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Aula 09 – Contratos eletrônicos I. Noções iniciais Indagação: o que é um comércio eletrônico? É uma relação comercial para a venda de produtos ou prestação de serviços através do meio eletrônico. Quando estamos falando de contratos eletrônicos não falamos de um contrato específico como compra e venda, de transportes etc. Falamos de um meio de contratação, um meio diferente do tradicional e consequentemente ele tem peculiaridades que importariam um tratamento diferente na hora de interpretar. A partir do comércio eletrônico cria-se um conceito novo: estabelecimento virtual Estabelecimento virtual Ele pode ser equiparado ao estabelecimento empresarial porém não batem totalmente em conceito pois no último temos um meio físico e no virtual não há esse meio físico, é um canal de vendas (temos produtos físicos que serão vendidos, com utilização de transportadoras mas o estabelecimento não é físico). Exemplo de pessoa x da sala: há estabelecimentos que possuem o meio físico (a pessoa pode ir na loja provar a roupa), mas a compra é feita pela internet, através de computador disponível na loja. Raphael: Seria um caso de se esquivar da regra do CDC sobre arrependimento. No caso a pessoa pode provar o produto, mesmo comprando ele através da net. Aí não caberia o direito de arrependimento. Pergunta: No contrato de locação vimos que temos a ação renovatória que o inquilino pode entrar para obrigar o locador a renovar o contrato. Caberia ação renovatória Nesses casos de empresas com estabelecimentos virtuais caberia a ação renovatória? Pois geralmente essas empresas vão ter um espaço físico onde armazenam os produtos, e esses espaços físicos não são abertos ao público, são como depósitos e com a venda pela internet o produto sai daquele estabelecimento. Caberia ação renovatória para esse estabelecimento físico? - Não geraria fundo de comércio. Não haveria prejuízo para o empresário já que ele sairia desse ponto e iria para outro. Não afetaria aa clientela, ela continuaria acessando a net e comprando da mesma forma Norma de consumidor: No caso de estabelecimentos virtuais em relação aos espaços físicos utilizados para guardar os produtos ou bens que ajudariam para a prestação de serviços não cabe a ação renovatória. Franquia e comércio eletrônico E tem dispositivo dispositivos da matéria de contratos que por lei quando tiver tratando de comércio eletrônico (como o contrato de franquia p. ex). O contrato de franquia não faz sentido na lógica do comércio eletrônico pois o franqueador faz esse Nj para ampliar sua distribuição através de investimentos para outros estabelecimentos. Então só faz sentido quando se tem espaço físico, ampliando aquele espaço físico, não faz sentido no meio virtual. Na franquia o franqueador deve garantir que determinada zona seja para aquele franqueado. Ex: até a rua X é aquela franquia de pizzaria que vai atender aos pedidos Contrato eletrônico Negócio jurídico realizado/celebrado através do meio de distribuição eletrônica de dados (ou seja, não necessariamente pela internet). A partir do momento em que surgiram esses contratos, boa parte da doutrina começou a tratar de um princípio novo, que é o da equivalência funcional -- > quer dizer que nos contratos eletrônicos mesmo que não tenhamos um contrato em papel, a contratação através desse meio (eletrônico de dados) equivale a um contrato escrito no papel. Meio eletrônico equivale, dá para compatibilizar com os estudos que temos em relação aos contratos escritos. Um dos maiores especialistas dos contratos eletrônicos, Lorenzetti, analisando-os diz que a doutrina se divide em 2 correntes: Um corrente chamada ontológica: vai defender que o comércio eletrônico é algo totalmente novo, totalmente diferentes em relação a nossos institutos que já existiam. Tudo em relação ao comércio eletrônico seria criado e deveria ser novo, pois são comércios que podem extrapolar as fronteiras do país (podemos até comprar algo de fora pela net). O direito de contratos eletrônicos seria totalmente novo não dando pra aplicar o que já se tem. Corrente instrumental: vai defender que não se trataria de um direito completamente novo. É só um meio de distribuição diferente do usado no direito tradicional, e podemos utilizar qualquer instrumento da Teoria geral dos contratos nesse meio de contratação eletrônico. Deve-se ter cautela com essas duas correntes: não tomar uma posição muito radical em uma e outra.Não dá pra abandonar tudo o que temos de direito contratual para entender que absolutamente tudo que é feito no meio eletrônico é algo novo.Mas também não pode ficar preso à ideia de que o contrato eletrônico é totalmente igual a um contrato escrito, tem peculiaridades que devem ser observadas. Aproveita-se alguns aspectos do direito contratual mas devem ser adaptados alguns aspectos para as peculiaridades do meio eletrônico. Direito internacional privado (nos casos internacionais) vai dizer qual ordenamento será aplicado : o brasileiro ou o do outro país. Despersonalização O contrato eletrônico inaugura uma espécie de despersonalização do contrato, pois pela doutrina clássica do direito contratual temos