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Doenças testiculares (Resumo)

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Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Doenças testiculares 
Recapitulando algumas informações anatomicas: O testiculo possui relação anatômica com o escroto, o termo correto 
é escroto, não bolsa escrotal, ele fica dentro de uma cavidade serosa envolvido pela túnica vaginal, as vezes permanece 
um conduto peritônio vaginal estreito, pois a túnica vaginal nada mais é do que uma continuação do peritônio para 
dentro do escroto (se o conduto for muito pérvio, o conteúdo da cavidade abdominal pode chegar até o escroto), esse 
conduto tem grande importância pois permite um grau de liberdade do testiculo, o conjunto de estruturas anatomicas 
que atravessa o canal inguinal compõem o funículo espermático e tem importância no grau de liberdade do testiculo 
também. 
Outro elemento importante, é a túnica albugínea, túnica fibrosa que envolve ou túbulos seminíferos e restringe a 
expansão volumétrica do testiculo, e, qualquer infiltração inflamatória ou neoplásica pode alterar a perfusão 
sanguínea e complicar esse órgão. Duas outras estruturas são responsáveis por manifestações clinicas, o apêndice 
epididimário e apêndice testicular, são estruturas revestidas por serosas e as vezes tem um pedículo estreito que pode 
levar a uma torção e manifestação de escroto agudo (infarto hemorrágico dessas estruturas). 
O testiculo pode sofrer uma torção no seu ângulo e comprometer o pedículo vascular e promover comprometimento 
isquêmico do órgão. Na superfície de corte do testiculo os túbulos se organizam em lóbulos separados por septos de 
tecido conjuntivo, azoospermia e oligoespemia permitem dizer se há ou não um comprometimento do sistema 
testicular. Metástases do testiculo vão até os linfonodos do peritônio, na altura das artérias renais, que é onde estão 
as origens das arterias gonadais e drenagem venosa do testiculo. 
No testiculo conseguimos ver as espermatogônias, com epitelio germinativo, celulas de sertoli (sustentação e 
ancoragem das células em maturação), espermatócitos primários, secundários, espermátides e espermatozoides. 
Anomalias do desenvolvimento 
Criptoquirdia: Descida incompleta do testiculo entre a cavidade abdominal e o escroto, se ele não ocupar a cavidade 
do escroto e parar em qualquer altura, damos esse nome. Normalmente é unilateral, se for bilateral interfere na 
maturidade do epitélio germinativo, causando esterilidade. As causas são variadas, quando de causa genética, essa 
que é a razão para a não fixação do testiculo na cavidade do escroto, ainda podem haver causas hormonais, fatores 
mecânicos e causas desconhecidas. 
Estágios do desenvolvimento: Mais ou menos 5 anos de intervalo 
entre cada um deles, no primeiro, há túbulos seminíferos com 
celula de sertoli e espermatogônia, porém não apresentam 
lúmen e com um estroma que deixa os túbulos bem separados. 
No segundo, há o crescimento dos túbulos, com uma 
proliferação de células do estroma (aumenta a celularidade do 
estroma), mas ainda sem maturação e não existe lúmen. No 
terceiro estágio, a espermatogônia começa a madurar e o 
espermatócito primário começa a surgir, progressivamente isso vai evoluindo, é considerado que apareça uma célula 
nova a cada ano que se passa, por exemplo, no segundo ano apareceria o espermatócito secundário, no terceiro a 
espermátides, etc. O quarto estágio é caracterizado pelo aparecimento de espermatozoides e os túbulos já possuem 
lúmen, etc. 
Corte transversal de túbulo seminífero, células com nucléolo bem 
evidente na base, que são as espermatogônias, celulas com 
nucleo maior na segunda camada são os espermatócitos, 
primários, mais para o lúmen há os espermatócitos secundários, 
e espermátides e espermatozoides não estão presentes nessa 
imagem devido a fase de maturação. Para uma maturação 
adequada é importante a boa difusão de nutrientes, qualquer 
processo que faça espessar a camada basal, a difusão de 
nutrientes se torna precária e o epitelio germinativo começa a 
sofrer difusão. 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
No estado mais avançado de maturação, vemos o 
lúmen bem desenvolvido com as camadas do epitelio 
germinativo bem desenvolvidas, com todos os tipos 
de células sendo visíveis. Dá para ver as células de 
Leydig também. 
Na imagem ao lado vemos túbulos sólidos sem luz, vemos um 
interstício com o aumento da sua celularidade e com 
diminuição da matriz amorfa que antes fazia com que os 
túbulos ficassem bem separados. Essa imagem é uma 
transição da fase pré-puberal estática, para a fase pré puberal 
em crescimento. A imagem abaixo mostra a fase estática, com 
os túbulos bem separados por um material amorfo. 
Na imagem da direita vemos um testiculo na cavidade abdominal a altura do anel inguinal profundo. Se permanece 
