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PATOLOGIA ESOFÁGICA Aspectos de normalidade: tubo extenso: epiglote até a junção esofagogástrica (JEG) três regiões: superior – cervical (possui esfíncter esofágico superior), média – torácica e inferior – supra e infra- diafragmática (possui o esfíncter esofágico inferior). Constrições esofágicas: faringoesofágica, broncoaórtica (está sendo comprimido pelo arco aórtico e pela bifurcação da traqueia) e diafragmática (esfíncter esofágico inferior funcional mantem a pressão intra esofágica elevada impedindo o refluxo de conteúdo gástrico). Esôfago: camada mucosa (epitélio pavimentoso estratificado não seratinizado, lâmina própria e muscular da mucosa), submucosa, muscular própria e adventícia (não é revestida por mesotélio). Anomalias congênitas: não são tão comuns, sintomas precoces (disfagia, vômitos, sialorreia – salivação excessiva – regurgitação, insuficiência respiratória) muitas vezes estão associados a outras malformações: Síndrome de Vater: vértebra, ânus, traqueia, esôfago, rim/rádio. Atresia: quando há um estreitamento e dificuldade de abertura do esôfago obstrução mecânica e ocorre comumente ao nível da bifurcação da traqueia é um cordão fino. Fístula: normalmente ocorre em associação à atresia e pode levar o alimento para a via respiratória regurgitação imediata logo após a amamentação. Divertículos: dilatação circunscrita da parede esofágica se comunicando com a luz do órgão pode ser congênito ou adquirido pode ser verdadeiro (evaginação contém todas as camadas viscerais) ou falsa (contém apenas mucosa e submucosa). podem se desenvolver em três regiões divertículo de zenker – faringoesofágico, divertículo de tração (na região média assintomático) ou divertículo epifrênico e pode predispor refluxo (imediatamente acima do EI). Diverticulo de Zanker: na região do esfíncter esofágico inferior (próximo a cavidade bucal) se forma pela fraqueza do músculo constritor inferior da faringe e musculo cricofaríngeo pelo aumento de pressão intraluminal (por um espasmo esofágico ou por alguma obstrução) a mucosa e a submucosa vão herniar (pseudodiverticulo) ocorre em paciente mais idosos principalmente disfagia, regurgitação, halitose e aspiração. Lacerações esofágicas: também conhecida como Síndrome de Mallory-Weiss lacerações lineares no esôfago próximo a junção gastresofágica variando e tamanho consequência de vômitos repetidos (alcóolatras e bulimia) hematêmese (sangramentos muitas vezes leves que se curam espontaneamente após os vômitos) complicações graves: ruptura esofágica Síndrome de Boerhaave. Varizes esofágicas: dilatações circunscritas e permanentes das veias dos plexos submucoso e periesofágico (adventícia e lâmina propria) secundarias a hipertensão portal, ICC direita, trombose das veias hepáticas causadas principalmente por cirrose ou esquistossomose hepática o esôfago é irrigado por veias esofágicas veia gástrica esquerda veia porta. nesses casos as veias ficam superficiais azuladas e delgadas podendo se romper. Complicações: hemorragia: vasos superficializados sujeitos a traumatismo e consequente ruptura hematêmese. Além de alimentos, podem se romper por aumentos da pressão. Tratamento: vasoconstrição esplâncnica (para diminuir a pressão portal), escleroterapia (injetar um agente trombótico), tamponamento por balão e ligação de varizes. Hérnia de hiato: separação dos pilares diafragmáticos com alargamento do espaço entre eles resulta em passagem do conteúdo do abdômen para a cavidade torácica pelo hiato diafragmática congênita ou adquirida e a incidência aumenta com a idade e mais comum em mulheres. 