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DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES DIVISÕES REGIONAIS ENSINO FUNDAMENTAL 2 Quando estudamos o Brasil, entramos em contato com diferentes maneiras de regionalizá-lo, destacando-se a divisão, adotada pelo IBGE, em cinco macrorregiões – Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro- Oeste; as Regiões Geoeconômicas – Amazônia, Nordeste e Centro-Sul; e também a proposta de Milton Santos, que criou o conceito de Região Concentrada, agrupando em uma única região os estados das regiões Sul e Sudeste, porque nelas há maiores investimentos de capitais realizados por empresas multinacionais, assim como maior desenvolvimento científico e expansão das redes de informação. Da mesma forma, podemos utilizar diferentes critérios para agrupar e regionalizar os países e as áreas da Terra, a fim de estudá-los e compreendê-los melhor. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Vamos observar o mapa a seguir e analisar o critério utilizado para agrupar os países. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Com base na divisão regional adotada, podemos compreender os aspectos relativos a cada país e estabelecer relações entre as diferentes áreas. No caso do mapa apresentado, verificamos que o critério utilizado foi o consumo de água por habitante. A sua leitura permite interpretar esse consumo não apenas quanto à disponibilidade do recurso, mas também, indo além, quanto ao nível de desenvolvimento econômico do país, sua história e suas necessidades. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Assim, o agrupamento dos países pode seguir diferentes critérios, sejam eles definidos pela localização geográfica ou por sua condição econômica, política e social. Mapas e textos com essas diferentes formas de agrupar e regionalizar o planeta passaram a ser utilizados com frequência, não só pelos geógrafos, mas também pelos meios de comunicação; aos poucos, tornaram-se parte de um vocabulário cotidiano. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Vamos ler e analisar dois textos que utilizam termos que definem diferentes formas de entender essas divisões do mundo. Doze mil quilômetros separam Acra, a capital de Gana, do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, centro da revolução tecnológica do século XXI. Há, no entanto, outra distância maior do que a geográfica. Acra e o Vale do Silício estão no extremo de um ciclo de vida. Computadores, tablets e celulares nascem da cabeça de nerds sob o sol californiano e morrem e são descompostos no distrito de Agbogbloshie, periferia africana. Densamente povoada por migrantes do norte do país e por imigrantes da Costa do Marfim, do Togo e de Burkina Fasso, Agbogbloshie carece de infraestrutura. Não há saneamento básico, pavimentação nas ruas ou áreas de lazer. Restos de madeira, plástico e metal formam a precária estrutura das casas. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Nada mais parecido com qualquer favela de qualquer país pobre do mundo, não fosse um fato: um certo toque de ficção científica acrescentado à paisagem pelas montanhas de carcaças de computadores, tevês, fotocopiadoras, DVDs e celulares, como em uma aventura distópica de Philip K. Dick. Os “cadáveres" chegam diariamente em caminhões vindos da região portuária da cidade e transformam Agbogbloshie em um dos maiores lixões de eletroeletrônicos do planeta. O cemitério permitiu o florescimento de um mercado paralelo e informal. Mais de 30 mil africanos de diferentes idades, crianças incluídas, ocupam-se de duas atividades, do conserto e venda de eletrônicos que ainda podem ser recuperados ou da extração de metais valiosos do entulho, entre eles prata, aço e cobre. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES O rendimento do trabalho varia. Segundo Titi, taxista que durante três anos coletou minérios no lixão, o ganho médio diário oscila de 20 centavos a 10 dólares. A jornada de trabalho chega a 13 horas por dia, 7 dias por semana. No outro lado do mundo, no Vale do Silício, as fortunas acumulam-se em nanossegundos. De acordo com a revista Forbes, [em 2014] a fortuna de Bill Gates, fundador da Microsoft, aumentou em 3 bilhões de dólares, número que provavelmente os catadores do lixão ganense seriam incapazes de calcular. Expostos a diversos tipos de riscos e doenças associadas ao lixo eletroeletrônico, os trabalhadores executam as atividades desprovidos de equipamentos de proteção, e muitos trabalham sem camisa e descalços. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES O maior risco vem da inalação de substâncias tóxicas que derivam da queima de fios de plástico, técnica utilizada para extrair o minério decobre em seu interior. Além de interferir na saúde respiratória dos trabalhadores, a queima de lixo eletrônico contamina alimentos comercializados nos mercados da região, pois a fumaça carrega diferentes metais pesados, além do dióxido de carbono, facilmente depositados nas cascas de frutas e verduras expostas ao ar livre. (…) A maioria das carcaças eletrônicas de Agbogbloshie chega da Europa e da América do Norte. Sua liberação nos portos de Gana justifica-se por acordos comerciais cujo propósito, em tese, é ampliar o acesso da tecnologia aos desfavorecidos em países subdesenvolvidos. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES Em outras palavras, um europeu dono de um computador velho em casa, quebrado ou não, pode enviar o equipamento a algum país africano baseado no altruísta objetivo de propiciar acesso ao “mundo digital" a negros e mulatos pobres das periferias. É uma dupla limpeza: da casa propriamente dita e da consciência. Apesar de veementemente condenado pela Convenção da Basileia, realizada em 1989, na Suíça, o fluxo de lixo eletrônico continua intenso, de modo que os lixões eletroeletrônicos se espalham por outros países africanos (Egito, Nigéria e Quênia já têm os seus) e na Ásia (incluídos os emergentes Índia e China). DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES O governo de Gana tenta organizar os trabalhadores em cooperativas, mas a miséria e a ignorância predominam no cemitério de Agbogbloshie e dificultam as iniciativas. O objetivo é sobreviver. Se esse fosse o texto de um programa do National Geographic Channel, o locutor encerraria: “E assim a vida se renova (no mundo digital)”. (Kauê Lopes. Carta Capital on-line. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/842/lixao- pontocom-4750.html>.Acesso em: 24 jan. 2017.) DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES O texto mostra, por meio de um exemplo, que os países participam de maneira desigual da economia mundial. Os países ricos produzem e consomem tecnologia, enquanto os países pobres reciclam o lixo e convivem com as consequências desse tipo de trabalho e de consumo. A divisão entre países ricos/desenvolvidos e pobres/subdesenvolvidos é uma das formas de agrupar os países, definindo espaços com características diferentes. DIFERENTES FORMAS DE AGRUPAR OS PAÍSES HORA DO DESAFIO 1. Vamos ler o texto a seguir para responder as perguntas: Brasil melhora IDH em 2014, mas cai uma posição no ranking mundial O Brasil registrou melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2014. Os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostram que o IDH passou de 0,752 em 2013 para 0,755 em 2014. Apesar do aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial de desenvolvimento humano e passa a ocupar o 75º lugar entre 188 países. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2015, (…) o país perdeu uma posição porque foi ultrapassado pelo Sri Lanka, que teve crescimento acelerado no último ano. O IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: a expectativa de vida, educação e renda. HORA DO DESAFIO A coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andréa Bolzon, explicou que a diferença no ritmo de crescimento dos países causou a queda do Brasil. “Apesar de o Brasil ter crescido no IDH, outro país cresceu em ritmo um pouco mais aceleradoque o nosso. A isso se deve nossa queda”. Com a 75° posição, o Brasil fica atrás de países latino-americanos como a Argentina (40°), o Chile (42°), Uruguai (52°), Cuba (67°) e a Venezuela (71°). O primeiro lugar no ranking mundial é da Noruega, seguido pela Austrália e a Suíça. Em último está o Níger. O relatório mostra que, no Brasil, indicadores que representam melhorias sociais tiveram avanço, como a esperança de vida ao nascer, que aumentou de 74,2 em 2013 para 74,5 em 2014, e a média de anos de estudo que passou de 7,4 para 7,7 nesse período. HORA DO DESAFIO Houve queda na Renda Nacional Bruta (RNB) per capita de 2014 (15.175), quando comparada a 2013 (15.288). Desde 1990, a RNB do Brasil não havia sofrido retração. “O relatório mostrou que do ponto de vista da renda per capita, houve pequena retração e é claro que isso afeta também nosso índice de desenvolvimento humano. Agora, daqui paraa frente, precisamos aguardar para ver como as coisas vão se refletir no relatório", disse Andréa Bolzon. Questionada se a queda no Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil poderá ter impacto negativo no IDH, ela respondeu que existe essa possibilidade, já que um dos indicadores é a renda, que está relacionada ao PIB. O Brasil acumula trajetória constante de crescimento do IDH. De 1990 a 2014, o crescimento foi 24,2%, o maior no período entre os países da América do Sul. Em relação à posição no ranking mundial, de 2009 a 2014 o país avançou três posições. HORA DO DESAFIO As políticas públicas brasileiras têm responsabilidade direta sobre esses avanços, segundo a coordenadora do Pnud. “O relatório reconhece esses programas de proteção social e de transferência de renda como importantes para aumentar o desenvolvimento humano. O desenvolvimento dos países tem acidentes de percurso e, se você tem uma rede de proteção social forte, obviamente as coisas ficam mais seguras para todo mundo", afirmou Andréa. O relatório do Pnud, intitulado O Trabalho como Motor do Desenvolvimento Humano, traz também dados de 188 países e sugere estratégias para criar oportunidades e assegurar o bem-estar dos trabalhadores. (Yara Aquino. Agência Brasil on-line. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-12/ brasil-melhora-idh-em-2014-mas-caiuma-posicao-no-ranking-mundial>. Acesso em: 24 jan. 2017.) HORA DO DESAFIO a) Para agrupar os países, também é utilizado o Índice de Desenvolvimento Humano, que leva em conta critérios de riqueza e critérios sociais. Quais são esses critérios? b) A análise desses componentes permite fazer a classificação dos países sob qual aspecto? c) Pela classificação do IDH, podemos afirmar se um país é pobre ou rico? Quais elementos permitem essa afirmação? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOLIGAN,Levon (et). Geografia, Espaço e vivência. Volume 1, 6ª edição, Editora Atual, São Paulo, 2016. MELHEM, Adas (et). Expedições Geográficas, Volume 1, 9ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 2013. VESENTINI, José Willian. Projeto Teláris - Geografia. Volume 1, 23ª edição, Editora Ática, São Paulo, 2009. CHIANCA, Rosaly Maria (et). Nos dias de hoje - Geografia. Editora Leya, São Paulo, 2013.