ali, não vai ter espermatogênese e propenso a desenvolver neoplasias malignas (deve ser cirurgicamente tratado). 
OBS: Se ver que não tem testiculo na cavidade do escroto, não pode dizer que é Criptoquirdia, pois pode ser agenesia 
de testiculo, então tem que investigar. 
Túbulos seminíferos com membrana 
basal espessada o que impede a 
difusão de nutriente, portanto não 
tem como se recuperar e voltar a 
espermatogênese, vemos que 
revestindo esses túbulos só existem 
células de sertoli, portanto não há 
sentido fazer a fixação de um 
testiculo assim no escroto. 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Fusão esplenogonadal: Tem a ver com a descida, eventualmente o 
testiculo leva junto o parênquima esplênico, que pode ser continuo 
ou descontinuo com o baço normal, as vezes o cordão de 
parênquima que atravessa o canal inguinal pode sofrer expansão 
reacional ou infiltração neoplásica, como nas leucemias e 
mononucleoses, e se torna palpável, ou é percebido em alguma 
manipulação do testiculo. 
Na imagem ao lado, vemos um cordão de tecido esplênico com 
trajeto até o escroto, a massa esplênica está aumentada pois o 
paciente deve possuir alguma neoplasia hematológica. 
Na imagem abaixo, vemos o aspecto cirúrgico do baço aparente com 
a coloração normal e o testiculo. 
Na imagem da microscopia, vemos a seguinte sequência da 
esquerda para direita: Baço, capsula, túnica albugínea e testículos. 
Coristoma: A glandula adrenal ectópica está presente no testiculo (o que não é 
normal), pode ser intra ou paratesticular e aparece como um nódulo, a 
nomenclatura é coristoma, mas ela pode estar ectópica em todo o trajeto da 
descida do testículo. Na imagem ao lado, vemos um testículo com nódulo 
ectopico de glândula adrenal, pode ser detectado por exame de imagem, se há 
estimulo para hiperplasia da adrenal, esse nódulo pode se aumentar também, 
normalmente é um achado. 
Apêndice testicular ou epididimário: São estruturas que aparecem no testiculo 
e quando se torcem e levam infarto com quadro de escroto agudo, 
normalmente essas estruturas são achados de necropsia. Hidátide testicular é 
o outro nome relacionado ao apêndice testicular, estrutura que pode sofrer 
torção e causar um infarto hemorrágico, é uma miniatura do que acontece com 
o testiculo como um todo quando ele torce sobre o pedículo vascular. 
Apêndice muito menos ecogênico pelo edema, sendo facilmente visualizado 
no ultrassom em comparação com o testiculo normal ao lado. 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Sindrome do testiculo feminilizante: Paciente com genótipo masculino (XY), mas com 
fenótipo feminino, é uma doença autossômica dominante masculina e está 
relacionada com a ausência de receptores androgênicos nos órgãos alvo para 
transformar as celulas responsáveis pelas características secundárias masculinas, 
desenvolve hipogonadismo, possui testículos com Criptoquirdia dentro do abdome ou 
até nos lábios maiores, possui vagina de fundo cego e desenvolve mamas, porém, não 
existe utero nem via condutora de gametas. 
Esses casos são familiais e normalmente são descobertos após a puberdade quando 
vai se investigar a amenorreia, ou seja, ausência de menstruação, um exemplo é a 
imagemao lado, que mostra uma pessoa com o fenótipo inteiro feminino, mas ela é 
XY. 
Inflamações 
Orquites: As principais são as virais e bacterianas (podendo ser piogênicas ou granulomatosas), em relação as virais, a 
mais prevalente é pela caxumba, que vai acometer 20% dos pacientes com caxumba em idade puberal ou pós-puberal, 
normalmente é unilateral e vai estar associada com o infiltrado de mononucleares. M relação as bacterianas, estão 
mais relacionadas com a propagação de epididimites, as infecções do trato urinário podem chegar na próstata e por 
ascendência acometer os testículos, caracterizando a inflamação bacteriana piogênica. Além disso, há as Orquites 
bacterianas granulomatosas, nas quais há uma disseminação por via hematogênica, e dentro delas, as mais 
importantes são por hanseníase e tuberculose. 
Inflamações são raramente motivo de biopsia 
testicular, o que se faz é a orquiectomia, a lâmina 
mostra inflamação do testiculo, com celulas 
inflamatórias no interstício e no epitelio germinativo. 
Macroscopia, mostra superfície de corte com massa caseosa. 
Granuloma de tuberculose com necrose caseosa, 
celulas gigantes de langerhans e aspecto de fundo 
seco de lagoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Caso de hanseníase com a face leonina característica dessa doença e uma histologia de testiculo carregado de bacilos. 
Lâmina mostrando orquite purulenta com exsudato 
neutrofílico no interstício e epitelio germinativo, há 
necrose também. 
Macroscopia, mostrando alguns abcessos múltiplos na 
superfície de corte por orquite purulenta. 
 
