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Hemoparasitoses Definição Hemoparasitoses são doenças causas por protozoários, helmintos ou bactérias atingem os animais por meio da corrente sanguínea. O carrapato, por se alimentar de sangue, é o principal meio de transmissão dessas doenças. Além da gravidade das manifestações clínicas nos cães e gatos, algumas dessas doenças são consideradas zoonoses. O principal responsável pela transmissão da doença é o carrapato da espécie Rhipicephalus sanguineus. Os microrganismos responsáveis pela Erliquiose canina são as Rickettsias, bactérias atípicas, intracelulares obrigatórias e gram- negativas. As Erliquioses recebem a classificação de acordo com o tipo celular atingido: 1) Monocitrópicas – parasitam monócitos e macrófagos – Ehrlichia canis 2) Granulocitrópica – parasitam neutrófilos e eosinófilos – Ehrlichia ewingii A de maior prevalência no Brasil é a Ehrlichia canis, responsável pela ERLIQUIOSE MONOCÍTICA CANINA (EMC), a doença pode ocorrer em três estágios: Fase Aguda: é variável quando a duração (2 a 4 semanas) e à severidade Fase Subclínica: caracteriza-se pela persistência do microrganismo após uma recuperação aparente da fase aguda Fase Crônica: o sistema imune é ineficaz, acarretando um prejuízo na produção de células sanguíneas SINAIS CLÍNICOS Os sinais clínicos iniciam-se aproximadamente14 dias pós-infecção e incluem: febre intermitente, apatia, anorexia, letargia, linfoadenomegalia e esplenomegalia. Outros sinais da doença podem ser inespecíficos e marcados por caquexia, emagrecimento, desidratação, dores articulares, vasculites e alterações oculares. DIAGNÓSTICO O diagnóstico se dá pelo histórico clínico e exames complementares: HEMATOLÓGICOS: ELISA – teste rápido SOROLÓGICOS: RIFI – detecta anticorpos IgG TRATAMENTO O tratamento da EMC se baseia na administração de antibióticos e sintomático. O fármaco de eleição para o tratamento contra a Erliquiose é a Doxiciclina por no mínimo 28 dias podendo ser estendido para 6 a 8 semanas. Reinfecção e recidiva da enfermidade são comuns, sendo assim, os cães precisam ser monitorados a cada 3 meses após a normalização clínica e laboratorial. A Babesiose canina também é causada por hemoprotozoários que parasitam as hemácias, as espécies de maior importância para os cães são a Babesia canis e a Babesia gibsoni. Carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus são os principais transmissores. A Babesiose pode se manifestar como uma doença branda ou complicada na dependência da cepa infectante e da imunocompetência do hospedeiro. Erliquiose canina Babesiose canina SINAIS CLÍNICOS Os sintomas mais comuns incluem: letargia, febre, icterícia, vômito, linfoadenomegalia e esplenomegalia. DIAGNÓSTICO: ESFREGAÇO SANGUÍNEO: identificação do parasita nas hemácias SOROLÓGICO: RIFI ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: anemia hemolítica, trombocitopenia, hematúria ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS: são incomuns, mas pode ocorrer leucocitose, leucopenia, neutrofilia, neutropenia, linfocitose e/ou eosinofilia TRATAMENTO O tratamento de eleição para a Babesiose canina é o Dipropionato de Imidocarb, o fármaco tem uma excelente ação contra B.canis e leve contra a B.gibsoni. Tratamento suporte com transfusão sanguínea em animais muito anêmicos ou terapia imunossupressora em casos de processos imunomediadas graves podem ser necessários. A Anaplasmose ou Trombocitopenia Cíclica é causada pela Rickettsia Anaplasma platys, agente trombocititrópico que parasita as plaquetas e é transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. O primeiro episódio de parasitemia geralmente cursa com trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas) grave (<20.000/µL) no início da infecção, mas o número de plaquetas tende a voltar aos valores normais em 3 ou 4 dias conforme o ciclo do parasita. Novos ciclos de parasitemia e trombocitopenia ocorrem em intervalos de 1 a 2 semanas e, embora a porcentagem de plaquetas infectadas geralmente seja menor, a trombocitopenia pode ser tão grave quanto a do primeiro ciclo. SINAIS CLÍNICOS A maioria dos cães são assintomáticos, mas quando presentes, os sinais clínicos envolvem febre, letargia e tendência a sangramentos, principalmente hematoquezia. Geralmente os casos mais graves estão associados a coinfecções com outros hemoparasitas. DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO: ELISA – 4DX SOROLÓGICO: RIFI PCR: convencional ou em tempo real ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: trombocitopenia, anemia e leucopenia TRATAMENTO O fármaco de escolha para a Anaplasmose é a Doxiciclina durante 14 a 21 dias. Quando o tratamento é iniciado precocemente, os pacientes geralmente respondem bem e de modo rápido. Entretanto, quando o tratamento não é precoce, sérias complicações podem se estabelecer. Hemoparasitose causada pela Rickettsia rickettsii, uma das rickettsias mais patogênicas. Carrapatos da espécie Rhipicephalus sanguineus, Amblymma cajennense e Dermacentor spp participam