4 padrões anatômicos: tipo I: congênita e surge pelo esôfago ser curto -> traciona o estomago para a cavidade torácica. Tipo ii: paraesofágica ou hérnia por rolamento: esôfago permanece em posição normal, mas o funndo gástrico rola e penetra no tórax. Tipo III: esofagogástrica ou hérnia por deslizamento: a porção abdominal do esôfago desliza e entra no tórax trazendo consigo o estomago. Tipo IV: quando hérnia o estomago e outros órgãos. Por quê acontece a do tipo II e III? Enfraquecimento dos músculos do hiato aumentam a pressão abdominal: obesidade, tosse, vômitos constantes, gravidez, ascite podem ser assintomáticas ou sintomáticas doença do refluxo gastresofágico (DRGE) Doença do refluxo gastroesofágico: refluxo anormal de conteúdo gástrico para o esôfago principalmente por um relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior azia, pirose (queimação retroesternal), regurgitação, disfagia as lesões se concentram principalmente no terço distal (esofagite de refluxo e esôfago de Barret) rouquidão tosse e infecções aéreas (se atingir a laringe, traqueia e pulmão). Diagnóstico: impedâncio-pHmetria esofágica (já a endoscopia vê as lesões que não tem em todo DRGE). PATOGÊNESE: ocorre quando há aumento da pressão intra-abdominal e diminuição dos mecanismo antirreflexo (alteração no esfíncter esofágico inferior e relaxamento da musculatura diafragmática) pode ser por estresse mecânico e emocional, VIP (peptídeo intestinal vasoativo) e NO (oxido nítrico) aumentados que relaxam o EEI, tabagismo, alcoolismo, antinflamatorios e antidepressivos, café, chocolate, gordura, frituras, hérnia de hiato, gravidez e obesidade. Ângulo de His: fisiologicamente agudo impedindo o refluxo. DRGE: pode ser assintomático e mesmo assim ter lesões morfológicas. Tratamento: medidas comportamentais e medicamentos antiácidos (IBP e anti-histamínicos H2) Consequências da DRGE prolongada: esofagite de refluxo e esôfago de Barret. Esofagite de refluxo: inflamação do esôfago causada pelo refluxo -> o epitélio esofágico é resistente a abrasão dos alimentos, porém é sensível ao ácido. Patogênese: refluxo ácido lesão e descamação do epitélio regeneração epitelial desequilíbrio com mais perda do que regeneração atrofia do epitélio: maior risco de erosões e ulcerações: hemorragia cicatrizações e estenose. Morfologia: depende do tempo e intensidade do refluxo variando desde uma área com hiperemia/edema até área com erosão: células inflamatórias (eosinófilos, neutrófilos e linfócitos), hiperplasia da camada basal (onde ocorre a renovação), alongamento das papilas da lâmina própria e congestão. Esôfago de Barret: substituição do epitélio estratificado escamoso por epitélio colunas do tipo intestinal (metaplasia intestinal) é uma complicação da DRGE e da esofagite de refluxo homens brancos de 40 a 60 anos fator de risco mais importante para o desenvolvimento do adenocarcinoma esofágico (com glândulas intestinais). Diagnóstico: endoscopia: mucosa aveludado formando pequenas projeções acima da JEG e histologicamente: metaplasia intestinal. Pode se classificar em: segmento longo ou segmento curto. Complicações: úlcera péptica (hemorragia e fibrose) e adenocarcinoma invasor. Neoplasias malignas do esôfago: decima causa de mortalidade oncológica no Brasil, possui diagnostico tardio (pois os pacientes são assintomáticos por um longo tempo). Fatores de risco: DRGE (esôfago de Barret), obesidade, megaesôfago, dieta com baixo consumo de frutas e vegetais, hábitos de vida (tabagismo, etilismo, bebidas quentes), alimentos contaminados com fungos que produzem fatores cancerígenos e genética. Carcinoma de células escamosas: mais comum no brasil, localização principalmente no terço médio e é derivado do epitélio habitual do esôfago. Morfologia: discreta elevação irregular da mucosa displasia CCE insitu CCE microinvasor. Terá placas até lesões ulceradas e volumosas: vegetante e exofílico, ulcerado infiltrante (em direção a parede). Microscopia: células escamosas atípicas invadindo a parede esofágica. Adenocarcinoma: mais comum em países desenvolvidos,derivado do epitélio de Barret e localizado no terço inferior e JEG. Morfologia: irregularidade da mucosa. Displasia Carcinoma in situ adenocarcinoma invasor. Macro: lesões aplanadas ou em placas avermelhadas, lesões nodulares e ulceração. Micro: tumores glandulares produtores de muco.
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