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Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Hemoparasitoses Erliquiose Etiopatologia Erliquiose é uma hemoparasitose (doença que afeta as células sanguíneas) potencialmente severa, causada por BACTÉRIAS gram- negativas do gênero Ehrlichia ssp., que pertencem à família das Ehrlichiaceae São descritas cinco espécies dento desse gênero: E. canis, E. chaffeensis, E. ewingii, E. muris e E. ruminantium Essas são bactérias intracelulares obrigatórias dos monócitos, linfócitos, neutrófilos e plaquetas e que infectam animais mamíferos, existindo espécies que acometem naturalmente os canídeos, equídeos, ruminantes e o homem, sendo rara a infecção em gatos → Órgãos de predileção: baço, fígado e linfonodos • Ehrlichia canis – Doença do carrapato: causada por um VETOR, o carrapato Rhipicephalus sanguineus, conhecido com o carrapato marrom → Erraticamente pode acometer hospedeiros humanos e é considerado monotrópico, já que em todas as duas fases de desenvolvimento se alimenta da mesma espécie e tem ciclo heteróxeno, necessitando de um hospedeiro em cada estágio do ciclo biológico para fazer o repasto sanguíneo Epidemiologia A Erliquiose canina ocorre em muitos países de clima temperado, tropical e subtropical, coincidindo com a prevalência do seu vetor. As regiões mais acometidas são: sudeste da Ásia., a África, a Europa, a Índia, a América Central e a América do Norte Transmissão A principal espécie que acomete os cães é a Ehrlichia canis • A doença é transmitida de um cão contaminado para um cão sadio através de um VETOR, o CARRAPATO MARROM (Rhipicephalus sanguineus); pode ocorrer também a transmissão pela transfusão de sangue contaminado para um animal sadio ↪ O período de incubação no cão varia entre 8 a 20 dias • O carrapato se infecta após se alimentar de um hospedeiro contaminado, onde a E. canis se multiplica nos hemócitos e nas células das glândulas salivares que servirá de fonte de infecção para o novo hospedeiro Fases da Erliquiose e Sinais clínicos-1 • Fase AGUDA: ocorre entre duas e quatro semanas e somente nessa fase o cão serve como fonte de infecção, pois há uma grande quantidade de bactérias circulantes na corrente sanguínea ↪ → Após a circulação das células infectadas ocorre as manifestações clínicas inespecíficas, como: aumento de temperatura corpórea, perda de peso, astenia, secreção nasal, petéquias hemorrágicas, edema, vômitos, insuficiência hepatorrenal → Replicação da bactéria nas células do sistema fagocitário mononuclear + hiperplasia das áreas afetadas – linfadenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia • Fase SUBCLÍNICA: geralmente, essa fase é assintomática, ocorre após a fase aguda (40-120 dias pós-infecção) ↪ Alta quantidade de anticorpos, causando alterações hematológicas discretas • Fase CRÔNICA: características de uma doença autoimune, com a presença dos sinais da fase aguda, porém de uma forma mais atenuada. Animais apáticos e caquéticos, com possíveis ocorrências de infeções secundárias → Mucosas hipocorada, devido a pancitopenia, emaciação e edema periférico Sinais clínicos-2 • Perfil hematológico: monocitose, linfocitose e trombocitopenia, e anemia arregenerativa • Uveíte, hifema, hemorragia subretinal., deslocamento de retina e cegueira, convulsões, meningoencefalite, ataxia, disfunção neuromotora e vestibular central Porém, o carrapato pode permanecer infectado até aproximadamente um ano A transmissão é sempre transversal, ou seja, o carrapato fêmea infectado não contamina seus ovos com a Ehrlichia canis Diagnóstico Os sintomas no início da infeção são semelhantes aos de várias outras doenças, como a cinomose. Portanto, é importante realizar juntamente com a anamnese e o exame clínico, um diagnostico complementar, para que o animal seja tratado de forma adequada. A presença do carrapato é uma informação relevante em uma avaliação clínica. • No hemograma, a anemia e a trombocitopenia são os sinais mais evidentes → Avaliação dos níveis séricos de proteínas de fase aguda (ceruplasmina, transferrina, albumina • O diagnóstico laboratorial pode ser feito através da observação da Ehrlichia ssp. em esfregaços sanguíneos ↪ Geralmente, só se observa as mórulas da Ehrlichia spp. no esfregaço sanguíneo quando a infecção está na fase aguda porque há um grande número de bactérias circulantes • PCR (método mais especifico) • Imunofluorescência indireta (IFI): detecta a presença de IgG contra a Ehrlichia spp. • ELISA: detecção de anticorpos no soro Tratamento Pacientes no início da infecção, geralmente apresentam melhora rápida dos parâmetros clínicos e hematológicos, já os animais em casos crônicos podem demostrar um remissão gradual ou não obter melhora (geralmente, quando está ligado à aplasia de medula) • Antibióticos: oxitetraciclina, cloranfenicol, tretaciclina e DOXICICLINA ↪ Doxiciclina é a escolha principal Dose de 10mg/kg por dia, durante 21 a 30 dias • Dipropionato de imidocarb: a dose varia de 5 a 7 mg/kg ↪ geralmente associado a doxiciclina – recomendado para coinfecção com o Babesia spp. • Prednisona/ Prednisolona: dose 1 a 2 mg/kg, com administração via oral a cada 12 horas por 5 dias ↪ Indicada quando há risco de trombocitopenia imunomediada • Tratamento de suporte: fluidoterapia, transfusão sanguínea, uso de corticosteroides, transfusão de concentrado de plaquetas Profilaxia A prevenção da doença é muito importante, devido a inexistência de vacina contra esta enfermidade. A prevenção é realizada através do controle do vetor: o carrapato Flashback Citose: aumento Penia: redução Anemia arregenerativa: causada por hipoplasia da medula óssea, ou seja, diminuição da produção dos eritrócitos ↪ Produtos acaricidas ambientais e de uso tópico são eficazes se usados de forma correta ANOTAÇÕES DE MARYLIA TAVARES- LIVROS E AULAS
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