da transmissão dessa zoonose. A febre maculosa é uma zoonose emergente e representa um grande risco à saúde pública. Anaplasmose Febre Maculosa SINAIS CLÍNICOS As manifestações clínicas geralmente ocorrem entre 2 a 3 dias após a exposição ao carrapato contaminado. O animal pode apresentar febre, letargia, anorexia, vômito, diarreia, linfoadenomegalia e esplenomegalia. Lesões cutâneas podem aparecer na fase aguda e se caracterizam principalmente por hiperemia e edema da extremidade dos lábios, narinas e orelhas. Os cães podem vir a óbito devido à formação de microtrombos em órgãos vitais, processos hemorrágicos ou CID (coagulação intravascular disseminada). DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO: ELISA SOROLÓGICO: Imunofluorescência indireta PCR: exame de eleição para o diagnóstico, porém como a parasitemia é baixa e intermitente, o exame tem uma baixa sensibilidade e resultados negativos não excluem a infecção ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: variam de leve leucopenia até leucocitose por neutrofilia, granulação tóxica, anemia não regenerativa de grau leve ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS: hipoalbuminemia, hematúria e proteinúria TRATAMENTO O tratamento da Febre Maculosa é realizado com a Doxiciclina, sendo este antibiótico efetivo para eliminar a infecção. O fármaco deve ser utilizado durante 14 dias, porém recomenda-se prolongar o tratamento para 28 dias devido a outras infecções que podem estar associadas. Diversas espécies já foram descritas como agentes causadores dessa enfermidade, tais como: Mycoplasma haemofelis, Candidatus Mycoplasma haematoparvum, Candidatus mycoplasma haemominutum e Candidatus mycoplasma turicensis. A M. haemofelis é a mais patogênica e responsável pelos quadros mais clássicos de anemia hemolítica. Já a M. haemominutum é a espécie mais comum nos felinos. A transmissão das hemoplasmas ainda não é comprovada, acredita-se que o processo esteja associado a vetores como as pulgas da espécie Ctenocephalides felis. Entretanto, existe a hipótese de que a interação agressiva entre gatos sadios e contaminados seja o provável método de transmissão. SINAIS CLÍNICOS M. haemominutum: comportamento oportunista, a maioria dos gatos apresenta uma anemia regenerativa leve e mantém-se no estado de portador assintomático M. haemofelis: anemia hemolítica devido à destruição direta das hemácias e fatores imunomediados podem contribuir com a gravidade da doença. Os sintomas incluem: anorexia, perda de peso, febre, letargia, esplenomegalia e palidez de mucosas ou mucosas ictéricas DIAGNÓSTICO PCR: preferencialmente em tempo real, compreender o único exame capaz de diferenciar as espécies ESFREGAÇO SANGUÍNEO: detecção do parasita Micoplasmose felina TRATAMENTO O tratamento de eleição é a Doxiciclina durante 21 dias. Deve-se atentar a quadros de esofagites devido à utilização do medicamento, como prevenção recomenda-se oferecerágua ou alimento pastoso em uma seringa imediatamente após a administração da medicação O tratamento suporte com Prednisolona pode ser necessário para o controle de processos imunomediados. A transfusão sanguínea deve ser considerada em casos graves de anemia, sendo este sempre precedido do teste de compatibilidade sanguínea. A Bartolenose felina é uma doença que raramente causa alterações significativas nos gatos, mas tem grande importância para saúde pública por se tratar de uma zoonose. A Bartonella henselae é a responsável por esta doença, as Bartonelas são bactérias que infectam as hemácias e as células endoteliais e o gato se infecta através da ingestão das fezes das pulgas da espécie Ctenocephalides felis. Os seres humanos se infectam pela inoculação da bactéria no foco da arranhadura e geralmente manifestam linfoadenopatia regional, próxima ao local da ferida. SINAIS CLÍNICOS A maioria dos gatos portadores são assintomáticos, alguns podem apresentar manifestações que variam de grau leve, como febre e letargia até sintomas graves como endocardite (murmúrio cardíaco, tosse, taquipnéia), dores articulares e sinais neurológicos. DIAGNÓSTICO PCR: identificação do agente CULTURA DO AGENTE: exige um laboratório preparado e a disponibilidade do meio de cultura adequado TRATAMENTO Recomenda-se a aplicação de Doxiciclina ou Amoxicilina com Clavulanato de Potássio por pelo menos 4 a 8 semanas, caso não haja resposta, pode-se considerar o uso de Azitromicina ou Marbofloxacina. Bartolenose felina Controle e Profilaxia A manutenção da higiene dos animais domésticos é primordial para evitar a presença de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos. Do mesmo modo, o ambiente deve ser constantemente limpo. Para o controle de ectoparasitas recomenda-se a administração antipulgas e carrapatos para os cães e gatos como uma medicação preventiva, dessa forma, precisa ser dado periodicamente para manter o animal seguro e saudável. Existe a formulação desse composto disponível em spray, coleira, pipeta e comprimidos mastigáveis.
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