Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tutorial 4: Também de pão vive o homem 1. Conceituar Atividades da vida diária (AVD). No nível básico de atividade, as denominadas ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD) ou de autocuidado, são consideradas essenciais para uma vida adulta independente. No conceito de AVD estão englobadas tarefas dirigidas para o próprio que promovem e mantêm a saúde, previnem doenças e/ou incapacidades. Este grupo de atividades geralmente abrange áreas como a higiene pessoal, vestir-se, ir à casa de banho, transferir-se e alimentar-se. A presença de incapacidade nas AVD aumenta a mortalidade, o risco de sofrer depressão e reduz a qualidade de vida. Já as ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA INSTRUMENTALIZADA (AVDI) estão relacionadas à participação do idoso em seu entorno social. • ÍNDICES No que diz respeito à validade, os ÍNDICES DE KATZ são escalas válidas em PESSOAS INTERNADAS. O índice de Katz avalia a funcionalidade de idosos e doentes crônicos para AVD, indicando o grau de gravidade da doença e/ou avaliando a eficácia do tratamento. Parte do pressuposto que, durante a reabilitação, as capacidades são ganhas na mesma ordem que são adquiridas inicialmente em criança. Avalia atividades como vestir, tomar banho, utilizar o WC, mobilidade, continência e alimentação. A versão original possui três categorias de classificação para cada atividade: independente, parcialmente dependente ou totalmente dependente. Com esta escala é possível fazer uma previsão da duração da hospitalização, da condição de vida um ano após a alta e da mortalidade. Em contrapartida, embora sensível a mudanças, apresenta pouca capacidade para evidenciar pequenos ganhos em saúde. É de rápida aplicação, evitando a sobrecarga do respondente, mas não oferece informação com grande detalhe. Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa, é necessário diferenciar desempenho e capacidade funcional: DESEMPENHO FUNCIONAL avalia o que o idoso realmente faz no seu dia a dia; CAPACIDADE FUNCIONAL avalia o potencial que a pessoa idosa tem para realizar a atividade, ou seja, sua capacidade remanescente, que pode ou não ser utilizada. A FRAGILIDADE é compreendida como uma síndrome clínica caracterizada pela diminuição da reserva energética e pela resistência reduzida pelos agentes. A presença de três ou mais sinais ou sintomas indica fragilidade e a detecção de um ou dois alerta a equipe para alto risco de desenvolver a síndrome. 2. Estudar a pneumonia e os seus determinantes em pacientes acamados. O termo “pneumonia” pode ser definido sob dois pontos de vista diferentes... Pelo ENFOQUE HISTOPATOLÓGICO, pneumonia significa preenchimento do espaço alveolar por infiltrado necroinflamatório – os alvéolos encontram-se totalmente ocupados por leucócitos (geralmente neutrófilos) e exsudato purulento, contendo debris celulares, neutrófilos e bactérias. Neste aspecto, a pneumonia deve ser diferenciada da “pneumonite” ou “alveolite”, lesão caracterizada por um infiltrado inflamatório localizado principalmente (mas não exclusivamente) nos septos alveolares, que representam o interstício do órgão. Sob o ponto de vista CLÍNICO, quando o médico usa o termo “pneumonia”, está se referindo à infecção aguda do pulmão. Usando este conceito, consideramos pneumonia todo e qualquer processo inflamatório agudo do parênquima pulmonar decorrente da infecção por algum micro-organismo (bactéria, vírus ou fungo). As pneumonias adquiridas no hospital (PAH) são processos inflamatórios infecciosos que ocorrem em decorrência do ambiente hospitalar com elevada morbidade e mortalidade. Em geral, entre 0,4 a 1,1% dos pacientes internados desenvolvem PAH, sendo esta a segunda causa de infecção em pacientes hospitalizados, mas a primeira causa infecciosa em unidades fechadas. Apesar da baixa incidência, há elevada mortalidade, de 20 a 50%, especialmente quando associada a outras doenças e a agentes microbianos multirresistentes. • PADRÃO HISTOPATOLÓGICO – Pneumonia Lobar versus Broncopneumonia A primeira pneumonia descrita sob o ponto de vista clínico e histopatológico foi a PNEUMONIA PNEUMOCÓCICA. O “pneumococo” ou Streptococcus pneumoniae é um coco Gram-positivo que, ao atingir os alvéolos, é capaz de desencadear uma reação inflamatória neutrofílica com grande rapidez e agressividade. A bactéria se multiplica nos espaços alveolares (que se comunicam entre si através dos poros de Kohn) e libera substâncias com efeito vasodilatador e alto poder quimiotáxico para neutrófilos. O processo pneumônico se instala e evolui em quatro fases sucessivas: (1) congestão; (2) “hepatização” vermelha; (3) “hepatização” cinzenta; (4) resolução ou organização. A ocupação total do espaço alveolar pelo exsudato neutrofílico pode ocorrer numa grande área do parênquima, ao que podemos chamar de CONSOLIDAÇÃO (OU CONDENSAÇÃO) ALVEOLAR. Quando praticamente todo (ou quase