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DEMOCRACIA REPRESENTATIVA - TRABALHO DE CIÊNCIA POLÍTICA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FIBRA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
DOCENTE: PROF. DR. CARLOS SIQUEIRA
REFLEXÃO SOBRE DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
OSMARCY ANDRÉ PEREIRA SILVA
GABRIEL DE SOUSA MONTEIRO
MATHEUS SOUZA DE FREITAS
DEIVIDE DA COSTA RIBEIRO
BELÉM – PA
 2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FIBRA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
DOCENTE: PROF. DR. CARLOS SIQUEIRA
REFLEXÃO SOBRE DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
OSMARCY ANDRÉ PEREIRA SILVA
GABRIEL DE SOUSA MONTEIRO
MATHEUS SOUZA DE FREITAS
DEIVIDE DA COSTA RIBEIRO
Trabalho desenvolvido para a disciplina de ciência política e teoria geral do estado no Centro Universitário Fibra.
 BELÉM - PA
 2021
1. Democracia representativa e sua breve historicidade
Diferente da democracia direta, que permitia que todos os cidadãos fossem integralmente políticos e participassem do processo de tomada de decisões de forma organizada, a democracia representativa permite a população poder político para eleger uma pessoa que os represente, que trabalhe as demandas do povo, impossibilitando a participação do cidadão como sujeito, e tornando-o mero objeto dessa organização política. Esse modelo de escolher os seus próprios representantes (democracia indireta, representativa ou dos modernos) já vem sendo adotada desde o século XVIII, e por meio dessa representatividade levam suas demandas para outro nível, onde serão discutidas podendo vir a se tornar agenda governamental. O sistema de eleição de representantes se fez necessário com o aumento da extensão territorial e da população das unidades políticas, e consequentemente pela sua complexificação política, econômica e social. 
Montesquieu dizia que o povo era excelente para escolher, mas péssimo para governar. Paulo Bonavides, problematizando a fala deste que foi um dos primeiros teóricos da democracia moderna, diz que por questões de ordem prática, a democracia representativa se faz extremamente necessária para a eficácia do funcionamento do aparelho estatal moderno, a fim de organizar esse poder de forma democrática. O Estado-nação não podia seguir com o modelo grego de democracia direta, por não poder mais se adequar a essa nova forma de organização política, econômica e social. E quanto maior e mais complexa a organização estrutural e politica de uma nação, mais difícil é a implementação do modelo de democracia direta. Por isso mesmo, não se adequa a esse novo momento.
Os representantes eleitos pelo princípio da soberania popular possuem total independência com relação ao seu voto e forma de se expressar oralmente no parlamento, podendo ou não estar ligados à opinião dos seus eleitores. Segundo Bernard Manin, desde o surgimento e da implementação dos sistemas representativos, até os dias atuais, nenhum país instituiu um sistema em que os representantes teriam a obrigação legal de seguir as orientações dadas por seus eleitores, nem a possibilidade destes revogarem o mandato parlamentar. Embora esta forma representativa tenha sido instituída por alguns estados americanos durante o período colonial, a mesma foi rejeitada depois de árdua discursão. Até mesmo durante a revolução francesa em 1789, uma das primeiras medidas do novo governo foi proibir esse tipo de mandato, e por questão de princípio, jamais foi questionada. Assim, desde então, o representante já podia formular suas propostas, mas não necessariamente precisava cumpri-las. Sendo que se o povo se sentisse insatisfeito com a gestão, poderia retirá-lo na eleição subsequente apenas.