muito a questão das partes se conhecerem, saberem quem efetivamente está do outro lado do contrato. No comércio eletrônico se tem noção da empresa que está no outro lado mas não temos noção de quais são as pessoas por trás daquela empresa, é um contrato em que há uma desperson, e há um grau de confiança muito maior por isso, pois não se espera haver toda uma negociação, conhecimento do contratante pra fechar o contrato, Aplicação da Teoria geral dos Contratos interempresariais Temos no CC o artigo 427 e 428 e 433 – na TGC existe uma diferença de quando a proposta é feita entre presentes e entre ausentes. Isso está no art. 428 que fala: Leitura Como sabemos se a proposta foi feita entre ausentes ou presentes quando sabemos que a contratação foi feita pelo meio eletrônico? Ex: através da troca de e-mails. Existe um lapso de tempo entre o envio e recebimento da proposta Quando temos um contrato em que há envio da proposta e recebimento, um fala e outro responde havendo diferença de minutos podemos considerar uma contratação entre presentes. Mas se um manda mensagem e outro responde só no dia seguinte seria entre ausentes. OBS: Não é necessariamente se estão se falando por e-mail ou whats p. ex, mas temos que analisar o tempo em que a proposta leva p chegar a outra parte. O meio eletrônico tem essas peculiaridades e a doutrina e jurisprudência tem que observá-las paar aplicação de um ou outro instituto. Artigo 435 fala do local da contratação: leitura. 1Quando eu tenho negociação entre empresas por e-mail. Manda o contrato, o outro imprime e assina, scaneia e manda de volta, e o outro também assina –> o contrato reputa-se celebrado onde foi proposto, o local de onde o proponente enviou 2 Empresa de SP e quem negocia é um representante dela e do outro uma empresa de Recife. Só que o representante, que envia a proposta da 1ª tá em Brasília. Mesmo não estando em SP o local de negociações do proponente, e onde o contrato é celebrado é SP. - Contratação eletrônica Implícita no profissionalismo da atividade empresarial? Empresário que contrata com outro empresário através de meio eletrônico, está implícito que eles conhecem os mecanismos da contratação eletrônica. Ex: contrata pela net para o fornecedor vender chocolate utilizado na sua atividade. Trata-se de um profissional EMPRESÁRIO EM CONTRATO ELETRÔNICO. Há princípio está implícita sim, pois a partir do momento em que você contrata com o fornecedor em meio eletrônico não se pode dizer que foi enganado, pois sendo profissional pode optar por outro meio de contratação, são avaliadas as desvantagens e vantagens. Há a possibilidade de alegar ser uma microempreendedora diante de uma empresa gigante, sendo portanto a parte mais fraca, mas isso não advém de o meio de contratação ser o eletrônico. Se optou pelo meio eletrônico presume-se que conhece o meio. É razoável um leigo argumentarque foi prejudicado por não conhecer o meio de contratação, mas não no caso de um profissional, por conta do grau de informação que se tem. Pois quando ele entra no meio comercial supõe-se que tenha um grau de informação maior, ou deveria ter, conhecendo o meio que tá utilizando Tratar o dever de informação Contrato entre empresários é diferente daquele com consumidor. No 1º o empresário que vai contratar não precisaria colocar todas as informações do objeto contratual, se ele quiser coloca só infos básicas, presume-se que o outro empresário negociando por esse meio, sabe dos riscos, e é capaz de fazer as perguntas necessárias para o fechamento do contrato ou não. Análise de casos a) Estante virtual A relação entre o sebo e a estante seria interempresarial. Ambos desempenham atividade empresarial. É bem possível que o empresário do sebo seja menor que a dimensão da estante virtual 2) curso fórmula lançamento: curso online que um cara faz pra pessoas que querem empreender. Caro e o cara utiliza todos mecanismos apelativos de marketing colocando casos de pessoas que conseguiram sucesso. O contrato entre quem compra curso e a empresa Formula de Lança. seria qual? Interempresarial? Ele teria as informações técnicas. A pessoa que compra, porém, é empresária, e busca aplicar aquelas informações ao seu comércio. – O prof quis mais fazer provocações, indagar- 3) hotmart Plataforma onde as pessoas podem depositar suas aulas em vídeos, joga lá e pode escolher o preço. A hotmart disponibiliza o espaço pra vc depositar a aula 4) afiliado da hotmart parece com o contrato de representação que estudamos. É como um contrato de colaboração já que o hotmart vai vender um curso em troca de comissão 5) Rede social. Perfil comercial no insta, face etc. Seria contrato interempresarial. A rede social é gigante em relação ao outro, com grande concentração de dados. Pra ele é empresarial 6)Youtube: a depender do contrato o youtuber pode começar no regime consumerista e dependendo do sucesso pode se transformar em empresarial. Qualquer pessoa hoje pode publicar livros na Amazon. Vender através da Amazon. O contrato de pessoas para a venda de livros não é empresarial. Escritor não é empresário, aplica-se o CC. Se fosse editoras aí seria empresarial
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