todo) um lobo pulmonar é consolidado, surge o termo PNEUMONIA LOBAR. Sabemos que cerca de 90-95% dos casos de pneumonia lobar comunitária têm o Streptococcus pneumoniae como patógeno. É importante ressaltar, entretanto, que a pneumonia lobar não é o tipo mais comum de pneumonia, mesmo no caso do “pneumococo”. O achado mais típico da pneumonia bacteriana é definido pelo termo BRONCOPNEUMONIA – caracterizado pela presença de múltiplos focos coalescentes de consolidação alveolar, distribuindo-se na região peribrônquica. Cada um desses focos ocupa o volume aproximado de um ácino ou lóbulo pulmonar. O próprio “pneumococo”, o Staphylococcus aureus, e as bactérias Gram- negativas costumam acometer o pulmão desta forma. Vale ressaltar que se a coalescência dos focos broncopneumônicos atingir um grande volume, o infiltrado pode transformar-se em uma pneumonia lobar ou sublobar. • PNEUMONIA “TÍPICA” Os médicos podiam reconhecê-la facilmente, pois se tratava de uma síndrome clinicorradiológica de características bem marcantes: início hiperagudo de febre alta com calafrios; dor pleurítica; queda do estado geral; tosse com expectoração esverdeada e imagens de consolidação alveolar na radiografia de tórax. O estudo bacteriológico do escarro frequentemente revelava um agente bacteriano conhecido, geralmente o “pneumococo”. • AGENTES ETIOLÓGICOS O agente etiológico mais comum da pneumonia comunitária é o Streptococcus pneumoniae – o “pneumococo”, um diplococo Gram-positivo. Isso é verdadeiro para todas as faixas etárias, exceto recém-natos. Estima-se que o pneumococo seja responsável por 30-40% das pneumonias em adultos. • PATOGÊNESE Na grande maioria dos casos, o micro-organismo causador da pneumonia atinge os alvéolos pulmonares através da microaspiração do material proveniente das vias aéreas superiores (orofaringe, nasofaringe). Ou seja, para infectar o pulmão, o agente primeiro precisa colonizar o epitélio faríngeo e depois ser aspirado para as vias aéreas inferiores. Menos comumente, o germe atinge os alvéolos por inalação de aerossol contaminado do ambiente (Legionella) ou por via hematogênica (S. aureus). ➢ COLONIZAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES Os agentes que podem eventualmente causar infecção e doença no ser humano são denominados “PATOGÊNICOS”. A colonização das vias aéreas superiores por bactérias patogênicas geralmente é transitória, durando semanas. As bactérias anaeróbias são os principais colonizadores do epitélio faríngeo, presentes numa concentração dez vezes maior que a de aeróbios. São as mesmas bactérias encontradas na cavidade oral, especialmente, no sulco gengival, nas placas dentárias, nas criptas da língua e nas amígdalas. Pertencem aos seguintes gêneros: Peptostreptococcus, Bacteroides, Prevotella, Porphyromonas e Fusobacterium. Excetuando-se o coco Gram-positivo Peptostreptococcus, as demais bactérias são bastonetes Gram-negativos anaeróbios. Como veremos, estas bactérias são importantes agentes etiológicosda “pneumonia bacteriana aspirativa”. Em termos de concentração bacteriana na faringe, depois dos anaeróbios vêm os Gram-positivos aeróbios – a maioria deles saprófita, como os do gênero Corynebacterim (ou difteroides) e os estreptococos do grupo viridans. O epitélio faríngeo dos indivíduos hígidos é revestido por uma camada de fibronectina – uma proteína que serve como receptor para a adesão dos aeróbios Gram-positivos. Eventualmente, “aparece” um agente patogênico, como o Streptococcus pneumoniae. A idade avançada e determinadas afecções debilitantes, como DPOC, diabetes mellitus e alcoolismo, podem modificar a flora colonizadora por reduzir a quantidade de fibronectina do epitélio, permitindo a exposição de receptores das células epiteliais para agentes Gram- -negativos aeróbios. Assim, bactérias como Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Klebsiella pneumoniae começam a sobressair e colonizar as vias aéreas superiores (e eventualmente as inferiores) destes pacientes. ➢ VIRULÊNCIA BACTERIANA VERSUS DEFESAS DO HOSPEDEIRO A ocorrência da pneumonia depende muito da competição entre a bactéria e as defesas do hospedeiro. Para ocorrer pneumonia uma ou mais das seguintes situações tem que estar presente: (1) contato do alvéolo com um agente de alta virulência; (2) contato do alvéolo com um grande inóculo de bactérias; (3) defeito nos mecanismos de defesa do hospedeiro. As defesas naturais do aparelho respiratório conseguem manter as vias aéreas infraglóticas estéreis, apesar de uma grande concentração de bactérias na faringe, cavidade oral e nasal. As partículas “infectantes” medindo mais de 2 micra geralmente são depositadas no muco do epitélio traqueobrônquico e então conduzidas pelo movimento ciliar das células epiteliais até a orofaringe, onde são deglutidas. O reflexo da tosse e outros reflexos epiglóticos podem eliminar abruptamente uma grande quantidade dessas partículas. A secreção de IgA