2. Conceituando democracia representativa
Entendemos democracia representativa, a partir da leitura do texto base e diversos artigos, como um sistema político que visa eleger pela população eleitoral, representantes com mandato para atuar em seu nome, legitimados pela soberania popular, diferente do que ocorria na democracia direta, nas cidade-estado gregas. Para Manin (1999):
 O governo representativo é regido por quatro princípios, formulado no século XVIII e que se institucionalizaram desde então. O primeiro deles exprime que os representantes são escolhidos pelos representados. Mesmo que a população pouco participe da política, afora as eleições e sempre esteja elegendo elites ao poder, o fato de poder substituir os políticos que não a agradou é, em si, importante. Em segundo lugar, os representantes devem conservar uma independência parcial diante das preferências dos eleitores. Um terceiro princípio dos governos representativos é que a opinião pública pode se manifestar independentemente do controle do governo. Para isso ocorrer, as decisões públicas devem ser repassadas com transparência para os cidadãos e os indivíduos necessitam de ter liberdade de expressar suas opiniões políticas. E por fim, a quarta característica manifesta a imprescindibilidade das decisões políticas serem tomadas após debate. Sem a deliberação nos Parlamentos e Assembleias, seria bem mais complicado o processo de tomada de decisões.
3. Características da democracia indireta e seus institutos usados para participação popular
Diferente da antiga democracia, a democracia indireta ou representativa tem por base principal a soberania popular, que é uma doutrina pela qual o estado é criado e sujeito à vontade das pessoas, que segundo a doutrina, são a fonte de todo poder político. O conceito advém da escola contratualista, que tem como teóricos principais: Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau. Outro ponto importante e que precisa ser citado é o sufrágio universal, que consiste em dar pleno direito de voto a todos os cidadãos adultos, independente do nível de educação formal, classe, renda, etnia ou sexo, salvo pequenas exceções. Igualdade de todos perante a lei é o artigo quinto da constituição federal de 88 e sem distinção de qualquer natureza, garante aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, a igualdade, à segurança e a propriedade.
Importante não deixar de tratar aqui da manifesta adesão ao princípio de fraternidade social, que busca trabalhar o combate às desigualdades sociais e viabilizar a participação de todos nesse processo. Segundo Paulo Bonavides, outros pontos importantes que caracterizam a democracia indireta são: a representação como base das instituições políticas; a limitação de prerrogativas dos governantes; o Estado de direito, com a prática e proteção das liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica, abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa; a temporariedade dos mandatos eletivos e, por fim, a existência plenamente garantida das minorias políticas, com direitos e possibilidades de representação, bem como das minorias nacionais, onde estas porventura existirem.
Trabalharemos agora os institutos usados para participação popular:
I. Plebiscito
Ocorre quando uma ideia ou decisão deve ser analisada pelos eleitores. Então, o povo é consultado antes de uma lei ser constituída. Em regra, o plebiscito é convocado pelo legislativo e se for nacional necessita de um terço das assinaturas de deputados e senadores.
II. Referendo
Ocorre quando já existe um projeto de lei aprovado pelo legislativo, sendo assim, o mesmo está apto a se tornar lei, mas para que entre em vigência precisa da aprovação dos eleitores. E para ser aprovado também é necessário que, no mínimo, da assinatura de um terço dos deputados e senadores.
III. Iniciativa popular legislativa
Ocorre quando os eleitores interferem diretamente na produção de um projeto de lei, sendo um instrumento de democracia direta ou semi-direta, a mesma é regulada pelo artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regulamentado pela lei 9.709 de 1998.
4. Bibliografia
· BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 16.ed. – São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
·DAHL, Robert A. La Igualdad Política. Tradução de Liliana Andrade Llanas. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2008, p. 71-72.
· HOBBES, Thomas; Leviatã; trad.João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nezza da Silva; p.9; Abril S.A Cultural e Industrial, São Paula; 1974.
· MACHADO, Audálio José Pontes. A Democracia Representativa no Brasil: problemas e questionamentos. Estação Científica (UNIFAP), Macapá, v. 6, n. 1, p. 09-18, jan./abr. 2016.
· MANIN, Bernard. As Metamorfoses do Governo Representativo. Revista Brasileira de Ciências Sociais. nº 29, out. 1995, p. 5-34. Disponível em: . Acesso em: 27 Mar. 2021.
· Resende, Cianni Lara (2012). «A INTERAÇÃO DEMOCRÁTICA ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL – FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA». Instituto Brasiliense de Direito Público: 31–49. ISBN 9788565604062.

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