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Ádila Cristie Matos Martins UCXXIII Aula 1, Medicina Legal t ANTROPOLOGIA FORENSE - Estuda a identidade e a identificação médico-legal e judiciária - ANTROPOLOGIA (anthropos logos): É o estudo do homem ou ciência do homem - ANTROPOLOGIA FORENSE: É o ramo da antropologia física que por finalidade estabelecer a IDENTIDADE do sujeito através da determinação da idade, do sexo, do padrão racial e da estrutura e esclarecer a causa, a data e as circunstancias da morte (HERCULES, Hygino) IDENTIDADE - São usadas as características objetivas: físicas, funcionais e psicológicas - Conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa fazendo-a distinta as demais (FRANÇA) - É o conjunto de sinais ou propriedades que caracterizam um indivíduo entre todos, ou entre muitos, e o revelam em determinada circunstância, e que estes sinais são específicos e individuais, originários ou adquiridos IDENTIFICAÇÃO - É o processo pelo qual se estabelece a identidade - Baseia-se na comparação de uma base de dados previamente declarada, antiga (passada) com uma base de dados atual (presente) - A identidade só pode ser estabelecida quando há certeza de terem sido afastados todos pontos duvidosos Ex.: DNA, digital - Importância da identificação: foro civil, criminal (penal), eleitoral e internacional Fases de uma perícia de identificação - Primeiro registro, em que se dispõe de certos caracteres imutáveis do indivíduo, e que possa distingui-lo dos outros - Segundo registro dos mesmos caracteres, feito posteriormente, na medida em que se deseja uma comparação - Identificação propriamente dita, em que se comparam os dois primeiros registros, negando ou afirmando a identidade procurada Fundamentos técnicos e biológicos para uma identificação - UNICIDADE — Também chamado de individualidade, ou seja, que determinados elementos sejam específicos daquele indivíduo e diferentes dos demais - IMUTABILIDADE — Características que não mudam ou alteram ao longo do tempo - PERENIDADE — Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo, e que permanecem durante toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o esqueleto - PRATICABILIDADE — Um processo que não seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos caracteres - CLASSIFICABILIDADE — É necessária certa metodologia no arquivamento, assim como rapidez e facilidade na busca dos registros RECONHECIMENTO - Significa apenas o ato de certificar-se, conhecer de novo, admitir como certo ou afirmar conhecer - É uma afirmação laica, de um parente ou conhecido, sobre alguém que se diz conhecer ou de sua convivência - A pessoa que reconhece inclusive pode assinar um “termo de reconhecimento”, cujos formulários habitualmente existem nas repartições médico-legais IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL - Exigem-se não só conhecimentos e técnicas médico-legais, como também entendimento de suas ciências acessórias. Sempre é feita por legistas (FRANÇA) Pode ser efetuada quanto aos seguintes aspectos - Espécie: identificação da morfologia e microscopia de ossos, sangue - Raça/etnia: no Brasil não é bem distintas por conta da miscigenação. Dentre as raças temos as raças: caucasiana, mongólica, negra, indiana e australóide - Sexo: morfológico, cromossomial, gonadal, cromatínico, genitália interna ou externa, jurídico, sexo de identificação, psíquico ou comportamental, sexo médico- legal. Elementos que facilitam a identificação: crânio, tórax e pelve - Idade - Estatura - Sinais individuais - Malformações - Sinais profissionais - Biotipo - Tatuagem - Cicatrizes - Identificação pelos dentes - Palatoscopia Ádila Cristie Matos Martins UCXXIII Aula 1, Medicina Legal t IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA - A identificação jurídica ou policial independe de conhecimentos médicos, e sua fundamentação reside, sobretudo, no uso de dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos, quer primários, quer reincidentes. Esse processo é efetuado por peritos em identificação (FRANÇA) - Pode ser: DATILOSCOPIA - A ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais - As cristas papilares são formadas através dos movimentos fetais do útero, por isso a digital é única, sendo um dos métodos mais utilizados por ter: unicidade, imutabilidade, perenidade e praticabilidade Classificação das linhas - Sistema marginal: linhas transversais da parte superior do dedo - Sistema nuclear: linhas que formam um formato arredondado - Sistema basal: linhas transversais na base do dedo - Delta: união das linhas marginais, nucleares e basais Datilogramas Anotam-se com x os desenhos com defeito, por