específica é um importante meio de defesa das vias aéreas superiores contra agentes infecciosos. Uma pequena quantidade desta imunoglobulina também pode ser encontrada nas vias aéreas inferiores. As partículas “infectantes” muito pequenas, com menos de 2 micra, conseguem atingir os bronquíolos terminais e os alvéolos, estruturas desprovidas de cílios. Entretanto, o surfactante alveolar é rico em substâncias de efeito antibacteriano, como IgG, IgM, complemento, fibronectina, lisozimas e proteínas ligadoras de ferro. Os anticorpos antibacterianos específicos agem de duas formas: (1) o IgM ativa o sistema complemento capaz de destruir a bactéria pelo seu poder lítico; (2) o IgG reveste a superfície bacteriana, permitindo o seu reconhecimento pelos fagócitos alveolares. No interior dos alvéolos encontram-se alguns macrófagos, responsáveis pelo primeiro ataque fagocítico às bactérias. Se a VIRULÊNCIA do agente for alta, ele consegue se multiplicar mesmo na presença de macrófagos alveolares. Algumas bactérias podem se proteger do sistema humoral (anticorpos, complemento) pela liberação de exotoxinas e pela presença de uma cápsula polissacarídica, como no caso do “pneumococo”. A defesa contra este tipo de germe depende muito da presença de anticorpos específicos contra os antígenos capsulares (o que pode ser obtido com a vacina antipneumocócica polivalente). Quando os macrófagos não conseguem conter a proliferação bacteriana, passam a servir de mediadores da resposta inflamatória, liberando citocinas, como o TNF-alfa, a IL-1 e fatores de quimiotaxia para neutrófilos, como o IL-8, o C5a e o leucotrieno B4. Estes fatores, chamados quemoquinas, também são liberados pelas células do endotélio e do epitélio alveolar. Os neutrófilos então são recrutados no local, desencadeando e perpetuando o PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO. Existem várias condições que inibem um ou mais mecanismos de defesa contra os agentes da pneumonia comunitária. Algumas delas aumentam a chance de pneumonia por quase todos os germes, como é o caso da idade avançada, das doenças respiratórias e cardíacas – Tabela 3. • QUADRO CLÍNICO TÍPICO O QUADRO CLÍNICO clássico da pneumonia comunitária “típica” é representado pela pneumonia pneumocócica. Forma hiperaguda (2-3 dias), calafrios com tremores, febre alta (39-40°C), dor torácica pleurítica e tosse produtiva com expectoração purulenta (esverdeada). Prostração, taquipneia (FR > 24 ipm), taquicardia (FC > 100 bpm) e hipertermia (Tax > 38° C). Os achados positivos no exame do aparelho respiratório podem variar desde simples estertores inspiratórios até uma síndrome de consolidação e/ou de derrame pleural. A SÍNDROME DE CONSOLIDAÇÃO é caracterizada pela presença do som bronquial (“sopro tubário”), aumento do frêmito toracovocal, submacicez, broncofonia e pectorilóquia fônica. A SÍNDROME DO DERRAME PLEURAL é identificada pela abolição do murmúrio vesicular e do frêmito toracovocal, submacicez e egofonia. Os EXAMES LABORATORIAIS inespecíficos geralmente revelam uma leucocitose neutrofílica entre 15.000-35.000/mm3, com desvio para esquerda. A ativação dos neutrófilos pode ser notada à hematoscopia pela presença de granulações grosseiras no citoplasma e/ou corpúsculos de Dohle. O hematócrito, os índices hematimétricos e as plaquetas costumam estar normais no início do quadro. A leucopenia pode ocorrer e é considerada um importante sinal de mau prognóstico. A bioquímica na maioria das vezes está normal, mas pode mostrar hiponatremia leve a moderada em alguns casos. A hiponatremia grave e a elevação das enzimas hepáticas são mais comuns na pneumonia por Legionella pneumophila. O aumento agudo das escórias renais sugere sepse grave ou nefrite intersticial pelo antibiótico utilizado. A gasometria arterial depende da gravidade e extensão da pneumonia, bem como da reserva cardiopulmonar prévia do paciente. Os achados mais frequentes são a hipoxemia e a alcalose respiratória. O encontro de hipoxemia grave (PaO2 < 60 mmHg), acidose metabólica ou respiratória são importantes sinais de mau prognóstico. • RADIOGRAFIA DE TÓRAX NO QUADRO CLÍNICO “TÍPICO” Costuma-se ver “infiltrado pulmonar”. Este infiltrado, no caso da pneumonia bacteriana, geralmente é do TIPO ALVEOLAR BRONCOPNEUMÔNICO: múltiplas condensações lobulares coalescentes. A presença do “broncograma aéreo” caracteriza o infiltrado alveolar, pois os alvéolos em volta do brônquio estão preenchidos de exsudato, contrastando com o ar em seu interior. Algumas vezes, podemos ter uma grande área de consolidação alveolar, constituindo a pneumonia lobar ou sublobar. Uma pneumonia que se manifesta no RX com uma condensação de formato arredondado (pseudotumor) é chamada de “pneumonia redonda” (round pneumonia). É uma entidade típica de crianças, causada quase sempre pelo Streptococcus pneumoniae. A propensão à necrose parenquimatosa, com formação de cavitações, caracteriza a pneumonia pelos seguintes agentes: anaeróbios (pneumonia aspirativa), Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae sorotipo 3 (raro). Quando as lesões cavitárias são pequenas (< 2 cm), usamos a denominação PNEUMONIA NECROSANTE, e quando a lesão cavitária é grande (> 2 cm), contendo nível hidroaéreo, chamamos de ABSCESSO PULMONAR. Na verdade, a pneumonia necrosante e o abscesso pulmonar são gradações do mesmo tipo de processo patológico. 