Alterações da circulação 
A principal e mais comum causa de infarto testicular é a torção do cordão espermático, pode ocorrer por conta de 
traumatismos, movimentos bruscos e mobilidade anormal do testiculo (canal peritônio vaginal muito pérvio por 
exemplo), o que acontece é a interrupção 
do retorno venoso (a artéria, mesmo com a 
torção, consegue manter o fluxo), isso 
evolui para uma hiperemia passiva intensa 
com extravasamento de hemácias no 
interstício, e logo depois o infarto 
hemorrágico do testiculo e do epidídimo. 
Na imagem, a esquerda vemos ele com um 
volume maior e menos ecogênico (pois foi 
tomado por liquido, faz com que fique 
menos ecogênico) do que do lado direito, 
que está normal. 
 
 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Microscopia mostrando um infarto isquêmico 
associado a uma infiltração hemorrágica do tecido, 
assim como foi explicado antes. 
Neoplasias 
No contexto geral, acometem mais homens entre 
15 e 35 anos, a etiologia desses tumores não é 
muito bem esclarecida, exceto na sua relação com 
a Criptoquirdia, e, além dela, pacientes com 
disgenesia testicular, feminilização testicular e 
sindrome de Klinefelter tem maior risco de 
desenvolver esses tumores. Segundo a OMS, são 
divididos em 2 grupos: tumores de células 
germinativas (90%) e tumores dos cordões sexuais 
e estroma gonádico. 
Seminoma: É o tumor mais comum de testiculo, ele cresce lentamente e 
acomete mais homens da 4ª e 5ª década, faz com que o órgão fique 
aumentado de volume, parecendo um ovo de galinha, com a forma e a 
túnica vaginal conservadas, possui consistência mole e superfície branco-
acinzentada homogênea com áreas de necrose. Um fator importante para 
o diagnóstico retardado do tumor de testiculo é que durante o exame físico 
normal não é comum fazer o exame de genitália, podendo passar essas 
coisas (aspecto cultural). 
Esse tumor possui uma variante de agressividade biológica, que é o tipo 
espermatocítico, que excepcionalmente dá metástases, e outra variante 
que é o seminoma típico, sendo que a disseminação do tumor pode ser 
linfática (linfonodos do retroperitônio principalmente) ou hematogênica, 
são tumores sensíveis a quimioterapia e radioterapia e se comporta como 
um tumor benigno na maioria dos casos, sendo que quanto antes o 
diagnóstico, melhor o prognóstico. 
OBS: Marcadores: Octamer binding transcription fator 
(OCT) 3-4 e placental-like alcaline phosphatase PLAP. 
Macroscopicamente, é homogêneo, multilobular, e 
microscopicamente vemos o aspecto claro do citoplasma 
celular (isso chama atenção quando o diagnóstico é feita 
por meio da análise das metástases) com a célula bem 
regular em forma e tamanho, se assemelhando com uma 
espermatogônia, com nucléolo bem evidente. Outro 
aspecto importante é que esse tumor possui uma grande 
quantidade de células inflamatórias especialmente 
linfócitos, mas pode haver granuloma, por isso que o 
aparecimento de granulomas em lesões testiculares leva o 
patologista a procurar outras entidades que não só a 
tuberculose. 
Segunda microscopia mostrando ninhos de células com o 
citoplasma claro e um infiltrado inflamatório exuberantes 
entre essas células. 
 
