problemas, entendimento conceitual, aquisição de linguagem, entendimento da moral e formação da identidade) relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa. Uma abordagem para a compreensão da criança e do adolescente através da descrição e exploração das mudanças psicológicas que elas sofrem no decorrer do tempo. A Psicologia do Desenvolvimento pretende explicar de que maneiras importantes as crianças mudam no decorrer do tempo e como essas mudanças podem ser descritas e compreendidas. Os cientistas do desenvolvimento estudam as mudanças quantitativas e qualitativas e a estabilidade nos domínios físico, cognitivo e psicossocial. O desenvolvimento está sujeito a influências internas e externas, tanto normativas como não normativas. A Psicologia do Desenvolvimento é uma disciplina básica dentro da Psicologia que através da pesquisa, estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Auxiliando o educador, mostrando quais as habilidades, capacidades e limitações de casa faixa etária nos vários aspectos da personalidade e assim ajuda-lo a estabelecer programas escolares e metodologias de ensino adequadas, bem como esportivos e recreativos. Evolução histórica Fase 1 (Décadas de 1920 e 1930) O objeto de interesse da Psicologia estava pautado em fenômenos concretos, como o sono e a alimentação da criança em várias etapas da sua vida. O método utilizado era o método descritivo, baseado em observação natural. Ou seja, uma descrição dos fenômenos, sem interferência do pesquisador. Fase 2 (Décadas de 1940 a 1950) Há a tentativa de se estabelecer relações entre variáveis. Os conteúdos representaram um ponto intermediário entre o concreto da fase anterior e o abstrato da fase seguinte. Utiliza-se com maior ênfase, nesse período, o método correlacional de pesquisa. Proliferaram estudos sobre as relações entre inteligência e nível socioeconômico, ajustamento e nível socioeconômico, permissividade materna e ajustamento dos filhos, entre outros. Fase 3 (Décadas de 1960 até hoje) Os objetos de estudo estão pautados em temas abstratos, como a agressividade, ansiedade, pensamento, dependência, aprendizagem. Interesse em explicar as causas das mudanças de comportamento. Predomínio do método experimental, utilizando-se estudos de laboratórios ou situações naturais onde as variáveis podem ser manipuladas. Há grupos experimentais e de controle. Com base nos estudos revisados, conclui-se que a psicologia do desenvolvimento é uma área de estudo que se articula com diversos saberes a fim de explicar por que as pessoas mudam durante suas vidas, a partir das mudanças físicas e psicológicas do sujeito, desde a concepção até a morte. Na contemporaneidade, novas teorias defendem a idéia de estudar o processo de desenvolvimento de todo o ciclo vital tendo em vista que esse conhecimento possibilita maiores benefícios para os estudos do desenvolvimento científico, uma vez que amplia a discussão e fomenta a metodologia de estudo. Nessa perspectiva, no que concerne à produção nacional acerca da temática, ainda encontra-se um pouco tímida. Ainda há um interesse em concentrar os estudos somente no desenvolvimento da criança e do adolescente, sendo necessário que novas pesquisas sejam realizadas a fim de produzir um impacto na produção desse conhecimento e auxiliar na compreensão da complexidade do desenvolvimento humano. Bibliografia PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth D. & OLDS, Sally W. Desenvolvimento Humano. 8ª ed. Porto Alegre, Artmed, 2006. ISBN 0-07-232139-3 RAPPAPORT, Clara Regina; RIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do Desenvolvimento. - São Paulo: EPU, 1981. Parte 2 Arquivo Carregado 6/02/2020 19:40:32 Teorias do desenvolvimento As diversas teorias do desenvolvimento buscaram demonstrar, sob perspectivas diferentes, os processos do desenvolvimento e as possíveis variações de acordo com a interferência de questões emocionais, sociais, culturais. Esse artigo abordará os aspectos gerais, trazendo os elementos essenciais para a compreensão das teorias do desenvolvimento humanos (sim, teoriaS, no plural!). Em seguida, há um resumo de duas das principais teorias do desenvolvimento: a de Piaget e a de Vygotsky. Assim, o artigo está organizado em 3 tópicos referentes a este assunto: * Noções Gerais * Teoria do Desenvolvimento Cognitivo – Piaget * Teoria Sociointeracionista – Vygostky Noções Gerais O desenvolvimento humano acontece na inter-relação entre os âmbitos: • Físico-motor (maturação neurofisiológica); • Cognitivo (raciocínio, abstração); • Afetivo (modo como integra suas vivências); • Social (relação com as pessoas e a cultura). No decorrer da história, os modelos teóricos sobre desenvolvimento enfatizaram alguns desses aspectos: Teorias inatistas: Condições biológicas (maturação e fatores hereditários) são determinantes para o desenvolvimento; Teorias ambientalistas: Ser humano seria condicionado pelas experiências decorrentes de seu contexto familiar, socioeconômico, cultural; Teorias interacionistas: Construção do conhecimento acontece a partir das interações do sujeito com o meio e de suas ações sobre o mundo. Importante: As teorias de Piaget e Vygotsky são consideradas interacionistas. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo - Piaget Jean Piaget buscou compreender a gênese do conhecimento e postula que o desenvolvimento consiste no avanço de formas inferiores do desenvolvimento, para forma mais complexas. Propõe o desenvolvimento em quatro fases: Sensório motor (0 a 2 anos) • Inicialmente, a criança experiencia o mundo a partir dos esquemas inatos (ex. sucção) • Desenvolvimento acontece a partir do estímulo de experiências sensoriais e motoras; • Pela falta de experiências anteriores a aprendizagem acontece através de ensaio e experimentação; • Há a constituição da noção da permanência do objeto (objeto continua a existir mesmo fora do campo de visão) 2- Pré-operatório (2 a 6 anos) Segundo Piaget a aquisição da linguagem é fundamental para o desenvolvimento da inteligência, visto que é a partir dela que a criança adquire a função simbólica e capacidade de empregar símbolos e signos para representar os objetos. • Fase marcada pelo jogo simbólico e manipulação de símbolos; • Início de habilidades de conservação, classificação e agrupamento; Essa fase do desenvolvimento é dividida em dois momentos que apresentam características específicas: o pré-conceitual e o pensamento intuitivo. 3- Pré-conceitual – 2 a 4 anos • Animismo: Atribui características psicológicas a objetos e fenômenos naturais; • Realismo: Estende seu ponto de vista a todos os pontos de vista; • Artificialismo: Fenômenos naturais provocados por humanos; • Egocentrismo: Tendência de relacionar o que acontece aos seus sentimentos e ações. 4- Pensamento intuitivo - 4 a 6 anos • Centração: Para dar uma reposta, observa apenas um aspecto da situação; • Raciocínio transdutivo: Raciocínio do particular para o geral, sem rigor lógico; • Dificuldade de transformação: O pensamento é estático, ou seja, está sempre no presente; • Sincretismo: Não separa diferentes aspectos de uma situação. Tenta explicar os fatos misturando realidade e fantasia; • Dificuldade de classificação: Distinguir classes de objetos ou situações ainda é uma dificuldade; • Dificuldade de seriação: Dificuldade de ordenar ou criar séries. 5- Operatório Concreto (7 a 12 anos) • Desenvolvimento dopensamento lógico concreto; • Construção de regras e estratégias para compreender o mundo; • Maneja mentalmente as representações, mas possui dificuldades com os conceitos abstratos; • Habilidades nas operações matemáticas, ordenação seriada e pensamento indutivo. 6- Operatório formal (a partir dos 12 anos) • Manipula representações abstratas; • Compreende conceitos abstratos, como raciocínios matemáticos; • Pensamento embasado na lógica dedutiva; Teoria Sociointeracionista de Vygotsky Vygotsky fundamentou sua teoria no materialismo histórico e dialético e defendeu a perspectiva de que o a aquisição de conhecimentos acontece através da interação de sujeito e meio. Desse modo, o desenvolvimento é concebido como um processo, mediado por meio de instrumentos técnicos e pela linguagem, que são construídos e consolidados numa cultura. Para o autor, a aprendizagem leva ao considera dois níveis de desenvolvimento: Nível de desenvolvimento real: conjunto de atividade que a criança consegue resolver sozinha. Esse nível é indicativo de ciclos de desenvolvimento já completos. Nível de desenvolvimento potencial: conjunto de atividades que a criança não consegue realizar sozinha mas que, com a ajuda de alguém que lhe dê algumas orientações adequadas ela consegue resolver. Para Vygotsky, o nível de desenvolvimento potencial é muito mais indicativo do desenvolvimento da criança que o nível de desenvolvimento real A distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, caracteriza o que Vygotsky denominou de Zona de Desenvolvimento Proximal. Vygotsky denominou funções mentais superiores, os processos essencialmente humanos, tais como: como memória, atenção, imaginação, planejamento, elaboração de conceitos, desenvolvimentos da vontade, raciocínio. Fonte: https://www.editorasanar.com.br/blog/teorias-desenvolvimento-piaget-vygotsky-psicologia