3. Identificar a necessidade de cuidados profiláticos para este tipo de paciente. A identificação do agente etiológico é difícil na PAC. Por isso, o tratamento é empírico, ou seja, dirigido à bactéria que se espera que esteja causando a pneumonia, de acordo com o perfil do paciente. A pneumonia comunitária deve ser tratada por sete a dez dias em quadros clínicos brandos e dez a catorze (alguns autores citam 21) dias em casos mais graves. Segundo a ATS/IDSA, nos pacientes que serão internados, deve-se colher hemoculturas e escarro (Gram+ cultura) se houver indicação. Pacientes com pneumonia grave deverão ser avaliados por hemocultura, cultura do escarro (aspirado endotraqueal se for intubado) e dosagens de antígenos urinários para Legionella pneumophila e Streptococcus pneumoniae. Lembrar que a medida profilática é a vacinação antiinfluenza e antimeningococica. As principais formas de prevenção são recomendações simples: lavar as mãos, não fumar, evitar aglomerações e se vacinar. Atualmente, existem vacinas disponíveis para a pneumonia pneumocócica que, mesmo não sendo capazes de prevenir todos os casos de pneumonia, podem evitar as formas mais graves. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação contra a gripe reduz bastante as hospitalizações por pneumonias e a mortalidade global pela doença. 4. Reconhecer a desnutrição intra-hospitalar em relação a etiopatogenia e apresentação clínica e laboratorial. O processo de envelhecimento que ocorre naturalmente; leva o organismo a sofrer diversas mudanças anatômicas e funcionais que podem acarretar na mudança do perfil nutricional do ancião. A DESNUTRIÇÃO é uma condição clínica muito prevalente no âmbito hospitalar, e existem diversas situações que contribuem para esse desequilíbrio metabólico, como dificuldade de ingestão, náuseas, vômitos, dificuldade de aceitação do alimento servido no hospital, entre outros. A presença da desnutrição hospitalar aumenta a frequência de complicações clínicas e mortalidade. Além disso, a desnutrição gera um impacto econômico tanto nas redes públicas quanto particulares, com o aumento do tempo de hospitalização, readmissão hospitalar e tratamentos intensivos com alto custo. • ENVELHECIMENTO Alterações fisiológicas e anatômicas normais do envelhecimento tem impacto na saúde e nutrição do idoso. Mudanças progressivas que incluem redução da capacidade funcional, alterações no paladar (diminuição na sensibilidade para gostos primários como doce e sal), alterações de processos metabólicos e modificação da composição corporal. Problemas dentários são considerados um contribuidor primário para a desnutrição do idoso; a ausência dos dentes dificulta a ingestão de uma dieta normal, próteses mal colocadas e diminuição na produção da saliva pode tornar a deglutição difícil e pode ocasionar na redução do apetite contribuindo para a desnutrição. Uma das alterações mais significativas no envelhecimento é a da composição corporal. Ocorre a diminuição da massa corporal magra e de líquidos corpóreos, o aumento da quantidade de massa gordurosa, a diminuição de vários órgãos (como rins, fígado, pulmões) e, sobretudo, uma grande perda de músculos esqueléticos, tendo assim um declínio na Taxa Metabólica Basal (TMB). Em relação a massa gorda, ocorre um aumento anual de 0,5 - 1,5 % a partir dos 30 anos, também ocorre uma modificação da distribuição da gordura corporal: passam a se concentrar menos nos membros periféricos e começam a se concentrar mais nos órgãos centrais e na região do tronco. Essa alteração da gordura corporal está fortemente ligada ao aumento da incidência de dislipidemias, hipertensão, diabetes e aterosclerose em idosos. • DESNUTRIÇÃO A desnutrição é caracterizada por um desequilíbrio metabólico que pode ser ocasionado por distintos fatores, podendo ser por uma única causa ou por causas combinadas como: aumento da necessidade energético-proteica, baixo consumo de nutrientes, modificações da composição corporal e funções fisiológicas, além disso, também pode estar associada com fatores sociais, cuidados pessoais, grau de escolaridade, idade, doenças subjacentes, doenças hipercatábolica que aumentam as necessidades energéticas como neoplasias e tratamento com diversas drogas que podem impactar no estado nutricional do paciente. Entre as causas citadas, um dos principais fatores que pode levar a desnutrição é alguma enfermidade já instalada, já que pode interferir na capacidade de absorção de nutrientes, mudanças no metabolismo, falta