 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Imagem mostra o seminoma espermatocítico que possui 
células grandes que lembram o espermatócito 
secundário, e o comportamento biológico é de um 
tumor muito menos agressivo. Histologicamente se 
parece com o linfoma, por isso que o diagnostico 
diferencial deve ser feito com esse, já que ele parece um 
linfoma de alto grau, que é bem mais maligno que o 
seminoma. 
 
 
 
Carcinoma embrionário: É o segundo mais frequente, acometendo na 3ª década de vida, é menos volumoso, porém, 
mais agressivo e não tem relação com Criptoquirdia e 
o marcador importante é o CD30 (positividade para 
ele). Tem o aspecto menos homogêneo que o 
seminoma com áreas de hemorragia e necrose, e, 
Histologicamente tem células epiteliais com aspecto 
embrionário e maligno. 
Na imagem, vemos células de citoplasma claro e com 
células inflamatórias no interstício, a diferença desse 
com o seminoma é que o estroma está mais pobre, 
citoplasma claro bem menos abundante, mas, para 
esse diagnostico diferencial não se usa só a histologia, 
se usa alguns marcadores (como o CD30) ou dosagem 
de hormônios no sangue. 
Tumor do saco vitelino: São mais frequentes em crianças de até dois anos de idade, no adulto só aparece quando 
combinado a outros tipos histológicos e a maioria 
produz alfafetoproteína, que pode ser dosada no 
soro dos pacientes e possui grande valor para o 
diagnóstico, ele apresenta Histologicamente 
estruturas semelhantes ao saco vitelino e 
morfologicamente tem arranjo celular reticulado. 
Possui corpúsculo glomeruloide, parece um 
revestimento epitelial com um eixo conjuntivo 
vascularizado se projetando para dentro do 
espaço, essa estrutura organoide é uma das 
marcas registradas desse tumor, mas também tem 
celula clara, também forma cordão, também rem 
nucléolo. 
Coriocarcinoma: É uma neoplasia muito maligna, quase 
sempre está combinada a outro tipo histológico se 
manifestando na 2ª e 3ª década de vida. Suas metástases são 
por via hematogênica e normalmente produz gonadotrofina. 
É uma massa de até 5 cm com áreas de necrose extensas e 
hemorragia, formado por celulas do cito e 
sincíciotrofoblasto. Uma das coisas que chama atenção nesse 
tumor é a sua aplasia. 
 
 
Lucas Melo – Medicina Ufes 103 
Vemos tanto um componente de células 
multinucleadas, que é o sincício, tanto um 
componente de células epitelióides menores com 
nucléolo evidente, que são celulas do cito. 
OBS: Onde surgem metástases desse tumor, 
normalmente ocorre sangramento, se for uma 
metástase cerebral, por gerar hemorragia 
intracraniana, se for uma metástase na mucosa 
gástrica pode gerar hemorragia digestiva. 
 
 
 
Teratomas: Mais comuns até a terceira década de vida, e são mais frequentemente malignos no testiculo do que no 
ovário, possuem aspecto variado e podem ser tanto sólidos como císticos, com componentes derivados dos 3 folhetos 
embrionários.

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