Buscar

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO - DIREITO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL
Dos Crimes Contra a Administração Pública
Peculato (art. 312): Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
É a apropriação ou desvio por parte do agente, que é funcionário público, de dinheiro ou outro bem, público ou privado, de que tem posse em razão do cargo que ocupa, em proveito próprio ou de terceiro. É crime próprio. Punível somente a título de dolo. Tentativa é possível nos dois casos.
O peculato apropriação: o funcionário público resolve se assenhorar de bem ou valor de que tem posse legítima em razão do cargo, se comportando como se fosse dono do bem ou valor.
O peculato desvio: quando funcionário público dá destinação diversa (desvio) de verba ou bem público, em proveito próprio ou alheio.
Peculato Impróprio (Peculato furto) §1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato Furto (Impróprio): O funcionário público apesar de não ter a posse do bem ou valor público, que está sob guarda da Administração Pública, subtrai estes contando com a facilidade que a qualidade do cargo lhe concede.
Peculato Culposo §2º: ocorre quando o funcionário, por negligência, imprudência ou imperícia, concorre para que terceiro pratique peculato. (esquecer a porta da repartição destrancada, a qual guarda objetos de valor).
Reparação do Dano §3º: No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Somente no caso de peculato culposo, se o funcionário público que deu causa ao crime ressarcir o dano até à data da sentença, extingue-se a punibilidade; se reparar o dano após a sentença, a pena é reduzida pela metade.
Concussão (art. 316): Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
É a exigência de vantagem indevida realizada por funcionário público contra particular ou mesmo outro servidor, em razão da sua função, usando sua autoridade pública como meio de coação injusta. A vantagem pode ser econômica ou não (favores sexuais exemplo). É crime próprio. Somente a título de dolo. O crime se consuma com a efetiva exigência. O recebimento da vantagem é mero exaurimento. A tentativa é possível, quando a carta com a exigência é interceptada.
Excesso de Exação §1º: Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. (cobrança indevida de impostos ou cobrança devida mas de forma vexatória pelo agente público).
§2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos. (aqui o funcionário público se apodera do valor obtido, não encaminhando os tributos aos cofres públicos).
Concussão = O servidor público exige, impõe o recebimento da vantagem indevida em virtude do cargo.
Corrupção Passiva = O funcionário público solicita, pede, requer, vantagem indevida em decorrência do cargo.
Corrupção Passiva (art. 317): Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Conhecido como suborno, o funcionário público corrompido atua solicitando ou recebendo vantagem.
§1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
Corrupção Passiva Privilegiada §2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
Facilitação de Contrabando e Descaminho (art. 318): Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho.
Agente público da alfandega que não realiza diligentemente a fiscalização que lhe cabe, facilitando, assim, o contrabando ou o descaminho.
Contrabando é a importação ou exportação de mercadoria proibida. (Descaminho é iludir sobre o imposto devido ao pagamento da mercadoria).
Prevaricação (art. 319): Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Neste crime, busca-se tutelar a Administração Pública e seu adequado funcionamento. Na prevaricação, o agente viola o dever funcional para satisfazer interesse pessoal. O ato do funcionário irá contra a disposição legal (o interesse visado não é pecuniário $$$).
Prevaricação Imprópria (art. 319-A): Deixar o diretor penitenciário e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Condescendência Criminosa (art. 320): Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês ou multa.
Advocacia Administrativa (art. 321): Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena – detenção, de um a três meses ou multa.
Violação de Sigilo Funcional (art. 325): Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação
§1º, I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Adm.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§2º Se da ação ou omissão resulta dano à ADM ou a outrem.
Resistência (art. 329): É exercer oposição o particular à execução de ato de funcionário público mediante violência ou ameaça. 
É crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive a pessoa que não é o alvo da execução do ato. Ex: mãe agride policiais para não prender o filho que foi pego em flagrante traficando drogas. (somente a mãe responderá).
O sujeito passivo primário é o Estado, e o secundário é o funcionário público. Só é punível a título de dolo.
Se a resistência ultrapassar os limites, o crime será absorvido pelo mais grave.
Desobediência (Art. 330): É a desobediência à ordem legal de funcionário público no desempenho de suas funções. 
Caso funcionário público desobedeça ordem legal de outro funcionário público, e a desobediência tenha relação com suas funções, responderá por prevaricação. É um crime comum.
Desacato (art. 331): Desacatar é o ato de praticar qualquer ato ou emprego de palavras que causem vexame ou humilhação. 
É crime comum. Advogado pode responder por desacato. O agente deve ter conhecimento que o desacatado é funcionário público, caso contrário o crime será contra a honra.
Corrupção Ativa (art. 333): Se mostra presente quando o particular oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Basta o oferecimento da vantagem indevida, não sendo necessário que o agente público o aceite para ocorrer o crime. Se o funcionário aceita, a pena é aumentada conforme parágrafo único.
Parágrafo único: A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Denunciação Caluniosa (art. 339): É a imputação falsa de crime ou contravenção a alguém que sabe ser inocente, que acaba gerando procedimento apuratório (IP ou TC) ou processo judicial indevido;é crime praticado contra a Administração Pública, que sofre prejuízo por iniciar procedimento administrativo ou processo judicial a fim de apurar a infração penal não existente, ou se existente, praticada por pessoa diversa da indevidamente acusada.
Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção (art. 340): É a notícia de crime ou de contravenção à autoridade pública competente, que sabe não ter existido, provocando ação da autoridade pública competente (Juiz, Promotor, Delegado, etc). Não há imputação falsa da prática da infração penal a alguém, mas sim a notícia inverídica da ocorrência de uma infração penal.
Coação no Curso do Processo (art. 344): é o uso da violência ou grave ameaça contra autoridade ou qualquer parte que esteja funcionando em procedimento policial ou judicial, com o intuito de obter algum tipo de benefício para si ou para terceiro.
Exercício Arbitrário das Próprias Razões (art. 345): É fazer justiça com as próprias mãos para satisfazer pretensão legítima, quando o que se devia buscar era o amparo da Justiça.
É crime comum, o sujeito passivo é a Administração Pública, e também a pessoa prejudicada pela ação.
Ação Penal: A ação penal será pública incondicionada (regra) se houver violência, caso contrário, o crime será de ação penal privada, mesmo se houver ameaça, que é crime de ação penal pública condicionada à representação. No caso do parágrafo único, a lei deixa claro que em qualquer situação, excetuando o emprego da violência, o crime será processado mediante queixa (ação penal privada).

Outros materiais