de apetite ou distúrbios digestivos. Outros fatores que podem alterar o estado nutricional como: saúde bucal, depressão, vícios, doença mental, incapacidade física, alteração na deglutição. Tratando-se do meio hospitalar, a desnutrição pode ser ainda mais preocupante, já que ela dificulta a resposta aos tratamentos clínico e nutricional, além disso a desnutrição é a patologia intra-hospitalar mais prevalente, que acomete 50 a 90% dos pacientes de hospitais do 1º ao 3º mundo. A desnutrição hospitalar pode ocorrer decorrente de determinadas condições clínicas, como doença hepática e renal, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, úlcera de pressão, fraturas ósseas, fragilidade, anemia, déficit cognitivo, desidratação, e disfunção imune, insuficiência respiratória, e doenças hipercatabólicas. Além de prejudicar a função imune, facilitando a susceptibilidade às infecções, cicatrização e resposta inflamatória, também tem grande impacto na perda de massa muscular acometendo a função do trato gastrointestinal, dos músculos respiratórios e cardíacos promovendo maiores chances de fraturas ósseas e úlceras de pressão. Além disso pode também ocasionar falência respiratória, insuficiência cardíaca, edema, diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico, redução da motilidade intestinal, fraqueza muscular, diminuição da resistência às suturas, cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível hepático e produção de metabólitos anormais. A desnutrição hospitalar não afeta apenas o estado nutricional, ele atinge também o estado geral do paciente, pois ocorre uma redução na massa de todos os órgãos, com exceção do cérebro. Nos rins ocorre uma redução na taxa de filtração glomerular poliúria, e atrofia tubular, o que promove a acidose metabólica. Ademais, um paciente desnutrido, em sua maioria, acaba apresentando apatia e depressão durante seu tratamento, que também acaba afetando negativamente o consumo alimentar. • APRESENTAÇÃO LABORATORIAL Pelo menos semanalmente, solicitar hemograma, dosagem de Sódio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Fósforo, Ureia, Creatinina e Albumina. Se o paciente está em Nutrição Parenteral Total Prolongada, solicitar a cada 15 dias, dosagem de transaminases e bilirrubinas. Para auxiliar no diagnóstico da desnutrição, exames laboratoriais como: transferrina, albumina e pré-albumina, podem ser utilizados, mas, as alterações nesses exames, podem ocorrer não somente devido ao estado nutricional como também por consequência de várias situações clínicas. Albumina sérica abaixo de 3,5 mg/dL; nível de colesterol sérico total inferior a 160 mg/dL. Dentre as principais deficiências de vitaminas temos a vitamina D, que quando em concentrações menores levam subsequentemente a uma diminuição da absorção intestinal de cálcio, levando a hipocalcemia. Esta hipocalcemia é breve, pois logo surge um hiperparatireoidismo compensatório com aumento da mobilização do cálcio ósseo e diminuição da depuração renal do cálcio, juntamente com um aumento na depuração do fosfato. Ao mesmo tempo a absorção intestinal está diminuída, gerando hipofosfatemia. • COMBATE À DESNUTRIÇÃO D: Um elemento que dificulta o reconhecimento do paciente desnutrido é que ele atualmente não é mais caracterizado apenas por um indivíduo com baixo índice de massa corporal (IMC), uma vez que indivíduos obesos também podem estar desnutridos. Para isso, os fatores de risco relevantes são a redução da ingestão alimentar recente, a perda ponderal, o edema, a perda de massa magra e de tecido adiposo e a redução da capacidade funcional. A Avaliação Global Subjetiva (AGS) é um exemplo de ferramenta validada e amplamente utilizada em hospitais. A triagem nutricional deve ser registrada nos prontuários dos pacientes em até 24h após a admissão hospitalar, deve ser repetida semanalmente em pacientes sem risco e que permanecem hospitalizados.E: Indica-se, em geral, entre 25 e 30 kcal/kg de peso atual (exceção para pacientes obesos que devem ter o peso corrigido para o ideal). Em pacientes graves, com alto catabolismo, a perda de massa muscular foi recentemente quantificada, por meio da espessura do reto femoral por ultrassonografia, e varia de 15 a 25%, nos primeiros 10 dias de internação na UTI. S: Por tratar-se de informação que pode influenciar na conduta terapêutica, este cuidado deve ser instituído como rotina, no mínimo semanalmente, em pacientes hospitalizados – além de indicativo do estado nutricional, o peso é determinante para prescrição dietética e cálculos de estimativa de gasto energético; além do cálculo do IMC, que pode auxiliar na determinação do diagnóstico nutricional. Vale ressaltar que o peso atual do paciente pode refletir não somente o estado nutricional, mas também o estado de hidratação (presença de edema, ascite, entre outros – que devem ser desconsiderados para definição do peso seco). N: O tempo excessivo de jejum dos