cicatrizes ou por qualquer alteração 0 (zero) as amputações - Presilha interna: é formada por linhas que partem da esquerda do observador, vão até o centro, fazem uma curva e retornam para o mesmo lado. Formam o delta a direita do observador. Representa-se pela letra I ou pelo número 2 - Presilha externa: é formada por linhas que partem da direita indo até ao centro e retornando ao mesmo lado. Forma o delta a esquerda do observador. Representa- se pela letra E ou pelo número 3 - Verticilo: formado por uma série de círculos concêntricos, apresentando dois deltas um a direita e outro a esquerda. Representa-se pela letra V ou pelo número 4 - Arco: é formado por linhas curvas que vão de um lado a outro do dedo, não possui delta. Representa-se pela letra A (polegar) ou pelo número 1 (demais dedos) Pontos característicos - São outros desenhos existentes junto aos desenhos anteriores - Queiloscopia - Identificação por superposição de imagens - Ident ificação pe lo pav i lhão auricular - Identificação por radiografias - Superposição craniofacial por vídeo - C a d a s t r o d e r e g i s t r o d e artroplastias: - Identificação pelo registro da voz - Impressão digital genética do DNA - Processos antigos - Empír ica — ass ina lamento sucinto - Fotográfica - Antropométrica (Bertillon) - Retrato falado - Arcada dentária - Sobreposição de imagens - Datiloscopia - Impressão genética — DNA Ádila Cristie Matos Martins UCXXIII Aula 1, Medicina Legal t - Ilhota: pequeno fragmento de uma linha (crista) - Cortada: extensão maior de uma linha (crista) - Forquilha: linha que se bifurca formando um ângulo agudo - Bifurcação: linha que se bifurca formando um ângulo obtuso amplo - Encerro: são duas linhas cortadas que se cruzam formando um espaço fechado INTERPRETAÇÃO - A identificação se faz verificando os pontos característicos de cada uma das impressões: a “problema” achada no local e a de um suspeito - As coincidências dos pontos característicos permitem a identificação quando há de 12 a 20 pontos característicos coincidentes entre a impressão “problema” e a de um suspeito - Existem substancias reveladoras: pulverulentas (ex.: talco, alvaiade de chumbo, negro-de-fumo), líquidos e gasosas (ex.: vapores de iodo) Problemas de identificação - CRIANÇAS: é problema quando não fazem o registro das digitais (primeiro registro) - CADÁVERES INCOMPLETOS (restos humanos, esquartejados) - CADÁVERES PARCIALMENTE DESTRUÍDOS (putrefeitos, carbonizados): Ádila Cristie Matos MartinsUCXXIII Aula 1, Medicina Legal t ODONTOLOGIA LEGAL/FORENSE - É um ramo da odontologia, especializado no auxílio ao poder judiciário através da identificação de pessoas pela arcada dentária - É obtido através de fichas que são preenchidas durante consultas e raio-x GENÉTICA FORENSE - Aplicação de DNA para fins forenses: - Justiça civil: teste de paternidade - Justiça criminal: identificação de peças ósseas e órgãos humanos, identificação de corpos carbonizados ou em decomposição, produção de perfis de material genético recuperado em locais de crimes (mancha de sangue, manchas de saliva e espermatozoides) - Vantagem: não precisa do primeiro registro da própria pessoa, pois o primeiro registro pode ser de parentes - Desvantagem: caro, técnicas muito demoradas e trabalhosas, necessita de grande quantidade de DNA, dificuldade em se estabelecer vínculos genéticos - A coleta do material tem origens diversas: local de crime, vítimas, suspeitos, roupas e objetos. Sempre tendo o cuidado para não contaminar o material MATERIAIS BIOLÓGICOS QUE PODEM CONTER DNA - Fluídos corporais: suor, sangue, saliva, sêmen, urina, secreção vaginal - Restos mortais: dentes e ossos - Fios de cabelo, pelos, unha VESTÍGIOS POTENCIAIS PARA BUSCA DE DNA - Objetos pessoais: óculos, boné, sapato, sandálias, escova, etc - Objetos descartados: guardanapo, garrafas plásticas, palito de dente, cigarro, etc - Armas manuseadas: barra de ferro, porrete, faca, espeto de churrasco, etc MATERIAIS BIOLÓGICOS MAIS UTILIZADOS COLETADOS EM VIVOS - Sangue - Swab mucosa oral - Pelos MATERIAIS BIOLÓGICOS MAIS UTILIZADOS COLETADOS EM CADAVER - Sangue - Swab mucosa bexiga - Músculos e cartilagem - Ossos e dentes CUIDADOS NA COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO - Usar luvas e máscaras - Evitar conversar sobre as amostras - Coletar quantidade suficiente para os exames evitando ao máximo contaminação CUIDADOS NA PRESERVAÇÃO DE MATERIAL BIOLÓGICO - Secar os suportes utilizado para a coleta - Manter as amostras em baixa temperatura (congeladas) REFERÊNCIAS 1.Medicina Legal — França (11ed 2017) 2.Anotações da aula
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