pacientes durante a internação hospitalar foi identificado como importante fator de risco para desnutrição hospitalar. Durante períodos de jejum, ocorre redução da secreção de insulina e aumento da secreção de glucagon e catecolaminas, levando à glicogenólise e lipólise. Quando se acrescenta a resposta ao estresse, o catabolismo é acelerado, levando à perda de massa muscular. Os principais motivos que levam ao jejum excessivo incluem pausas para exames e procedimentos diagnósticos, interrupções antes ou após procedimentos cirúrgicos ou como parte do controle de sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarreia) e espera de avaliação funcional da deglutição U: O grande desafio da nutrição hospitalar é encontrar maneiras objetivas de mensurar a ingestão calórica dos pacientes. O déficit calórico de pelo menos 4000 kcal na primeira semana de internação levou a piores desfechos clínicos e, isto foi mais evidente nos extremos de IMC. A realidade mostra que, em média, 60 a 80% ou menos do alvo calórico dos pacientes em nutrição enteral ou parenteral é ofertado. Essa diferença entre infundido e prescrito, muitas vezes, é causada por pausas de infusão para exames, jejum para procedimentos e demora no início da terapia nutricional. Isso ao longo da internação contribui para déficit calórico-proteico cumulativo, desnutrição intra-hospitalar, aumento do tempo de internação e também de custos associados. T: As complicações associadas à desnutrição parecem estar mais relacionadas às alterações funcionais que às da composição corporal. Neste sentido, a avaliação nutricional ideal deve ter sensibilidade para detectar as alterações da composição corporal e mudanças funcionais orgânicas decorrentes da desnutrição. Em pacientes desnutridos, ocorre perda preferencialmente de massa muscular, constituída por fibras do tipo II (de resposta rápida). A função de contração muscular, porém, é muito mais prejudicada nas fibras do tipo I (de resposta lenta). A avaliação da massa muscular pode ser feita de maneira subjetiva ou objetiva. Avaliação subjetiva da massa muscular pode ser feita por meio da palpação dos principais grupos musculares do braço e da perna ou pedindo ao paciente que aperte a mão do examinador, por exemplo. R: Hoje, a reabilitação física e mobilização precoce constituem o pilar mais importante no combate à perda de massa magra. I: O controle da qualidade do cuidado em saúde é alicerçado em indicadores utilizados como ferramentas de avaliação73. Um indicador é unidade de medida de atividade específica ou uma medida quantitativa que pode ser usada como guia para monitorar e avaliar a qualidade de importantes cuidados providos ao paciente, bem como as atividades dos serviços Ç: Em relação à TN, os integrantes das Equipes Interdisciplinares de Terapia Nutricional (EMTNs) têm a obrigação de registrar em prontuário a evolução e os procedimentos realizados85. É fundamental que, nas anotações de prontuário, os lançamentos da EMTN descrevam como as intervenções nutricionais se coadunam com o momento clínico do paciente. Ã: A doença e a incapacidade são experiências comuns em ambiente hospitalar e frequentemente desencadeiam impactos negativos, como medo, ansiedade e depressão, que podem afetar diretamente a parte alimentar90,91. Compreender as alterações que ocorrem na vida do paciente é primordial para o desenvolvimento de estratégias de acolhimento que favoreçam melhor comunicação e entendimento das oportunidades de intervenção O: A preparação para a alta só começa quando o paciente já está clinicamente apto a deixar o hospital. Portanto, tarefas que requerem tempo, como educar os pacientes com relação à nutrição, reconciliação medicamentosa, agendamento de acompanhamentos e organização do transporte, necessitam de planejamento. 5. Reestudar a aplicação clínica do Índice de Massa Corpórea. O IMC de populações gera indicadores para identificar grupos que necessitam de intervenção nutricional. Para o campo da saúde pública esta avaliação se mostra uma ferramenta de grande utilidade. O cálculo do IMC é um dos métodos mais simples, considerado de fácil aplicação e baixo custo. Dessa forma, o IMC apresenta grande vantagem em relação aos métodos de avaliação da composição corporal, sendo então o mais escolhido na rotina clínica e em estudo epidemiológico. Além disso, o IMC pode ser utilizado para a monitoração do tratamento, por meio do acompanhamento de sua evolução na curva utilizada como referência. É importante ressaltar que a avaliação do sucesso do tratamento não depende só de parâmetros antropométricos, mas de sua análise em conjunto com parâmetros clínicos e laboratoriais. O índice de massa corporal (IMC) é amplamente utilizado por profissionais de saúde na avaliação do estado nutricional e do risco de mortalidade. • IMC EM IDOSOS o IMC é altamente correlacionado com peso corporal, que tem uma proximidade com os estoques de energia corporal e é relativamente independente da estatura. A maior parte do diferencial de peso corporal entre os adultos é devida à gordura, sendo essa uma das razões de o IMC ser considerado um INDICADOR DE ADIPOSIDADE, entretanto essa relação pode ser diferente entre idosos. Estudo realizado utilizando IMC e CC como instrumento para screening de fator de risco cardiovascular em mulheres de 18 a 74 anos, mostrou valores de sensibilidade e especificidade em níveis entre 52% e 70% para IMC e 55% e 80% para CC, respectivamente. Valores de sensibilidade e especificidade que identificaram maior número de indivíduos com e sem fatores de risco foram IMC de 27kg/m2 (sensibilidade e especificidade de 60%) e CC de 85cm (sensibilidade e especificidade de 64%). Os achados desse estudo revelam que, com a idade, há uma modificação na habilidade discriminante de parâmetros como IMC e CC em identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares, contudo a CC foi a medida com maior habilidade em identificar presença ou ausência de fatores de risco. • LIMITAÇÕES DO IMC Uma das LIMITAÇÕES é que as categorias de IMC de adultos não são diferenciadas segundo o sexo, além de abranger uma ampla faixa etária (20 a 59 anos). Garn et al. enumeraram TRÊS LIMITAÇÕES para o uso do IMC: a correlação com a estatura, que apesar de baixa ainda é significativa; a correlação com a massa livre de gordura, principalmente nos homens; e a influência da proporcionalidade corporal (relação tamanho das pernas/tronco), tal que indivíduo com menor comprimento da perna tenha um valor de IMC maior, em cerca de cinco unidades. Essas limitações poderiam pôr em risco a utilização do IMC como indicador de gordura corporal. Além dessas limitações, que se aplicam à população em geral, somam-se as mudanças que ocorrem na composição corporal com o envelhecimento, e pela presença de doenças idade-dependentes tornando ainda mais difícil a utilização do IMC paraavaliação do estado nutricional desse grupo. Por exemplo, com o avanço da idade, ocorrem mudanças na composição corporal de tal forma que a massa livre de gordura (MLG) diminui e a massa gorda geralmente aumenta, sendo armazenada intra-abdominal e intramuscularmente, em vez de subcutaneamente, como no adulto jovem. Também o conteúdo de minerais da MLG e a quantidade de água intra e extracelular mudam. Além da redução da massa muscular. Durante o envelhecimento há um declínio progressivo na estatura, resultado da cifose torácica, escoliose, osteoporose e compressão dos discos intervertebrais, além de redução no peso corpóreo. Outro aspecto a ser considerado diz respeito à obtenção dos dados de peso e estatura. É comum indivíduos idosos estarem em cadeiras de rodas ou acamados, sendo incapazes de permanecer em pé para aferição de medidas, ou com deformidade espinhal, tornado difícil a aplicação da antropometria e por conseguinte levando a medidas errôneas da estatura. Na meia idade (50 a 65 anos), o maior problema nutricional é o sobrepeso, estando associado às doenças crônico- degenerativas. Acima dos 80 anos, magreza e perda de massa magra são os maiores problemas. As doenças associadas com baixo IMC são tuberculose, enfermidades pulmonares obstrutivas, câncer de pulmão e de estômago, enquanto as que se associam com o alto IMC são as doenças cerebrovasculares, cardiovasculares, diabetes e, nos homens, o câncer de cólon. 6. Estudar as principais alterações bucais em idosos. As mudanças físicas, mentais, sociais e comportamentais que acompanham o envelhecimento estão frequentemente combinadas com efeitos debilitantes de enfermidades agudas ou crônicas. O aumento da idade tem uma importante influência na prevalência de doenças bucais, já que a mucosa oral se torna mais sensível aos danos mecânicos. Várias doenças sistêmicas ou medicamentos apresentam efeitos negativos na secreção salivar, que resultam em hipossalivação - aumentando desta forma o risco para o aparecimento de lesões bucais na população idosa. Como consequência, muitos pacientes necessitam de cuidados odontológicos especiais. Redução da capacidade gustativa, língua saburrosa e as varicosidades linguais são alterações bastante frequentes em pacientes idosos. A redução da capacidade gustativa é um fenômeno fisiológico que acomete cerca de 80% dos indivíduos, principalmente àqueles acima de 50 anos. Essa perda gustativa pode também estar associada a uma pobre higienização. A língua saburrosa, entidade ocasionada pelo acúmulo de restos alimentares, bactérias e células mortas no dorso da língua, é observada em cerca de 15% dos idosos, sendo mais frequente no sexo masculino. Essa saburra lingual está intimamente relacionada com a pneumonia aspirativa, ao mau hálito e a não percepção do gosto dos alimento. Outra entidade comumente encontrada na cavidade bucal dos indivíduos acima de 50 anos são as varicosidades linguais, fato comum dentro do padrão de envelhecimento humano. Essas se apresentam como múltiplas bolhas papulares ou elevadas, purpúreo-azuladas na borda ventrolateral da língua. São assintomáticas, exceto em raras ocasiões, quando ocorre trombose secundária. A Síndrome da Ardência Bucal, doença de origem multifatorial, que afeta principalmente mulheres na faixa etária de 45 a 60 anos no período da menopausa, é uma entidade clínica caracterizada pela dor e sensação de ardor localizada, principalmente nas bordas laterais da língua, lábios, mucosa e em menor grau no palato e na gengiva. A hiperplasia fibrosa inflamatória desenvolve em associação com as bordas de próteses mal adaptadas, onde essas exercem pressão excessiva no fundo de fórnix. Essa lesão apresenta-se como uma única ou múltiplas pregas de tecido conjuntivo hiperplásico, localizada entre o rebordo alveolar e a mucosa labial ou jugal, sendo mais prevalente em indivíduos do sexo feminino, entre 41 e 50 anos de idade. Acomete principalmente o palato duro, está relacionada com próteses mal adaptadas, falta de higienização e com a utilização contínua da prótese pelo paciente. No palato duro, pode ser observado, em alguns casos, um aumento volumétrico fibromucoso de forma variada, globoso ou papilar, indolor, de coloração rosa-pálido ou hiperêmico provocado por câmara de sucção em prótese total, sendo mais freqüente no sexo feminino, entre a quinta e sexta década de vida. Os traumatismos crônicos, próteses desadaptadas e relações oclusais insatisfatórias, são alguns fatores predisponentes ao aparecimento de estomatites. A estomatite protética, que se caracteriza por ser uma reação inflamatória dos tecidos bucais que estão em contato com as próteses, é bastante comum em idosos e podem estar associada a quadros de candidose atrófica e queilite angular. A estomatite induzida pelo uso de dentadura não mostra formação de placa, como nas demais candidoses, mas a proliferação de C. albicans na interface entre a mucosa e a prótese total provoca a inflamação da área33 . O profissional deve considerar a possibilidade de que essa reação possa decorrer, também, pelo desenho incorreto da prótese, alergia a base da dentadura, ou a uma polimerização inadequada da resina acrílica. A candidose é uma infecção fúngica que apresenta várias formas clínicas. O agente etiológico, a Candida albicans, é um componente normal da microflora bucal, e cerca de 30 a 50% dos indivíduos simplesmente possuem o microorganismo em sua boca, sem evidência clínica de infecção. A evidência clínica ou não depende basicamente de três fatores: do estado imunológico do hospedeiro, do meio ambiente da mucosa bucal e da resistência da C. albicans. A úlcera da queilite angular pode ter origem, além da infecção pela Candida sp, por uma carência vitamínica, principalmente a do complexo B31. São úlceras fissurais geralmente bilaterais, de leito hiperêmico, hemorrágico e halo eritematoso, podendo apresentar crosta e descamação. Outra entidade que pode acometer o paciente idoso é o líquen plano. Caracterizado por uma lesão branca mucocutânea com aspecto de placas localizadas, ou com algumas variações, atinge mais frequentemente a mucosa buca. A herpes, apesar de cerca de 90% da população estar infectada pelo vírus que a causa (vírus do herpes simples), apenas 30% dos indivíduos apresentam maior tendência a manifestar a doença, principalmente com o aumento da temperatura ambiental ou orgânica, diminuição da resistência imunológica, estresse físico e emocional, deficiência nutricional, exposição excessiva ao sol, traumatismos físicos, entre outros. Caracterizado por perda dos elementos dentários, acarretando ao paciente uma série de problemas no quesito funcional, psicológico e social, refletindo de maneira direta na alimentação do paciente bem como em sua qualidade de vida. É uma condição oral de alta prevalência entre os idosos. Dentre as principais causas relacionadas com essa perda pode-se destacar o consumo de tabaco, etilismo, ineficiência nas práticas de higiene oral, longos períodos de internação hospitalar, e o baixo nível socioeconômico que na maioria das vezes leva a uma baixa frequência de consultas odontológicas. A periodontite é uma doença infecciosa crônica dos tecidos de suporte dos dentes, com característica inflamatória, em que microrganismos anaeróbios e anaeróbios facultativos específicos desempenham papel fundamental no estabelecimento e na progressão da doença. Os tumores malignos estão entre as principais causas de mortalidade no mundo, sendo a segunda causa de morte nos países desenvolvidos e com indicativos de essa tendência epidemiológica seguir aumentando para os países em desenvolvimento. Estima-se que cerca de 13% dos óbitos no ano de 2007 tenham sido em decorrência de algum tipo de câncer, e quase 80% dessas mortes ocorreram em países com baixa e média renda. No Brasil, em 2005, as neoplasias malignas levaram a óbito cerca de 190.000 indivíduos, sendo 113.000deles com idade inferior a 70 anos.
Compartilhar